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4.4. Políticas Públicas voltadas para a Gestão dos resíduos sólidos urbanos:

4.4.3. Políticas Públicas Municipais de gestão de RSU voltadas ao estímulo da

4.4.3.1. Programa Quem preserva paga menos (Ouro Preto)

O Programa “Quem preserva paga menos”, regulamentado pela Lei Municipal 113, de 27 dezembro de 2011, foi criado com o propósito de incentivar a população do município de Ouro Preto a participar da coleta seletiva de resíduos. O Programa concede descontos no IPTU para cidadãos que têm atitudes que

33 contribuam com a sustentabilidade. A participação da residência ocorre mediante cadastro gratuito e comprovação de uso de energia solar, captação de agua de chuva ou participação na coleta seletiva. Uma vez cadastrado, o morador recebe descontos de 5% na taxa do IPTU para captação de água de chuva e energia solar e 10% de desconto na taxa de coleta de resíduos (TCR).

A TCR, cobrada junto ao IPTU pela prestação regular dos serviços de coleta, transporte e destinação dos RSU, utiliza a frequência de coleta como base de cálculo e, portanto, não considera o volume ou peso produzidos em cada propriedade, de forma a tornar nulo o custo marginal de geração, o que dispersa a responsabilidade pela redução na fonte da geração de RSD (MOTA, 2011). Para tornar a cobrança mais justa, Mizutsu (2013) propôs uma nova metodologia de cálculo da TCR para o município de Ouro Preto que usa indicadores indiretos e diretos que têm relação com a geração de resíduos sólidos urbanos, abrangendo questões acerca do consumo, socioeconômicas, demográficas e do tipo de atividade comercial desenvolvida nas diferentes propriedades do município. Porém, apesar de melhorar a divisibilidade da cobrança e torná-la mais justa, o cálculo falha ao não incluir fatores que consideram a redução e a variação sazonal na geração de resíduos do município.

O programa “Quem preserva paga menos” ainda não divulgou resultados, taxa de adesão no programa, benefícios para o município de Ouro Preto e outras informações, em razão de sua recente criação e divulgação. O programa teve como estratégia para estimular a participação individual o uso de redução monetária. 5. MATERIAL E MÉTODOS

5.1. Área de estudo

Os dados do presente trabalho foram coletados na microrregião de Ouro Preto, formada pelos municípios de Mariana, Ouro Preto e Itabirito, correspondente ao Arranjo Territorial Ótimo (ATO) número 5 do agrupamento 59 (Figura 6), o qual está inserido nos ATOs da bacia de São Francisco em Minas Gerais, volume 2 (FEAM, 2012). Os três municípios possuem grande importância história e peculiaridades arquitetônicas que vão desde seus casarios, ruas, becos, vielas, etc.

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Figura 6 – Delimitação geográfica referente aos ATOs de Minas Gerais. A área em

amarelo delimita o ATO número 5 no agrupamento 59, no qual estão inseridos os municípios de Ouro Preto, Mariana e Itabirito.

Fonte: adaptado de Bruschi (2012).

Os municípios de Ouro Preto, Mariana e Itabirito são referências em se tratando de cidades históricas, turismo, arquitetura e mineração. Na questão RSD, os três municípios produzem um volume semelhante de resíduos e possuem coleta seletiva realizada pelas associações de catadores locais. Os municípios de Mariana e Itabirito possuem aterro sanitário enquanto Ouro Preto possui aterro controlado para os RSU.

5.1.1. Ouro Preto

Ouro Preto, Patrimônio Histórico e cultural da UNESCO desde 1980, é caracterizada como uma cidade histórica, turística e universitária. A cidade é composta por doze Distritos e está inserida na Serra do Espinhaço, na zona metalúrgica de Minas Gerais (Quadrilátero Ferrífero). O município possui um índice

de desenvolvimento humano municipal - IDHM12 alto, de 0,787.

12O IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano municipal) é um índice utilizado para se medir o

35 Ouro Preto está localizado a 43,5° Longitude Oeste e 20,28° Latitude Sul,

altitude de 1179 m, área territorial de 1246 Km2 e população de 70.281 habitantes

(IBGE, 2010). Em 2012, foram contabilizados 26.644 domicílios, dos quais 20.151 estão ocupados (OURO PRETO, 2012a). Os domicílios restantes se dividem entre improvisados, fechados, vagos e de uso ocasional. As mulheres são a maioria no município e correspondem a 51,24% da população (IBGE, 2010).

