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SUMÁRIO

SUB-PROGRAMA 12: GERAL

Ação 24: Comunicação do Programa de Ações

Ação 25: Biomonitoramento da Sub-Bacia do Rio Pardinho

Ação 26: Gestão, Acompanhamento e monitoramento da implementação do Programa

Quadro 29 - Quadro-resumo do programa de ações da sub-bacia do Rio Pardinho.

Fonte: ECOPLAN (2006, p. 386).

Para a BH do Caí e do Lago Guaíba já foi identificado como uma das propostas de ações para atingir as metas do enquadramento a necessidade de tratamento dos esgotos domésticos dos municípios pertencentes a BH (sua principal problemática). Sendo que para a BH do Caí já tem desenvolvido um plano de execução para esta atividade com estimativas de custos e tipo de tratamento destes efluentes89.

O plano de BH do Caí e o plano de BH do Guaíba destacaram que após implementada as ações de tratamento do esgoto, deverão haver ações severas sobre as demais fontes poluidoras (efluentes industriais e cargas difusas, vindas da pecuária).

Entre outras medidas apontadas no plano de BH do Caí estiveram a educação ambiental, a recomposição da mata ciliar, integração com os planos diretores municipais e programas de monitoramento ambiental (PROFILL, 2008a).

Para a BH do Tramandaí foi proposto o tratamento dos esgotos das áreas urbanas, o destino adequado do lixo, a recuperação das áreas de preservação permanentes ao redor dos córregos e lagoas, o monitoramento da qualidade das águas, a resolução das problemáticas referentes ao balanço hídrico nas lagoas, onde poderá haver sérios problemas de compatibilidade entre demandas e disponibilidades (Lagoas Emboaba, Fortaleza e Pombas); diminuição das perdas na distribuição da água tratada (vazamentos, desperdícios, etc.) e a proteção dos banhados e dunas (PROFILL, 2005c).

Observa-se que os planos de BH tem dado importância a constituição e preservação das áreas protegidas dentro das BHs (UCs, APPs e áreas de recarga de aquífero), que são

89 Informações obtidas a partir do questionário respondido pelo CBH do Rio Caí e de documentos cedidos pelo

caracterizadas como relevantes a proteção qualiquantitativa das águas, propiciando o armazenamento natural de água pelo meio ambiente.

Existe preocupação com a constituição de uma rede de monitoramento da qualidade das águas, pois este foi um dos entraves apresentados para a constituição do diagnóstico das águas devido a sua falta. Com um sistema de monitoramento de qualidade instituído a estruturação do enquadramento se embasará em informações confiáveis.

A cobrança pelo uso da água e a outorga também foram elencados como ações a serem realizadas, mas de acordo com a legislação de recursos hídricos90 estes instrumentos devem ser estruturados no próprio Plano de BH, onde devem estar definidas suas diretrizes gerais. Os aspectos que não estiveram presentes nos planos, exceto no Plano de BH do Rio Caí, foi a proposição das prioridades para a outorga e as diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso das águas.

Salienta-se ainda a preocupação em desenvolver uma EA significativa que envolva a sociedade da BH com as temáticas voltadas aos recursos hídricos participando ativamente do processo de gestão e gerenciamento das águas.

As demais ações visam sanar as principais problemáticas das sub-bacias em questão como é o caso do esgoto sanitário, as estiagens, enchentes, desperdício de água, as atividades agrícolas inadequadas, resíduos sólidos, aumento da disponibilidade de água, entre outras ações.

Cabe salientar que estas informações advindas dos planos necessitam de ampla divulgação à sociedade e devem compor o SEIRH, para que estas estejam acessíveis a população e aos órgãos responsáveis pelo gerenciamento das águas.

4.2.1.2.2 Estudos que se vinculam ao plano de BH

Como salientado anteriormente a BH do Rio Quaraí possui dois estudos intitulados "Serviço de consultoria Relativo à Execução da 1ª Etapa de um Plano Integrado de aproveitamento da Bacia Hidrográfica do Rio Quaraí" (BOURSCHEID, 1995). O outro estudo foi intitulado de "Plano de Utilização dos recursos hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Quaraí MD - 2ª Etapa" (MRS ESTUDOS AMBIENTAIS LTDA, 1996).

Os estudos realizaram um diagnóstico (caracterização atual do ambiente natural, meio socio-econômico-cultural, demandas, disponibilidade, balanço hídrico quantitativo, qualidade

atual das águas que definiram o cenário atual e o enquadramento atual das águas da BH) e prognóstico da BH do Rio Quaraí (definição de demandas e disponibilidades de água, identificação de áreas críticas que configuraram o cenário futuro sem intervenções), além de proposição de cenários alternativos e ações necessárias para a BH mitigar suas problemáticas, identificando ações estruturais e não estruturais que irão compor o futuro Plano de BH. Foram estabelecidas diretrizes para a outorga e a cobrança das águas na BH. A participação da sociedade se deu somente no segundo estudo para discutir as propostas formuladas no decorrer do mesmo.

Entre as principais ações que estão em discussão e provenientes dos estudos elencados anteriormente estão: a necessidade de desenvolvimento da educação ambiental na BH, a fiscalização de outorgas expedidas, ações de convivência com as cheias, criação de saneamento básico, necessidade de Inclusão do Uruguai na discussão do plano de bacia, pois ela é uma BH transfronteiriça.

