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Com o intuito de problematizar teoricamente o objeto de estudo, a saber, as relações entre as políticas educacionais e as ações de formação continuada dos docentes do Ensino Superior na UFRN, no tocante à dimensão pedagógica e a interface com a inclusão de estudantes com deficiência, consideramos importante adotar, como procedimento inicial, a revisão sistemática da literatura, para conhecer o que vem se discutindo, ao longo da última década, no contexto

acadêmico nacional e internacional, a respeito das temáticas que versam sobre inclusão de pessoas com deficiência no Ensino Superior e sobre a formação continuada dos docentes em contextos universitários.

Realizamos estudos e análises em dados oficiais, institucionais e governamentais, em busca de informações sobre marcos legais e ações afirmativas que fundamentassem o percurso normativo da inclusão de estudantes com deficiência no contexto educacional e, especificamente, no universitário. Além disso, buscamos alicerces teóricos em estudos na área da Educação Especial/Inclusiva e da Formação de Professores para sistematizar os conhecimentos nestas temáticas, visando fundamentar teoricamente a pesquisa e articular as duas perspectivas de modo a compreendermos a empiria à luz dos elementos teóricos.

A revisão sistêmica de levantamento bibliográfico, foi direcionada pelas fases destacadas por Marconi e Lakatos (2003) as quais são: escolha do tema; elaboração do plano de trabalho; a identificação; localização; compilação; e fichamento.

A escolha do tema ocorreu após a definição do objeto de estudo desta Tese de Doutorado, o qual versaria sobre a inclusão no ensino superior e a formação continuada do docente universitário.

Seguimos com a elaboração do plano de trabalho, realizando mapeamento de bancos de dados científicos que pudessem qualificar a busca dos estudos. Estes deveriam ser qualificados pela área de pesquisa, definidos em termos de confiabilidade das produções acadêmicas.

Durante a etapa de identificação foram escolhidos como ambientes de busca virtual estudos contidos no Banco de Teses e Dissertações do portal da CAPES; na biblioteca digital Scientific Electronic Library Online – SciELO; Portal de periódicos da CAPES, WOS (Web of Science), Scopus e Dialnet.

Foram utilizados os seguintes critérios para busca e seleção de trabalhos: Artigos científicos publicados em periódicos - revisados por pares - nacionais e internacionais com qualificação A ou B (CAPES); artigos publicados em eventos científicos de grande relevância para a área; livros ou capítulo de livros; teses e dissertações.

Os descritores utilizados durante a coleta, escritos em português, inglês e espanhol durante as buscas, foram: universidade; inclusão; deficiência; professor; formação docente; formação continuada; políticas educacionais.

O refinamento das buscas foi definido pelo período das datas de publicações entre 2008 até 2019, perfazendo a última década de publicações sobre a temática. A delimitação temporal, considerou as mudanças políticas e sociais ocorridas no campo da inclusão no ensino superior. Destacamos que estes materiais foram selecionados tendo em vista a abrangência e a amplitude de discussões que realizam.

Durante a etapa de localização das produções acadêmicas, no tocante às teses e dissertações nacionais, foram localizadas inicialmente 52 pesquisas. Ao serem lidos os resumos de cada pesquisa, foram selecionados sobre o critério de aproximação teórica ou metodológica com a temática a ser estudada, temática geral “Inclusão de pessoas com deficiência no Ensino Superior”, 36 pesquisas – sendo elas 26 Dissertações e 10 Teses. Destas, apenas 2 dissertações perpassavam temática da formação continuada do docente universitário em uma perspectiva inclusiva.

No tocante aos artigos científicos nacionais foram localizados 45 Publicações que convergiam para a temática geral do estudo “Inclusão de pessoas com deficiência no Ensino Superior”. No entanto, após análise e leitura sistemática dos resumos e metodologias utilizadas, foram selecionadas 10 publicações que se aproximavam da temática específica: “formação docente no ensino superior em uma perspectiva inclusiva”.

No tocante às buscas de publicações internacionais, foram localizados inicialmente 31 Publicações, que discutiam a temática geral: “inclusão de pessoas com deficiência no Ensino Superior”. No entanto, após análise e leitura sistemática dos resumos e metodologias utilizadas, foram selecionadas 08 publicações que se aproximavam da temática específica: “formação docente no ensino superior em uma perspectiva inclusiva”. É interessante destacar que estes estudos foram publicados em diferentes países, tais como: Espanha (17), Cingapura (1), Inglaterra (4), França (1), Venezuela (2) e Chile (2).

