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A meta do programa UFAC/Universidade da Floresta é que a integração de atividades de ensino médio, pesquisa e ação social em torno de metas comuns da

UNIVERSIDADE DA FLORESTA: DO PROJETO À IMPLEMENTAÇÃO

4. A meta do programa UFAC/Universidade da Floresta é que a integração de atividades de ensino médio, pesquisa e ação social em torno de metas comuns da

população regional, especialmente aquelas que dizem respeito à conservação e ao manejo dos recursos naturais, à valorização da medicina tradicional, ao desenvolvimento de tecnologias apropriadas e à segurança alimentar e ambiental. Neste projeto os moradores locais não serão objeto de estudo ou habitantes das áreas de estudo, passando em vez disso a ser agentes multiplicadores de pesquisa, reflexão e planejamento local, participando diretamente tanto das atividades de pesquisa e manejo como da aplicação das políticas ecológico-econômicas em escala regional. Para tanto é essencial a existência de uma instituição que catalise a aplicação de verbas federais e estaduais num contexto de diálogo e formação de pensamento crítico, incentivando a conservação e uso da biodiversidade em contextos legais diversos.

5. Que as atividades de pesquisa tenham como referência a proteção dos conhecimentos tradicionais de populações indígenas e de comunidades locais, sobretudo aqueles associados ao patrimônio genético e seus derivados, e respeitando ainda os processos tradicionais de produção e difusão desses conhecimentos. 6. A criação de mecanismos de amparo à pesquisa, articulados a políticas de âmbito regional e estadual. Uma Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Acre, em combinação com políticas federais de regionalização da pesquisa avançada, é um dos possíveis mecanismos nessa direção. O estabelecimento de um centro de pesquisa do porte do Instituto da Biodiversidade num estado que já conta com um centro emergente de excelência (UFAC) demanda necessariamente a criação de uma Agência que possa canalizar recursos para projetos de pesquisa delineados para amparar a concretização de políticas públicas.

7. O estabelecimento de mecanismos de integração de experiências em níveis regional e internacional, construindo um sistema de informação e comunicação para subsidiar decisões coletivas sobre a conservação e uso sustentável da biodiversidade. Para tanto a Universidade da Floresta buscará, a partir da base formada pela Universidade Federal do Acre e dos projetos de cooperação científica nacionais e internacionais já existentes, atrair a cooperação técnica de centros de pesquisa da Amazônia e dos demais estados do Brasil, visando formar recursos humanos e colocar a pesquisa e o ensino nos mais altos padrões internacionais. Esta rede de campi da floresta deverá também promover atividades na região sudoeste da Amazônia para estimular o intercâmbio de experiências numa rede internacional de pesquisa dos povos da floresta, fortalecendo as relações culturais, políticas e econômicas entre Brasil, Peru e Bolívia. (PROJETO EXECUTIVO UNIVERSIDADE DA FLORESTA, 2004, p. 6-7).

O “Projeto Executivo Universidade da Floresta”, como não poderia deixar de ser, é mais pragmático que os registros textuais de outros eventos (encontros, seminários etc.) que o antecedem e que já apresentei neste trabalho. Destaco duas características desse texto que o distinguem dos anteriores.

A primeira é que, diferente de falas e pronunciamentos individuais e orais apresentados nos seminários, fóruns etc., o projeto executivo busca dar uma organicidade às diferentes concepções de Universidade da Floresta que perpassam entre os próprios encarregados de elaborá-lo. Todavia, cada um dos membros da comissão de redação do documento traz consigo certos termos e linguagens característicos de suas áreas de formação; traz, igualmente, as marcas dos lugares onde atuam – órgãos oficiais, instituições de ensino superior, ONGs etc. Nos itens 1 e 2, por exemplo, notamos o uso de uma linguagem técnica característica do Ministério da Educação, mais especificamente, do campo do ensino superior: fala de “ampliação e interiorização”, dois termos sempre recorrentes nas políticas de ensino superior; trata da instalação de uma graduação forte que capacite os estudantes para atuarem como profissionais em diversos campos do conhecimento; por fim, fala de processo de ensino-aprendizagem, enfatizando “saber como aprender, como fazer pesquisa, como comunicar-se com os outros (por escrito e oralmente), como ensinar e como raciocinar e intervir de maneira interdisciplinar”, ou seja, trata de como envolver os alunos nos processos de transmissão de conhecimentos usuais em sistemas formais de educação. Por sua vez, os itens 3 e 4 remetem ao desenvolvimento sustentável da região. Em um dos tópicos propõe-se a criação de uma fundação de amparo à pesquisa no Acre.

