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Este trabalho de investigação teve uma duração de quatro anos letivos passando por diversas etapas.

Numa primeira fase foram avaliadas diversas áreas de interesse e após decisão referente ao tema a seguir foram delineadas as primeiras estratégias de análise.

Com um tema e uma orientação estratégica para o desenvolvimento do projeto foi colocada à aprovação dos órgãos competentes.

Ultrapassadas as fases iniciais encetou-se os contactos com os organismos, pessoas e instituições dos quais se pretendia obter apoio na investigação (Anexo K e Anexo L).

As primeiras abordagens foram feitas junto da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa que prontamente respondeu ao requerido após reunião de apresentação do projeto.

Nesta reunião foram debatidos alguns pontos e ajustados certos objetivos e posições (por exemplo readaptadas algumas perguntas dos inquéritos).

90 Foram delimitadas áreas geográficas do domínio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa ficando definidas quatro áreas principais, Alta de Lisboa, Descobertas, Tejo e Marvila.

Dentro destas quatro áreas delimitadas foram selecionados dez Centros de Dia, o Centro Comunitário de Telheiras, o Centro de Desenvolvimento Comunitário da Charneca, o Centro de Dia do Alto do Lumiar, o Centro de Dia Santo Condestável, o Centro de Dia Frei Miguel Contreiras, o Centro de Dia Coração de Jesus e S. José, a Residência e Centro de Dia da Quinta das Flores, o Centro Social Comunitário do Bairro da Flamenga e o Centro de Desenvolvimento Comunitário Bairro dos Lóios.

Com os territórios definidos passou-se à análise, escolha e posterior contacto junto das Instituições Particulares de Solidariedade Social a desenvolverem as suas atividades nas áreas de intervenção correspondentes às dos centros acima referidos, o CAJIL - Centro de Apoio a Jovens e Idosos do Lumiar (Alta de Lisboa), o Centro Social da Musgueira (Alta de Lisboa) e o Centro Social Paroquial Maximiliano Kolbe (Marvila).

Da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, tal como já assinalado anteriormente, foram entrevistadas, após aceitação na participação na Investigação pelos próprios (Anexo M, Anexo N e Anexo O), quarenta e oito pessoas idosas, nove assistentes sociais e sete dirigentes.

Das Instituições Particulares de Solidariedade Social que participaram na investigação foram entrevistadas, também após aceitação na participação na investigação pelos próprios, dezanove pessoas idosas, quatro assistentes sociais e quatro dirigentes. (Anexo M, Anexo N e Anexo O)

Foram ainda inquiridos três decisores independentes de qualquer uma das instituições supracitadas.

Cada instituição participante nesta investigação disponibilizou-se para fornecer algumas informações processuais dos seus utentes e da própria constituição de recursos.

Com todos os dados recolhidos foi feita uma análise, uma interpretação e uma exposição cuidada de toda a informação adquirida, produzindo o conhecimento científico presente neste trabalho.

De salientar, ainda, que no que toca à investigação realizada junto das pessoas idosas, a amostragem foi por exaustão, devido à repetição de respostas.

Ao longo de toda a investigação tivemos alguma dificuldade em obter apoio ou respostas aos nossos diversos pedidos por parte de algumas Instituições Particulares de Solidariedade Social.

As IPSS que não se encontraram disponíveis para nos apoiar alegaram existir um grande número de contactos para a realização de estudos a partir de distintas áreas de investigação.

Foi necessário solicitar apoio à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa na obtenção de contactos de Instituições Particulares de Solidariedade Social que trabalhassem em colaboração para que conseguíssemos ter acesso e permissão das mesmas para a realização da investigação.

91 A IPSS que prontamente respondeu ao pedido de colaboração e rapidamente desencadeou todos os procedimentos necessários para a realização das entrevistas foi o CAJIL, desde as suas assistentes sociais sempre prontas para a resolução dos obstáculos que foram surgindo, como dos elementos da direção que aceitaram contribuir com bastante entusiasmo e empenho, apesar do trabalho de filantropia que já desenvolvem com tanto empenhamento e dedicação na Instituição.

No que respeita à colaboração dos Centros de Dia sob a alçada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa pode-se referir que, apesar de uma maior disponibilidade e voluntariedade, a verdade é que foi necessário, em alguns deles, utilizar um contacto baseado na insistência.

Acreditamos que este trabalho necessitava de uma maior participação de IPSS para que as suas comparações com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa fossem mais fidedignas e realistas.

A colaboração por parte dos decisores foi feita de forma gradual e constante em que todos os contactos realizados foram bem acolhidos e rapidamente desencadeadas as condições necessárias para a realização do trabalho.

Deparámo-nos com a necessidade de uma maior participação de decisores de diferentes áreas que direta ou indiretamente influenciam na criação, desenvolvimento e implementação das políticas sociais de velhice.

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C

APÍTULO

IVI

SOLAMENTO SOCIAL NA PESSOA IDOSA

Neste capítulo será iniciada a sistematização dos dados empíricos, serão apresentadas e analisadas as opiniões, ações e reações dos diferentes intervenientes no fenómeno do isolamento da pessoa idosa.

São analisadas as convergências e divergências ente as metodologias de intervenção, as práticas de Serviço Social e as perceções sobre a condição de isolado na terceira idade pelos utentes, diretores e assistentes sociais de instituições privadas e públicas.

Apresentamos as relações existentes entre as características dos inquiridos e as suas escolhas, decisões e perceções, examinamos as relações existentes entre a academia, a prática de Serviço Social e a criação e implementação de políticas sociais de apoio à velhice, identificamos também boas práticas de Serviço Social, práticas inovadoras e os direitos das pessoas idosas que prevalecem nas intervenções sobre situações de isolamento.