• Nenhum resultado encontrado

A PROVÍNCIA DE SÃO PAULO

No documento javerwilsonvolpini (páginas 42-49)

2 A MULHER NO MODELO BRASILEIRO DE SOCIEDADE

2.4 A PROVÍNCIA DE SÃO PAULO

Assim como em Minas Gerais, observamos na província de São Paulo a presença acentuada da atuação feminina no processo histórico de sua formação, com maior participação das classes menos favorecidas – que representavam forte expressão na força de trabalho – do que pelas elites agrárias, que começaram a se destacar somente a partir do século XIX, com o cultivo do café.

Esse processo histórico se deve principalmente à constante ausência masculina, quando as ocupações do interior levavam os homens às expedições, entre os séculos XVII e XVIII, e depois no trabalho como intermediários comerciais em outras partes da Colônia, no início do século XIX.

13 Bárbara Heliodora Guilhermina da Silveira (São João Del Rei, MG, 1759 – São Gonçalo de Sapucaí,

MG, 1819) é considerada a primeira poetisa brasileira, também foi mineradora e ativista política, tida como uma das musas e heroínas da Inconfidência Mineira. Perdura na memória brasileira por ter sido esposa do poeta árcade Inácio José de Alvarenga Peixoto, companheira que o teria apoiado na idealização do plano da conspiração mineira. Publicou Conselhos a meus filhos, doze sextilhas incluídas nas Obras poéticas de Inácio de Alvarenga Peixoto, reunidas pelo historiador Norberto de Sousa Silva, em 1865.

14 Beatriz Francisca de Assis Brandão (Vila Rica, atual Ouro Preto, MG, 1779 – Rio de Janeiro, RJ,

1868) dedicou-se à poesia, à prosa e à tradução. Escreveu cerca de 500 páginas de poesia que são, ainda hoje, desconhecidas. Participou intensamente da vida social, cultural e política de Ouro Preto e do Brasil de sua época, tendo publicado também em periódicos da Corte. Dirigiu em Vila Rica um educandário exclusivo para meninas.

15 Emília Augusta Gomide Penido (Vila Rica, atual Ouro Preto, MG, 1840 – 1886, na mesma cidade),

de renomada família mineira, Emília teve uma educação cuidadosa, com forte cunho religioso, o que fica muito claro em sua atuação literária. Foi colaboradora do periódico Jornal das Famílias, no Rio de Janeiro, onde escreve nas seções História, Romances e novelas, Poesias, entre outros, mantendo sempre um teor religioso.

Em um importante estudo a respeito do cotidiano e das relações de poder em terras paulistas, a partir do final do século XVIII até a abolição da escravatura, Maria Odila Dias (1995) registra que muitas mulheres, até então anônimas, ganharam voz e emergiram como protagonistas do processo de construção histórica e social da Província. Vale ressaltar que essa construção não foi estampada nos documentos históricos, mas capturada nas entrelinhas e, principalmente, na tradição oral insinuada para os registros da Câmara Municipal da cidade de São Paulo.

A urbanização de São Paulo não envolveu, de imediato, a ascensão social de uma burguesia europeizada, nem a formação de uma classe de assalariados livres. Entretanto, a multiplicação de mulheres pobres, escravas e forras, sobrevivendo do artesanato caseiro e o pequeno comércio ambulante, faz parte da consolidação da economia escravista de exportação e do processo, concomitante, de concentração das propriedades e da renda (DIAS, 1995, p. 15).

Assim, teremos essas mulheres desempenhando os ofícios mais desvalorizados, voltados às atividades de subsistência e outras de menor valor, caracterizadas por informais e menosprezadas pela própria sociedade local mais abastada. As mulheres que viviam nas cidades, inicialmente nos bairros mais centrais, geralmente atuavam como costureiras, lavadeiras, cozinheiras, quitandeiras e em todo tipo de comércio ambulante. As que moravam nas cercanias da cidade geralmente eram roceiras e ficavam responsáveis pelo “comércio mais pobre e menos considerado que era o dos gêneros alimentícios, hortaliças, toucinho e fumo [...]” (DIAS, 1995, p. 23). Essa informalidade crescia muito, pois os empregos formais, como balconistas de lojas, costureiras e fiandeiras em fábricas, quase não as contemplavam. Sua atuação estava geralmente numa vivência marginal, fazendo seus pequenos trabalhos na esfera de suas pobres casas. Apenas poucas conquistavam algum recurso e conseguiam abrir seus próprios negócios, enquanto a maioria dessas mulheres mal fazia para a sua sobrevivência.

