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Pericia contábil no processo de uma reclamatória trabalhista

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Academic year: 2021

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SUL

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E CONTABILIDADE CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

PERICIA CONTABIL NO PROCESSO DE UMA RECLAMATÓRIA TRABALHISTA Trabalho de Conclusão de Curso

CRISTIANE CONCEICAO LOPES

IJUÍ (RS) 2010

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SUL

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E CONTABILIDADE CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

PERICIA CONTABIL NO PROCESSO DE UMA RECLAMATÓRIA TRABALHISTA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no Curso de Ciências Contábeis da UNIJUI, como requisito parcial para aprovação do componente curricular Pesquisa em Contabilidade II

CRISTIANE CONCEICAO LOPES

Prof. Orientador: Teodoro Clebsch

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ... 9

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 10

1.1 Área de conhecimento contemplada ... 10

1.2 Caracterização do processo ... 10 1.3 Problematização do Tema ... 11 1.4 Objetivos ... 12 1.4.1 Objetivo geral ... 13 1.4.2 Objetivos específicos ... 13 1.5 Justificativa ... 14 1.6 Metodologia do trabalho ... 15 1.6.1 Classificação da Pesquisa ... 15

1.6.1.1 Do Ponto de Vista de Sua Natureza ... 15

1.6.1.3 A forma de Abordagem do Problema: ... 16

1.6.1.4 Do Ponto de Vista dos Procedimentos Técnicos: ... 17

1.6.2 Plano de Coleta de Dados (Instrumentos de coleta de dados) ... 18

1.6.2.1 Instrumentos de Coleta de Dados ... 18

1.6.3 Plano de Análise e Interpretação dos Dados ... 19

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 20 2.1 Conceito de Contabilidade ... 20 2.1.1 Objeto da Contabilidade ... 21 2.1.2 Finalidade da Contabilidade ... 21 2.1.3 Princípios de Contabilidade ... 22 2.1.3.1 Principio da Entidade ... 23

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2.1.3.2 Principio da Continuidade ... 23

2.1.3.3 Principio da Oportunidade ... 24

2.1.3.4 Principio do Registro pelo Valor Original ... 25

2.1.3.5 Principio da Atualização Monetária ... 26

2.1.3.6 Principio da Competência ... 26

2.1.3.7 Principio da Prudência ... 27

2.2 Pericia Contábil ... 27

2.2.1 Objetivo da Pericia Contábil... 28

2.2.2 Objeto da Pericia Contábil ... 29

2.2.3 Classificação das Pericias ... 29

2.2.4 Diferenças entre pericia e auditoria ... 30

2.2.5 Prova Pericial Contábil ... 32

2.2.5.1 Espécies de Provas Periciais ... 33

2.2.5.1.1 Depoimento pessoal das partes ... 33

2.2.5.1.2Confissão ... 33

2.2.5.1.3 Exibição de documento ou coisa ... 34

2.2.5.1.4 Prova Documental ... 35

2.2.5.1.5 Prova Testemunhal ... 35

2.2.5.1.6 Prova Pericial ... 36

2.2.6 Quesitos ... 37

2.2.7 Laudo Pericial ... 38

2.2.7.1 Tipos de Laudo Pericial ... 39

2.2.7.1.1 Laudo Individual... 39

2.2.7.1.2 Laudo Coletivo ... 40

2.2.7.1.3 Laudo Consenso ... 40

2.2.7.1.4 Laudo Discordante ou Divergente ... 40

2.2.7.2 Entrega de Laudo Pericial... 40

2.2.8 Pericia Judicial ... 41

2.2.9 Perito – Contador ... 41

2.2.9.1 O Perito como Auxiliar da Justiça – Atribuições Legais do perito ... 42

2.2.9.2 Escolha do Perito Contador ... 43

2.2.9.3 Deveres e Direitos do Perito Contador ... 43

2.2.9.4 Recusa de nomeação, impedimento, suspeição e substituição ... 44

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2.3 Processo Trabalhista ... 47

