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3.1. Método

3.1.2. Processo da Criação de Sentido da Análise de Conteúdo

No presente estudo recorreu-se à análise de conteúdo porque a informação – as respostas dos adolescentes à obra de arte – provinha de fontes não estruturadas, uma vez que desenvolveram narrativas à Entrevista elaborada pela investigadora. As suas respostas continham as primeiras impressões, pensamentos, associações livres e descrições em relação às obras expostas.

Através de material não estruturado – as narrativas –, procedeu-se à análise de conteúdo de forma sistemática, criando unidades de classificação (categorias e subcategorias), ou seja, através da análise das respostas no seu conjunto, classificando as unidades à posteriori nas diferentes dimensões, constituindo-se dois grupos diferentes. Um primeiro grupo para as questões «Q1 - O que vê aqui? Q2 - O quê que vê que o faz ver isso? Q3 - Que história poderia contar a partir desta imagem?» (fig. 2), e um segundo, para as questões «Q4 Qual a imagem que mais gostou? Porquê? Q5 - Qual a imagem que menos gostou? Porquê? Q6 - Qual o impacto

que este conjunto de imagens teve em si? O quê que sentiu com a apresentação destas imagens», (fig. 3).

Dimensão formal Dimensão Conteúdo

Dimensão Afetiva

Categoria Sentimentos/emoções Categoria Cenários Temáticos

Figura 2. Análise de Conteúdo das questões 1, 2 e 3 – Raiz das dimensões, categorias e subcategorias

Categoria Forma-conteúdo Categoria Forma Cor Figura Objetos-Adereços Cenário Expressão do rosto

Vestes Relação entre elementos

Categoria Descrição Categoria Interpretação Expressão do corpo Imaginação Projeção Sentimentos/ emoções positivas Sentimentos/ emoções negativas Doença Gravidez Casamento Família Valores Batizado Morte

Passamos a descrever as dimensões, categorias e subcategorias que integram o primeiro grupo (fig. 2) referente às questões 1, 2 e 3 da investigação em curso «Q1 - O que vê aqui? Q2 - O quê que vê que o faz ver isso? Q3 - Que história poderia contar a partir desta imagem?»

A dimensão formal diz respeito às referências produzidas pelos observadores sobre os elementos formais da obra de arte, a partir da descrição e análise dos aspetos formais, bem como do conteúdo e articulação entre ambos. Inclui a categoria forma-conteúdo na qual constam exemplos ao conteúdo formal da obra de arte e ao que nela está representado com as subcategorias figura, cenário, adereços e objetos, expressão do corpo, expressão do rosto,

vestes e relação entre elementos; e a categoria forma que integra as referências aos elementos

do conteúdo formal da obra de arte com a subcategoria cor. Os sujeitos assinalam o modo como a sombra, as cores e o fundo são expostos na obra de arte.

Na dimensão conteúdo é integrado o olhar e a explicação por parte do observador em relação ao conteúdo da obra de arte, quer seja uma observação mais interpretativa, ou descritiva. Integra-se a categoria interpretação, na qual, os observadores a partir do encontro e do olhar sobre a obra de arte, imaginam, interpretam, recriam, inventam e/ou projetam uma história que poderá ou não transcender o aspeto exterior da obra de arte, com a subcategoria imaginação e

projeção; e a categoria descrição em que os adolescentes no encontro com a obra de arte,

limitam-se a estabelecer um olhar descritivo (com tendência à síntese e reconhecimento). Na dimensão afetiva são contempladas as emoções, sentimentos e conteúdos temáticos evocados pelos elementos formais e pelo conteúdo expresso na obra de arte por parte dos observadores. Inclui a categoria denominada de sentimentos/emoções com a subcategoria de

sentimentos/emoções positivos e sentimentos/emoções negativos, com uma atribuição da

qualificação positiva (exemplo: felicidade, contentamento, coragem), ou negativa (exemplo: raiva, solidão, vazio); e a categoria de cenários temáticos, com as subcategorias de doença,

gravidez, família, casamento valores, morte, e batizado que integra um espaço simbólico entre

o que se apresenta ao sujeito e o que poderia ser, transcendendo o aspeto exterior, através da imaginação e constituindo-se a obra de arte, ela mesma, um cenário gerador de uma emoção emergente.