Na etapa de compilação e coleta dos dados foi utilizado um protocolo como instrumento contendo informações sobre cada estudo, são estas: ano de publicação, autor (es), título, tipo de produção (artigo científico, livro, capítulo de

livro, tese ou dissertação), objetivos, metodologia utilizada, discussão teórica e resultados. O referido instrumento foi submetido à apreciação de 3 (três) pesquisadores externos, para avaliarem quanto à clareza, objetividade e conteúdo, sendo considerado adequado para o objeto estudado.

Na etapa do fichamento foram analisadas as relações teóricas e epistemológicas entre cada estudo e discutidas com outros referências aspectos relacionados ao objeto de estudo. Os dados foram categorizados por grupos de acordo com os temas abordados nos estudos e resultados apresentados.

Como produto da revisão sistemática de levantamento bibliográfico apresentaremos as temáticas gerais mais discutidas e buscaremos ressaltar aqueles que mais se aproximam da temática da formação continuada do docente universitário no Ensino Superior em uma perspectiva inclusiva.

No que diz respeito às Teses e Dissertações Nacionais encontradas, pode-se perceber uma multiplicidade de áreas de investigações na área da Inclusão de pessoas com deficiência no Ensino Superior. Elencamos como primeiro grupo aqueles estudos que discutiram de uma forma geral a temática da Inclusão na universidade e as percepções dos estudantes com deficiência, docentes e técnicos. A temática da inclusão no contexto universitário discutida pelos atores envolvidos neste cenário, se apresenta em destaque, nos 14 (quatorze) trabalhos. As teses e dissertações elencadas neste grupo apresentaram reflexões coincidentes sobre o processo educacional inclusivo na universidade, oportunizando um diálogo entre a teoria e a empiria através de relatos de experiências, destacando como necessárias o preenchimento de cada lacuna, que se configura como barreira pedagógica, física ou atitudinal, a partir de cada realidade. Em seus resultados são apresentadas as percepções de estudantes com deficiência, dos docentes e/ou técnicos sobre a inclusão das pessoas em cada realidade, destacando a voz dos partícipes e impetrando aos mesmos possibilidades de posicionamento e diálogo com a academia. (BORGMANN, 2016; ROSSETTO, 2009; SOARES, 2011; FERREIRA, 2015; SILVA, 2015; MONTEIRO, 2015; LIMA, 2013; SOARES, 2014; VIANA, 2010; NEGRY, 2012; FORTES, 2005; MELO, 2011; GUIMARÃES, 2011; TOMAZ, 2016).

No segundo grupo, distribuímos aqueles estudos que se dedicaram à análise de Políticas e Programas de promoção à inclusão da pessoa com deficiência no Ensino Superior. As Teses de Castro (2011); Miranda (2014);

Oliveira (2011); e as Dissertações de Araújo (2013); Monteiro (2016); Souza (2010); Saraiva (2015); Souza (2015), possuem como objetos de estudos os marcos regulatórios nacionais, o Programa Incluir5 e a implementação/atuação

dos núcleos de acessibilidade no Brasil. Apontam como resultados os avanços ocorridos na política nacional, porém destacam a necessidade de um maior acompanhamento da aplicação dos marcos regulatórios nos contextos empíricos analisados.

No terceiro grupo foram reunidos os estudos que discutem a temática da “acessibilidade no ensino superior”, dos quais as três Teses: de Corrêa (2014); Guerreiro (2011); Morejón (2009); e a Dissertação: Nogueira (2012) destacam tanto o âmbito físico/arquitetônico, quanto o âmbito comunicacional. Nos 4 (quatro) trabalhos nas categorias de análises são apresentadas com instrumentos de avaliação aos requisitos de acesso e permanência. Nos resultados são destacados como barreira a permanência do estudante com deficiência.

No quarto grupo foram destacados o tema do “acesso em processos seletivos e permanência” em 4 (quatro) Dissertações: Rangel (2015); Souza (2011); Braga (2012); Freitas (2015). Os estudos se referem ao acesso em processos seletivos para ingresso e permanência, sendo destacados os aspectos relativos aos processos seletivos vestibulares, dispositivos de cotas para o ingresso, as bancas especiais e as ações institucionais que visam garantir a permanência, tais como bolsas de permanência e programas específicos aos estudantes com deficiência.