A segunda característica, talvez decorrente da primeira, do projeto executivo é a sobreposição de iniciativas e ações, algumas de âmbito do governo federal, outras de âmbito do estado e outras ainda locais. A ideia de formar uma rede de interação entre diferentes

níveis de governos, academia e instituto de pesquisa e populações indígenas e tradicionais perpassa todo o documento.

Uma terceira característica do documento é sua “despreocupação” quanto à denominação dos detentores dos conhecimentos tradicionais, referindo-se ora às “populações da floresta”, ora às “comunidades locais ou tradicionais” e ora ainda aos “povos indígenas”. Sabe-se que o termo “populações tradicionais” consta até do nome de um setor ligado a um órgão oficial do governo, o Centro Nacional de Populações Tradicionais e Desenvolvimento Sustentável (CNPT), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA). Esse pouco cuidado, digamos assim, com o uso dessas denominações – os diferentes termos tornam-se intercambiáveis – pode indicar que essa questão não é mais tão relevante nesse documento que se volta à operacionalização da ideia da Universidade da Floresta. Já é dado como consenso que as populações indígenas e tradicionais devem fazer parte dessa nova universidade; as maneiras de se referir a elas parecem, assim, perder importância frente à necessidade de por o projeto em pé.

Por fim, um último aspecto que gostaria de destacar em relação à visão estratégica (sic) do Projeto Executivo da Universidade da Floresta diz respeito às diferentes maneiras pelas quais se refere à Universidade da Floresta. Algumas vezes o documento se refere à Universidade da Floresta como “Universidade Federal do Acre”, outras como “UFAC/Universidade da Floresta”, outras como campus da Floresta e outras até mesmo como “Universidade da Floresta”. Essa confusão ao nomear a nova instituição não é fortuita, mas reveladora de uma confusão de seu próprio estatuto institucional e lugar em relação à UFAC. Quanto à “estrutura institucional”, o “Projeto Executivo Universidade da Floresta” (2004, p. 8) concebe o tripé: “capacidade técnica”78, “ensino superior” e “pesquisa avançada”. Conforme disse antes, a Universidade da Floresta foi concebida sendo constituída por três unidades integradas: o Instituto da Biodiversidade e Manejo dos Recursos Naturais (IB), o Centro de Formação e Tecnologia da Floresta (CEFLORA) e o campus da UFAC em Cruzeiro do Sul.

Em relação ao Instituto da Biodiversidade e Manejo dos Recursos Naturais, o documento diz:

78 Interessante notar a opção pela palavra “capacidade” em detrimento da palavra “formação”, em, geral, mais

[...] Consolidar em escala regional um modelo de política científica emergente no estado Acre, no qual a integração das comunidades ao processo de produção do conhecimento estruture-se fisicamente numa rede de laboratórios da floresta com intensas atividades de pesquisa construídas em associação com indígenas, seringueiros e agricultores, cujos direitos intelectuais serão reconhecidos e protegidos. (PROJETO EXECUTIVO UNIVERSIDADE DA FLORESTA, 2004, p. 9).

Esse instituto foi pensado como um núcleo de pesquisa interinstitucional liderado pela Universidade Federal do Acre (UFAC) e com participação de várias instituições dentre as quais a Unicamp, a UnB e o Instituto Woods Hole.

Em sua concepção original, a Universidade da Floresta não poderia ser implantada de forma dissociada da também instalação do instituto, uma vez que seria por meio dele que se faria a “inclusão” e/ou “incorporação” das populações indígenas e tradicionais na “cadeia de produção de conhecimento”.

Em setembro de 2005, o Ministério do Meio Ambiente, o da Educação e o da Ciência e Tecnologia lançaram um comunicado conjunto sobre repasse de verbas à UFAC para a instalação do Instituto da Biodiversidade Manejo dos Recursos Naturais.

