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4   REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 7

6.5   Procedimentos 115

Neste capítulo encontram-se apresentados, numa primeira fase, os procedimentos tidos durante a etapa de construção dos instrumentos desenvolvidos neste estudo, e numa segunda fase os procedimentos efectuados na etapa de recolha dos dados sobre os quais se debruça o capítulo dos resultados. Por fim, na última fase são expostos os procedimentos relativos ao tratamento e visionamento dos vídeos.

6.5.1 Construção do sistema de observação e do questionário

Considerando que a maioria dos procedimentos realizados já foi apresentada nos respectivos capítulos acerca da construção dos instrumentos, apenas serão neste capítulo apresentados os procedimentos ainda não referidos anteriormente.

Para a construção do sistema de observação, quer os experts quer os instrutores, foram contactos pessoalmente no sentido de serem convidados para intervir neste estudo, tendo-lhes sido explicado o seu objectivo. As reuniões foram realizadas pessoalmente com os mesmos, num local isolado. Em alguns casos, as respostas dos especialistas da fase de validação facial foi feita via correio electrónico.

Após construído o novo sistema de observação procedeu-se à construção do questionário.

Na construção do questionário o contacto com os experts e a resposta dos mesmos foi realizada de forma semelhante à efectuada na construção do sistema de observação.

Ainda durante a construção do questionário, nas diversas aplicações realizadas aos alunos, em ambiente de ginásio, foram efectuados os seguintes procedimentos:

ƒ Foi efectuado o envio de uma carta (Anexo 12) e um contacto pessoal ao responsável dos vários ginásios onde se aplicaram as diversas versões do questionário, explicando o objectivo do estudo e quais os procedimentos de pesquisa, e solicitando autorização para a aplicação do questionário aos alunos.

ƒ Após autorização por parte do responsável de cada um dos ginásios, para a aplicação do questionário foi novamente explicado o objectivo do estudo, quais os procedimentos de pesquisa e solicitada autorização para a aplicação do questionário aos alunos no final da aula aos respectivos instrutores das classes.

ƒ Dada a autorização por parte dos instrutores, foi combinado com os mesmos a data e hora de aplicação dos questionários.

ƒ No dia da aplicação dos questionários aos alunos, foi realizado um pedido de colaboração aos mesmos, tendo-lhes sido explicado qual o objectivo do estudo.

6.5.2 Recolha dos dados

Para a realização das gravações e aplicação do novo sistema de observação, assim como para a aplicação final do questionário, foram realizados os procedimentos seguidamente apresentados.

Foi solicitado à Escola Superior de Desporto de Rio Maior (ESDRM) uma lista com o nome dos alunos formados no curso de Desporto, variante de Condição Física (carta em Anexo 13). Estes foram depois contactados por telefone, tendo-lhes sido perguntado se estavam a leccionar Localizada. No caso das respostas afirmativas, foi solicitada a sua colaboração no estudo, após uma breve explicação do mesmo em termos de objectivo e procedimentos da recolha dos dados, tendo-lhes sido pedidos alguns dados sobre o ginásio (morada, telefone e nome do ginásio e seu responsável) onde leccionavam essa actividade.

Foi enviada uma carta (Anexo 14), e realizado um contacto pessoal via telefone, ao responsável de cada ginásio onde se pretendia gravar aulas e aplicar os questionários, explicando o objectivo deste estudo e quais os procedimentos de pesquisa, e solicitando autorização para a recolha.

Após obtida uma resposta positiva em termos de autorização por parte do ginásio, foi realizado um novo contacto, via telefone, com os instrutores que iriam colaborar no estudo, com o intuito de proceder à marcação dos dias e horas da recolha e solicitar aos instrutores para contactarem com os seus alunos pedindo, após uma breve explicação deste estudo, a sua colaboração para preenchimento do questionário e autorização para gravação em vídeo.

Após a autorização dos alunos, que foi realizada verbalmente, foi feita a confirmação da recolha com os instrutores. Dado que em algumas instituições os alunos não são fixos por classes, antes do início de cada aula foi novamente pedida permissão, de modo verbal, aos alunos para realizar as gravações em vídeo e pedida a sua colaboração para preenchimento dos questionários, sendo mais uma vez explicado qual o objectivo deste estudo.

A equipa de gravação foi constituída por 6 sujeitos, tendo estes treinado previamente todos os procedimentos a realizar durante as recolhas, os quais se encontram seguidamente apresentados. Em cada recolha estiveram presentes pelo menos sempre 2 sujeitos da equipa.

Em todas as recolhas o material foi montado antes de a aula começar, para que as aulas se iniciassem no horário previsto, e não se atrasassem devido a este procedimento.

Dado que as aulas de grupo são acompanhadas com música, quase na sua íntegra, o que por vezes dificulta a percepção da voz dos instrutores, de forma a contornar esta dificuldade, em todas as gravações, o receptor do microfone foi ligado à câmara por um fio, enviando directamente para esta o som recebido, ficando assim registada a voz do instrutor simultaneamente com o som ambiente e com a imagem captada pela câmara.

Em cada instrutor observado, o microfone de lapela que foi colocado junto ao seu peito, encontrando-se este ligado por um fio a um emissor, que transmite o som para um receptor. Note-se que o microfone não

aumentava o volume do som da voz dos instrutores, de forma a não causar interferência ao normal volume de voz emitido pelos mesmos, dado que estes podiam não utilizar microfone nas suas aulas com esse objectivo.

