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3. PROGRAMAS OPERACIONAIS

3.4. PROGRAMA DAS INFRAESTRUTURAS

3.4.1. Rede Viária Florestal

A construção e a manutenção da rede viária florestal operacional são fundamentais para o sucesso do empreendimento florestal como um todo, uma vez que é uma atividade transversal às restantes atividades de instalação, manutenção e exploração de povoamentos florestais e transporte de pessoal e produtos. Por ser uma atividade normalmente de custo elevado e com potenciais efeitos nocivos para o ambiente, particularmente em termos de erosão do solo, assoreamentos e redução da qualidade da água, há a necessidade de planear e executar as diversas operações com o máximo de rigor técnico e o mínimo custo possível.

Para isso toda a rede viária operacional deve ser sujeita a um processo de manutenção, de forma a evitar a sua degradação e problemas de erosão, para que os veículos possam circular com segurança, evitando, assim, não só a sua reparação onerosa como também possíveis acidentes aquando da sua utilização.

A manutenção das redes viárias fundamental e complementar (estradas florestais) deve garantir a funcionalidade do sistema de drenagem, de forma a minimizar os impactos no ambiente e assegurar a transitabilidade dos caminhos.

Será mantido um programa de manutenção destas vias que preveja um check-up regular e uma atuação imediata quando necessário:

 O sistema de drenagem deverá ser mantido desobstruído para que a água possa circular livremente;

 Durante o check-up, todos os locais de cruzamento com as linhas de água deverão ser inspecionados;

 Todo o material lenhoso que após queda fique nos caminhos deverá ser retirado o mais cedo possível;

 Todos os locais de cruzamento com as linhas de água deverão ser inspecionados periodicamente;

 Durante o período de Inverno devem fazer-se inspeções regulares para identificar as áreas com problemas;

 Após um período de chuva excessiva, os caminhos devem ser interditos à circulação de veículos;

 Deve ser observada a manutenção do desnível interior, prevendo-se inclinação aproximada de 3%, objetivando a retirada das águas pluviais da plataforma, conduzindo-as para as valas laterais de drenagem;

 Controlar a vegetação da berma dos caminhos, tendo em consideração a melhoria da visibilidade, a proteção contra incêndios florestais e a redução da humidade dos caminhos e a garantia da descontinuidade horizontal e vertical da vegetação que permanece nessas faixas; ou seja, 5 m para cada lado sem vegetação de qualquer espécie e outra faixa de 10 m desbastada, limpa de matos e com as árvores desramadas até uma altura de 3m.

 Sempre que possível, e de forma gradual, deverão ser implementadas valas de infiltração aplicadas no contorno da rede viária florestal (princípio de “swales”). Têm como objetivo recolher o escoamento superficial, transportando-o lentamente (tempos de escoamento elevados), proporcionando efeito de armazenamento e, se possível, a sua infiltração ao longo do percurso. Abrandam o fluxo de água durante as tempestades, impedindo-o de erodir a paisagem, e dando-lhe tempo para penetrar no solo. Os nutrientes, na forma de folhas e sementes, também são capturados na vala, produzindo mulch e fornecendo matéria orgânica para o solo. São estruturas de fácil execução e requerem um baixo custo de instalação e manutenção, podendo funcionar como alternativa a um sistema de drenagem tradicional.

O programa de intervenção da rede viária florestal foi calendarizado no sentido de se intervencionar 1/5 da totalidade em cada ano (Tabela 45). Neste sentido, devem-se avaliar no início de cada ano as necessidades e efetuar a reprogramação.

Tabela 45 – Programa de intervenção na rede viária.