O Ministério da Ciência e Tecnologia confirmou nesta tarde o pagamento total de convênio em favor da Universidade Federal do Acre para fortalecer o processo de implantação do Instituto da Biodiversidade e Manejo dos Recursos Naturais naquele estado. A UFAC e suas instituições parceiras terão prazo de um ano para aplicar 560.000.00 (quinhentos e sessenta mil reais) em quatro projetos-pilotos que serão desenvolvidos no âmbito do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio/MCT)”. (COMUNICADO conjunto mma/mec/mct, 30/09/2005).

Sobre o referido instituto Mauro Almeida trata do assunto em entrevista:

O projeto da Universidade da Floresta não pode ser dissociado da criação do Instituto da Biodiversidade. Através dele, o Ministério da Ciência e Tecnologia canaliza recursos para pesquisas de caráter aplicado, tendo em vista os desafios da região e a participação de pessoas da população local como pesquisadores, muitas vezes bolsistas. Na verdade, o Instituto da Biodiversidade está funcionando de maneira ainda virtual. Ele conta com uma espécie de portfólio de projetos, financiado atualmente pelo Programa de Pesquisa em Biodiversidade (ALMEIDA apud, SZTUTMAN, 2005, p. 4).

O IB nem mesmo chegou a ser instalado fisicamente, embora haja no campus Floresta – UFAC blocos de salas destinados ao que seria o IB.

O outro componente da estrutura institucional na Universidade da Floresta seria o Centro de Formação e Tecnologia da Floresta (CEFLORA). Segundo o “Projeto Executivo Universidade da Floresta”:

A proposta da implantação do Centro de Formação e Tecnologia da Floresta – CEFLORA, converge para a estratégia da Universidade da Floresta, que fundamenta-se na construção de um programa de desenvolvimento regional capaz de conservar e utilizar sustentavelmente os abundantes recursos naturais do estado, e para a sua missão de disseminar o conhecimento científico e tecnológico, e incluir neste processo de produção e aplicação do conhecimento, as populações da floresta, possibilitando interação entre Academia, Estado e Sociedade (PROJETO EXECUTIVO UNIVERSIDADE DA FLORESTA, 2004, p. 22).

Enquanto o campus Floresta – UFAC e o Instituto da Biodiversidade e Manejo dos Recursos Naturais (IB) vinculam-se à Universidade Federal do Acre (UFAC), o CEFLORA é uma unidade do Instituto de Desenvolvimento da Educação Profissional Dom Moacy Grechi (IDM).79

O campus Floresta – UFAC80, o terceiro componente da Universidade da Floresta, é fruto do “Projeto de Expansão Fase I” das universidades federais. Em setembro de 2005, o Ministério da Educação assinou um convênio de R$ 7,5 milhões para a reforma do campus Floresta – UFAC. Esse convênio viabilizou, entre outras realizações, a construção de um novo espaço físico com amplas salas de aula, laboratório, biblioteca, área administrativa, cantina e estacionamento; a implantação de serviços de vigilância, eletricidade, telefonia e de internet, além da aquisição de material permanente e de consumo e do acervo bibliográfico.

Em 29 de outubro de 2007 o campus Floresta – UFAC aderiu ao Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI).81

79 “O Instituto de Desenvolvimento da Educação Profissional Dom Moacry (IDM) surgiu a partir da antiga

Gerencia de Educação Profissional (GEPRO), que funcionava como parte integrante da Secretaria de Estado de Educação. Em 2005, a partir de uma proposta do poder executivo o instituto foi elevado à categoria de Autarquia Estadual através da Lei 1.695, de dezembro de mesmo ano”. Informações retiradas do site: <http://idep.ac.gov.br>. Acesso em: 14 out. 2014.

80 A área para a construção do campus Floresta – UFAC foi obtida pela UFAC e incorporada ao seu patrimônio

por meio de doação do governo estadual a administração do campus de Cruzeiro do Sul, lidera um movimento pela ampliação do espaço físico da instituição considerado insuficiente pela comunidade universitária. O espaço antes ocupado pelo campus da UFAC – Cruzeiro do Sul foi destinado ao funcionamento do CEFLORA após a realização das reformas necessárias.

