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Segundo Roberto Simões, procurando concretizar a estratégia de crescimento sob a ótica emi nentemente privada, os centros de pode: defi nem políticas públicas próprias; pressionam e/ou in-

Parte III – O Lugar e a imbricação às redes técnicas – Esta terceira parte se refere à categorização do lugar Anchieta no contexto da Microrregião

O TERRITÓ RIO CO MO SUPO RTE DO SISTEMAS DE O BJETO S E DE AÇÕ ES

37 Segundo Roberto Simões, procurando concretizar a estratégia de crescimento sob a ótica emi nentemente privada, os centros de pode: defi nem políticas públicas próprias; pressionam e/ou in-

terferem na formulação de políticas , nos três níveis de poder ;alavancam e/ou viabilizam reivindi- cações estaduais, seja do Governo, seja da iniciativa privada, junto ao Governo Federal, as agências de fi nanciamento nacionais e intranacionais e a outras empresas estatais, além de possibilitarem a inclusão do Espírito Santo nas grandes políticas do Governo Federal. (Roberto Simões é professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Espírito Santo e assessor técnico do governo estadual).

e confundidos por seus visitantes. Essa relação de centralidade, tanto ge- ográfi ca quanto de prestação de serviços, fez com que diversas temáticas urbanas associadas ao espaço, como a logística de transportes, a mobilida- de urbana, o controle ambiental das águas e do ar, tivessem suas soluções atreladas de modo irrefutável a um planejamento em escala metropolitana. Na medida em que o mercado de trabalho passou a ser organizado em es- cala que superava em muito os limites municipais da região metropolitana, atingindo uma escala regional, com alta mobilidade no território, a con- seqüência lógica foi a acomodação crescente de bairros residenciais e das atividades terciárias nos municípios limítrofes àqueles que compunham até então a RMGV. O poder público (estado e municípios), visando solu- cionar os problemas gerados pela desenfreada expansão urbana e compa-

FIG .9

Limite s te rrito ria is d o mu- nic íp io d e Vitó ria . A sua

c o nd iç ã o g e o g ráfi c a

c o lo c a -o na p o siç ã o d e c e ntra lid a d e d a RMG V. Fo nte : Ac e rvo p e sso a l

FIG .10

Re g iã o Me tro p o lita na d a G ra nd e Vitó ria mo stra n- d o o s limite s te rrito ria is d o s munic íp io s q ue a in- te g ra m: Vitó ria (c e ntro p o lític o -a d m inistra tivo ); Se rra e Fund ã o (no rte ); C a ria c ic a e Via na (no ro - e ste ); Vila Ve lha e G ua ra - p a ri (sul).Fo nte : IJSN

Ta be la 1

Po p ula ç ã o d o s munic íp io s d a RMG V, p a rtic ip a ç ã o no to ta l d o Esp írito Sa nto e no to ta l d a re g iã o – 2008

Fo nte : Ela b o ra ç ã o IJSN

FIG .9

Esta do / R.M.G V/ Munic ípio Popula ç ã o Pa rtic ipa ç ã o no tota l do ES

%

Pa rtic ipa ç ã o no tota l da RMG V % Espírito Sa nto 3.453.648 100 ---- R.M.G .V 1.664.328 48,19 100 Ca ria c ic a 362.277 10,49 21,77 Fundã o 16.125 0,47 0,97 G ua ra pa ri 103.113 2,99 6,2 Se rra 397.226 11,5 23,87 Via na 60.191 1,74 3,62 Vila Ve lha 407.579 11,8 24,49 Vitó ria 317.817 9,2 19,1

tibilizar território e especialização produtiva, estabeleceu uma política de planejamento urbano que atuasse como um instrumento de ordenação indispensável ao desenvolvimento. Assim, vários planos de estruturação do espaço foram criados. A partir da década de 1980, o Estado se colocou como principal organizador do espaço urbano por meio do seu planeja- mento estratégico.

As ações do poder público em parceria com o capital privado foram deter- minantes no processo de metropolização da Grande Vitória. Observa-se que o adensamento das áreas litorâneas do aglomerado urbano foi sendo gradativamente potencializado pelas intervenções sistemáticas no territó- rio em função de obras viárias e de infraestrutura, as quais potencializavam os acessos e a mobilidade urbana entre os municípios. Sob a ótica do fator “acessibilidade” como critério essencial para favorecer as práticas metropolitanas, o Estado empenhou-se em promover uma fl uidez mais integrativa entre os municípios da RMGV. A construção da Ponte Darcy Castelo Mendonça (Terceira Ponte -1989) pelo governo estadual permitiu a ligação entre os municípios de Vitória e Vila Velha, o que possibilitou uma ocupação mais densa e efetiva do município de Vila Velha.

