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2.2 Pericia Contábil

2.2.5 Prova Pericial Contábil

De acordo com Hoog (2008, p. 95) “a prova pericial é regulada pelo art. 332 do CPC, onde todos os meios legais, bem como moralmente legítimos são hábeis para confirmar os fatos alegados na inicial ou na contestação” o autor ainda faz referencia que a prova pericial é a rainha da verdade.

Maia Neto (2005, p.14) discorre sobre a necessidade e a oportunidade da prova pericial:

Todas as vezes que se inicia uma ação judicial, as partes que entram em disputa seguramente o fazem com a convicção de que têm a razão, e a finalidade do processo judicial que se instaura é justamente de dar razão a quem realmente a possui, existindo uma premissa que consagra esta prática como sendo um instrumento que o Estado põe à disposição dos litigantes, a fim de administrar justiça.

E Zanna (2005, p.46) esclarece sobre o conceito de prova:

A prova é algo material ou imaterial, por meio da qual o individuo se convence a respeito de uma verdade ou de sua ausência. A prova valida é a maneira pela qual cada um de nós atinge a certeza do que seja verdadeiro ou não verdadeiro(...), o conhecimento da verdade depende do método de investigação aplicado em cada caso. Como conseqüência temos que métodos mais adequados e mais inteligentes de investigação conduzem o perito a conclusões mais precisas, mais criveis e mais verdadeiras.(...) quanto mais clara e evidente for a prova, mais fácil será para o individuo convencer-se da certeza que ela transmite.

O Código de Processo Civil (CPC), no art. 334, dispõe que “não dependem de prova os fatos: I – notórios: II – afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária; III – admitidos no processo como incontroversos; IV – em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade”.

E o art. 335 completa:

“Art. 335. Em falta de normas jurídicas particular, o juiz aplicará as regras da experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente acontece e ainda as regras da experiência técnica, ressalvado, quando a esta, o exame pericial”.

2.2.5.1 Espécies de Provas Periciais

O CPC enumera as seguintes provas usuais: I – depoimento pessoal das partes (arts. 342 a 347); II – confissão (arts. 348 a 354); III – exibição de documento ou coisa (art. 355 a 363); IV – prova documental (art. 364 a 399); V – prova testemunhal (arts. 400 a 419); VI –prova pericial (arts. 420 a 439 e VII – inspeção judicial (arts. 440 a 443).

2.2.5.1.1 Depoimento pessoal das partes

Theodoro Jr. (2003, p.387) esclarece o conceito de depoimento pessoal:

Depoimento pessoal é o meio de prova destinado a realizar o interrogatório da parte, no curso do processo. Aplica-se tanto ao autor como ao réu, pois ambos se submetem ao ônus de comparecer em juízo e responder ao que lhe foi interrogado pelo juiz (art. 340, I). A iniciativa da diligência processual pode ser da parte contrária (art. 343) ou do próprio juiz (art. 342). A finalidade desse meio de prova é dupla: provocar a confissão da parte e esclarecer fatos discutidos na causa.

Diz o art. 342 do CPC: “O juiz pode, de ofício, em qualquer estado do processo, determinar o comparecimento pessoal das partes, a fim de interrogá-las sobre os fatos da causa”.

Alberto (2002, p.27) esclarece ainda sobre o depoimento pessoal:

O depoimento pessoal é resultante da interrogação (a inquirição) das partes litigantes pelo condutor do processo judicial (o juiz). O depoimento pessoal faz prova nos autos, à medida que, interrogada pelo juiz,a parte transmite no processo sua visão dos fatos submetidos à prestação jurisdicional

2.2.5.1.2Confissão

Segundo Alberto (2002, p.28) “a recusa ou não comparecimento para o depoimento,

“Há confissão, quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e favorável ao adversário. A confissão é judicial ou extrajudicial” (CPC, art. 348).

Theodoro Jr. (2003, p.391) esclarece o conceito de confissão:

Como a confissão importa verdadeira renúncia de direitos (ou possíveis direitos envolvidos na relação litigiosa), só as pessoas maiores e capazes podem confessar. E, assim mesmo, apenas quando a causa versar sobre direitos disponíveis (art. 351) ou quando o ato não for daqueles cuja eficácia jurídica reclama forma solene. De tal sorte, podem-se arrolar os seguintes requisitos para eficácia da confissão: I – capacidade plena do confitente; os representantes legais de incapazes nunca podem confessar por eles; II – inexigibilidade de forma especial para validade do ato jurídico confessado (não se pode confessar um casamento sem demonstrar que ele se realizou com as solenidades legais; ou a aquisição da propriedade imobiliária sem a transcrição no Registro de Imóveis); III – disponibilidade do direito relacionado com o fato confessado.