No quinto grupo foram reunidos os estudos que discutem as “práticas docentes”, dos quais são as Teses de Soares (2011); Camargo (2005) e as 2 Dissertações de Correa (2016); Santos (2014). Os estudos apontam percepções de estudantes com deficiência e docentes a respeito da atuação pedagógica na sala de aula universitária diante da presença de estudantes com deficiência, destacando os desafios enfrentados no desempenho desta tarefa. São discutidos das análises quesitos como práticas excludentes e barreiras

5 “Programa Incluir”, foi criado em 2005 pelo MEC por meio da SESu/SECADI, que visa fomentar

a criação e a consolidação de núcleos de acessibilidade nas IFES, as quais respondem pela organização de ações institucionais que garantam a inclusão de pessoas com deficiência à vida acadêmica, eliminando barreiras pedagógicas, arquitetônicas, na comunicação e informação, promovendo o cumprimento dos requisitos legais de acessibilidade.

atitudinais. Ambos os trabalhos pontuam questões sobre as necessidades formativas dos docentes, no entanto não discutem possibilidades de elaborações para novas políticas institucionais ou relatam experiências de formação continuada.

No sexto grupo está a única Dissertação que traz a questão dos “egressos com deficiência”: Sousa (2016), que discute a temática. O trabalho que traz a voz de egressos com deficiência advindos das licenciaturas e que enfrentam dificuldades para ingressar no mercado de trabalho. Aponta como resultados a necessidade de haver parcerias entre as Universidades e as empresas, e ainda destaca a necessidade de um melhor preparo para a vida “para além” dos bancos escolares.

No sétimo grupo reunimos os estudos que dialogam mais diretamente com a proposta deste trabalho doutoral, a “formação do docente universitário em uma perspectiva inclusiva”. Foram elencadas duas dissertações: Torquato (2015), e Martins (2016). Nestes estudos são apontadas dificuldades presentes na prática docente que estão relacionadas às lacunas formativas existentes na preparação do docente universitário. São pontuados, em ambos os estudos, que existem limitações na formação inicial e continuada dos docentes universitários, especificamente, no tocante à efetivação da prática docente em uma perspectiva inclusiva. E destacam nos resultados a necessidade de investimento institucional em ações permanentes de formação oferecidas aos docentes na área da educação especial.

Ressaltamos a mínima quantidade de pesquisas científicas em contextos stricto sensu, e a inexistência em nossas buscas de tese doutoral brasileira, que tenha se dedicado a esta temática da formação do docente universitário em uma perspectiva inclusiva.

No tocante aos artigos científicos nacionais, foram selecionados inicialmente 45 publicações que se referiam a temática geral: Inclusão de pessoas com deficiência no Ensino Superior. As quais destacamos temáticas como: Revisão Bibliográfica – 4 artigos: Baptaglin,souza (2012); Silva, Souza, Prado, Ribeiro, Lia, Carvalho (2012); Brito, Zeppone (2014); Martins, Martins (2018); Acesso e permanência e Acessibilidade - 16 artigo: Pacheco, Costas (2005) Siqueira, Santana (2010); Moreira, Bolsanello, Seger (2011); Ferreira (2007), Vieira, Severo,albertani (2014); Isabel, Ramosi, Lisneti Castroiv &

Roselane Lomeov (2013), entre outros; Políticas Educacionais Inclusivas e Núcleos de Acessibilidade - 15 artigos: Melo, Martins (2016 a); Melo, Martins (2016b); Ferreira (2007); Dantas (2015); Cabral; Melo (2017); Almeida, Rebouças (2016); Pletsch, Melo (2017) entre outros.

Dos artigos que se referem a nossa temática específica: “formação docente no ensino superior em uma perspectiva inclusiva” destacamos 10 publicações. Quantitativo um pouco mais expressivo do que o representado no universo das dissertações e teses.

