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PROFESSORA MARISA RAMOS BARBIER

No documento PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO (páginas 163-182)

4 Histórias de vida de professoras de Biologia

4.7 PROFESSORA MARISA RAMOS BARBIER

Meu nome é Marisa Ramos Barbieri, nascida em 26/10/1942, em Altinópolis/SP. Eu nasci e logo, treze meses depois, nasceu minha irmã única, e eu comecei a comer unha. Chupar dedo. Meu pai era médico sanitarista, não tinha hora para dormir, para acordar, tratando de todo mundo. A mãe supercriativa, doméstica, fazia tudo, muito interessante, vive até hoje. Já completou 90 anos. Era costureira, tomava conta da casa.

A vida escolar foi muito legal. No grupo escolar, as professoras eram consideradas, na cidade, como pessoas que tinham uma certa cultura. Portanto, eram autoridades. Geralmente, continuavam as conversas sobre política, economia, saúde, religião, filosofia nas calçadas nos finais de tarde e, em algumas casas, à noite, o que é próprio de uma cidade muito pequena. As crianças gostavam muito, pois havia teatro amador, quermesse, baile, exposições que envolviam escola, igreja e hospital. No teatro do grupo escolar, uma vez, eu fui a Branca de Neve. Fui boneca japonesa. Havia, no final do ano, uma apresentação dos trabalhos escolares, dos bordados, dos artesanatos em madeira, junto com peças de teatro. Eu gostava muito! Tocava piano, aprendi piano. Eu fiquei em Altinópolis até os quinze anos. Aí, vim para o Otoniel Mota119, colégio em Ribeirão Preto/SP, onde tive que prestar um vestibulinho. Eu costumo pular o pedaço em que fui interna em Jardinópolis durante três anos (12 aos 14), em um colégio franciscano. Passei a ter muita raiva dessas freiras, porque eram muito falsas, havia muita mentira. Criança que tinha tétano acabava morrendo e não chamavam os pais, outra com pneumonia. Naquela época, era o ginásio: primeira, segunda e terceira séries, equivalentes a quinta, sexta e sétima séries (agora, mudou de novo, pois são nove anos). Fui aprovada em exame de admissão ao ginásio numa escola pública de Batatais, mas meu pai não deixou, não queria que eu viajasse. Mas, mesmo no internato, contávamos com bons professores, o de Matemática, Silveira, e de Ciências muito bom, Fernando. Quando cursava a sétima série, ele me chamou para dar uma aula sobre “circulação” no Curso Normal.

Por que eu escolhi cursar Biologia? Eu queria ser professora de Ciências. Percebi o que queria ainda menina, era muito tímida, a filha mais velha, diziam que era uma criança triste. Talvez ser professora fosse uma forma de me comunicar, de dialogar, de interagir, de olhar nos olhos, de me sentir valorizada por ensinar, ter certa autoridade, pertencer a um grupo, ter uma certa liderança. Naquela época, eu não pensava isso, não tinha consciência.

Mas creio que era uma compensação, queria ser professora, provavelmente, por isso, porque eu era muito quieta, muito tímida, quis muito ensinar.

Meu pai exerceu uma grande influência em minhas decisões, pois era uma pessoa que tinha uma prática humanista, que cuidava das pessoas, conhecido como o médico dos pobres, era clínico respeitado e também trabalhava em saúde pública. Em Altinópolis, uma cidade pequena e bem crítica, participou ativamente da instalação e do fortalecimento do hospital. Cresci num ambiente de solidariedade, com minha mãe colaborando com meu pai. Eles abriam a nossa casa, acolhiam e encaminhavam pessoas. Havia uma grande valorização da saúde e educação públicas, que favorecia a noção e a condição do coletivo, da convivência entre ricos e pobres na escola. Contribuir para a melhoria era um dever dos que detinham algum conhecimento, habilidade e que acreditavam na democratização do saber. Mas os egoístas e elitistas existiam e eram conhecidos. As contradições também auxiliaram na escolha de ser professora. Em 1957, cursei e fui boa aluna na quarta série (hoje, oitava série/nono ano do fundamental) em Altinópolis, que passou a ter seu ginásio.