Essa tradição de mulheres pobres e em grande número na província de São Paulo, muito se deve, desde o século XVII, ao processo de mineração nas regiões de Minas, Goiás e Mato Grosso, para onde se deslocaram grande parte da população masculina, deixando as mulheres sozinhas em solo paulista, na retaguarda do povoamento. Importante ressaltar que, enquanto em Minas Gerais a presença feminina nas atividades informais era exercida por mulatas e negras forras – visto que foi uma província com pouca concentração de mulheres brancas (portuguesas) no contexto do povoamento –, em São Paulo temos uma atuação inversa, com maior participação de mulheres brancas nesse processo, que se tornaram empobrecidas, excedentes

das camadas mais elevadas entre os colonizadores. Isso se agravou ainda mais por um processo inerente a quase todo o território da Colônia, marcado por forte estagnação econômica nos primeiros anos do século XIX, e que, “em São Paulo, mais especificamente, redundava numa multiplicação de brancas sem dotes, que viviam em casamentos de uso costumeiro ou sucessivos concubinatos, muitas delas como mães solteiras” (DIAS, 1995, p. 33).

No período da Independência do Brasil, em 1822, a situação da migração masculina já estava se estabilizando, porém, novamente grande contingente de homens foram recrutados no Primeiro Reinado para participação militar na Guerra do Prata16. Muitos desses homens quando voltavam, se estabeleciam em outras regiões da Província, envolvendo-se em novas ligações descompromissadas. Por último, Dias (1995) ainda acrescenta mais um fator agravante, que era as uniões com grande diferença de idade entre os pares. Homens bem mais velhos, cerca de mais de vinte anos que as mulheres, multiplicando o número de mulheres precocemente viúvas e, consequentemente, sós.

Todos esses fatores, de acordo com Dias (1995), contribuíram para uma atuação feminina em muitas outras atividades consideradas mais apropriadas aos homens. Assim, encontramos nos registros mulheres tropeiras; outras roceiras, campeando carros de bois e trazendo lenha para as casas e pedras para o calçamento da cidade; como jornaleiras; atuavam também nas construções públicas; no conserto de estradas; derrubando mato, muitas vezes, vestidas como homens.

Em outra ponta da sociedade, tão menos expressiva que esse universo feminino do trabalho das ruas, encontramos também as classes mais abastadas. No início do século XIX, eram representadas pelas esposas dos dirigentes administrativos e da milícia. A partir da segunda metade do mesmo século, graças ao cultivo de café, que trouxe a São Paulo o desenvolvimento econômico que a colocaria, finalmente, na dianteira de todas as províncias do Império, representadas pelas sinhás da elite cafeeira paulista.

Embora a sociedade agrária paulista estivesse muito aquém das representações de luxo e ostentação há muito observadas nos engenhos nordestinos, encontramos relatos e muitos registros de uma formação social de mulheres, inclusive da elite aristocrática, que se fortaleceu

16 Também conhecida como Guerra contra Oribe e Rosas, a Guerra do Prata foi um episódio que durou

de agosto de 1851 a fevereiro de 1852, numa longa disputa entre Argentina, Uruguai e Brasil pela influência do Paraguai e hegemonia na região do Rio da Prata. Esse conflito foi importante para o Brasil, já que na época enfrentava-se a vontade do Rio Grande do Sul de se separar do país, mas com esse Estado participando ativamente, fez com que se integrasse de vez ao território nacional. Além disso, provou a hegemonia do Brasil na América do Sul e a sua estabilidade política e econômica.

a partir do Primeiro Reinado, composta de damas e mocinhas, que despertaram o interesse dos inúmeros viajantes estrangeiros que por lá passaram.

