• Nenhum resultado encontrado

PROCEDIMENTOS PARA O MONITORAMENTO DA TORRE EÓLICA

3 EXPERIMENTOS E ANÁLISES METODOLÓGICAS

3.9 PROCEDIMENTOS PARA O MONITORAMENTO DA TORRE EÓLICA

A realização do monitoramento geodésico tem como objetivo identificar variações de coordenadas de uma amostra de pontos em um determinado período. Os resultados atingidos sinalizam se os pontos tiveram suas coordenadas modificadas, indicando provável deslocamento.

A proposta inicial para monitoramento era composto de medições temporais dos alvos refletivos em diferentes alturas; nos três alinhamentos que estão contidos os vértices L1, LP1, L3, LP3, L2 e LP5, e por intermédio de medições temporais dos vértices LP2, LP4 e LP6 das soldas transversais (ST), cujo os alinhamentos seriam definidos via medições do ângulo horizontal médio resultante das medições das bordas direita e esquerda da torre. Deste modo, seria possível avaliar com maior precisão as possíveis variações de coordenadas dos pontos-objeto. Contudo, devido aos problemas descritos no item 3.5, houve modificações nos quais serão descritos a seguir.

3.9.1 Descrição dos Pontos-Objeto Monitorados da Torre

Todos os vértices passaram a medir as soldas transversais (ST) em diferentes alturas arbitradas, exceto para os vértices que tinham visadas para os alvos refletivos implantados, nos quais foram realizadas as medições nas soldas transversais e nos alvos refletivos.

As soldas transversais utilizadas para o monitoramento foram definidas conforme a configuração dos pontos de referência do triângulo equilátero e do hexágono regular, para melhor discriminar o ângulo de deformação e controle geométrico da estrutura.

Os pontos de referência do hexágono regular foram responsáveis pela medição da seção da torre mais próximas da base. Ao todo, foram escolhidas 05 soldas transversais (ST1 a ST5) para análise. A Figura 45 ilustra o esquema descrito.

Figura 45 – Soldas transversais medidas sobre os pontos de referência do hexágono regular.

Fonte: O autor (2018).

Os pontos de referência do triângulo equilátero tem a possibilidade de observar no mesmo alinhamento todos os pontos-objeto nas diferentes alturas da torre. A princípio, todas as soldas transversais pertencentes à torre seriam observadas em cada vértice. Entretanto, devido a declive do terreno apenas no vértice L1 havia possibilidade de medições na primeira solda transversal e no vértice L3 na solda transversal do topo, sem necessidade de ocular de cotovelo.

Além dos fatores citados, as campanhas de medição necessitariam de um prazo maior para realizar as medições em todos os vértices. Após a primeira campanha de medição (cf. item 4.1), onde houve melhor assimilação da geometria da

torre, resolveu adotar as soldas transversais ST2, ST5, ST9, ST11, ST14, ST18, ST20 e ST22 para o monitoramento.

3.9.2 Procedimentos para a Realização das Medições da Torre Eólica

Para o monitoramento e avaliação de possíveis deslocamentos da torre eólica no plano horizontal e vertical, foram empregados métodos geodésicos planialtimétricos com emprego de estação total e do método geodésico altimétrico com o uso do nível digital. Tais procedimentos são descritos em seguida.

3.9.2.1 Procedimentos para o Monitoramento no Plano Vertical

O monitoramento vertical da torre ocorreu através de nivelamento geométrico de altíssima precisão, empregando-se visadas iguais, entre os pinos com superfície semiesféricas implantados na estrutura da base da torre eólica monitorada Gravatá 02 e na base da torre Gravatá 01 a 450 m de distância. O percurso do nivelamento é constituído das seguintes etapas:

1. Circuito entre os pinos da torre Gravatá 02 com a seguinte orientação: a. Nivelamento: RN02 → RN01 → RN03→ RN02;

b. Contranivelamento: RN02 → RN03 → RN01→ RN02.

2. Nivelamento partindo da RN02 até a RN04 pertencente à outra torre; 3. Circuito entre os pinos da torre Gravatá 01 com a seguinte orientação:

a. Nivelamento: RN04 → RN05 → RN06→ RN04;

b. Contranivelamento: RN04 → RN06 → RN05→ RN04. 4. Contranivelamento partindo da RN04 e retornando a RN02.

A Figura 46 ilustra os circuitos descritos. O circuito I entre os pinos no entorno da torre Gravatá 02, o circuito II entre os pinos no entorno da torre Gravatá 01 e o circuito III entre as RN2 e RN04.

Figura 46 – Esquema dos circuitos realizados com o nivelamento geométrico.

Fonte: O autor (2018).

3.9.2.2 Procedimentos para o Monitoramento no Plano Horizontal

A avaliação do deslocamento horizontal ocorreu mediante as medições indiretas com o uso de estações totais instaladas sobre todos os pontos de referência do Sistema de Referência de Medição (cf. item 3.4). Foram utilizados os métodos da irradiação tridimensional (cf. item 2.8.1) e medição de bordas (cf. item 2.8.3) para as medições dos pontos-objeto. As leituras realizadas em todos os métodos foram feitas na posição direta e na posição inversa da luneta em cada solda transversal. Entretanto, os pares de leituras não foram conjugados, sendo consideradas leituras independentes, devido à incerteza de realizar a pontaria no mesmo ponto.

São descritas as etapas utilizadas para as medições indiretas de cada solda transversal com o uso do método da irradiação tridimensional:

• Definição da direção origem de leitura dos ângulos horizontais através de um prisma estacionado em um ponto de referência visível;

• Abertura do ângulo horizontal até o alinhamento referência de medição; • Freio do movimento horizontal e movimento vertical da luneta até a solda

• Através dos parafusos micrométricos, faz-se um ajuste fino, até a linha inferior da solda transversal (definido para padronizar as medições) está no centro da cruz na mira da estação total;

• Medição de direção horizontal, ângulo vertical e distância inclinada.

A Figura 47 exemplifica o procedimento para a medição com o uso do método da irradiação tridimensional.

Figura 47 – Procedimento para a medição das soldas transversais.

Fonte: O autor (2018).

As medições da solda transversal realizadas com o método da medição de bordas seguiram o seguinte procedimento:

• Definição da direção origem de leitura dos ângulos horizontais através de um prisma estacionado em um ponto de referência visível;

• Abertura do ângulo horizontal até a borda esquerda da solda transversal; • Tornar coincidentes o fio estadimétrico horizontal central com a solda

transversal e o fio estadimétrico vertical com a linha reta formada pela borda da torre;

• Medição de direção horizontal e ângulo vertical;

• Abertura do ângulo horizontal até a borda direita da solda transversal;

• Coincidir a solda transversal com o fio estadimétrico horizontal central e a linha reta formada pela borda da torre com o fio estadimétrico vertical;

O procedimento em coincidir a solda transversal com o fio estadimétrico horizontal central e a linha reta formada pela borda da torre com o fio estadimétrico vertical é ilustrado na Figura 48.

Figura 48 – Procedimento para a medição de bordas da torre eólica.