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Processo de identificação, recolha, acondicionamento e transporte a

5.1 LEVANTAMENTO DOS MEIOS

5.1.3 Procedimentos

5.1.1.2 Processo de identificação, recolha, acondicionamento e transporte a

legislação aplicada em terra

Os resíduos de comida e de mesa (RCM) que contém produtos animais podem ser um vetor para a transmissão de doenças. O transporte de produtos de origem animal desde países de terceiros podem presentar o risco de propagação direta ou indiretamente de infeções como encefalopatias espongiformes no território europeu se certas precauções não forem tomadas.

O Regulamento (CE) n.º 142/2011 define RCM como “todos os resíduos alimentares,

incluindo óleo de cozinha utilizado em restaurantes, instalações de restauração e cozinhas, incluindo cozinhas centrais e cozinhas domésticas” e o Regulamento (CE) n.º

1069/2009 classifica esses resíduos na categoria I.

Para todos RCM, classificados na categoria I, os Estados Membros devem garantir uma gestão adequada, a fim de evitar riscos para a saúde pública devendo monitorizar e verificar se os requisitos relevantes são cumpridos pelos operadores ao longo de toda

a cadeia e mantêm um sistema de controlos oficiais em conformidade com o Regulamento (CE) 1069/2009.

No PL, todos os RCM de um navio provenientes de países de terceiros, são classificados nos termos do Regulamento (CE) 1069/2009 como material de categoria I, o material de maior risco. Este material deve ser transportado apenas para incineração ou para um aterro por um veículo ou transportador aprovado. A entrega destes resíduos deve ser realizada imediatamente após a atracação do navio. O transporte dos RCM classificados na categoria I deve ir acompanhado por uma remessa de envio válida, obtida da autoridade competente, que em Portugal é a Direção-Geral da Alimentação e Veterinária (DGAV). O PL é o responsável por garantir o modo adequado de recolha, embalagem, transporte e eliminação do material da categoria I descarregado por navios comerciais, navios de cruzeiros, navios mercantes e embarcações de recreio que escalam o PL.

A gestão de RCM inclui a sua recolha, acondicionamento e transporte a incineração pelo operador contratado/licenciado pela APL, S.A.

Na recolha de RCM nos Terminais Portuários:

1. O agente de navegação preenche a requisição de recolha de resíduos;

2. Caso a quantidade de restos de comida seja diferente de zero e se trate de um navio proveniente de um país terceiro ou de um país que confira aos restos de comida a Categoria 1, a plataforma informática emite a alerta “Ao abrigo do

Regulamento (CE) nº 1069/2009 serão adotados procedimentos específicos relativamente aos restos de comida”. O operador e a APL, S.A., visualizam esta

alerta;

3. O despacho da APL, S.A., estabelece a data, hora e local de recolha dos resíduos. O operador planeia a operação de recolha, selecionando os MPRR adequados à operação, (contentor dedicado);

4. Na data e hora estabelecidas, o operador dirige-se ao navio e recolhe os RCM, acondicionando-os em contentores estanques e efetuando o seu transporte para incineração. Esta operação é acompanhada pela Guia de Acompanhamento de

Subprodutos Animais (Anexo XII), para além da documentação exigida em

termos de gestão de resíduos e transporte de mercadorias;

5. Os veículos e contentores reutilizáveis e todos os equipamentos que entrem em contacto com os RCM são limpos, lavados e desinfetados após cada utilização. Na recolha de RCM nas Instalações Portuárias – Docas de Recreio:

Agente de Navegação Navio Tripulação do Navio Contentores dedicados Operador de Resíduos Incineradora de Resíduos Transportador

1. A embarcação ao solicitar a entrada na doca de recreio identifica o país de origem;

2. Caso se trate de uma embarcação proveniente de um país terceiro ou de um país que confira aos RCM a Categoria 1, é solicitada informação sobre a tipologia e quantidade de resíduos a descarregar;

3. A APL, S.A., estabelece a data e hora para recolha dos RCM com a embarcação e informa ao operador que planeia a operação de recolha;

4. Na data e hora estabelecidas, o operador dirige-se à embarcação e recolhe os RCM, acondicionando-os em contentores estanques e efetuando o seu transporte para a viatura respetiva, e posterior encaminhamento à incineração. Esta operação é acompanha pela Guia de Acompanhamento de Subprodutos

Animais, para além da documentação exigida em termos de gestão de resíduos

e transporte de mercadorias;

5. Os veículos e contentores reutilizáveis e todos os equipamentos que entrem em contacto com os RCM são limpos, lavados e desinfetados após cada utilização.

Na Figura 25 se mostra o fluxo do procedimento de recolha de RCM classificado na categoria I do PL.

Figura 25. Procedimento de recolha de RCM no PL

O procedimento do PL é eficaz e segue os regulamentos europeus sobre gestão de RCM de navios provenientes de países terceiros, mas não tem capacidade para detetar todos os resíduos que deveriam ser classificados como categoria I. Por exemplo, se a última escala do navio for em um país da UE, mas os alimentos foram comprados em uma escala anterior em um país terceiros, não é gerada nenhum alerta porque o procedimento portuário leva apenas em consideração a última escala. Considerando várias escalas, o sistema teria uma maior capacidade para detetar este tipo de resíduos.

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A APL tem uma preocupação constante pela área do ambiente e para além de cumprir as obrigações legais impostas pela legislação nacional e internacional, tem uma atitude pró-ativa face às questões ambientais, na perspetiva de melhoria contínua.

O objetivo do presente estudo é propor melhorias e indicadores para a gestão sustentável de resíduos provenientes de navios e da carga que escalam o PL, tendo em conta as disposições legais em vigor.

Para realizar este trabalho e atingir os objetivos propostos, foi efetuado um levantamento dos procedimentos, dos operadores, dos meios disponíveis e das necessidades do PL. Recolheram-se dados da plataforma JUP e do SiliAmb, e foram efetuadas inspeções ambientais aos navios nos terminais de cruzeiros e de carga do PL.

A Figura 26 apresenta as diferentes fases para a obtenção de resultados,