A bacia do rio Ibicuí possui um estudo que objetivou sistematizar informações sobre o cenário atual das águas na BH do Ibicuí para que subsidiassem à expedição de outorgas nesta bacia hidrográfica, além disso caracterizou a cobrança das águas nesta BH91.

O estudo foi intitulado como "Avaliação Quali-quantitativa das disponibilidades e demandas de água da bacia hidrográfica do Rio Ibicuí". O estudo foi realizado na bacia hidrográfica do Rio Ibicuí, pela empresa STE (Serviços Técnicos de Engenharia S.A.) e foi financiado pelo FRH/RS (Fundo de Investimento em Recursos Hídricos) e contratado pelo CRH no ano de 1996. Este trabalho também teve como objetivo criar um banco de dados e informações sobre a BH que posteriormente poderia ser agregado ao Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos do DRH.

Foi identificado no referido estudo as principais demandas e fontes de efluentes para as águas como podemos verificar no quadro 30 a seguir:

Demandas Fontes de efluentes

Irrigação (arroz) Dessedentação animal Abastecimento Público Balneários e psicultura Esgotamento sanitário Efluentes industriais Efluentes de criação animal

Quadro 30 - Estudos da Bacia do Ibicuí.

Fonte: STE (1998).

91 Os critérios de cobrança e de outorga serão apresentados e discutidos nos capítulos específicos destes

Na BH do rio Ibicuí não há conflitos entre oferta e demanda de água atuais, havendo um balanço hídrico favorável suprindo todos os usos. O que se apresenta é o desperdício de água devido à pratica de irrigação inadequada que demanda de mais água do que o necessário, além de reservar água em reservatórios que ocupam grande área, devido ao relevo plano, havendo perdas com a evaporação destes reservatórios destinadas a irrigação de arroz.

Quanto às sugestões de ações para a BH do Ibicuí para minimizar as problemáticas existentes (em especial o desperdício de água) foi destacada a utilização e manejo adequado das águas na irrigação, uso do plantio direto para diminuir o desperdício de água e de solo na produção de arroz, além do uso de reservatórios subterrâneos de água para diminuir o desperdício de água mediante a evaporação, que é significativa na BH.

Diante disso vê-se que este trabalho pode ser o ponto inicial do próprio plano de bacia, compondo sua fase A, possibilitando posteriormente a conclusão das fases B e C do plano que são relevantes para o planejamento futuro da bacia e da gestão de suas águas e a elaboração de ações para atingir-se aos objetivos propostos. Atualmente o CBH do Rio Ibicuí está em fase de licitação de seu plano de BH, para definir a empresa que virá a executar a mesma.

4.2.1.3 Enquadramento dos corpos hídricos

Quanto ao enquadramento dos corpos hídricos, este é um estudo realizado a fim de enquadrar os corpos hídricos de acordo com classes de qualidade embasados nos usos futuros das águas desejados pela sociedade da BH, que vão desde a água potável, própria para consumo humano, até a qualidade péssima da água destinada somente a navegação estando em acordo com a Resolução do CONAMA 357/2005.

O aspecto relevante neste processo de planejamento da BH é que o mesmo deve se desenvolver com a participação de toda a sociedade da BH, que irá expor sua opinião referente aos usos futuros das águas da BH, a fim de estabelecer metas de qualidade para os corpos hídricos. Por isso este processo necessita de um plano de mobilização social para que a sociedade se engaje nesta discussão e esteja efetivamente representada nesta tomada de decisão.

Este estudo possui relevância significativa por ser considerado parte necessária ao planejamento para os demais instrumentos da legislação, sendo considerado uma das bases para os mesmos por ser a projeção futura da qualidade das águas da BH, interferindo na

concessão das outorgas, na cobrança pelo uso da água e na concessão do licenciamento ambiental, compatibilizando a gestão das águas com a gestão ambiental.

No estado do RS das 25 BH apenas 8 (32%) possuem seu enquadramento concluído. Este é um percentual pequeno para a importância que esta etapa do planejamento representa para a BH e para o estabelecimento de metas qualitativas de suas águas.

No estado do RS verifica-se que as BH que estão elaborando seus Planos de BH têm o enquadramento como sua fase B. Fase esta que antecede a proposição das ações estruturais e não estruturais na BH que objetivam atender as metas propostas pelo enquadramento. As BH do Caí, Guaíba, Pardo, Apuaê Inhandava e o Tramandaí desenvolveram seu enquadramento juntamente com os seus Planos de BH (PAIM, 2010; SILVA, 2011).

Existem também algumas BH que possuem somente o enquadramento e não o plano de BH estando desvinculado deste. Isso porque o enquadramento obteve tentativas de ser implementado após a criação da Lei nº 10350/94, sendo os mesmos realizados pela FEPAM nas BH que tivessem CBH já instituídos até aquele momento e que apresentassem mobilização social para tal processo de planejamento, como é o caso da BH do Sinos, Gravataí e Santa Maria (HASSE, GUTIÉRREZ, 2008).

Salienta-se que estes enquadramentos necessitam dos planos de BH para se consolidarem, pois o Programa de ações contidos nestes possibilitam a operacionalização das metas do enquadramento, possibilitando o seu alcance na prática, garantindo a melhora na qualiquantidade das águas na BH. Sem este programa de ações o enquadramento não se efetiva, considerando-se mero planejamento que não se consolidou como instrumento da legislação de recursos hídricos.