Como as questões «Q4 Qual a imagem que mais gostou? Porquê? Q5 - Qual a imagem que menos gostou? Porquê? Q6 - Qual o impacto que este conjunto de imagens teve em si? O quê que sentiu com a apresentação destas imagens?», pretendem avaliar o impacto estético das

pinturas no grupo de adolescentes, considerou-se importante criar novas dimensões, categorias e subcategorias. Em seguida, apresenta-se o diagrama correspondente:

Dimensão formal

Dimensão Afetiva Dimensão Cenários

Dimensão Atitude

Figura 3. Análise de Conteúdo das questões 4, 5 e 6 – Raiz das dimensões, categorias e subcategorias.

Categoria Forma Cor Categoria Sentimentos Altruístas Categoria Sentimentos Tensão/Tristeza Categoria Sentimentos Bem- -estar/felicidade Categoria Sentimentos Amorosos Categoria Sentimentos Agressivos Categoria Sentimentos Ambíguos Categoria Cenários Temáticos Família Prisão Guerra Casamento Valores Doença Vida Batizado Morte História Maltrato Categoria Impacto Impacto neutro Impacto positivo Impacto negativo

No que diz respeito ao segundo grupo (fig. 3) referente às questões 4, 5 e 6 do presente estudo «Q4 Qual a imagem que mais gostou? Porquê? Q5 - Qual a imagem que menos gostou? Porquê? Q6 - Qual o impacto que este conjunto de imagens teve em si? O quê que sentiu com a apresentação destas imagens?» conservou-se a dimensão formal com a categoria forma e subcategoria cor.

Pela natureza das narrativas a dimensão conteúdo desapareceu.

Manteve-se a dimensão afetiva, e criaram-se categorias, nas quais, os sujeitos expressam os sentimentos e emoções, aquando do impacto com as obras de arte, que foram agrupados em diferentes conteúdos: sentimentos e emoções altruístas (exemplo: ajuda, união, esforço),

sentimentos e emoções tensão/tristeza (exemplo: mágoa, solidão, sofrimento), sentimentos e emoções bem estar/felicidade (exemplo: coragem, beleza, alegria), sentimentos e emoções amorosos (exemplo: amor, afetos, carinho), sentimentos e emoções agressivos (exemplo:

revolta, vingança, maldade) e sentimentos e emoções ambíguos (exemplo: estranheza, confusão, indecisão).

Criou-se a dimensão cenários, com a categoria cenários temáticos e as subcategorias

doença, família, casamento, valores, morte, batizado, vida, história, maltrato, prisão e guerra.

Esta dimensão integra os cenários e conteúdos temáticos evocados pelos elementos formais (expressão do rosto e/ou do corpo), pelo conteúdo expresso na obra de arte, e pela imaginação e/ou projeção dos observadores.

Ainda se criou a dimensão atitude que inclui a interação positiva, negativa ou neutra evocada pelos observadores no impacto estético, em relação à obra de arte, com a categoria

impacto e as subcategorias de impacto positivo, impacto negativo e impacto neutro, ou seja, a

indefinição e imprecisão do que sentiram face à obra de arte.

Posteriormente, procedeu-se à comparação das histórias produzidas pelas seis questões nos grupos em análise. As respostas foram analisadas como já foi referido pelo seu conjunto, todavia, separadas pelas categorias e subcategorias, criadas ao longo da análise das narrativas. A sua criação e codificação emergiu do conteúdo expresso nas histórias. Para além disto, é importante referir que um fragmento textual pode ter sido incluído em mais do que uma categoria.

Na tabela que se segue, apresentamos exemplos da categorização das narrativas e sua definição/ explicação por dimensão, categoria e subcategoria. (tabela 1). É importante salientar

que existem diferentes categorizações, nomeadamente uma para as questões 1, 2 e 3 que pretendem avaliar a perceção do adolescente à obra de arte, e, uma segunda, correspondente às questões 4, 5 e 6 que avalia o impacto estético por parte dos adolescentes à obra. Assim sendo, na tabela seguinte expomos a análise das categorias, subcategorias e dimensões paras as três primeiras questões:

Definição Exemplos

Dimensão Formal

Referências por parte dos observadores sobre os elementos formais da obra de arte a partir da descrição e análise dos aspetos formais bem como do conteúdo e, articulação entre

ambos.

“Uma mulher com uma espada na mão direita e com uma saia dourada, um casaco azul. Está a olhar. Tem palha na outra mão. Com um olhar

sério, mas simpático, uma mistura” [EAL, M.]

Categoria Forma – Conteúdo

Constam referências ao conteúdo formal da obra de arte e ao que nela está representado, como sendo por exemplo: figura; objetos/adereços; vestes; expressão rosto e corpo; cenário e a

relação entre elementos.

“Além de ter sido há muito tempo, se calhar era uma ama por causa da esponja e do modo de

vestir, que sabia lidar com as coisas, e pelo sorriso forçado no rosto, não tem marido porque

não tem aliança”.

