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3. METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO

3.4. Estudo empírico

3.4.3. Processo de amostragem

Segundo Marroco (2007), o processo de inferência estatística é apenas válido quando as amostras estudadas são representativas da população teórica em estudo a partir da qual foram obtidas. No entanto, o autor sublinha a enorme dificuldade e complexidade que existe na implementação deste tipo de processo de amostragem e a dificuldade de obter uma amostra representativa do universo a estudar.

Segundo Maroco (2007) e Trochim (2000) existem dois tipos de amostragem:

a. A amostragem probabilística ou aleatória – neste tipo de amostragem, os elementos da população são selecionados de modo aleatório, sendo que a probabilidade de cada um fazer parte da amostra é igual para todos, e todos os elementos selecionados são igualmente prováveis. Os tipos mais comuns de amostragem probabilística são (Maroco, 2007):

o A amostragem aleatória simples – todos os elementos são selecionados completamente ao acaso com recurso a tabelas de aleatoriedade. Embora seja um tipo de amostragem relativamente simples, nem sempre conduz a amostras que sirvam ao objeto de estudo;

o A amostragem aleatória estratificada por quotas – neste caso, a população do estudo é dividida em subgrupos homogéneos, sendo a amostra final constituída por amostragem aleatória simples dos elementos pertencentes a cada um dos subgrupos homogéneos. Este tipo de amostragem garante a representatividade de todos os grupos eventualmente existentes na população teórica;

o A amostragem aleatória sistemática – os elementos da amostra são selecionadas através de um intervalo sistemático a partir de uma população com algum tipo de ordem aleatória;

o A amostragem aleatória por conglomerados, grupos ou áreas – a população sob estudo é dividida em subgrupos exaustivos e mutuamente exclusivos que apresentam uma variabilidade semelhante à encontrada na população. Este tipo de amostragem é particularmente útil quando os elementos da população teórica se encontram distribuídos por várias zonas geográficas;

o A amostragem aleatória multi-etápica – trata-se de um tipo de amostragem bastante utilizado em ciências sociais em que se utilizam combinações de dois ou mais métodos de amostragem definidos anteriormente.

b. A amostragem não-probabilística ou não-aleatória – segundo Maroco (2007), neste tipo de amostragem a probabilidade de um determinado elemento pertencer à amostra não é igual à dos restantes elementos. Neste caso, as amostras poderão, ou não, ser representativas da população em estudo. Ainda que a amostragem probabilística seja preferida em relação à amostragem não- probabilística, em muitos cenários de investigação social não é possível, prático ou mesmo desejável (por limitações de tempo ou recursos económicos) obter este tipo de amostras. Quando for esta a situação, o investigador terá de optar por métodos não-aleatórios de amostragem.

Os principais tipos de amostragem não-probabilística são:

o A amostragem casual ou por conveniência – trata-se de um tipo de amostragem em que os elementos são selecionados de acordo com a conveniência dos investigadores;

o A amostragem intencional – a amostra é constituída com um determinado objetivo em mente. É um tipo de amostragem que é normalmente utilizada quando se pretende aceder de modo rápido a subgrupos restritos que serão mais recetivos aos objetivos do estudo;

o A amostragem modal – procura concentrar a amostra na moda da população, ou seja, no tipo mais frequente. No entanto, por vezes, torna- se difícil saber qual é a moda da população. Este tipo de amostragem poderá considerar-se um subtipo de amostragem seletiva;

o A amostragem de especialistas – o objetivo é constituir amostras cujos elementos sejam especialistas ou possuam conhecimentos de uma determinada área. Este tipo de amostragem poderá considerar-se um subtipo de amostragem seletiva;

o A amostragem por quotas – neste caso a amostra é constituída respeitando as quotas de uma determinada característica da população em estudo de uma forma não aleatória;

o A amostragem heterogénea ou de diversidade – neste tipo de amostragem, as amostras são constituídas de modo a que todas as características, opiniões, atributos, etc. estejam presentes na amostra independentemente das proporções com que estas se encontram na população;

o A amostragem de propagação geométrica (snowball) – este tipo de amostragem faz-se quando se pretende incluir na amostra sujeitos pouco acessíveis ou com um determinado atributo difícil de encontrar.

No presente estudo optou-se pelo método de amostragem não-probabilístico de especialistas (Maroco, 2007), dado os seus objetivos estarem sustentados na auscultação das opiniões dos gestores responsáveis (os especialistas) pelas áreas da comunicação e marketing das grandes empresas em Portugal. A escolha deste processo de amostragem deve-se ao facto dos elementos serem selecionados por via acidental, tornando assim o

processo de seleção mais prático, célere e exequível sob o ponto de vista da economia de recursos existentes (Collis & Hussey, 2009; Ghiglione & Matalon, 2001; Hill & Hill, 2009).

A constituição do quadro de análise partiu do ranking das 500 Maiores e Melhores Empresas da Revista Exame2, onde é ilustrada a relevância determinante destas empresas no tecido empresarial luso, no qual o peso total das vendas no PIB português, em 2010, era de 71,7%. Complementarmente, e tendo em conta apenas o imposto sobre o rendimento do exercício, contribuíram com 1686 milhões de euros para os cofres públicos.

No Gráfico 1, pode verificar-se que os setores das empresas mais representados são o da Construção (9%), da Agroindústria (8%), dos Serviços (8%), do Comércio de Veículos Automóveis (7%) e Comércio por Grosso (7%). Entre os setores menos representados observa-se o do Equipamento de Transporte, Higiene e Limpeza, Hotelaria e Restauração e Madeira, Cortiça e Móveis, todos com 1%.

Fonte: Adaptado da Edição Especial Exame 500 Maiores e Melhores de 2011 (ver anexo 4)

2O critério principal no qual se baseou a classificação do ranking das maiores empresas foi o das vendas líquidas. Fonte: Exame – 500 Maiores e Melhores, Edição Especial de 2011.

Como já tinha sido referido, foi considerado como universo as grandes empresas em Portugal. A amostra inicial é constituída por 455 empresas, que integram o ranking das 500 Maiores e Melhores Empresas da Edição Especial da Revista Exame referente ao ano de 2011. A partir do ranking inicial foram excluídas 45 empresas por diversos motivos, designadamente: a empresa não possuía um endereço de email público, em algumas empresas havia duplicação do mesmo endereço de email pelo facto de pertencer ao mesmo grupo de empresas, a empresa não tinha filiais em Portugal, e por último, a empresa encontrava-se em processo de reestruturação.

A amostra foi classificada como independente, uma vez que não existe nenhum tipo de relação ou fator unificador entre os elementos das mesmas, considerando-se nula a probabilidade teórica de um elemento pertencer a mais do que uma amostra (Maroco, 2007).