Pinho (2004) também oferece um excelente compilado das visões desses viajantes acerca da sociedade paulista e como enxergaram suas senhoras. O médico sueco Gustavo Beyer, em 1813, relatou que eram muito educadas em suas conversas, trajavam-se de maneira simples, sem muita ostentação, mas com gosto apurado. Usavam flores nos longos cabelos negros, que ornavam de forma pitoresca. “Canto e música eram talentos comuns que revelavam com a mesma graça e facilidade, mostrando-se desembaraçadas ao piano, na harpa e na guitarra” (PINHO, 2004, p. 54). Em um baile oferecido por esse viajante em retribuição à hospitalidade encontrada entre os paulistas, teve nas senhoras Maria Loureiro e Mariana Velasco de Portugal a realização das honras da casa, as quais, no intervalo das danças, executaram “lindos trechos do grande compositor do Rio de Janeiro, Sr. Marcos Portugal, modinhas brasileiras, e outras músicas e cantos bonitos” (PINHO, 2004. p. 56).

O alemão Carl Friedrich Philipp von Martius visitou São Paulo em 1818, registrando ainda pouca influência europeia, mas um esmero com a limpeza da casa. A respeito das paulistas teceu muitos elogios, dotando-as de ingenuidade e bondade. Travavam uma conversação “jovial e natural” e, por vezes, fazendo uso de comentários descontraídos e engraçados. Completa que não podiam ser consideradas levianas, “embora a sua conversação faça vivo contraste com o modo mais requintado de suas antepassadas europeias, a quem a severa etiqueta não permitiria expansões ingênuas” (PINHO, 2004, p. 57).

O francês August de Saint-Hilaire também passou por São Paulo, em 1819, registrando a beleza das poucas casas da elite, tanto do lado interno quanto externo. Em relação às mulheres, ao contrário dos outros viajantes, reclamava da reclusão que se submetiam as paulistas:

Parece que em 1819 e 1820 não havia em São Paulo muito mais sociabilidade que em outras cidades do interior do país, e que as mulheres pouco se deixavam ver. Durante minha estada na cidade, via as principais autoridades locais e muitas pessoas me visitaram; entretanto, não fui convidado por quem quer que fosse para festas e jantares, e não tive oportunidade de ver nenhuma senhora paulista (PINHO, 2004, p. 58).

O motivo de Saint-Hilaire apontar a reclusão das paulistas se deve, principalmente, ao fato de que elas não frequentavam as ruas, nem iam às poucas lojas. Estavam mais presentes no domínio doméstico, porém participavam dos bailes e demais comemorações, onde podiam desfrutar de maior sociabilidade entre os convidados.

Nos princípios do século XIX, São Paulo já capital de certa importância, com alguns sobrados, sucursal do Banco do Brasil, teatro, boas chácaras, lojas tão bem sortidas quanto as da Corte – suas senhoras não apareciam às visitas. Do mesmo modo que no interior de Minas, as mulheres da cidade de São Paulo desapareciam, ao se anunciar visita de homem, nas sombras da camarinha ou entre as plantas ou as palmas dos jardins – os jardins por detrás das salas ou no centro das casas, que eram também lugares tabus, lugares da maior intimidade, onde as mulheres podiam tomar fresco sem ser vistas da rua ou por estranhos (FREYRE, 1977, p. 38).

Dias (1995) justifica a reclusão das paulistas por duas razões: a primeira está relacionada à estrutura urbana da cidade e a outra se refere às relações de status e poder estabelecidas naquela sociedade. Para essa autora, o espaço urbano era precário, com ruas mal calçadas, dificultando muito o caminhar das senhoras. Havia muito lixo amontoado nos muros das casas e a rua era local de escravos domésticos em constante circulação, os quais provocavam arruaças e brigas violentas, o que representava perigo à integridade dessas senhoras. A segunda razão é que “havia uma hierarquia rígida do espaço social, e a peculiaridade dos poucos e raros senhores da terra era quase nunca aparecer em público: passavam a vida entre muros, visitando-se uns aos outros, em rituais elaborados de pares e iguais” (DIAS, 1995, p. 97). Esses costumes somente cederiam espaço para uma vivência mais elitizada a partir da segunda metade do século XIX, com o advento dos barões do café e a expansão do espaço urbano e de sociabilidade, com comércio, teatros, escolas e a construção de muitos palacetes na cidade de São Paulo.