Subcategoria Figura

Nesta subcategoria foram agrupadas todas as expressões que incluem tanto figuras e personagens humanos, bem como

animais.

“Está um homem de família (…), está outra pessoa que é outra personagem, é anónima. Também está aqui outra figura que é uma empregada a arranjar o homem. (…)”[EQM, F.]

Subcategoria Objetos-Adereços

Nesta subcategoria foram agrupadas todas as expressões que incluem objetos e adereços das personagens, dos cenários

evocados pelas qualidades pictóricas da obra de arte.

“Uma mulher com uma espada na mão e feno na outra” [CENP, M.]

Subcategoria Cenário

Nesta subcategoria foram agrupadas todas as expressões que incluem o espaço cénico da obra de arte.

“Casa de Pobres, porque só há uma cama muito frágil, parece suja (…)”[EAL, M.]

Subcategoria Expressão do rosto

Nesta subcategoria foram agrupadas todas as expressões que incluem a expressão do rosto dos elementos figurativos da obra

de arte.

“São homens e mulheres. Um homem parece ser mais pobre com um aspeto sujo e com um olhar triste. (…) O aspeto sujo, é pela pele que tem muitas manchas. A terceira com um aspeto um bocadinho sujo está a com ar de estar a pensar”.

[EAL, M.]

Subcategoria expressão do corpo

Nesta subcategoria foram agrupadas todas as expressões que incluem a expressão do corpo dos elementos figurativos da

obra de arte.

“Pelo movimento, pelo expressão do corpo que faz ver a agitação e pelas vestes” [EAL, M.]

Subcategoria Vestes

Nesta subcategoria foram agrupadas todas as expressões que incluem as qualidades pictóricas da obra de arte relativamente

aos elementos de vestuário.

“Duas raparigas, um senhor. As duas primeiras raparigas estão a ajudar a vestir uma roupa ou a

escolher roupa. Está sentada a tocar na roupa e a outra a tocar na mão dele”. [CENP, M.]

Subcategoria relação entre elementos

Nesta subcategoria foram agrupadas todas as expressões que incluem o movimento e a relação entre os elementos figurativos e os objectos que a própria obra, pelas suas qualidades pictórica

evoca.

“Duas senhoras, uma senhora parece estar grávida, um boneco que parece uma criança,

parece na imagem de trás estar a ajudar a senhora, pela posição do corpo e porque as grávidas não se conseguem mexer muito bem.

Duas sobreposições diferentes, mas com as mesmas personagens” [CENP, M.]

Categoria Forma

Nesta categoria existem referências aos elementos do conteúdo formal da obra de arte; os sujeitos assinalam o modo como a

sombra, as cores e o fundo são expostos na obra de arte.

“O mesmo homem que está doente num hospital antigo (os hospitais antigos eram vazios, pela expressão da cor da cara faz ver que está doente e pela expressão do rosto de sofrimento) a forma,

a expressão como está encolhido (…)”[EQM, F.]

Subcategoria cor Nesta subcategoria existem referências ao conteúdo formal da obra de arte, respetivamente à cor.

“Uma mulher (…) com um vestido azul e uma saia amarela” [EQM, F.]

Dimensão Conteúdo

É a dimensão que integra o olhar e a explicação por parte do observador em relação ao conteúdo da obra de arte, quer seja

uma observação mais interpretativa, ou descritiva.

“As pessoas do fundo são misteriosas, criadas. Esta não se parece tanto porque não se vê o amarelo, porque parece ter um fato diferente. Pelos lençóis da cama pelo estado do sofá. Uma está a pensar numa coisa que imaginava ter (pela

expressão pensativa mas curiosa) talvez uma pessoa como ela numa vida melhor. Esta parece muito fixa no futuro, no passado ou até mesmo no

presente (a postura está descontraída). Os olhares que aparecem, transmitem mesmo (sente-

se aqui) transmitem algo! Uma pessoa só, com solidão mas serena, não tem uma feição muito carregada. Quatro criadas a conviver no mesmo

sitio, mas com todos à volta, duas mulheres parecem mais sós.” [EQM, F.]

Categoria Interpretação

Nesta categoria os observadores a partir do encontro e do olhar sobre a obra de arte, imaginam, interpretam, recriam, inventam e/ou projetam uma história que poderá ou não transcender o

aspeto exterior da obra de arte.

“De manha ou à noite que estão a tentar dormir ou acordar, e que são pobres numa casa muito

pequena, com uma sala que estão a tentar arranjar o seu dia-a-dia. A cama está rasgada.