No tocante às publicações internacionais, foram selecionadas inicialmente 31 publicações que se referiam a temática geral: Inclusão de pessoas com deficiência no Ensino Superior. As quais destacamos temáticas como: Práticas educacionais inclusivas / estratégias pedagógicas / Boas práticas: 10 artigos - Omaña, Alzolar (2017); Abasal, Ramírez (2017); Álvarez-Pérez(2012); Moriña Díez, López Gavira, Cotánrnández (2015); lvarez-Pére, Alegre-de-la-Rosa, López-Aguilar (2014); Ebersold, Cabral (2016); entre outros; Acesso e Acessibilidade: 7 artigos - Cabral, Mendes, Ebersold (2015); Ferreira, Prado, Cadavieco (2015); Vera; Lledó; Roig-Vila (2016); Vigaray, González-Gascón. et al (2016) entre outros; Políticas Educacionais Inclusivas e Serviços de apoio: 4 artigos - Camino; Vieira, García, Javier (2014); Susinos,Rojas (2014); Vigaray, González-Gascón (2016); González (2016); Perspectivas do alunado com deficiência: 2 artigos - Vega, Moriña-Díez (2015); Moriña, Perera (2018).

Dos artigos que se referem a nossa temática específica, qual seja, a

“formação docente no ensino superior em uma perspectiva inclusiva”

destacamos 08 publicações. É importante ressaltar que os estudos foram publicados em diferentes países, tais como: Espanha (17), Cingapura (1), Inglaterra (4), França (1), Venezuela (2) e Chile (2)

Diante da revisão sistemática de levantamento bibliográfico destes estudos é perceptível que, na última década, houve uma ampliação das discussões teóricas a respeito da Inclusão no Ensino Superior, destacando a relevância desta temática tanto para o âmbito acadêmico, quanto para o âmbito social. A inclusão de estudantes com deficiência na universidade tem se apresentado como um desafio ao desenvolvimento de políticas e ações institucionais, que garantam a estes estudantes o exercício pleno de cidadania e participação efetiva na vida acadêmica (SILVA, 2012; PEREIRA, 2016).

Discussões sobre a elaboração e implementação de políticas educacionais inclusivas; acesso, permanência e acessibilidade; evidência às percepções das pessoas com deficiências; serviços de apoio e núcleos de apoio; práticas educacionais inclusivas; entre outras temáticas, tem estado em evidência tanto em âmbito nacional quanto em âmbito internacional.

No entanto, o contexto da inclusão de pessoas com deficiência no Ensino Superior é deveras recente e constitui-se como vasto campo investigativo. Trata- se de um nível de Ensino, complexo, que rege a todos os outros e que é responsável pela formação cultural, social e acadêmica de toda a comunidade. Falar e investigar a inclusão e permanência da pessoa com deficiência em qualquer ângulo deste contexto se configura ainda desbravador.

A temática da formação do docente universitário em uma perspectiva educacional inclusiva, apresenta-se de modo embrionário, e urge por novas iniciativas de pesquisa. Reflexo disto é o mínimo resultado de publicações sobre a temática, pois enquanto foram selecionados 112 estudos no total sobre a temática geral “Inclusão de pessoas com deficiência no Ensino Superior”, foram escolhidos apenas 20 estudos que se aproximavam da temática específica “Formação docente no ensino superior em uma perspectiva inclusiva”. Seguramente, nenhum destes se propunha a investigar as políticas educacionais e institucionais de formação continuada do docente universitário à luz do processo educacional inclusivo.

Mesmo com a baixa expressividade numérica, os estudos que dialogam com a temática a qual nos propusemos investigar, apontam diretamente para a não preparação prévia do professor para lidar com o processo de inclusão. A formação docente é discutida neste aspecto sob o viés de que as universidades deveriam desenvolver, em seus cursos de graduação e de pós-graduação e em programas de formação continuada, preparação para os professores e profissionais da educação atuar frente à diversidade.

Estudos específicos sobre a formação continuada do docente no contexto do Ensino Superior em uma perspectiva inclusiva, em âmbito nacional e internacional, respaldam a necessidade efetiva de formação docente, no tocante à dimensão pedagógica e especificamente na área da Educação Inclusiva. (THOMA, 2006; VITALIANO, 2007; CARBALLO, 2016; CARBALLO, MORIÑA, 2018; SILVIA, SIMIROTTI, SAMMAR, 2012).