As observações pontuadas demonstram que as mulheres da aristocracia paulista recebiam algum tipo de educação que as preparavam para a vida dos salões, pois eram destinadas a acompanhar seus maridos nas missões de receber, exigência dos cargos de governantes e administradores. Até aqui pouco se acrescenta em relação ao que viemos compilando: tanto a oposição observada entre a mulher empobrecida e a sinhá, quanto o seu papel como esposa na família, refletia o que a própria sociedade esperava delas.

Uma curiosidade encontrada em relação aos espaços de sociabilidade para a mulher em São Paulo, é que, desde o processo de colonização no século XVII, além do interior de seus lares, muitos conventos e recolhimentos de mulheres surgiam como opção de refúgio para as classes dominantes, onde certamente recebiam uma educação que, em grande parte, lhes era renegada.

Em São Paulo, foram fundados, a partir de 1687, primeiro o de Santa Tereza e, em 1773, o da Luz. Acolhiam herdeiras bem dotadas e eram foco, como no Rio, de vida social intensa com escravaria e festas. Os recolhimentos também recebiam mulheres leigas dos principais da terra, que se separavam dos

maridos, assim como sinhás rebeldes, que resistiam aos arranjos familiares de casamento (DIAS, 1995, p. 98).

Também como em Minas Gerais, encontramos na formação histórica de São Paulo, muitas matriarcas que se distinguiram de suas contemporâneas pela envergadura de sua atuação no cotidiano do meio social de que faziam parte. Essa atuação era permitida em grande parte, em função da instituição das uniões formalizadas. O controle dos casamentos das paulistas corroborava com a perpetuação das famílias mais abastadas, por meio de arranjos que mais pareciam acertos de propriedades e negócios. Isso confirmava a continuidade do status social e das relações de poder que essas famílias exerciam na administração pública, por meio da política, na influência local e no entorno de suas propriedades.

Mal transparecem de suas petições e requerimentos, sobrecarregados de termos convencionais, de respeito às tradições e ao marido, como chefe formal de família, os seus papéis concretos de administradoras, proprietárias, mulheres de negócio. Quando ficavam viúvas, nos processos de herança, requeriam formalmente a tutoria dos filhos e netos alegando, entre outros motivos, a capacidade financeira e administrativa de gerir bens e cuidar de empréstimos a juros, mais as virtudes convencionais, que os documentos exigiam das mulheres (DIAS, 1995, p. 107).

Na viuvez, essas mulheres mantinham a influência de seus maridos e operavam esse poder além dos limites de seus lares. Embora não pudessem assumir cargos públicos, não deixavam de exercer influência política. Muitos casos são conhecidos da história. Inês Monteiro, em meados do século XVII, preocupava as autoridades locais quando, para proteger um filho acusado de assassinato, pressionava com sua influência os responsáveis pelo julgamento. D. Maria de Nazaré, de Sorocaba, “desejava ser acionista da mina de ferro”; D. Gertrudes, em Santos, possuía quase uma centena de escravos; também de Sorocaba, D. Ângela de Siqueira, vendia muitas cabeças de gado anualmente para boiadeiros do Rio de Janeiro; “a viúva do Sargento-Mor José Tavares de Siqueira, em 1713, pedia uma sesmaria em Curitiba, alegando faltar pastos para seu gado; fazendeiras faziam termo de fiança para transportar boiadas [...]” (DIAS, 1995, p. 107).

Muitas dessas mulheres, quando não conseguiam manter suas terras, vendiam suas propriedades, adquiriam imóveis e se mudavam para as cidades, investindo em escravos de ganho e conseguindo se posicionar fortemente como chefes de família. Um conhecido exemplo de senhora paulista com esse perfil é de D. Gertrudes Galvão de Moura Oliveira Lacerda Jordão, “viúva, desde 1827, do Brigadeiro Manoel Rodrigues Jordão, rica senhora, dona de várias fazendas – que residia numa das melhores casas da cidade” (PINHO, 2004, p. 61).

