• Nenhum resultado encontrado

PROCEDIMENTOS PARA SELEÇÃO DA ESCOLA E DOS PARTICIPANTES

TOTAL DE ALUNOS NOS DOIS SEGMENTOS = 312 Fonte: Secretaria Escolar (2019).

5.3 PROCEDIMENTOS PARA SELEÇÃO DA ESCOLA E DOS PARTICIPANTES

Para dar início à pesquisa, entrou-se em contato com a Dirigente de Ensino da Diretoria de Ensino (DE) para que ela tomasse ciência, tanto da pesquisa quanto da escola escolhida. A Dirigente de Ensino solicitou que a pesquisadora apresentasse o projeto à diretora da Unidade Escolar (UE) para que esta autorizasse a realização da pesquisa. Um resumo da pesquisa foi apresentado à diretora da UE, contendo: o suporte teórico, objetivos e procedimentos de coleta de dados que seriam adotados durante a realização da pesquisa.

Em seguida, ao iniciar o ano letivo de 2019, foi agendada a apresentação da pesquisa em ATPC (Aula de Trabalho Pedagógico Coletivo) para os professores. Nessa ATPC, de aproximadamente cinquenta minutos, a pesquisadora apresentou, esclareceu os objetivos da Continuação

pesquisa e explicou quais seriam os participantes do estudo. Esclareceu que a pesquisa ocorreria nas aulas de Língua Portuguesa e Matemática e, por esse motivo, os professores participantes seriam os professores destas disciplinas e que a classe escolhida seria a do 8º ano B por ter o aluno com DI matriculado escolhido para ser o tutorado.

Quanto aos alunos que iriam participar como tutores, a pesquisadora esclareceu que iria realizar uma etapa inicial de observação sistemática e não participante nas aulas para a escolha dos três alunos tutores. Esclareceu também que, após essa observação inicial, iria reunir-se com os dois professores participantes da pesquisa e apresentar, pelo menos, o nome de cinco alunos, além de ouvir a opinião deles com relação aos escolhidos como tutores, para só então apresentar ao tutorado, para que a decisão de escolher quem seriam os tutores fosse dele.

O universo do estudofoi composto pela pesquisadora, um aluno diagnosticado com DI, no papel de tutorado, três alunos da mesma sala e mesma idade no papel de tutores e dois professores: um de Língua Portuguesa e outro de Matemática.

5.3.1 Tutorado

O aluno escolhido para ser o tutorado é matriculado no 8º ano, no período da tarde, em uma classe composta por 25 alunos, sendo 16 meninos e 9 meninas, e fazia atendimento no contraturno em sala de recursos multifuncional, com baixa frequência, segundo informações da professora responsável pelo AEE. A escola identificou demandas educacionais relacionadas a dificuldades no acompanhamento do conteúdo trabalhado, com atraso em seu desenvolvimento acadêmico. Segundo informações da família, associado ao seguimento médico que realizava, apresentava comprometimentos de ordem cognitiva e, por isso, havia a indicação de apoio psicopedagógico suplementar, além de apresentar questões de cunho emocional, como crises de ansiedade e depressão, para as quais fazia uso de medicamentos específicos.

Destaca-se que não há um laudo profissional fechado que atestasse DI, porém a equipe escolar identificava necessidades educacionais nessa direção, o que justificou sua seleção para o presente estudo.

Os alunos tutores foram selecionados após a observação inicial da sala de aula (APÊNDICE 6) antes da implementação do programa e em consultas feitas aos professores sobre quais alunos se enquadravam nos critérios para ser tutor: empatia, facilidade de interação com os colegas e professores, assiduidade às aulas, destaque nas habilidades acadêmicas, participação efetiva nas atividades da sala de aula, responsabilidade e que expressassem interesse em participar do programa.

Ao entrar na sala pela primeira vez para realizar essa observação inicial, a pesquisadora explicou aos alunos que estava realizando uma pesquisa para o seu curso e que precisaria observar algumas aulas, mas não entrou em detalhes sobre o que seria essa observação. Apenas os professores sabiam o motivo da sua presença. A decisão de não fornecer maiores detalhes aos alunos foi para que eles agissem o mais naturalmente possível.

Após essa observação inicial, foram escolhidos cinco potenciais tutores. A pesquisadora chamou os cinco alunos escolhidos e explicou por que havia ficado na sala durante aquela semana. Realizou com os cinco escolhidos uma breve reunião para esclarecer sobre a pesquisa e explicou que a escolha dos três tutores seria feita pelo tutorado. Até então, eles ainda não sabiam quem seria o tutorado. Em seguida, separados os candidatos a tutores, apresentou-se os nomes ao tutorado - que escolheu os três com os quais ele mais se identificava. A pesquisadora conversou com os três e marcou uma reunião na escola junto com os seus responsáveis.