2.2.5.1.3 Exibição de documento ou coisa

Alberto (2002, p.30) esclarece sobre a exibição de documentos:

É importante observar, principalmente para o profissional da pericia, que a exibição será elemento de prova por si ou por sua ausência, ou seja (a) se exibida a coisa ou documento trará aos autos um elemento probante, ou (b) se não exibida, fará com que o juiz admita como verdadeiros os fatos que por meio daqueles, a parte pretendia provar.

Diz o art. 355 do CPC: “O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa, que se ache em seu poder”.

Dispõe o art. 359 do CPC: “Ao decidir o pedido do juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio do documento ou coisa, a parte pretendia provar: I- se o requerido não efetuar a exibição, nem fizer qualquer declaração no prazo do art.357; II- se a recusa for havida por ilegítima.

O art. 360 do CPC completa: “Quando o documento ou a coisa estiver em poder de terceiro, o juiz mandará citá-lo para responder no prazo de 10 (dez) dias”.

2.2.5.1.4 Prova Documental

Para Alberto (2002), a prova documental é a mais utilizada em um processo de reclamatória trabalhista, ela possui força probante. Os documentos com força probante poderam ser públicos ou particulares.

Os documentos públicos, segundo as fontes enunciadas pelo art. 364, podem ser: a) judiciais, quando elaboradas por escrivão, com base em atos processuais ou peças dos autos; b) notariais, quando provenientes de tabeliães ou oficiais de Registros Públicos, e extraídos de seus livros e assentamentos; c) administrativos, quando oriundos de outras repartições públicas (THEODORO JR.. 2003, p.403).

Os documentos particulares, isto é, aqueles em que não ocorre interferência de oficial público em sua elaboração, podem assumir as feições de declaração: 1) escrita assinada pelo declarante; 2) escrita por outrem e assinada pelo declarante; 3) escrita pela parte, mas não assinada (papéis domésticos e anotações posteriores em documentos assinados); 4) mera escrita nem assinada pela parte (livros comerciais)”. (THEODORO JR.. 2003, p.404).

2.2.5.1.5 Prova Testemunhal

Theodoro Jr. (2003, p. 418) conceitua prova testemunhal:

Prova testemunhal é a que se obtém através do relato prestado, em juízo, por pessoas que conhecem o fato litigioso. Testemunhas, pois, são as pessoas que vêm a juízo depor sobre o fato controvertido. Não podem ter interesse na causa e devem satisfazer a requisitos legais de capacidade para o ato que vão praticar.

Alberto (2002, p.32) comenta sobre a prova testemunhal:

Esta prova, no próprio Código de Processo Civil, é sempre admissível, exceto quando: a) a lei disponha de modo diverso; ou (b) os fatos já estejam provados por documentos ou confissão da parte; ou (c) os fatos somente possam ser provados por documento ou exame pericial.

As testemunhas podem ser presenciais, de referência e referidas. “As presenciais são as que, pessoalmente, assistiram ao fato litigioso; as de referência, as que souberam dele através de terceiras pessoas; e referidas, aquelas cuja existência foi apurada por meio do depoimento de outra testemunha”. (THEODORO JR.. 2003, p.418)

As testemunhas podem ser classificadas ainda em judiciárias e instrumentárias. “Aquelas são as que relatam em juízo o seu conhecimento a respeito do litígio e estas as que presenciaram a assinatura do instrumento do ato jurídico e, juntamente comas partes, o firmaram”. (THEODORO JR.. 2003:418).

2.2.5.1.6 Prova Pericial

A prova pericial está presente no CPC nos artigos 420 a 439 e sobre o perito contador dispõe os artigos 145 a 147 do CPC.

Diz o artigo 420 do CPC: “A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação”.

A respeito da Prova Pericial, a Norma Brasileira de Contabilidade Técnica n° 01 (NBC TP 01 – Da Perícia Contábil), reformulada pela Resolução CFC n° 1.243, nos itens 18 a 26 assim se manifesta:

NBC TP01: Os procedimentos de perícia contábil visam fundamentar as conclusões que serão levadas ao laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil, e abrangem, total ou parcialmente, segundo a natureza e a complexidade da matéria, exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensuração, avaliação e certificação.

O exame é a análise de livros, registros das transações e documentos.

A vistoria é a diligência que objetiva a verificação e a constatação de situação, coisa ou fato, de forma circunstancial.

A indagação é a busca de informações mediante entrevista com conhecedores do objeto ou de fato relacionado à perícia.

A investigação é a pesquisa que busca trazer ao laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil o que está oculto por quaisquer circunstâncias.

O arbitramento é a determinação de valores ou a solução de controvérsia por critério técnico-científico.

A mensuração é o ato de qualificação e quantificação física de coisas, bens, direitos e obrigações.

A avaliação é o ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos, obrigações, despesas e receitas.

A certificação é o ato de atestar a informação trazida ao laudo pericial contábil pelo perito- contador, conferindo-lhe caráter de autenticidade pela fé pública atribuída a este profissional.

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