Outra importante sinhá, de grande influência na província de São Paulo, personagem da história do Brasil, que não podemos deixar de citar entre as mulheres paulistas, foi Domitila de Castro Canto e Mello, a Marquesa de Santos.

É que ela era então talvez, ou certamente, a dama de maior prestígio e atividade social de São Paulo. Repudiada pelo imperial amante, recolhera-se à terra natal em 1829, levando um fruto daqueles amores – Maria Isabel de Alcântara Brasileira, a Bela, que viria a ser Condessa de Iguaçu. [...]. Após novos amores e o casamento com Rafael Tobias de Aguiar, moldando-se na calma bondade da velhice, a Marquesa se patinava de austeridade tardia e venerabilidade consoladora. [...] Nas casas que frequentava, nos saraus a que comparece, reservam-lhe lugares especiais, uma cadeira mais cômoda e mais solene a que acertaram de dar o nome de “o trono da Marquesa (PINHO, 2004, p. 68-69).

Domitila era uma paulista de importante família e, antes de se tornar amante preferida do imperador D. Pedro I, foi casada com o alferes Felício Pinto Coelho de Mendonça, indo residir em Vila Rica e com quem teve dois filhos. Sendo maltratada no casamento, inclusive com atos de violência, ocupou uma posição de vanguarda17 para a época, ao se separar do marido e lutar pela guarda dos filhos. Depois do romance com o imperador, atuando no papel das famosas cortesãs europeias das cortes francesas, Domitila soube fazer uso de suas artimanhas para se impor na arte da sedução e obteve muitas vantagens com honrarias para sua família e aliados, usufruindo de vida de rainha na Corte brasileira do Primeiro Reinado, inclusive com certa atuação política, conforme explanam os seus biógrafos.

De volta a São Paulo no final da década de 1820, após se tornar preterida por D. Pedro I, teve a oportunidade de reconstruir sua vida, quando novamente desafiou as convenções sociais para o comportamento das mulheres da época, em 1833, ao se unir com o brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, com quem se casaria oficialmente somente quase uma década depois. O brigadeiro era um importante fazendeiro paulista, homem de grande influência política, tendo sido presidente da província de São Paulo por duas vezes. Com ele, Domitila teve seis filhos e levou uma vida marcada pelo luxo e pela ostentação que a fez respeitada, conseguindo se impor na sociedade paulista em que atuou. Muitos autores apresentam contrastes interessantes na vida da Marquesa de Santos. Ficando viúva, em 1857, da posição de grande dama – com grande sociabilidade e atuante na política da Província –, passou a se apresentar como consoladora dos

17 Neste trabalho o termo “vanguarda” será sempre usado para caracterizar uma atuação das mulheres

em uma perspectiva que excede os limites impostos a elas pela sociedade patriarcal em que estavam inseridas. O comportamento de vanguarda propõe uma atitude de ruptura com esses padrões sociais.

mais pobres e necessitados, ajudando, principalmente, os mendigos nas ruas e se tornando patrocinadora de muitos estudantes da Faculdade de Direito de São Paulo.

Outras mulheres tiveram grande importância na província paulista da segunda metade do século XIX, principalmente as oriundas do baronato do café, que se estendeu pelas extensas terras de São Paulo, integrando as cercanias de Minas Gerais pelo sul desta Província, e do Rio de Janeiro, pelo vale do Paraíba.

Em relação às Letras, as mulheres paulistas também tiveram importante atuação, tanto na publicação de seus trabalhos quanto na colaboração intensa com os periódicos. Entre os principais nomes, podemos destacar o de Presciliana Duarte de Almeida18, embora seja natural de Minas, sua atuação ocorreu em solo paulista; Francisca Júlia19, a famosa poetisa parnasiana; e Zalina Rolim20, com grandes contribuições para a literatura infantil.

No documento javerwilsonvolpini (páginas 42-49)

Documentos relacionados