Após explicação detalhada de toda a pesquisa aos responsáveis e os escolhidos para tutores, entregou-se os TCLE para os responsáveis e os TALEs para os três tutores. Neste momento, um dos tutores perguntou se poderia pensar mais um pouco e responder no dia seguinte se aceitava ou não participar. No dia seguinte, procurou a pesquisadora e afirmou que não iria participar, porque achava que não estava preparado para tamanha responsabilidade. Dessa forma, a pesquisadora chamou novamente o tutorado e apresentou os outros dois nomes para que ele escolhesse quem iria ficar no lugar do que não ia mais participar. Ele escolheu e a pesquisadora conversou com esse novo aluno indicado pelo tutorado. Imediatamente ele aceitou. Contatou o responsável desse novo tutor e realizou uma nova reunião para apresentação e esclarecimento da pesquisa.

Para serem tutores, foram escolhidos colegas da mesma sala e mesma idade porque Duran e Vidal (2007), referindo-se qual seria a melhor formação das díades com relação à idade, comparando díades formadas por alunos de diferentes idades com outras por alunos da mesma idade, confirmam que, nas segundas ocorre mais envolvimento e aprendizagem, provavelmente devido à “maior satisfação ou comodidade que rege a interação” (DURAN; VIDAL, 2007, p. 43), o que não acontece nas díades em que o tutor é mais velho, pois ele tende a dominar a

interação e não permitir a participação do tutorado. Os autores ainda concluem, afirmando que as díades mais efetivas são aquelas formadas por alunos da mesma idade, porém com diferentes níveis de habilidades cognitivas.

Também se optou por escolher e treinar mais de um tutor para evitar o cansaço e o desgaste que as sessões de tutoria poderiam gerar, bem como para que o aluno tutorado não se tornasse dependente de um só colega tutor, podendo exercer sua capacidade de interação com mais de um colega, reduzindo-se os “inconvenientes da tutoria fixa: [...] autoritarismo e dependência do tutor” (DURAN; VIDAL, 2007, p. 45).

Por questões éticas, os alunos tutores e o tutorado serão identificados como Tutorado, Tutor 1, Tutor 2 e Tutor 3 e serão caracterizados no quadro 4:

Quadro 4 - Caracterização dos alunos participantes

Identificação Gênero Idade Ano Escolar

Tutorado masculino 14 anos 8º ano B

Tutor 1 feminino 13 anos 8º ano B

Tutor 2 feminino 13 anos 8º ano B

Tutor 3 masculino 13 anos 8º ano B

Fonte: Dados da pesquisa (2019).

5.3.3 Professores

A Resolução SE-30, de 10 de julho de 2017, estabelece em seu artigo 4º a carga horária que deve ser assegurada ao segmento de ensino correspondente aos anos finais do ensino fundamental: “I - no período diurno: 30 (trinta) aulas semanais, sendo 6 (seis) aulas diárias, com duração de 50 (cinquenta) minutos cada, totalizando 1.200 (mil e duzentas) aulas anuais, segundo disposto no Anexo I desta resolução”, conforme quadro 5:

Quadro 5 - Matriz Curricular para o Ensino Fundamental – Anos Finais. Período Diurno. Base Nacional Comum

Áreas Componente Curricular Termos

1º 2º 3º 4º

Língua Portuguesa 6 6 6 6

Fonte: Resolução SE-30, de 7-7-2017.

Nesse sentido, optou-se por eleger os professores de Língua Portuguesa e Matemática como participantes do estudo por essas disciplinas apresentarem um maior número de aulas semanais – seis cada uma, possibilitando um tempo maior de interação entre o tutor e o tutorado e a oportunidade de uma observação com mais qualidade pelos professores participantes.

Duran e Vidal (2007) veem o papel do professor participante de um programa de tutoria por pares como um observador capaz de realizar “observações oportunas para uma avaliação contínua” (DURAN; VIDAL, 2007, p. 62) da estratégia em sala de aula. É, por meio dessas observações que o pesquisador poderá, no momento da entrevista, obter dados importantes sobre a participação dos alunos.

A caracterização dos professores participantes está descrita no Quadro 6:

Quadro 6 - Caracterização dos professores participantes

Identificação Gênero Idade Formação Tempo que atuava no

magistério Professor de Língua

Portuguesa Masculino 45 anos

Letras - Habilitação em Língua Portuguesa e

Inglês.

24 anos

Professor de Matemática Feminino 41 anos

Informática Matemática

11 anos Fonte: Dados da pesquisa (2019).