Terminei o científico em 1960, no Otoniel Mota, em Ribeirão Preto. Logo, fui para a cidade de São Paulo prestar vestibular na USP. Na véspera de um exame, tomei uma “bolinha” para ficar acordada e estudar; o resultado foi ter sono na hora da prova e não consegui passar. Eu fiquei muito chateada, resolvi fazer um ano de cursinho no colégio “Cesar Lattes”, em Ribeirão Preto. Além de muita reflexão, poesia, música havia até corte de costura. Foi um ano bem interessante, convivendo com os meus pais e novos amigos, ano de muita calma. Aí eu passei em primeiro lugar em História Natural da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) de São José do Rio Preto, atualmente, UNESP, para ser professora, como decidi desde os primeiros anos da escola. Rio Preto era mais voltada para a formação de professores, enquanto Rio Claro, com o mesmo diretor, formava pesquisadores. Minha irmã me alcançou e fomos as duas para Rio Preto, ela cursou Letras Anglo-germânicas. Montamos uma República de estudantes em um prédio central e foi muito bom na época. Fomos hostilizadas pelos moradores do edifício. Quando fui presa, em 1964, as meninas que moravam conosco abandonaram minha irmã, que também tinha ideias e práticas socialistas.

Em 1964, com o golpe, 32 professores de Rio Preto foram presos e, em Rio Claro, penso (não tenho muita certeza) que só o Dr. Warwick Estevam Kerr120 foi submetido a interrogatório. O curso durou quatro anos com muitas atividades extra-acadêmicas, as quais

120

Professor voluntário da Universidade Federal de Uberlândia, Professor da Universidade Federal do Maranhão e Diretor e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.

terminavam tarde da noite no “Bar do Papai”, discutindo filosofia, política, teatro e cultura popular. Fui membro do Centro Acadêmico, do Teatro, do Grupo de Jogral, tínhamos uma vida acadêmica intensa, convivia mais com o pessoal da Pedagogia e de Letras, que eram pessoas mais críticas e engajadas do que o pessoal da Biologia. A Faculdade de Rio Preto mantinha contatos com professores de São Paulo, como Mauricio Tragtenberg121, Jorge Cândido de Sena122, que vinham toda semana e passavam um semestre. Nós tínhamos cursos optativos, como o de Marxismo, aos sábados à tarde, atividades de alfabetização Paulo Freire123, na zona rural, e contato com sindicalistas. Uma vez, fui escolhida para fazer um discurso e subi em um palanque com eles, em praça pública. Ultrapassara o número de faltas permitidas em disciplinas do meu curso para poder participar das atividades dos outros. A Biblioteca em Rio Preto não fechava as portas, ficava 24 horas abertas. E nem nos finais de semana, para atender os que tinham insônia, os que acordavam muito cedo e todos os que gostavam ou buscavam companhia/refúgio nos livros. Eu ingressei no ensino superior em 1962, ou seja, na famosa e agitada década de 1960, período da Bossa Nova e muita cultura. Foi excelente até o golpe de 1964, que destruiu vários projetos e todos os sonhos. A Universidade e todas as escolas interromperam suas atividades extraclasse, base para o aperfeiçoamento dos programas e sedimentação da aprendizagem.

Eu fui presa em 1964 e presenciei o desmantelamento da Faculdade. Acabamos perdendo referências, separando-nos dos amigos e ficando mais com o pessoal da Biologia, que, via de regra, é muito contemplativo. Muitos tomaram posição a favor do golpe, chegaram prestar serviço de delação. Enfim, parece que encontraram sua posição de reacionários oportunistas e puderam descontar naqueles que, raramente, enfrentaram nas ideias. Eu achava que faltava a eles uma formação mais filosófica, embora os biólogos fossem estudiosos da vida, pouco entendiam da vida do homem, da sua condição social.

Fui presa logo após o golpe de 64 e tive muitos problemas após ser libertada (acredito que fiquei 15 longos dias).Terminada a graduação, em 1965, abri mão da condição de oradora escolhida, e conseguimos trocar a festa de formatura por uma viagem; os interventores festejaram com 12 alunos, dentre eles, os que testemunharam a favor da intervenção. Desde o primeiro ano da graduação, fui selecionada para dar aulas nos cursinhos preparatórios para o

121 Professor e Sociólogo brasileiro (1929-1998).

122 Professor Universitário português, naturalizado brasileiro. Poeta, crítico, ensaísta, ficcionista, dramaturgo e

tradutor (1919-1978).