Outra importante intervenção do Estado foi a implantação do Sistema de Transporte Coletivo da Grande Vitória (TRANSCOL) no fi nal dos anos de 1980, mediante o aporte de recursos por parte do Governo do Estado, que obteve, para tanto, fi nanciamento do Banco Nacional de De- senvolvimento Econômico e Social (BNDES). O programa exerceu papel fundamental na expansão da malha urbana e na diversifi cação do uso do solo, destacando-se no conjunto das ações estatais de âmbito metropo- litano. Esse programa se baseou na integração e implantação de linhas intrarregionais, ampliando e recuperando a malha viária por meio de in- vestimentos diretos, que incluíram a implantação de terminais distribuídos estrategicamente nos municípios metropolitanos. Além de possibilitar a integração de diversas áreas urbanas que apresentavam reduzidas facilida- des de acesso, o programa TRANSCOL contribuiu diretamente para in- tensifi car relações intraurbanas que promoveram tanto a expansão quanto a consolidação de diversos subcentros regionais. A evolução gradativa e acelerada do adensamento urbano levou o Governo do Estado a elaborar um novo plano de transportes urbanos para a Grande Vitória, visando re- FIG .11

Uso d o So lo d a Re g iã o Me tro p o lita na d a G ra n- d e Vitó ria . Fo nte : G e o b a - se s / IJSN

solver o problema da mobilidade, o denominado PDTU GV-2001, o qual propõe a ampliação da rede de linhas troncais e do número de terminais de integração do sistema Transcol.

No âmbito do poder público municipal de Vitória, o planejamento tam- bém criou mecanismos de consolidação da malha urbana por meio da fl e- xibilização dos instrumentos de regulação - Planos Diretores -, de forma que a base física estivesse pronta para superar os entraves ao crescimento e dar prosseguimento às atividades de produção, circulação e consumo. Como a consolidação da malha urbana decorre de dinâmicas econômicas e sociais atreladas à diversifi cada gama de interesses, a participação do setor imobiliário destaca-se por concretizar, por meio de seus empreendi- mentos, interesses confl itantes no uso e ocupação do solo. Nesse sentido, a atuação imobiliária representa um dos principais geradores de valoriza- ção e desvalorização de áreas urbanas – tanto do solo quanto do estoque de edifi cações –, provocando reestruturações de espaços já consolidados. Emblemática da questão é a reconstrução de alguns bairros tradicionais em outros moldes, ou seja, a substituição de residências unifamiliares por condomínios verticais de alta densidade populacional, o que, frequente- mente, deriva para problemas de ordem ambiental e de trânsito local. Os investimentos privados na Região Metropolitana também redefi niram relações funcionais e mobilidades urbanas por meio da instalação de ins- tituições governamentais e administrativas em áreas de renovação urbana (Enseada do Suá), a partir de aterros sucessivos promovidos pelo estado na região nordeste de Vitória. Ressalta-se ainda a concentração, na RMGV, de equipamentos públicos de saúde e educação, faculdades, serviços de comunicação, rede de hotéis, shopping centers, hipermercados e outros equipamentos de porte regional. A materialidade expressa na estrutura es- pacial da Região Metropolitana evidencia a valorização em certas áreas em detrimento de outras. Santos (2005, p.264) chama de espaços “luminosos” aqueles que mais acumulam densidades técnicas e informacionais, fi cando assim mais aptos a atrair atividades com maior conteúdo em capital, tecno- logia e organização. Os subespaços onde tais características estão ausentes seriam os espaços ditos “opacos”.

foram direcionados preferencialmente para a região da orla metropolitana, induzidos pela lógica do capital imobiliário, com transferências sucessivas de usos funcionais e implantação de infraestrutura. O espaço denota a se- letividade na aplicação de recursos fi nanceiros e técnicos, o que constitui a principal força motriz da desigualdade intra e intermunicipal. De todo modo, a atuação da parceria privada / pública predominou de forma subs- tancial na condução do processo de expansão físico-territorial e de diversi- fi cação das atividades econômicas da região metropolitana, estabelecendo, por meio de maciços investimentos, os novos vetores de desenvolvimento que estruturaram a RMGV em moldes essencialmente metropolitanos.

Ta be la 2

Distrib uiç ã o d a Po p ula ç ã o p o r Ma c ro e Mic ro rre g iã o d o Esp írito Sa nto - 1991

Fo nte : IBG E

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