Estes são dois pobres que se juntaram para sobreviver ou se calhar são filho e pai e A Mãe

morreu. A criança também pode estar morta, porque está com um olhar vazio e sem vida. A maneira como está deitada não expressa um sinal

Subcategoria Imaginação

Nesta subcategoria existem referências ao conteúdo imaginativo, que a obra de arte evoca, nas narrativas

construídas pelos observadores.

“Um irlandês ou um holandês que mora perto do mar (…) talvez marinheiro” [EQM, F.]

Subcategoria Projeção

Nesta subcategoria existem referências ao conteúdo projectado pelos observadores quando percepcionam a obra de arte e

desenvolvem a narrativa a partir desta.

“Faz lembrar toda a minha vida, esta senhora é a minhA Mãe e esta criança podia ser eu, que neste momento estava a viver toda a mágoa e revolta, consegui levantar e suportar. Nesta parte inicial parece a minhA Mãe que não passou tempos fáceis. Além de ser uma imagem triste, considero

ser uma imagem muito bonita, porque tem o passado e o presente” [CENP, M.]

Categoria Descrição

Nesta categoria os observadores no encontro com a obra de arte limitam-se a estabelecer um olhar descritivo (com tendência à síntese e reconhecimento) perante o que é exposto na obra de

arte

“Aqui vejo um senhor deitado numa cama com uma coisa por baixo, uma senhora” [CENP, M.]

Dimensão Afetiva

Esta dimensão integra as emoções, sentimentos e conteúdos temáticos evocados pelos elementos formais e pelo conteúdo

expresso na obra de arte

“O mesmo homem que está doente, os hospitais antigos eram vazios, pela expressão da cor e pela

expressão do rosto de sofrimento. A forma e expressão como está encolhido. Uma pessoa muito simples, um mistério. Não se consegue caracterizar a pessoa, não demonstra qualquer

vida”. [EQM, F.]

Categoria Sentimentos/

Emoções

Nesta categoria os sujeitos expressam os sentimentos e emoções (positivos e/ou negativos) que a obra de arte cria no encontro com o sujeito, a partir dos seus elementos formais e

pelo seu conteúdo.

“Pode-se ver muita coisa... vê-se tempos antigos, pode-se ver felicidade, tristeza, a senhora lá atrás a lavar roupa sem máquina. Até

parece a minhA Mãe. O senhor parece padre. A imagem pode-se ver uma criança um bocado triste, porque está sozinha, na expressão da cara

demonstra que não está relaxada, não está contente. No entanto alegria na parte da cama a senhora tem movimentos de expressão do corpo

de alegria” [CENP, M.]

Subcategoria sentimentos/ emoções positivas

Nesta subcategoria existem referências a sentimentos/emoções com uma atribuição da qualificação positiva (exemplo: felicidade, contentamento, coragem), em relação à obra de arte.

“Estão apaixonados e felizes, se calhar é afilhada, está com um ar de precisar de alguma

coisa, parecem ser ricos e apaixonados porque estão de mão dada, a olharem-se com um ar

muito cuidadoso.” [EAL, M.]

Subcategoria sentimentos/ emoções negativas

Nesta subcategoria existem referências a sentimentos/emoções com uma atribuição da qualificação negativa (exemplo: raiva,

solidão, vazio), em relação à obra de arte.

“É um homem com uma vida muito dura (…) com muito sofrimento, muito fechado, uma personalidade triste e forte porque não

demonstra que está a sofrer (…) é só porque não tem mais ninguém à volta” [EQM, F.]

Categoria Cenários Temáticos

Nesta categoria existe um espaço simbólico entre o que se apresenta ao sujeito e o que poderia ser, transcendendo o aspecto exterior, através da imaginação e constituindo-se a obra

de arte, ela mesma, um cenário gerador de uma emoção emergente.

“Uma mulher que tem dois filhos numa aldeia. Iam sempre uns jovens aterrorizar a aldeia, pegar fogo e mataram um dos seus filhos. Ficou o

outro, eles voltaram, e a mulher tem na sua mão a espada e a relva na outra mão (que representa o seu outro filho), para não deixar que matem o outro filho. Esta mulher defendia os seus filhos”

[CENP, M.]

Subcategoria doença

Nesta subcategoria existem referências a temáticas com conteúdo de doença, evocados por parte dos observadores, em

relação à obra de arte, pelos elementos formais (expressão do rosto e/ou do corpo) e pela imaginação e/ou projeção dos

observadores.