2.3.1 Processo trabalhista: da petição inicial à liquidação de sentença ... 48

3. PARTE PRATICA ... 54

3.1 – O Caso ... 55

3.2 Caracterização das Partes e do Processo ... 56

3.3 – Sentença de 1° Grau – Vara do Trabalho ... 64

3.3.1 - Preliminar de Mérito na Sentença de 1° Grau - Vara do Trabalho ... 66

3.3.1.1 – Regularidade do Pólo Passivo ... 67

3.3.1.2 - Exceção de Prescrição ... 69

3.3.2 – Mérito ... 72

3.3.2.1 –Relação jurídica mantida ente as partes ... 72

3.3.3.3 – Anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) ... 74

3.3.3.4 – Causa rescisória ... 75 3.3.3.5 – Verbas rescisórias ... 75 3.3.3.6 - Férias ... 76 3.3.3.7 - 13° salário ... 78 3.3.3.8 – Horas extras ... 79 3.3.3.9 – Intervalo Intra-jornada ... 81 3.3.3.10 – Adicional noturno ... 82

3.3.3.11 – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ... 83

3.3.3.12 – Seguro-desemprego ... 84

3.3.3.13 – Programa de Integração Social (PIS) ... 86

3.3.3.14 – Vales-transporte ... 89

3.3.3.15 – Multas dos artigos 467 e 477 da CLT... 90

3.3.3.16 – Correção monetária e juros ... 91

3.3.3.17 – Assistência judiciária gratuita, justiça gratuita e honorários advocatícios ... 92

3.3.3.18 – Descontos previdenciários e fiscais ... 94

4 – Laudo Pericial Contábil de Liquidação de Sentença ... 98

4.1 – Horas Extras, Intervalo Intra-Jornada e Adicional Noturno com Integrações ... 99

4.2 – Repouso Semanal Remunerado ... 108

4.3 – Indenização do Seguro-desemprego ... 109

(6)

4.5 – Aviso Prévio e Multa dos Arts. 467 e 477 da Consolidação das Leis do Trabalho

(CLT) ... 111

4.6 – Gratificação Natalina (13° Salário) ... 113

4.7 – Férias Indenizadas – Integrais e Proporcionais ... 114

4.8 – Indenização Referente a Vale-Transporte ... 115

4.9 – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) Sobre as Parcelas deferidas em Juízo e da Contratualidade ... 118

4.10 – Contribuição Previdenciária das Partes ... 123

4.10.1 – Encargos Previdenciários do Empregado (Reclamante) ... 128

4.10.2 – Encargos Previdenciários do Empregador ... 132

4.11 – Correção monetária e juros ... 136

4.12 – Retenção Fiscal ... 138

4.13 – Honorários Assistenciais do Advogado do Reclamante ... 139

4.14 – Resumo dos Valores Devidos ao Reclamante ... 140

4.15 – Resumo Final do Processo ... 141

(7)

INDICE DE QUADROS

Quadro 1: Características de Auditoria e Perícia... 31

Quadro 2 :Variação do Salário Mínimo Nacional ... 100

Quadro 3.1: Quantificação e Valoração das Horas-Extras e Adicional Noturno – 2003 ... 101

Quadro 3.2: Quantificação e Valoração das Horas-Extras e Adicional Noturno – 2004 ... 101

Quadro 3.3: Quantificação e Valoração das Horas-Extras e Adicional Noturno – 2005 ... 102

Quadro 3.4: Quantificação e Valoração das Horas-Extras e Adicional Noturno – 2006 ... 102

Quadro 3.5: Quantificação e Valoração das Horas-Extras e Adicional Noturno – 2007 ... 102

Quadro 3.6: Quantificação e Valoração das Horas-Extras e Adicional Noturno – 2008 ... 103

Quadro 4: Salário do mês em horas ... 103

Quadro 5: Salário do mês em hora Extra ... 104

Quadro 6: Valor da Hora Extra ... 104

Quadro 7: Horário de Trabalho de quartas e sábados ... 104

Quadro 8: Horário de Trabalho aos domingos ... 105

Quadro 9: Jornada Semanal ... 105

Quadro 10: Quantificação de Horas Noturnas ... 105

Quadro 11: Cálculo da Média Mensal de Horas de Adicional Noturno para o 13º salário .... 106

Quadro 12: Valor do Adicional Noturno ... 106

Quadro 13: Valor do Repouso Remunerado ... 108

Quadro 14: Reflexo das Horas Extras no aviso Prévio ... 113

Quadro 15: Valores dos 13º Salários ... 114

Quadro 16: Ferias ... 115

Quadro 17.1: Vale Transporte 2003 ... 116

(8)

