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Conhecer o sistema permite adaptar a gestão de resíduos às necessidades e procurar soluções em busca de uma boa gestão e da proteção do meio ambiente. Uma vez analisado o SGR do PL foi efeituado o tratamento dos dados, são propostas uma série de melhorias para a gestão de resíduos e para os meios recetores. Estas melhorias devem ser planeadas, executadas, monitorizadas e avaliadas face aos processos que foram previamente suscetíveis de melhoria. Isso pode reduzir o impacto ambiental e trazer grandes benefícios.

6.6.1 Na gestão de resíduos

Quanto a gestão de resíduos as melhorias são as seguintes:

• Implementar a ISO 9001:2015 e a ISO 14001:2015, satisfazendo as necessidades / preocupações dos navios e garantindo que as mesmas são levadas em consideração. Com a implementação da ISO 9001:2015 obtém-se uma melhora dos processos internos, enquanto que com a implementação da ISO 14001:2015, facilitaria o cumprimento da legislação e das políticas ambientais do PL.

• Incentivar aos navios à descarga de resíduos para os MPRR, com o objetivo de reduzir a descarga de resíduos para o mar. Criar taras retornáveis com incentivo económico para alguns tipos de resíduos.

• Aumentar as inspeções aos navios e aos MPRR assim como aos processos do SGR do PL, com o objetivo de garantir que o sistema e os procedimentos estão em conformidade com a legislação e com os regulamentos do PL.

• Melhorar o sistema informático JUP. Ligar os processos das e-GAR à plataforma JUP (os processos de cada e-GAR são geridos na plataforma SILiAmb da APA, quanto as declarações de resíduos e requisições são geridas na plataforma JUP da APL, S.A., existindo a necessidade da ligação entre ambas plataformas), considerar as águas de lastro como resíduos e, considerar várias escalas do navio para os RCM, não só a última, com o objetivo de melhorar o controlo dos RCM que têm origem em países terceiros.

• Aumentar os recursos humanos do PL para a realização de inspeções aos navios e aos diferentes terminais do PL, de modo a aumentar o controlo, a verificação e a fiscalização do sistema integrado de gestão de RGN e RC, com o fim de garantir o bom funcionamento do mesmo e o cumprimento da legislação e dos regulamentos em vigor.

• Fomentar a comunicação, envolver, sensibilizar e dar formação a todas as partes integrantes do sistema. É necessário que todas as partes integrantes, porto, marinhas, terminais, agentes de navegação, operadores de resíduos, DGRM, APA e navios com o objetivo de assegurar a eficácia do sistema.

• Alterar o tarifário com vista a promover a separação de resíduos a bordo do navio e incentivar a descarga de resíduos aos MPRR, tendo em conta a competitividade com outros portos. Por exemplo, estudar a possibilidade de custos diferenciados por tipo de navio, como também por tipologia e quantidade de resíduos, como podem ser os resíduos recicláveis e os hidrocarbonetos, uma vez que foi estatisticamente comprovado que estes últimos são os mais descarregados pelos navios.

• Elaborar um relatório anual sobre os resíduos geridos pelo PL provenientes de navios e da carga, com o objetivo de analisar o desempenho do sistema e detetar possíveis melhorias ou ineficácias.

• Avaliar o SGR e as melhorias implementadas em um período de tempo de seis meses. A elaboração de um plano de monitorização ajuda a avaliar as melhoras implementadas no sistema, tornando-se fundamental para verificar o cumprimento das mesmas e detetar novas melhoras a implementar.

• Procedimentos de controlo e aplicação de sanções mais estritos. A melhoria dos procedimentos de controlo e de aplicação de sanções requer a eliminação de alguns campos optativos dos anexos da Convenção MARPOL, aumentar as sanções aos infratores e endurecer as condições que permitem descargas de resíduos no mar. • Abastecimento condicionado aos navios. Aumento do controlo no abastecimento aos

navios, pondo condições à mercadoria que será abastecida ao navio, com o objetivo de fornecer uma mercadoria mais “amiga do ambiente”, e consequentemente, será gerada uma menor quantidade de resíduos a bordo. Por exemplo se é abastecido menos plástico, serão gerados menos resíduos de plástico a bordo. Nos navios de passageiros que podem levar até 5000 pessoas, consumem-se muitas garrafas, quando é abastecido o navio, se trocarem as garrafas de plástico por garrafas de vidro, gera-se menor quantidade de resíduos de plástico. Esta alteração pode ser realizada também para outro tipo de embalagens. Na Figura 41 se pode ver o abastecimento a um navio.

Figura 41. Abastecimento a um navio

6.6.2 Nos meios recetores

Quanto a gestão de resíduos, as melhorias são as seguintes:

• Aumentar a manutenção dos contentores - por vezes os operadores de resíduos têm contentores degradados no cais e consequentemente há escorrências dos resíduos para o rio. A falta de manutenção é um incumprimento do contrato do operador com a APL, S.A., mas também demonstra falta de inspeção por parte da APL, S.A. Na Figura 42 mostra-se um contentor degradado e pintado.

Figura 42. Contentor pintado

• Colocar um contentor só para plásticos, incrementando o número de MPRR por tipologia nos portos e marinhas. A maioria dos navios separa os recicláveis a bordo, mas quando os resíduos são descarregados, misturam em indiferenciados por não haver contentores dedicados.

• Contentor só para RCM com o código LER 200301 - os navios de cruzeiros geram muitos resíduos orgânicos que são separados a bordo, mas na hora da descarga, a maioria das vezes misturam com indiferenciados. Colocando um contentor dedicado só para resíduos orgânicos obriga-se aos navios a não misturarem os

orgânicos com outro tipo de resíduos, promovendo a recolha seletiva com posterior encaminhamento destes resíduos para valorização.

• Notificação nos contentores também em inglês. Os contentores só têm as notificações em português como por exemplo “não encher acima do bordo” da Figura 43, pois exceto os navios portugueses, a maioria das tripulações não percebem português.

Figura 43. Contentor de receção de resíduos com avisos só em português

• Avaliar o desempenho ambiental dos terminais - avaliar o desempenho e identificar oportunidades de melhoria assim como também as não conformidades de modo a implementar um sistema de melhoria contínua do SGR.

• Aumentar a capacidade dos operadores de recolha verificação que em situações de tráfego elevado os meios de receção disponibilizados pelo operador são escassos.

• Agilizar as recolhas de resíduos em terra, os MPRR fixos de alguns terminais só são recolhidos quando estão cheios.