Segundo dados do IBGE (2010), Ouro Preto apresentou um crescimento populacional significativo (5%) entre 2007-2010, que superou em quatro vezes ao observado em um período de sete anos (2000-2007), caracterizado como estável (1,16%). Ao mesmo tempo, observou-se expansão no setor imobiliário e de construção civil na última década.

Este quadro além das significativas questões econômicas pode estar associado à recente expansão da Universidade Federal de Ouro Preto, impulsionada pelo Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), que fomentou a criação de novos cursos de graduação, o que elevou o número de estudantes no município, que ocupam aproximadamente 300 residências e correspondem a cerca de 10% da população (SAYEGH, 2012). Estima-se, portanto, um aumento na geração de resíduos sólidos no município em razão do aumento de sua população flutuante. Além disso, cabe ressaltar que a geração de RSD do município aumenta consideravelmente em determinados períodos do ano, principalmente durante eventos festivos como o carnaval, em que as residências de estudantes (conhecidas como repúblicas) hospedam um número considerável de turistas (MIZUTSU, 2013).

Ouro Preto apresenta considerável geração de RSU e estima-se que aproximadamente 50 toneladas sejam coletadas diariamente, sendo que em torno de 25% desses têm potencial para serem reciclados (PMOP, 2012).

No início do presente estudo (2010), o município de Ouro Preto passava por dificuldades em seu sistema de destinação final de RSU, que no inicio do ano de 2011 era classificado como lixão, recebendo por isso multas diárias, segundo informações da FEAM. No mesmo período, era discutida a construção de um aterro sanitário para atender os três municípios da microrregião de Ouro Preto, porém, até

humano o intervalo entre 0,0 a 0,49; baixo entre 0,50 a 0,59; médio entre 0,60 a 0,69; alto entre 0,70 a 0,79 e muito alto o intervalo entre 0,8 e 1,0 (ADHB, 2013).

36 então esse tema não foi à diante. Apesar disso, o município realizou melhorias em relação à destinação final de RSU, adequando o lixão, que já foi aterro sanitário um dia, para a situação de aterro controlado, segundo dados obtidos nos relatórios elaborados pela FEAM (FEAM, 2011).

Considera-se que hoje (julho/2013), o município de Ouro Preto está operando regularmente perante a legislação ambiental em se tratando da disposição final de seus resíduos coletados, visto que tem um prazo até 2014 para se adequar segundo a Lei 12305/10 que trata da PNRS, de modo a transformar o aterro controlado existente em aterro sanitário.

O aterro controlado de Ouro Preto opera há mais de 15 anos, distante a 7 km do centro urbano e a no mínimo 300 m de cursos de água e declividade inferior a 30%. Em vistoria realizada pela FEAM, em agosto de 2012, foi verificado que são lançadas na área 40 toneladas de resíduos sólidos diariamente, de origem variada (domiciliar, público, comercial e de saúde), de forma que os resíduos sólidos de saúde são coletados separadamente e aterrados em valas separadas. O isolamento da área do aterro é feito por cerca e fechamento e possui placas de identificação. O sistema de drenagem pluvial é do tipo valas escavadas e o tipo de disposição final é plataforma. Na região, há muito resíduo espalhado e tem presença de animais. Os resíduos sólidos urbanos (RSU) são compactados seis vezes por semana e recobertos mecânicamente. Há oito drenos de gases espalhados pelo local, sendo que apenas alguns deles funcionam. Há captação do lixiviado que é encaminhado e

tratado por um reator UASB13. Lâmpadas fluorescentes, pilhas e baterias são

acondicionadas em locais adequados. Resíduos da construção civil são acondicionados em locais específicos e utilizados para manutenção de estradas. Porém, em visita realizada em 29/05/2013, foi constatada a ausência de placa de identificação (Figura 7. A) e de valas para drenagem de águas pluviais (Figura 7.B), grande quantidade de material lixiviado passando por fora do reator UASB (Figura 7.C), o qual estava cercado para evitar pisoteio de animais (Figura 7.D), além da presença de animais (cavalos) e muitos resíduos espalhados (Figura 7.B). Segundo o relatório da FEAM, os pneus inservíveis são acondicionados em ecoponto e estrutura coberta, o qual se situa fora das dependências do aterro controlado.