Quadro 17.3: Vale Transporte 2005...116

Quadro 17.4: Vale Transporte 2006...116

Quadro 17.5: Vale Transporte 2007 e 2008...117

Quadro 18.1: Parcelas de FGTS 1999 ... 119 Quadro 18.2: Parcelas de FGTS 2000...118 Quadro 18.3: Parcelas de FGTS 2001...118 Quadro 18.4: Parcelas de FGTS 2002...119 Quadro 18.5: Parcelas de FGTS 2003...119 Quadro 18.6: Parcelas de FGTS 2004...120 Quadro 18.7: Parcelas de FGTS 2005...120 Quadro 18.8: Parcelas de FGTS 2006...120 Quadro 18.9: Parcelas de FGTS 2007...121

Quadro 18.10: Parcelas de FGTS 2008 e Aviso Previo...121

Quadro 18.11: FGTS total...121

Quadro 19: Tabela de incidência de contribuição ... 127

Quadro 20.1: Retenções para o INSS 2003 ... 130

Quadro 20.2: Retenções para o INSS 2004...129

Quadro 20.3: Retenções para o INSS 2005...129

Quadro 20.4: Retenções para o INSS 2006...130

Quadro 20.5: Retenções para o INSS 2007...130

Quadro 20.6: Retenções para o INSS 2008 e Total...131

Quadro 21.1: Contribuições Previdenciárias 2003 ... 134

Quadro 21.2: Contribuições Previdenciárias 2004...133

Quadro 21.3: Contribuições Previdenciárias 2005...133

Quadro 21.4: Contribuições Previdenciárias 2006...134

Quadro 21.5: Contribuições Previdenciárias 2007...134

Quadro 21.6: Contribuições Previdenciárias 2008 e Total...135

Quadro 22: Correção Monetaria e Juros ... 137

Quadro 23: Retenção Fiscal ... 139

Quadro 24: Honorários Assistenciais ... 140

Quadro 25: Resumo dos Valores Devidos ao autor...139

(9)

APRESENTAÇÃO

A elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso constituí-se na apresentação de uma metodologia na área de Pericia Contábil Trabalhista, sendo aplicado em um Processo, melhor caracterizado como uma ação reclamatória trabalhista transitado em julgado na Justiça do Trabalho de Ijui.

O Trabalho inicialmente traz a Contextualização do Estudo, abrangendo a área do conhecimento contemplada na realização do estudo, apresenta e caracteriza o processo trabalhista escolhido, define o problema em questão justificando o tema, expõe os objetivos a serem alcançados e os procedimentos metodológicos a serem utilizados na realização da pesquisa.

Em um segundo momento, de Revisão Bibliográfica, apresenta-se a fundamentação teórica do trabalho envolvendo pesquisas bibliográficas pertinentes à Contabilidade e à Perícia Contábil, abordando as etapas do trabalho pericial exercido pelo Perito Contador em um processo trabalhista.

Por fim é analisado minuciosamente o laudo Pericial emitido pelo perito Contador, o qual demonstra as etapas que precedem a realização das atividades práticas do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Neste capitulo apresenta-se a contextualização do estudo que será desenvolvido na área de Pericia Contábil Trabalhista.

1.1 Área de conhecimento contemplada

No decorrer do curso de Ciências Contábeis o aluno toma conhecimento das normas e princípios que regem a contabilidade, das técnicas de que se utiliza para explicitar os fatos contábeis e torna-se útil aos seus usuários dos diversos ramos de aplicação em que a contabilidade está inserida. O aluno depara-se então, com um leque de áreas em que o contador poderá atuar, entre estas a Perícia Contábil Trabalhista, tema deste Trabalho de Conclusão de Curso.

Segundo Alberto (2002) o objetivo maior da Perícia Contábil é a revelação da verdade sobre o fato examinado, melhor dizendo, é a transferência da verdade contábil para o universo lingüístico da instancia decisória, no caso em estudo, o juízo trabalhista, bem como das partes envolvidas no litígio

Neste sentido, o estudo tem como tema analisar a Pericia Contábil efetivada em um Processo de Reclamatória Trabalhista.