81 A política de expansão do acesso ao ensino superior no Brasil conta com algumas frentes no setor público e no

setor privado. No setor público, destaca-se o Programa de Apoio a Planos de Reestruturacão e Expansão das Universidades Federais, o Reuni, cujo principal objetivo é ampliar o acesso e a permanência na educação superior. O Reuni foi instituído pelo Decreto nº 6.096, de 24 de abril de 2007 e é uma das ações que integram o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Disponível em: <http://reuni.mec.gov.br/>. Acesso em: 10 out. 2014., Sobre o impacto do REUNI no sistema federal de ensino superior, ver GEMAA. Disponível em:

Apresento abaixo alguns dados do Processo Seletivo Vestibular 2005 no ainda denominado campus da UFAC Cruzeiro do Sul, onde eram oferecidos apenas os cursos de Letras e de Pedagogia.

Tabela 1 – Relação candidato/vaga no Processo Seletivo/2005 campus Cruzeiro do Sul

Curso Inscritos Vagas Candidato/vaga

Letras 364 20 18,2

Pedagogia 928 50 18,7

Fonte: Relatório de Gestão UFAC, 2005

Conforme se constata na tabela acima, mesmo para cursos tradicionalmente não concorridos em universidades públicas, como Letras e Pedagogia, o campus Cruzeiro do Sul da UFAC exibia uma relação candidato/vaga relativamente alta para ambos os cursos, da ordem de 18 candidatos por vaga. Ou seja, havia uma demanda represada de ensino superior na região que se dirigia para os dois únicos cursos oferecidos nesse campus.

Em fevereiro de 2006, já como campus Floresta – UFAC, foi realizado novo processo seletivo vestibular. Além dos cursos de Letras e Pedagogia, que já existiam, o campus passou a oferecer cursos de Enfermagem, Engenharia Florestal e Ciências Biológicas. Os novos cursos iniciaram suas atividades em 2006 já nas dependências do novo prédio, situado na estrada do Canela Fina, zona rural de Cruzeiro do Sul.

Na tabela 2 seguem os dados do Processo Seletivo Vestibular 2006 no campus Floresta – UFAC:

Tabela 2 – Relação de Candidato/vaga no Processo Seletivo/2006 campus Floresta – UFAC

Curso Inscritos Vagas Candidato/vaga

Letras Português 677 40 16 Letras Inglês 247 25 9 Pedagogia (LIC) 689 50 13 Engenharia Florestal 595 40 14 Ciências Biológicas 392 40 9 Enfermagem 434 40 17

Fonte: Relatório de Gestão UFAC, 2006

<http://gemaa.iesp.uerj.br/dados/o-que-sao-acoes-afirmativas.html>. Acesso em: 09 out. 2014. Para uma análise das políticas de ampliação e de eqüidade do acesso no ensino superior público e privado, ver Sampaio, 2014.

Comparando os dados da Tabela 1 e da Tabela 2 nota-se, no vestibular de 2006, uma diminuição da relação candidato-vaga para os cursos de Letras e de Pedagogia; certamente isso ocorre em virtude do oferecimento de outros cursos em outras áreas do conhecimento. Todavia, apesar dessa diminuição em relação ao ano de 2005, os cursos de Letras (Português) e o de Pedagogia continuam liderando em termos de número de inscritos; depois deles, segue o novo curso de Engenharia Florestal, com quase 600 inscritos (Tabela 2).

Em 2008, o campus Floresta – UFAC passou a oferecer mais quatro cursos: Engenharia Agronômica (Bacharelado), Ciências Biológicas (Licenciatura), Letras/Espanhol e Respectivas Licenciaturas e Formação Docente para Indígenas (Licenciatura).

O Ministério da Educação, atendendo à demanda desses quatro novos cursos para o

campus da Floresta – UFAC no âmbito do Programa REUNI, autorizou a realização de

concurso público para provimento de 10 novas vagas para docentes. Somadas às dez vagas autorizadas no ano de 2005 e às trinta em 2006, totalizam 50 vagas para docentes no campus Floresta – UFAC. O aumento do contingente de professores e de alunos promoveu também mudanças em sua estrutura administrativa; passou contar com três novos centros acadêmicos e administrativos – o Centro de Ciências Biológicas e da Natureza (CCBN), o Centro de Ciências da Saúde e do Desporto (CCSD) e o Centro de Educação, Letras e Artes (CELA). Os centros atendem às necessidades surgidas com a oferta dos novos Cursos de Bacharelado em Ciências Biológicas, Engenharia Florestal e Enfermagem. Todavia, mais recentemente, essa estrutura administrativa ampliada foi modificada por determinação do Ministério da Educação e do Conselho Universitário da UFAC e passou a funcionar com um Centro Multidisciplinar (CMULT) que reuniu os três centros. Essa questão aparentemente burocrática ilustra o caráter de campus avançado da UFAC que o campus Floresta tem hoje.

