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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.2 POLÍTICAS DE PREVENÇÃO DA CORRUPÇÃO NO BRASIL

4.2.3 Promoção da Ética e da Integridade

Com o objetivo de promover a ética e a cidadania junto ao público infanto- juvenil, visando a alcançar a mudança pela educação, a CGU desenvolveu uma série de atividades para sensibilizar e conscientizar os estudantes sobre a importância do exercício da cidadania e da participação de todos na construção de uma sociedade mais ética e livre da corrupção (Programa Educação Cidadã). No exercício de 2007 a CGU promoveu o 1º Concurso de Redação e Desenho da CGU para alunos do ensino fundamental dos municípios participantes do Programa Olho Vivo. A iniciativa pretendeu promover, no ambiente escolar, a reflexão e o debate sobre a prevenção e o combate à corrupção e despertar nos estudantes o interesse pelo controle social. Na primeira edição do concurso, ocorrida no segundo semestre daquele ano, 116.226 crianças de 28 municípios de todos os estados brasileiros apresentaram trabalhos e 3.824 professores foram mobilizados.

Em abril de 2008, a CGU lançou seu site infantil, denominado “Criança Cidadã – Portalzinho da CGU”. O objetivo do site é mostrar às crianças a importância do exercício do controle social e de zelar por tudo o que é público, bem como de estimular nos pequenos, desde cedo, os valores da ética e da cidadania. O site contém jogos e histórias em quadrinhos para transmitir as mensagens de forma divertida para as crianças, além de um espaço dedicado aos professores, com orientações para trabalhar os temas do site em sala de aula.

A CGU também promoveu a 2ª edição do seu Concurso de Desenho e Redação entre alunos do ensino fundamental e médio que, no ano de 2008, foi

realizado em âmbito nacional e teve o lema da Campanha “O que você tem a ver com a corrupção?” como tema. Mais de 250 mil crianças de todos os Estados do Brasil apresentaram trabalhos na segunda edição do concurso. Além disso, nesse mesmo ano foi lançado o Projeto "Um por todos e todos por um! - Pela ética e cidadania”, desenvolvido em parceria com o Instituto Cultural Maurício de Sousa, que conta com o apoio da Turma da Mônica para fortalecer as ações que a CGU vem desenvolvendo para estimular o acesso do público infantil ao tema da cidadania, da prevenção à corrupção e ao exercício do controle Social. O concurso de desenho e redação da CGU permaneceu como atividade regular, alcançando a sua oitava edição em 2016, o que demonstra a consolidação da atividade. Até o ano de 2015 a quantidade de alunos mobilizados superou 1.700 mil e a de trabalhos corrigidos 780 mil.

A importância das atividades de educação do público infanto-juvenil é destacada por Correa e Capanema (2009, p. 12), quando afirmam que: “as atividades desenvolvidas para crianças evidenciam, ademais, a preocupação institucional com a educação e conscientização das gerações futuras, de modo a assegurar a continuidade das políticas vigentes de integridade.”

Outra forma de atuação preventiva contra a corrupção é o estimulo à integridade no serviço público e no setor privado, para que seus agentes sempre atuem, de fato, em prol do interesse público. Dentre as ações da CGU com esse objetivo estão o desenvolvimento de cartilhas para a promoção da integridade (pública e privada); o desenvolvimento de sistema eletrônico de prevenção de conflito de interesses, por meio do qual os servidores podem fazer consultas com o objetivo de prevenir a ocorrência de possíveis conflitos de interesse; a divulgação das normas que alcançam o setor privado e seus empregados que visam a promoção da integridade e o desenvolvimento do Cadastro Nacional de Empresas Comprometidas com a Ética e a Integridade (Cadastro Pró-Ética), no qual as empresas buscam o reconhecimento da CGU que elas estão de acordo com os padrões estabelecidos de uma empresa que tem compromisso com a promoção da ética e da integridade.

O Cadastro Pró-Ética foi fruto de uma parceira entre a CGU e o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, trata-se de iniciativa pioneira na América Latina, e que já recebeu uma série de reconhecimentos de entidades

internacionais, como a OEA, OCDE e UNODC. Em 2014, iniciou-se um processo de reestruturação do Pró-Ética, com objetivo de adequá-lo às mudanças trazidas pela Lei nº 12.846/2013, ampliar o número de participantes e aumentar a divulgação em torno das empresas positivamente avaliadas. A reestruturação finalizou em 2015, com a criação de uma nova metodologia de avaliação e de uma nova forma de divulgação das empresas Pró-Ética. Na tabela 4 são apresentados os números de empresas participantes do programa:

Tabela 4 – Empresas participantes do Pró-Ética

PRÓ-ÉTICA 2011-2013 2015 2016

Empresas que solicitaram acesso 170 97 195 Empresas que enviaram o questionário

preenchido completamente no prazo - 56 91

Empresas avaliadas 41 33 74

Empresas aprovadas 16 19 25

Fonte: Controladoria-Geral da União

Outra iniciativa que busca o fortalecimento da integridade no setor público, foi o mapeamento de riscos de corrupção. Por meio da parceria firmada entre a CGU e a Transparência Brasil, foi realizado estudo com a finalidade evitar ou minimizar a ocorrência de corrupção, a partir do desenvolvimento de uma sistemática que permite ao gestor identificar vulnerabilidades, avaliar os controles de gestão e implementar medidas para fortalecer controles de gestão deficientes. É fundamental identificar as áreas mais vulneráveis a desvios e ingerências de interesses privados nos diferentes processos de trabalho dos entes públicos com o objetivo de fortalecer as ações de prevenção à corrupção (CORREA E CAPANEMA, 2009, p. 3-4).

Como resultado dos estudos desenvolvidos foi editada a Instrução Normativa Conjunta MP/CGU nº 01/2016, de 11/05/2016, que dispõe sobre a sistematização de práticas relacionadas à governança, à gestão de riscos e aos controles internos no âmbito de órgãos e entidades do Poder Executivo Federal. O dirigente máximo de cada órgão ou entidade passa a ser o principal responsável pelo estabelecimento da estratégia de organização e da estrutura de gerenciamento de riscos. Dentro deste cenário, também será papel do dirigente máximo de cada órgão estabelecer, de forma continuada, o monitoramento e o aperfeiçoamento dos controles internos da gestão. Cada risco mapeado e avaliado deve estar associado a um agente responsável formalmente identificado. O agente responsável pelo risco deve ser um gestor com alçada suficiente para orientar e acompanhar as ações de

mapeamento, avaliação e mitigação do risco. As tipologias de risco abrangem riscos operacionais, de imagem/reputação do órgão, legais e financeiros/orçamentários.