De forma a prevenir eventuais interferências no som, causadas pela movimentação dos instrutores durante a aula, em todas as gravações o fio do microfone foi preso por dentro da roupa do instrutor (camisola ou top), o que também previne eventuais incómodos que o fio possa causar durante a sua movimentação. Para além disso, o emissor foi preso à sua cintura com um cinto específico para o efeito.

Foi utilizado um tripé para apoio de cada uma das duas câmaras de vídeo. Uma das câmaras foi essencialmente dirigida para a classe em geral e outra para o instrutor. Durante a gravação os elementos da equipa de filmagem seguiram sempre o instrutor com a câmara, acompanhando os seus comportamentos ao longo de toda a aula, bem como a classe em geral.

Cada câmara de vídeo foi ligada a uma extensão eléctrica, para que o indivíduo da equipa de filmagem tivesse corrente eléctrica em qualquer espaço da sala de forma adoptar a melhor posição na sala para a gravação.

Após a aula terminar os sujeitos da equipa de recolha de dados, mais uma vez, solicitaram aos praticantes o preenchimento do questionário. Após serem entregues os questionários, assim como canetas e capas rígidas, foi feita uma breve explicação acerca da estrutura e forma de preenchimento do questionário, tendo ainda sido pedido que os respondentes realizassem o seu preenchimento isolados uns dos outros.

6.5.3 Tratamento e visionamento dos vídeos

Após realizadas as recolhas das gravações em vídeo, o conteúdo das cassetes de vídeo foi transferido para um PC, tendo para tal sido utilizado o software informático Windows Movie Maker ®, com uma definição de

1.5 Mbps, tendo sido criado um ficheiro do tipo *.wmv.

O visionamento das gravações de vídeo foi realizado num PC através do software informático Match

Vision Studio v 3.0 (Perea et al., 2005). Este software só permite utilizar vídeos do tipo *.mpeg ou *.mpg ou

*.avi, pelo que, antes do visionamento e codificação, os vídeos tiveram de ser convertidos. Para realizar a conversão foi utilizado o software Media Coder 0.5.1 (Huang, 2006), tendo sido criado para o vídeo de cada aula um ficheiro do tipo *.mpg a partir do ficheiro *.wmv, com uma definição novamente de 1.5 Mbps.

Na seguinte figura é possível observar um exemplo da janela do Match Vision Studio durante o visionamento e codificação dos vídeos.

Figura 7 – Exemplo de janela do Match Vision Studio.

Na codificação dos comportamentos dos instrutores da amostra foi utilizado o método de registo de duração (Anguera et al., 2001; Mars, 1989a), de forma a verificar qual o tempo (em frames) de cada comportamento.

Para a codificação foi utilizado o software Match Vision Studio 3.0, no qual a cada segundo correspondem 25 frames.

Sempre que foi iniciado um novo comportamento este foi codificado, e assim que se verificou a mudança de comportamento (passando para outro ou iniciando-se mais um novo) iniciou-se a codificação do novo comportamento. Deste modo, para cada comportamento que ocorreu, ficou registada a sua ocorrência e o seu momento de início e de término, sendo assim possível determinar a duração do mesmo, para além da sua frequência.

Nos momentos do vídeo em que não ocorreu nenhum dos comportamentos das categorias do sistema de observação utilizado (ex: No início do vídeo quando a aula ainda não começou; Na existência de um problema técnico em que não seja possível ver ou ouvir o instrutor), foi utilizada uma categoria específica para a codificação desses momentos, designada de Conjunto Vazio, de acordo com as sugestões de alguns autores (Anguera, 1993; Castañer, 1999).

Durante a codificação das aulas gravadas houve alguma dificuldade em definir quando é que as aulas iniciavam e terminavam, dado que antes do horário previsto alguns alunos vão entrando e colocando alguns materiais e conversando uns com os outros e/ou com o instrutor, e no final da aula alguns alunos arrumam logo os materiais e vão-se embora e outros ficam a conversar uns com os outros e/ou com o instrutor e só depois, após arrumarem os materiais, se vão embora. O início e final da aula não tem um padrão sempre igual, até por que por vezes existem aulas antes ou aulas logo depois, levando a que o instrutor disponha de mais ou menos tempo para conversar ou que este realize de forma diferente as tarefas organizativas (ex: o instrutor pode não ir buscar materiais pelo facto de ter havido uma aula anteriormente com os mesmos materiais). Por este motivo foi considerado que a aula se iniciava quando o instrutor colocava a música e/ou dirigia os alunos para a prática (dizendo por exemplo: “Vamos começar”), e foi considerado que aula terminava quando o instrutor terminava a parte prática e se despedia dos alunos em geral e/ou agradecia a presença dos alunos e/ou batia palmas e/ou desligava a música.

Após efectuada a codificação dos vídeos foi realizada a análise dos dados codificados também no

Match Vision Studio v 3.0 (Perea et al., 2005), para se obter a duração e frequência de ocorrência de cada um dos comportamentos. Os dados obtidos após a análise, foram depois transportados do ficheiro Excel ®

, criado

pelo Match Vision Studio v 3.0, para o software SPSS 15 ®, com o qual foi realizado o tratamento estatístico dos