1.2 Caracterização do processo

O processo refere-se a uma Ação Reclamatória Trabalhista, na qual houve necessidade de realização de Pericia Contábil, ação esta transitado em julgado na Vara de Trabalho de Ijui/RS. Neste processo o Reclamante FULANO DE TAL refere que foi admitido em 05.01.1999 pela Reclamada BELTRANO para exercer a função de segurança, e que foi dispensado sem justa causa em 04.01.2008.

(11)

Durante todo o período de prestação de serviço não foi realizada nenhum tipo de registro em sua Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).

O Reclamante requer o reconhecimento do vinculo empregatício relativamente a todo o período da contratualidade, com a devida anotação na CTPS, com o competente recolhimento das contribuições previdenciárias; pagamento de horas extras, consideradas aquelas excedentes à 8° hora diária, observando a hora reduzida noturna com acréscimo do adicional legal e normativo sobre o salário contratual; pagamento do adicional noturno; pagamento de uma hora extra diária, pela não concessão do intervalo intra-turno; pagamento de aviso prévio indenizado de trinta (30) dias a contar 04.01.2008; pagamento do 13° salário integral relativo aos anos de 1999 à 2007 e proporcional a (1/12) relativo ao ano de 2008; pagamento de nove períodos integrais de férias acrescidos do terço constitucional (1/3), oito períodos em dobro e um período de férias proporcional (1/12), pagamento de multa prevista no artigo 477,§,8° da CLT; pagamento do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) acrescido multa de 40% em razão da dispensa sem justa causa; indenização referente ao seguro desemprego, correspondente aos valores referentes ao Programa de Integração Social (PIS) que deixou de usufruir por não ter registro em sua CTPS e indenização no valor dos vales transportes devidos e não pagos durante a contratualidade, integração nos salários do reclamante das horas extras, pela aplicação do artigo 71 da CLT, bem como do adicional noturno, para reflexo nas parcelas do aviso prévio indenizado, no 13° salário, nas férias com acréscimo do terço constitucional, repouso semanal remunerado, no FGTS acrescido da multa de 40%, e no seguro desemprego requereu o reclamante ainda que seja observada a integração nos salários do adicional noturno, no calculo e pagamento das horas extras e respectivos reflexos. Finalmente requereu o reclamante o beneficio da assistência judiciária gratuita e o não pagamento de honorários advocatícios. Também requereu que lhe fossem pagos juros e correção monetária na forma da lei.

1.3 Problematização do Tema

De acordo com Fonseca citado por Zanna (2005, p. 86) “A Pericia tem como Objetivo fundamentar as informações demandadas, mostrando a veracidade dos fatos de forma imparcial e merecedora de fé, tornando-se meio de prova para o juiz de direito resolver as questões propostas”

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A Pericia Contábil em matéria trabalhista lida com dois atores: o Empregado que no processo trabalhista geralmente figura como Reclamante, e o Empregador, chamado Reclamado.

Considerando que o contrato de trabalho segundo ZANNA (2005) é uma relação de convivência continuada cabe ao perito buscar na documentação e na escrituração contábil do empregador, as informações necessárias para cumprimento de sua missão.

Caso o Empregador não disponha dos documentos e registros contábeis com base nos quais o perito possa atuar profissionalmente, ou na hipótese de lhe serem sonegadas tais informações, presume-se que tudo aquilo que o Empregado (reclamante) afirmou no processo é verdadeiro.

Os documentos juntados durante o processo, os depoimentos das partes, os testemunhos, reclamante e reclamado, e se for o caso, a prova pericial servirão de base para a prolação da decisão judicial, na fase de conhecimento. Uma vez dada a sentença, esta servirá de base para os cálculos periciais contábeis na fase da liquidação da sentença.

O trabalho pericial é de suma importância no processo trabalhista, pois é através dele que se busca valorar os pedidos do reclamante, definidos pelo juiz do trabalho total ou parcialmente, e identificar possíveis erros e/ou fraudes no processo de forma a evidenciar a verdade dos fatos, para que nem o reclamante como o reclamado não sejam lesados.

Diante o exposto, questionam-se: Quais os procedimentos e as fases que o Perito contador deve seguir para a realização do seu trabalho pericial diante de um processo de reclamatória trabalhista e qual a importância do Laudo pericial diante a decisão do juiz?