13 O reator UASB ou RAFA é uma tecnologia de tratamento de efluentes biológicos baseada na

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Figura 7 – Aterro controlado de Ouro Preto. Entrada desprovida de placa de

identificação (A). Terreno com presença de animais (cavalos) e muitos resíduos espalhados, sem valas para drenagem de águas pluviais (B). Material lixiviado

(indicado pela seta) escorrendo a “céu aberto” (C). Reator UASB cercado para evitar

pisoteio de animais (D).

(A) (B)

(D) (C)

Fonte: este trabalho (Junho, 2013)

5.1.2. Mariana

A cidade de Mariana, Patrimônio Histórico Nacional, localiza-se na região Sudeste, no estado de Minas Gerais, a 43,41° Longitude Oeste e 20,37° Latitude

Sul, altitude de 712 m, área territorial de 1.194 Km2. Em 2010, sua população era de

54.219 habitantes e com 15.894 domicílios particulares permanentes (IBGE, 2010). Foi a primeira vila, cidade e capital do estado de Minas Gerais e até hoje guarda belas relíquias e casarios que contam parte da história do Brasil colonial.

O município de Mariana no período do presente estudo passava por uma grande instabilidade política, o que gerou sucessivas trocas de governantes e consequentemente de secretarias e equipes administrativas. Após eleições de 2008,

38 passaram pela administração municipal cinco prefeitos, o que acarretou consequências negativas na administração municipal no que refere às questões de saneamento e gestão municipal de resíduos sólidos (PORTELA, 2012). O município de Mariana também possui IDHM alto (0,742).

Ao contrário de Ouro Preto, cujo crescimento expressivo recente ocorreu entre 2007 e 2012, Mariana por sua vez, apresentou crescente aumento populacional entre 2000 e 2007 (10,7%) (IBGE, 2013), embora este crescimento tenha alcançado patamares similares (4,9%) a Ouro Preto entre 2007 e 2010.

A cidade de Mariana recolhe diariamente em torno de 40 toneladas de resíduos sólidos urbanos. A matéria orgânica, como normalmente se verifica no lixo doméstico brasileiro, representa a maior parcela dos resíduos sólidos domiciliares de Mariana (40%). Segundo estimativas do Programa de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos do Município de Mariana, aproximadamente 6,7 toneladas diárias dos resíduos produzidos em Mariana poderiam ser reciclados (PMM, 2012).

O município inaugurou o seu aterro sanitário em dezembro de 2008. Segundo dados da FEAM (2012), obtidos na visita técnica realizada em março de 2012, foi constatado e informado que a área encontrava-se identificada, isolada com cerca e portão com cadeado, possuindo ainda placas de advertência e sinalização. O aterro sanitário funciona de segunda a sábado, recebendo diariamente cerca de 34 toneladas de resíduos (domiciliares, públicos e comerciais). O aterro sanitário, administrado pela Construtora Terrayama Ltda., paralisou as atividades em 01/11/2011 a fim de corrigir irregularidades apontadas no Termo de Ajustamento de

Conduta – TAC, firmado com a Superintendência Regional de Regularização

Ambiental- Zona da Mata (Supram ZM), em 02/02/2011. O retorno das atividades do aterro ocorreu em 08/11/2011, após concessão da anuência pela Supram ZM. Na frente de operação, os resíduos estavam sendo dispostos em rampa, compactados e recobertos ao longo da jornada de trabalho. O material de recobrimento era retirado da jazida localizada dentro do empreendimento. Os drenos de gases estavam sendo instalados progressivamente. Já os drenos de lixiviados, encontravam-se por toda a plataforma. Os taludes do maciço encontram-se parcialmente revegetados. O sistema de drenagem pluvial era constituído por

canaletas de concreto. O lixiviado era destinado às lagoas de tratamento –

39 facultativa, sendo o local dotado de estruturas de dissipação da energia hidráulica. O aterro possuía quatro piezômetros, situados a jusante da lagoa de tratamento, dos quais alguns se encontravam vedados e com satisfatórias condições de acesso. O sistema de tratamento de efluente também era composto por quatro filtros anaeróbicos e dois leitos de secagem. A balança rodoviária funcionava adequadamente.