123 Paulo Reglus Neves Freire – Educador e filósofo brasileiro. Destacou-se por seu trabalho na área de Educação

vestibular e para o supletivo, usando as dependências (incluindo os laboratórios) da própria Faculdade. Com esta experiência de ensino e frustrada pela interrupção dos planos provocada pelo golpe, recusei o convite para continuar em Rio Preto, embora quisesse ser professora que pesquisasse, inconformismo que ainda persiste em mim. Já não aceitava a falta de investigação/pesquisa fundamental na Educação (especialmente nos cursos de formação de professores), que é a aprendizagem na relação professores-alunos, essência da Escola. Eu queria contribuir para a educação, esta certeza eu tinha. Foi uma opção minha a educação, e não via muita saída em Rio Preto. Então, vim ser professora da rede pública estadual em Ribeirão Preto. Logo, prestei concurso, tinha medo de ser impedida, quis certa garantia de ser efetiva. No concurso, que era em São Paulo e durava um ano, com prova escrita, didática e oral, passaram 9 professores. Fui a 5ª, passei, porque tudo que caiu nas provas eu já havia ensinado para os meus alunos no colégio Otoniel Mota, inclusive dissecação de camarão. Eu ensinava camarão, depois levava óleo, nós fritávamos no laboratório, comíamos e bebíamos coca-cola. Eu tinha essa característica acolhedora e a certeza de que quem ensina tem grande chance de aprender. No Otoniel Mota, eu tinha um campo experimental chamado “Fazendinha”, local para acompanhar o desenvolvimento de plantas diversas e animais de pequeno porte. Instalamos (alunos sempre juntos comigo) um laboratório molhado para as experiências e um seco para os livros e seminários. Era um espaço externo à escola e podíamos entrar em finais de semana, muitas vezes, pulando muros. Assim, iniciei o projeto de atividades extraclasse. O mesmo fiz na Escola Estadual Tomaz Alberto Whatelly, também em Ribeirão Preto. Com um grupo de alunos, fui ao Instituto de Biologia Marinha da USP em São Sebastião, e fizemos várias excursões. Sou muito lembrada pelos ex-alunos como alguém exigente, que buscava diferentes formas de ensinar, pois era preciso aprender.

Durante a graduação, os meus estágios de Licenciatura foram horríveis, sob responsabilidade de uma interventora, parente do delegado que nos prendera e acabou sendo o braço direito do Fleury124, conhecido como um dos grandes torturadores do Estado de São Paulo. Eu me recusava a assistir às chamadas aulas dela, desobedecia muito, ao mesmo tempo em que me convencia da importância de ter uma prática docente como aluna, para ser professora e poder seguir uma proposta de investigar de processos de ensino-aprendizagem. Com este propósito, quando aceitei o convite para ser professora de Prática de Ensino na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, do Campus da USP de Ribeirão Preto, propus o

124 Luiz Antonio Fleury Filho, político brasileiro. Eleito, em 1990, pelo PMDB, governador do Estado de São

estágio docente, para que os graduandos tivessem o trabalho de planejar, de executar e de avaliar as atividades realizadas com alunos reais.

O convite para a Faculdade de Filosofia foi baseado no trabalho que vinha desenvolvendo desde 1966 no Otoniel Mota, tendo passado pela EE125 Santos Dumont e EE Eugênia Vilhena de Moraes, ambas em Ribeirão Preto, substituindo outros professores. Em janeiro de 1968, casei-me com Marco Antonio Barbieri, professor, médico de formação, companheiro até hoje, com quem sempre dividi alegrias, tristezas e sonhos, muitos interrompidos. Ingressei em Ituverava também em 1968 e tive muito apoio da diretora da escola. Depois, transferi-me para Cravinhos, com pouco apoio; sem conseguir realizar atividade extraclasse, também porque morava em Ribeirão. Em 1969, vim para o Thomaz Alberto como professora efetiva e, então, deslanchei com os alunos as atividades experimentais, que, mesmo dando aulas em prédio emprestado, faziam seus trabalhos em casa, com enorme sucesso quando apresentados em Feiras de Ciências, as maiores organizadas pela Filô126 (Faculdade de Filosofia).