1.4 Objetivos

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1.4.1 Objetivo geral

Analisar o processo de reclamatória trabalhista, mostrar as fases pelos quais passou a pericia contábil e os procedimentos periciais efetuados em cada etapa, bem como analisar o laudo pericial emitido pelo perito contador nomeado pelo juiz do trabalho na fase de liquidação de sentença.

1.4.2 Objetivos específicos

* Revisar a literatura referente os conceitos e às normas profissionais e técnicas que regulam a atividade do perito contador.

* Avaliar a importância do Laudo Pericial de liquidação de sentença, em face às decisões nela tomadas pelo Juízo trabalhista;

* Revisar os procedimentos periciais contábeis aplicados no processo em estudo;

* Verificar a legislação trabalhista, previdenciária e fiscal pertinente à Pericia Contábil Trabalhista;

* Evidenciar as fases e etapas de um processo de Reclamatória Trabalhista;

* Evitar as etapas pelas quais passou o calculo de liquidação de sentença no Processo em estudo;

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1.5 Justificativa

A escolha do tema Pericia Contábil Trabalhista para este Trabalho de Conclusão de curso justifica-se pelo interesse em conhecer com detalhes como é realizada a pericia em um processo trabalhista. Pois é cada vez maior o numero de empregados que recorrem à Justiça Trabalhista para haver seus direitos que muitas vezes lhe são negados durante o período de prestação de serviço. Nestes litígios, envolvendo ex-empregados e ex-empregadores, freqüentemente exige-se a presença de um profissional qualificado, com amplos conhecimentos nesta área, o Perito-contador.

A figura do perito-contador surge neste contexto a fim de clarear os fatos contábeis envolvidos na área pericial contábil, sanando possíveis duvidas. Para isso o perito contador usa procedimentos técnicos e científicos com vistas a evidenciar tais fatos na fase de conhecimento do processo. E, na fase de liquidação da sentença prolatada pelo Juízo Trabalhista e situações que se quer saber, transforma a sentença do juiz de 1ºgrau ou o acordão do Tribunal de 2º grau em valores monetários.

Para evitar ou, ao menos minorar fatos litígios as empresas e entidades em geral devem manter em dia os documentos contábeis relativos a seus funcionários, seguindo a legislação trabalhista, previdenciária e fiscal atualizada. Com isso evitam-se possíveis transtornos futuros no âmbito judicial com seus atuais funcionários.

Este trabalho de conclusão de curso será importante para a Unijui, pois ficará disponível para que outros alunos possam vir a utilizá-lo como base para futuros trabalhos nesta área.

Para mim este trabalho é de suma importância, pois estarei aprofundando meus conhecimentos na área pericial contábil, a qual me despertou tanto interesse no decorrer do curso. Com este trabalho poderei aperfeiçoar meus conhecimentos nas áreas trabalhistas, previdenciária e fiscal e quiçá no futuro venha a atuar nesta área.

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1.6 Metodologia do trabalho

A metodologia define a maneira que o trabalho deve ser realizado. Serão definidos nesta etapa os caminhos e os instrumentos para coletar e analisar os dados da pesquisa.

1.6.1 Classificação da Pesquisa

A metodologia da pesquisa pode ser classificada nos seguintes modos:

1.6.1.1 Do Ponto de Vista de Sua Natureza

A pesquisa é classificada sob o ponto de vista de sua natureza a qual poderá ser básica ou aplicada.

Será utilizada neste trabalho uma pesquisa aplicada, pois busca a resolução de um problema concreto, no caso em estudo será a resolução de um processo trabalhista.

A pesquisa aplicada é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos, ou não. Tem, portanto, finalidade pratica, ao contrario da pesquisa pura, motivada basicamente pela curiosidade intelectual do pesquisador e situada, sobretudo no nível de especulação. Exemplo de pesquisa aplicada: proposta de mecanismos que diminuam a infecção hospitalar. (VERGARA. 1998, p.45)

1.6.1.2 Do ponto de Vista de Seus Objetivos.

Sob o ponto de vista de seus objetivos a pesquisa poderá ser classificada em estudos exploratórios, estudos descritivos ou estudos explicativos. Neste trabalho de conclusão de curso serão aplicadas a pesquisa exploratória e descritiva.