De acordo com visita realizada no dia 29/05/2013, constatou-se a presença de uma guarita com um vigia, portão e placa de identificação na entrada (Figura 8.A). Foi constatada a presença de cavalos e grande quantidade de resíduos descobertos (Figuras 8.B e 8.C), além de baixa e irregular cobertura vegetal nos taludes (Figura 8.C). Foi também verificada uma usina de triagem (Inaugurada em dezembro 2012) e postos de monitoramento de agua subterrânea (Figura 8.D), além de lagoas de tratamento (Figura 8.E) e leitos de secagem (Figura 8.F) que se encontram desativados e bastante danificados.

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Figura 8 – Aterro controlado de Mariana. Entrada (A). Terreno com presença de

animais (cavalos) e muitos resíduos espalhados (B). Terreno com resíduos espalhados e cobertura vegetal baixa e irregular (C). Estrutura da usina de triagem e postos de monitoramento de águas subterrâneas (D). Lagoas de tratamento em desuso (E). Leitos de secagem danificados e desativados (F).

E

(A)

(B)

(C)

(E)

(D)

(F)

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5.1.3. Itabirito

Itabirito iniciou sua história como Itabira do Campo, emancipando em distrito Colonial de Vila Rica com o nome de Itabirito, que em Tupi significa “pedra que risca vermelho”, correspondente ao nome do minério de ferro abundante na região. Localiza-se no estado de Minas Gerais a 43,8° Longitude Oeste e 20,25° Latitude Sul, altitude de 901 m, área territorial de 543 Km2, com a população de 45.449 habitantes e 13.243 domicílios particulares permanentes em 2010 (IBGE, 2013), cuja economia depende principalmente da exploração de minério de ferro. O crescimento populacional do município (19,9%) foi o que mais se destacou entre os três municípios da microrregião de Ouro Preto no período entre 2000 e 2010, atingindo as maiores taxas de crescimento (9,5%) entre 2007 e 2010. Assim como Ouro Preto, Itabirito também possui um IDHM alto (0,786). À época do estudo, Itabirito demonstrava uma situação de maior estabilidade tanto na questão política quanto na gestão dos RSU. Em maio de 2010, como condicionante para que a mineradora Ferrous atuasse na cidade, a prefeitura municipal de Itabirito recebeu cerca de R$ 5.700,00. Este benefício foi destinado visando a melhorias nas condições de trabalho dos funcionários do aterro sanitário e adquiridos fogão, geladeira, armário de aço, duas roçadeiras e uma mesa de refeitório. O aterro sanitário foi inaugurado em 22 de outubro de 2006 (PMI, 2011). Atualmente, o aterro sanitário recebe diariamente cerca de 40 toneladas de resíduos, o qual é recolhido por empresa terceirizada. O resíduo hospitalar também é recolhido por empresa terceirizada, pesado no aterro e posteriormente levado pela Empresa Essencis em Contagem (MG) para incineração. Os demais tipos de resíduos como os provenientes da construção civil, podas, corte de árvores e/ou capina são destinados à recuperação em áreas degradadas com erosões.

Em visita realizada ao aterro sanitário municipal de Itabirito em 29/05/2013, foi constatada a identificação na entrada do aterro na BR 356 (Figura 9.A), onde se localizavam uma guarita com um vigia e telefone e balança para pesagem dos resíduos (Figura 9.B). Foi verificada a identificação do aterro com placas e cercas, leiras de terra para posterior cobertura dos RSU, além de drenos de gases espalhados por boa área do aterro (Figura 9.C). Os resíduos encontravam-se recobertos de forma eficiente (Figura 9.D) e a drenagem de água pluvial era

42 realizada por valas. Porém, foi verificada a presença de aves e cães (Figura 9.C e 9.D).

Figura 9 – Aterro controlado de Itabirito. Entrada identificada com placa (A). Guarita e balança para pesagem dos resíduos (B). Terreno com leiras de terra para posterior cobertura dos resíduos sólidos e drenos de gases espalhados pela área, com presença de animais (C). Cobertura de resíduos, com presença de animais (D).