Em 1971, Marco, meu marido, teve licença dos militares (tinha sido preso e processado) para desfrutar uma bolsa do governo francês e passamos 6 meses em Paris. Estagiei no Liceu Pilotp de Sevres.

Eu sempre fui muito rígida, muito exigente, queria transformar a sala de aula em um espaço em que os alunos tivessem que aprender ou aprender, trazia o que eu mais sabia, eu estudava muito, eu preparava as aulas e sempre realizava atividades extraclasse; criava laboratório para experiências, montava atividades ao ar livre, com cercados para plantas e animais de pequeno porte, em que os alunos pudessem observar seus desenvolvimentos e também uma parte mais fechada. O meu relacionamento com as pessoas da administração escolar não era legal, brigava muito pelo fato de a escola valorizar mais aspectos funcionais e administrativos (horários, presenças, prazos, entre outras atribuições pouco importantes) do que as aulas, atividades correlatas como avaliações. Na época, já havia um discurso desvinculado de comprovação do que estava falando, eram conselhos, recomendações e nada relacionado com avaliações concretas da aprendizagem, do desenvolvimento das habilidades. Não eram disponibilizados dados sobre alunos, pois, além da tal ficha modelo 18127, poucas

125 Escola Estadual.

126 Filô: gíria usada para referir-se à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto. 127 Formulário com as informações da vida escolar do aluno, referente ao antigo 1º Grau.

eram as informações confiáveis, e as decisões eram baseadas em conversas sem muito fundamento.

Eu era inquieta e aprontava programas além dos horários regulares, estimulava exercícios de observação e experimentação em busca de espaços para atividades de laboratório, mesmo indo à casa de alunos documentar suas experiências. Era muito próxima dos alunos, despertava vocações, tenho muitos ex-alunos biólogos, entomólogos, médicos, dentistas, professores e pesquisadores famosos, os quais continuam me respeitando pela minha seriedade e determinação em ensinar, garantindo a aprendizagem. Mesmo ministrando aulas em péssimas condições, sala com lousa esburacada, fazia um prolongamento do programa orientando trabalhos em grupo fora da escola, avaliando-os às sextas-feiras, chamadas de mágicas (alunos, inclusive do período noturno, apresentavam seus trabalhos e podiam continuá-los no final de semana). Meu relacionamento com os alunos começava difícil, mas melhorava, pois criava um pouco de confusão, mas não prejudicava as pessoas; eu pouco entrava na sala de professores, tinha medo de pegar a doença “da espera da aposentadoria”, de ficar reclamando de tudo, de perder tempo com conversa sem proveito. Era muito ansiosa, e as condições de trabalho já eram bem ruins para nós professores, motivos tínhamos para ceder e fazer cada vez menos. O diretor e os pais demoravam alguns meses para entender as confusões que aprontava nas aulas trazendo materiais, às vezes, vivos, como partes de plantas, animais como formigas, vermes, entre outros. Assim que pegava fama de querer ensinar, percebiam minha intenção e me apoiavam, pois, afinal, eu trabalhava além do expediente. Confesso que era um certo ativismo próprio da época com o CECISP128, o BSCS129, com poucas anotações de dados para análise de uma época que merecia ter sua memória.

Eu instalei o pluricurricular130 do Otoniel Mota como professora de Ciências e, como ninguém sabia bem o que era, os alunos do colégio que sabiam um pouco de Ciências preparavam experiências para os do pluri (5ª e 6ª séries), usando as aulas de religião, geralmente, vagas, para o encontro de duas classes; alguns do pluri, que estudavam de manhã, iam à tarde e realizavam umas atividades nesse horário, que eu coordenava. Às vezes, os meninos do colégio me ajudavam em algumas aulas práticas do pluri para criar um ambiente

128 Centro de Ciências de São Paulo. 129 Biological Sciences Curriculum Study.

130 Ginásio Pluricurricular Otoniel Mota: nome recebido pela EE Otoniel Mota à época em que a professora

de laboratório. É claro que eu tinha ligação com o CECISP, Myriam Krasilchik131, Norma Cleffi132, nos cursos de Ciências, porque a formação inicial nunca é suficiente. É muito desvinculada da prática profissional docente, não se aprende a ensinar.