A pesquisa exploratória tem como principal finalidade desenvolver esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos

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(...), desenvolvidas com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato (...) realizado especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis. (GIL. 1999, p.43)

“A investigação exploratória realizada em uma área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado. Por sua natureza de sondagem, não comporta hipóteses que, todavia, poderão surgir durante ou ao final da pesquisa.” (VERGARA. 1998, p.45)

“A pesquisa descritiva tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Neste caso iremos descrever as características de um processo trabalhista.” (GIL. 1999, p.44)

A pesquisa descritiva expõe característica de determinada população ou de determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação. Pesquisa de opinião insere-se nessa classificação. (VERGARA. 1998, p.45)

1.6.1.3 A forma de Abordagem do Problema:

A pesquisa, quanto à forma de abordagem do problema, pode ser qualitativa ou quantitativa. No projeto em estudo será aplicada a pesquisa qualitativa

Os dados podem ser tratados de forma quantitativa, isto é utilizando-se procedimentos estatísticos, como o teste de hipóteses, ou de forma qualitativa como por exemplo, codificando-os, apresentando-os de forma mais estruturada e analisando-os.” (VERGARA. 1998,p. 57)

A pesquisa qualitativa considera que há uma relação dinâmica entre mundo real e sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Ela não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados

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indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem. (VIEIRA. 2010)

1.6.1.4 Do Ponto de Vista dos Procedimentos Técnicos:

Se aplica no trabalho em questão a pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental e o estudo de caso.

“A pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao publico em geral”. (VERGARA. 1998, p.46)

Para GIL (1999) a pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A única diferença entre ambas está na natureza das fontes, a pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa, podendo ser documentos de primeira mão, ou seja, que nunca receberam qualquer tipo de tratamento analítico, como reportagens, fotografias, reportagens, ou documentos de segunda mão, que de alguma forma já foram analisados é o caso de balanços patrimoniais, relatórios de empresas.

O Estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de pesquisa considerados.

Para Gil (1999, p.73) citando Yin, o estudo de caso é “um estudo empírico que

investiga um fenômeno atual dentro de seu contexto de realidade, quando as fronteiras entre o fenômeno e o contexto não são claramente definidas e no qual são utilizadas varias fontes de evidencia.”.

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1.6.2 Plano de Coleta de Dados (Instrumentos de coleta de dados)

Poderá ser utilizado para o plano de coleta de dados, a entrevista, o questionamento e a observação ou teste. Neste trabalho especifico não será utilizada apenas a entrevista.

Serão utilizados a observação, mediante detalhada analise do processo trabalhista em estudo e o questionamento do laudo judicial contábil nela presente.

1.6.2.1 Instrumentos de Coleta de Dados

O instrumento utilizado para a elaboração deste trabalho de conclusão de curso será o da observação.

Segundo Gil (1999) a observação constitui elemento fundamental para a pesquisa. A observação nada mais é que o uso dos sentidos com vistas a adquirir os conhecimentos necessários do cotidiano.

Para Vieira (2010) a observação pode ser:

- observação assistemática: não tem planejamento e controle previamente elaborados; - observação sistemática: tem planejamento, realiza-se em condições controladas para responder aos propósitos preestabelecidos;

- observação não-participante: o pesquisador presencia o fato, mas não participa; - observação individual: realizada por um pesquisador;

- observação em equipe: feita por um grupo de pessoas;

- observação na vida real: registro de dados à medida que ocorrem; - observação em laboratório: onde tudo é controlado.

Neste trabalho de conclusão de curso será aplicada a observação sistemática, pedido por pedido do reclamante, contrapondo-se os depoimentos dos autos (reclamante) e do réu (reclamado), assegurando-se a verdade documental e\ou testemunhal ou ainda judicial que esteve por trás da fundamentação fática na decisão do juízo trabalhista, confirmando a

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fundamentação jurídica e o questionando etapa por etapa, os cálculos de liquidação de sentença do perito-contador.