(A)

(C)

(B)

(D)

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5.2. Pesquisa descritiva

Para o levantamento dos dados do presente estudo, foi realizada uma

pesquisa conclusiva descritiva direta e estruturada (survey)14. Os dados foram

obtidos por entrevista direta, através da aplicação de questionários estruturados. O estudo foi realizado nas residências do perímetro urbano das cidades de Ouro Preto, Mariana e Itabirito, entre janeiro e dezembro de 2012. As residências foram escolhidas de forma aleatória e o entrevistado era um residente do domicilio (que atendeu a porta). A amostra referente a cada município foi obtida por amostragem

estratificada15 proporcionada, com base no número de residências destes municípios

em 2010, que era de 20.151, 15.894 e 13.242 domicílios em Ouro Preto, Mariana e Itabirito, respectivamente. O tamanho da amostra (número de residências) foi definido considerando-se um nível de confiança de 95%, margem de erro E= 0,03 e variabilidade máxima de 50% (p = q = 0,5), segundo a equação 1, conforme descrito em Malhotra (2006), em que Z= 1,96 (abscissa da normal a um nível de confiança

de 95%); p = 0,5 (variabilidade máxima estimada) e q = (1 – p). A amostra de cada

município foi constituída por 600 residências, totalizando 1800 residências. n = _q p Z² (Eq. 1)

14A pesquisa conclusiva caracteriza um processo formal e estruturado, com base em amostras

grandes e representativas, cujos dados obtidos estão sujeitos à análise quantitativa. A pesquisa descritiva é definida como um tipo de pesquisa conclusiva que tem como objetivo principal a descrição de algo, normalmente características. Ela pode ser conduzida usando uma abordagem direta ou indireta; a primeira se refere a uma forma não disfarçada de questionamentos, onde o entrevistado conhece o objetivo do projeto, enquanto a outra disfarça o objetivo do projeto. Adicionalmente, os dados da pesquisa direta podem ser coletados de forma estruturada ou não- estruturada, sendo que na primeira forma elabora-se um questionário formal e as perguntas são limitada a alternativas de resposta fixa e feitas em uma ordem pré-especificada, enquanto a outra forma não segue uma estrutura rígida de perguntas. O método survey é utilizado para obtenção de informações e se baseia no interrogatório dos participantes, aos quais se fazem várias perguntas sobre seu comportamento, intenções, motivações, atitudes, percepções e características demográficas e de estilo de vida. Geralmente um questionário estruturado é utilizado nas entrevistas, sendo o método mais comum utilizado para coleta de dados primários (gerados pelo pesquisador). Fonte: Malhotra (2001)

15 A amostragem estratificada consiste em uma técnica de amostragem probabilística que usa um

processo de dois estágios para dividir a população em subpopulações ou estratos. Escolhem-se os elementos de cada estrato por um processo aleatório. Na amostragem estratificada proporcionada, o tamanho da amostra extraída de cada estrato é proporcional ao tamanho relativo do estrato na população. Fonte: Malhotra (2001)

44 A população (residências) foi estratificada em bairros (estratos), em que o tamanho dos estratos da amostra (número de residências consultadas em cada bairro) foi proporcional ao tamanho relativo (número de residências por bairro) de cada estrato na população total. Os elementos (residências) dos estratos foram selecionados de cada estrato por processo aleatório. O número de residências por bairro e por estrato está apresentado no Apêndice 1.

O questionário utilizado foi composto por 49 questões, sendo dividido em duas partes. A primeira parte do questionário incluiu oito questões referentes ao perfil sociodemográfico dos entrevistados, como sexo, idade, escolaridade, origem, estado civil, renda familiar mensal e número de residentes no domicílio. A segunda parte foi composta por perguntas que avaliaram o conhecimento, o comportamento, a percepção e o interesse sobre questões envolvendo a gestão de resíduos sólidos e o programa de coleta seletiva do município, reciclagem, Associação de Catadores de Recicláveis, coleta seletiva e geração de resíduos domiciliares. Além disso, foram avaliadas principalmente as motivações e barreiras para a participação dos moradores no Programa de Coleta Seletiva de resíduos do município. O questionário utilizado nas entrevistas está apresentado no Apêndice 2.

As entrevistas foram realizadas seguindo recomendações do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal de Ouro Preto e iniciadas após a manifestação de participação voluntária dos entrevistados, mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), o qual está apresentado no Apêndice 4.

Os dados foram categorizados e analisados, de forma descritiva, utilizando o

programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences – SPSS for Windows

versão 13.0.

5.3. Pesquisa exploratória

Dados não disponíveis sobre a gestão de resíduos sólidos urbanos dos municípios da microrregião de Ouro Preto foram coletados por meio de entrevistas com responsáveis das Secretarias Municipais de Meio Ambiente dos municípios, seguindo recomendações do Comitê de Ética em Pesquisa. O questionário utilizado nas entrevistas está apresentado no Apêndice 3.

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6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1. Perfil sociodemográfico dos municípios da microrregião de Ouro Preto

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