Quanto ao currículo de Biologia, no Estado de São Paulo, não havia um programa muito definido não. Era o livro didático mesmo que nós seguíamos, mas havia o BSCS, uma proposta alternativa boa, pois trazia descobertas importantes, muitas de prêmio Nobel com suas histórias, os paradigmas. Não usava como livro didático, mas como apoio às atividades de sexta-feira, as complementares ao programa. Eu conquistava autonomia, mas seguia o esquema de célula, com pouca ecologia. Como tive muita geologia, paleontologia na minha formação em História Natural, eu procurava incluir parte de evolução sempre, pois quase não era desenvolvida, além da Botânica, também meio esquecida. Para Botânica, eu fazia excursão com os meninos, eles foram comigo para São Sebastião, no Ibamar (Instituto de Biologia Marinha da USP), foram 3 turmas, estudo de Biologia marinha. De lá trouxemos muito material, o professor Paulo Sawaya133 permitiu, foram os primeiros secundaristas que foram lá e ficaram instalados lá mesmo. Também ia para Fazenda experimental, fazia excursão na Praça para eles poderem entender as relações, mas no dia a dia era mesmo Zoologia, Botânica, um pouco de genética que eu conhecia. Quanto a livro didático acredito que o Amabis134 estava começando, será? Era o BSCS recomendado, havia uns outros que nem vale a pena lembrar. Eu tinha uma coleção de lâminas permanentes, tenho até hoje, confeccionadas pelo José Bartolomeu, assistente da Maria de Lourdes Canto, professora do Colégio Santa Cruz, autora de uma apostila. Olha, não havia livro único, eu permitia o uso de qualquer livro, pois usava os meus da Faculdade. O científico estadual era para poucos, era bem elitista. Eram poucos alunos em sala de aula, muitas desistências e reprovações.

As avaliações eram feitas por meio de provas bimestrais, além daquelas que o professor julgasse importantes. Em Biologia, com as atividades de laboratório, o professor fica próximo dos alunos e pode acompanhar melhor o seu desempenho. A minha Tese do

131 Professora Titular da Universidade de São Paulo. http://lattes.cnpq.br/2426539950905199. Acessado em 15 de

junho de 2010.

132 Norma Maria Cleffi, pesquisadora e autora de diversos livros didáticos na área de ensino de Ciências Físicas e

Biológicas e Biologia.

133 Professor Universitário (1903-1995).

134

José Mariano Amabis, professor universitário, autor de livros didáticos na área de Ciências Físicas e Biológicas e Biologia. http://lattes.cnpq.br/3403300887050933. Acessado em 16 de junho de 2010.

Doutorado foi sobre avaliação, analisei a diferença das notas atribuídas pelos mesmos oito professores de Biologia (todos que lecionavam em escolas públicas de Ribeirão, em 1973); com intervalos de tempo, corrigiram as mesmas provas três vezes, e a variação de notas tanto entre eles como entre os professores foi muito grande. Esta variação prejudicava os alunos com notas próximas da média exigida para aprovação; pelo estudo, descobri que 18% dos alunos ora eram aprovados, ora reprovados. Os planejamentos das escolas não incluem exercícios de avaliação com diferentes instrumentos, que, aplicados, dariam dados para análise das reais condições de ensino-aprendizagem. O professor é um profissional que trabalha sozinho, embora a escola seja coletiva, e os mesmos alunos de uma classe tenham diferentes professores, que teriam o dever de trabalhar de forma sincronizada.

Eu participei ativamente da elaboração da proposta curricular do ensino de Ciências, só que eu já estava na USP; fui professora ativa da escola básica até 1974. Comecei a trabalhar na Filô (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, da USP, Campus de Ribeirão Preto) em 1968. Quando nasceu meu primeiro filho, Vladimir, era professora na Agronomia de Jaboticabal-Unesp, diretora em Serra Azul-SP. Fui contratada em 1970 na Filô, sempre com a intenção de fazer uma ponte entre formação inicial e profissional de professores. Desde 1968, eu fui responsável pela Prática de Ensino. No início, como comissionada e em tempo parcial. Tive muita dificuldade para deixar a rede e continuei mantendo uma relação de respeito e parceria; participava de muitas reuniões e era considerada utópica e muito otimista.

No documento PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO (páginas 163-182)