Assim como evidenciam que a ausência de formação pedagógica se configura como barreira na ação docente para lidar com a diversidade inerente à presença de estudantes com deficiência (MORIÑA-DIEZ, LÓPEZ GAVIRA, MELERO, CORTÉS VEJA, ROMO, 2013, CARBALLO, 2018). E ainda destacam a importância da formação continuada para a prática docente, evidenciando a ação formativa em uma perspectiva inclusiva, como aspecto positivo junto aos estudantes com NEE. (REDRUELLO; RODRÍGUEZ; QUESADA; VILORIA, 2014; CARBALLO, 2018; OLIVEIRA, MAGALHÃES, MENDONÇA, 2016).

Destacamos ainda que os estudos que apresentam as vozes de estudantes com deficiência em relatos sobre suas experiências acadêmicas, destacam a atuação pedagógica dos docentes universitários como uma das maiores barreiras existentes na universidade (VEGA, MORIÑA-DÍEZ, 2015; MORIÑA, PERERA, 2018).

Respaldando estas afirmações, Martins (2016) afirma com base em estudo realizado com estudantes cegos na Educação Superior que, em geral, o professor aparece como o agente que poderá viabilizar o processo inclusivo ou obstruí-lo em seu campo de atuação, e ainda a lacuna no processo formativo podem acentuar as barreiras pedagógicas e atitudinais. Destacaram-se na análise do referido estudo, práticas docentes alicerçadas nas barreiras pedagógicas e atitudinais, com ênfase no preconceito e na invisibilidade do estudante com NEE em sala de aula. No tocante ao processo formativo dos docentes, o estudo apontou lacunas, no que diz respeito à formação pedagógica, e principalmente no que se refere ao aperfeiçoamento didático-pedagógico para lidar com a inclusão de estudantes com NEE na Educação Superior.

Desta feita, abre-se espaço para a discussão teórica e investigação a respeito da elaboração e gestão de políticas de formação continuada do professor universitário, na perspectiva educacional inclusiva como parte inerente à oferta da qualidade do ensino para todos.

O estudo de Moriña, Lopez-Gavira, Morgado (2019), revelaram que vários aspectos se constituem como essenciais para possibilitar a educação inclusiva: a atitude positiva dos professores em relação aos estudantes com deficiência para promover a educação inclusiva, a necessidade de fazer ajustes razoáveis (metodologias, sistemas de avaliação e recursos) para garantir a aprendizagem

dos estudantes com deficiência, e o uso de tecnologias para facilitar o acesso à aprendizagem.

Concordamos com Eidelwein (2005) quando afirma que a inclusão na universidade exige um redimensionamento na formação do professor universitário, o que implica na proposição de uma Pedagogia Universitária que invista na formação continuada dos professores, contemplando o paradigma da inclusão, podendo, desta forma, ampliar as discussões sobre esta temática.

A Pedagogia Universitária voltada à formação de professores na perspectiva da inclusão de estudantes com deficiência ainda é pouco discutida a nível de produção acadêmica, e quando ocorre, se direciona a iniciativas individuais de algumas instituições ou setores específicos nas universidades. (HAYASHI, MACHADO, ETO, YAMANIHA, AUSEC (2012); BATISTA, SANTOS, FUMES (2016); CARBALLO, 2018).

Diante dos aspectos discutidos e analisados na revisão sistemática da literatura a respeito da inclusão de estudantes com deficiência no ensino superior e as relações entre as políticas de formação continuada dos docentes universitários em uma perspectiva inclusiva, apontamos para a inexistência, atualmente, de estudos que analisem a articulação entre as políticas (nacionais e institucionais) de formação continuada do docente universitário e a relação entre a inclusão dos estudantes com deficiência no Ensino Superior. Assim como, destacamos a ausência de discussões que envolvam as implicações entre a permanência dos estudantes com deficiência no Ensino Superior e formação docente. Da mesma maneira, percebemos a escassez de estudos que apresentem experiências no campo da formação continuada em uma perspectiva inclusiva para o docente do Ensino Superior.

Deste modo, a formação docente do Ensino Superior em uma perspectiva inclusiva se mostra como campo para novas pesquisas, que possam suscitar discussões a este respeito dentro das instituições, provocando a elaboração e reelaboração de suas políticas internas que impactem a formação continuada do docente universitário à luz de uma perspectiva educacional inclusiva.

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