“Nobres, talvez ela esteja doente. Uma família. Não percebo se é um padre (pelas vestes) ou é o marido que conforta com alguma coisa (pelo rosto) uma mulher reservada. As criadas, esta talvez seja uma das filhas. O fundo dá a sensação

de um espirito livre (pelas folhas verdes da imagem). As outras eram criadas, mas sentem, dá

a sensação de que os nobres são justos com as criadas”. [EQM, F.]

Subcategoria gravidez

Nesta subcategoria existem referências a temáticas com conteúdo de gravidez, evocados por parte dos observadores, em

relação à obra de arte, pelos elementos formais (expressão do rosto e/ou do corpo) e pela imaginação e/ou projeção dos

observadores.

“Primeira pessoa que está grávida, possa estar a dar conselhos sobre o bebé e a imagem atrás é a mesma pessoa que está a falar (é empregada

pelas vestes que têm) que não conseguem trabalhar e depois foi trabalhar para casa de

outra senhora.” [CENP, M.]

Subcategoria família

Nesta subcategoria existem referências a temáticas com conteúdo de vínculos – como por exemplo, a paternidade; casal; família –, evocados por parte dos observadores, em relação à obra de arte, pelos elementos formais (figura e/ou relação entre elementos) e pela imaginação e/ou projeção dos

observadores.

“A mulher está zangada com este homem. Eles são marido e mulher, mas estão a ter um conflito entre eles, o normal que acontece entre marido e mulher. À volta deles está a acontecer o dia a dia normal. As criadas, as crianças, e a filha que está

a ignorar o conflito deles”. [EAL, M.]

Subcategoria casamento

Nesta subcategoria existem referências a temáticas com conteúdo de casamento, evocados por parte dos observadores, em relação à obra de arte, pelos elementos formais (figura, e/ou

vestes, e/ou relação entre elementos, e/ou objectos/adereços) e pela imaginação e/ou projeção dos observadores.

“(…) pode ser um Casamento, ela está vestida de noiva”. [EAL, M.]

Subcategoria valores

Nesta subcategoria existem referências a temáticas com valores (por exemplo, justiça, ajuda, liberdade), evocados por parte dos observadores, em relação à obra de arte, pela imaginação e/ou

projeção dos observadores.

“Pessoas honestas que trabalham a vida inteira e que não conseguem sentir-se felizes por alguma mágoa ou pela vida que levam, gostavam de ter

uma vida melhor. Pessoas pobres e trabalhadoras. Esta senhora está a pensar em si

e a outra observa o sofrimento do homem nela.”

[EQM, F.]

Subcategoria morte

Nesta subcategoria existem referências a temáticas com conteúdo de morte, evocados por parte dos observadores, em

relação à obra de arte, pela imaginação e/ou projeção dos observadores.

“Um marido e uma mulher que infelizmente partiu (morreu), é só o corpo e vê-se que o marido ficou triste, sozinho, de depressão, porque não está numa posição confortável e porque eu já vi ficarem assim (a minha avó, tios),

com uma mágoa que não se consegue explicar, esta imagem parece assim, é uma imagem

intolerável”. [CENP, M.]

Subcategoria baptizado

Nesta subcategoria existem referências a temáticas com conteúdo de gravidez, evocados por parte dos observadores, em

relação à obra de arte, pelos elementos formais (expressão do rosto e/ou do corpo) e pela imaginação e/ou projeção dos

observadores.

“(…) Se calhar pelo vestido a boneca pode representar a infância da senhora quando ela foi

baptizada (…)”[EQM, F.]

Tabela 1. Análise e Descrição das Dimensões, Categorias e Subcategorias das questões 1, 2 e 3

Em seguida é apresentada a tabela que analisa as dimensões, categorias e subcategorias relativamente ás três últimas questões:

Definição Exemplos

Dimensão Formal

Referências por parte dos observadores sobre os elementos formais da obra de arte a partir da descrição e análise dos aspetos formais bem como do conteúdo e, articulação entre

ambos.

“Pelas cores e porque percebi melhor a história”[EAL, F, sujeito 1]

Categoria Forma

Nesta categoria existem referências aos elementos do conteúdo formal da obra de arte; os sujeitos assinalam o modo como a sombra, as cores e o fundo são expostos na

obra de arte.

“Muitas cores, parece mais alegre, mais vida, mais acção” [EAL, F, sujeito 2]

Subcategoria cor Nesta subcategoria existem referências ao conteúdo formal da obra de arte, respetivamente à cor.

“Porque o tom das Cores e porque é mais simples” [EAL, M, sujeito 2]

Dimensão Afetiva Esta dimensão integra as emoções e sentimentos evocados