Infraestruturas

Dimensão prevista (Km) 1.º Quinquénio

2018 2019 2020 2021 2022

Rede Viária florestal 9,9 9,9 9,9 9,9 9,9

3.4.2. Pontos de Água

Durante as fases de planeamento das atividades de instalação e manutenção florestal, é pertinente aproveitar a oportunidade para identificar as necessidades de obras de manutenção de pontos de água. As ações previstas consistem em melhorar as condições de impermeabilização e limpeza da vegetação espontânea em redor dos mesmos de modo a facilitar os acessos. Esta operação deverá ser realizada no primeiro ano de cada 4 anos.

Igualmente, a rede de pontos de água deverá ser alvo de uma avaliação anual quanto à sua operacionalidade, capacidade e acessibilidade por tipologia de meios de combate. A informação recolhida deverá ser cartografada e disponibilizada a todos os corpos de bombeiros da região.

3.4.3. Infraestruturas de Recreio e Lazer

Torna-se importante garantir o controlo dos acessos a zonas sensíveis e qualificar as infraestruturas e paisagens que suportam e enquadram as atividades recreativas lá praticadas, no sentido de garantir e respeitar os objetivos de conservação da natureza definidos para o PECOF.

A implementação/manutenção destas infraestruturas deverá garantir um reduzido impacto na paisagem e ambiente. A existência de um acompanhamento regular do estado de conservação das infraestruturas é fundamental, tornando a sua manutenção, em condições normais, rápida e pouco onerosa. Nesse sentido,

aproveitar a oportunidade para monitorizar as necessidades de obras de manutenção nas infraestruturas de recreio e lazer.

Determinadas características/recomendações deverão ser tidas em conta aquando da manutenção/implementação das infraestruturas de recreio e lazer presentes no PECOF nomeadamente:

 Uma eventual ampliação da rede de estruturas de recreio e lazer no PECOF deverá sempre adequar-se ao número de visitantes e permitir uma diversificação da paisagens e atividades a fruir;

 O subcoberto deve apresentar pouca carga vegetal de modo a reduzir o risco de incêndio. Deverá ser efetivada a criação/manutenção de faixas de proteção e de controlo da vegetação espontânea em torno da infraestrutura (5 a 10 metros) e monitorizadas/geridas anualmente;

 Nas árvores com a função de enquadramento de infraestruturas deverão ser efetuadas regularmente podas no sentido de reduzir o risco de queda de ramos em zonas de passagem frequente;

 Deverão ser previstos locais para parqueamento de viaturas nas acessibilidades, de modo a não condicionar o trânsito local e criar dificuldades na movimentação dos visitantes. Os acessos deverão garantir uma evacuação segura em caso de necessidade;

 As atividades que se desenvolvem nos percursos pedestres, em que se verifica a interferência em maciços florestais, requerem ordenamento e controlo específicos e contínuos, nomeadamente ao nível dos acessos e da necessidade de monitorização de sinais de degradação. Sempre que possível, deverá recorrer-se a diferentes composições de espécies e de estratos no sentido de enriquecer a diversidade de ambientes;

 Efetuar uma regular monitorização ao redor destas infraestruturas no sentido de verificar a presença/estado de conservação de locais para a colocação de lixo;

 Deverá ser mantido/potenciado um arranjo paisagístico na proximidade das principais linhas de água, miradouros e outros locais de interesse turístico, podendo a vegetação autóctone ser complementada com espécies florestais com valor ornamental;

 A vegetação na envolvente aos miradouros deverá ter uma gestão própria de modo a que a visibilidade nos mesmos não seja afetada;

 Deverá ser garantido o controlo de pragas que poderão ser nocivas para os visitantes (p.e. processionária dos pinheiros);

 Será indispensável manter um esforço na manutenção nos percursos pedestres, nomeadamente ao nível das infraestruturas de proteção, sinalização e informação. Outro aspeto igualmente de grande relevância prende-se com o controlo da transitabilidade nos percursos, a qual deverá ficar condicionada durante os períodos em que se verifiquem condições meteorológicas que desaconselhem a circulação nos mesmos;

de modo a apresentarem tonalidades que se integrem na paisagem. Deverão, também, encontrar-se enquadrados por vegetação.