Atualmente o campus Floresta – UFAC ocupa uma área de 49 hectares e conta com a seguinte infraestrutura e equipamentos: prédio de administração acadêmica, com 917,43m!, prédio de sala de aula com 1.412,18m!, biblioteca com 713,72m!, laboratório acadêmico com 713,79m!, quadra coberta com 800m!, restaurante universitário, teatro, rede elétrica com transformador, sistema viário interno asfaltado, rede telefônica lógica e de abastecimento de água.

Na tabela abaixo, apresento dados do Processo Seletivo Vestibular 2013 no campus Floresta – UFAC.

Tabela 3 – Relação de Candidato/vaga no Processo Seletivo/2013 campus Floresta – UFAC

Curso Inscritos Vagas Candidato/vaga

Letras Português 1084 50 21,7 Letras Espanhol 1277 50 25,5 Letras Inglês 758 50 14,8 Pedagogia (LIC) 1072 50 21,4 Engenharia Agronômica 727 50 14,5 Engenharia Florestal 1088 50 21,76 Ciências Biológicas (Licenciatura) 1190 50 14,1 Ciências Biológicas (bacharelado) 705 50 14,1 Enfermagem 676 30 22,8 Formação Docente p/Indígenas * - - -

Fonte: Relatório de Gestão UFAC, 2013.

*Trata-se de um curso modular cujas atividades se iniciaram no primeiro semestre de 2008.

Comparando-se as tabelas 1, 2 e 3, constatamos que os cursos de Letras (Português e Espanhol) e Pedagogia continuam a constar dentre os mais disputados no vestibular do

campus Floresta – UFAC. Todavia, no vestibular de 2013 já temos uma grande demanda para

os de Engenharia Florestal e o de Enfermagem que já ultrapassou o de Pedagogia em termos de demanda na região. Parte do que se concebeu como Universidade da Floresta parece cumprir a sua função.

Atualmente, no campus Floresta – UFAC 12 cursos superiores estão em pleno funcionamento; são seis cursos na modalidade bacharelado – Ciências Biológicas, Enfermagem, Engenharia Florestal, Direito e Comunicação Social/Jornalismo – e seis na modalidade licenciatura – Ciência Biológicas, Letras, Espanhol, Letras Inglês, Letras Português, Pedagogia e Formação Docente para Indígenas. Três cursos – Comunicação Social/Jornalismo, Direito e Formação Docente para Indígenas – funcionam em regime modular, não oferecendo vagas para ingresso todos os anos.

Neste capítulo busquei reconstituir os principais acontecimentos que envolveram o projeto denominado “Universidade da Floresta” no Acre até a sua instalação como campus

Floresta – UFAC em Cruzeiro do Sul. Dentre os acontecimentos destaquei o documento o “Projeto Executivo Universidade da Floresta” que acabou por orientar o rumo dos acontecimentos.

Vimos que em sua concepção original a Universidade da Floresta previa a criação de duas outras instituições – o Instituto da Biodiversidade e Manejo dos Recursos Naturais (IB) e o Centro de Formação e Tecnologia da Floresta (CEFLORA) que seriam articulados com o

campus Floresta – UFAC. A articulação entre essas três instâncias não ocorreu; vimos,

todavia, que o IB nem mesmo chegou a se instalar fisicamente.

O ambicioso projeto de criação de uma Universidade da Floresta acabou se restringindo à instalação do campus Floresta – UFAC, ou seja, a apenas um componente do eixo que deveria estruturá-la. O projeto se realizou, portanto, apenas parcialmente como ampliação do campus da UFAC em Cruzeiro do Sul.

CAPÍTULO 3