1.6.3 Plano de Análise e Interpretação dos Dados

A analise e interpretação de dados se dá com relação a um processo de reclamatória trabalhista transitado em julgado na Vara de Trabalho de Ijui, no qual o reclamante FULANO DE TAL afirmou ter sido admitido em 05.01.1999 pela reclamada BELTRANO, e requerendo alguns direitos, os quais alegou que durante a prestação de serviço lhe foram negados.

Serão analisados os passos do processo trabalhista, bem como a atuação do perito contador realizando a conferência dos cálculos feitos por ele para verificar a exatidão dos valores apurados na liquidação da sentença.

A Pesquisa Bibliográfica será baseada em livros, revistas, artigos, legislação trabalhista, previdenciária e fiscal e nas normas Técnicas e Profissionais do perito contador.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Nesta etapa do trabalho apresenta-se a fundamentação teórica, com base na pesquisa bibliográfica com a finalidade de fundamentar o tema proposto para este trabalho.

2.1 Conceito de Contabilidade

A contabilidade pode ser definida de diversas formas. Numa visão geral, contabilidade é uma ciência, uma disciplina, um ramo do conhecimento humano, uma profissão que tem por objeto o estudo dos fenômenos patrimoniais”. (CREPALDI. 2003, p. 16)

Basso (2005, p.22) apresenta um conceito de contabilidade bastante abrangente:

Entendemos que Contabilidade, como conjunto ordenado de conhecimentos, leis, princípios e métodos de evidenciação próprios, é a ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativo (monetário) e qualitativo (físico) e que, como conjunto de normas, preceitos e regras gerais, se constitui na técnica de coletar, catalogar e registrar os fatos que nele ocorrem, bem como de acumular, resumir e revelar informações de suas variações e situação, especialmente de natureza econômica e financeira.

Para Gouveia (1982, p.1) “Contabilidade é uma arte. É a arte de registrar todas as transações de uma companhia, que possam ser expressas em termos monetários. E é também a arte de informar os reflexos dessas transações na situação econômico-financeira dessa companhia.”

Para Franco (1997, p.21) a contabilidade pode ser definida como sendo:

É ciência que estuda os fenômenos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a classificação, a demonstração expositiva, a analise e a interpretação desses fatos, com o fim de oferecer informações e orientação – necessárias a tomada de decisões – sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.

(21)

Tendo como base vários conceitos de contabilidade formulados por diferentes autores, é possível afirmar que a contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio da entidade e as mudanças que nele ocorrem, demonstrando a realidade patrimonial de uma entidade.

2.1.1 Objeto da Contabilidade

“O patrimônio é o objeto da contabilidade, isto é, sobre ele se exercem as funções contábeis, para alcance de suas finalidades” (FRANCO. 1997, p.21)

Basso (2005, p.23) detalha mais o objeto da contabilidade:

O Objeto da contabilidade é o patrimônio, geralmente constituído por um conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma determinada entidade. O patrimônio é enfocado pela contabilidade sob dois aspectos básicos:

a)Aspecto Qualitativo – considera bens, direitos e obrigações do ponto de vista de sua natureza, como a composição física individual e a natureza jurídica de cada elemento

b) Aspecto Quantitativo – considera bens, direitos e obrigações do ponto de vista do valor monetário intrínseco, isto é, considera os elementos patrimônios como expressão de valor econômico.

2.1.2 Finalidade da Contabilidade

Segundo Franco (1997, p.22) a finalidade mais importante da contabilidade, é: “fornecer informações e orientações de caráter econômico-financeiro, sem as quais as quais a administração da entidade não dispõe de elementos para a tomada de decisão”

Discorre Franco sobre a finalidade da contabilidade textualmente:

A finalidade da Contabilidade é, pois, controlar os fenômenos ocorridos no patrimônio de uma entidade, através do registro, da classificação, da demonstração expositiva, da analise e interpretação dos fatos neles ocorridos, objetivando fornecer informações e orientações – necessárias à tomada de decisões – sobre sua composição e variações. Bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial. (FRANCO. 1997, p.22)

(22)

Para Basso (2005, p. 24) “A finalidade fundamental da contabilidade é gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, com ênfase para o controle e o planejamento”

2.1.3 Princípios de Contabilidade

A Resolução CFC N.º 1.282/10 Atualiza e consolida dispositivos da Resolução CFC n.º 750/93, que dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade.

No art. 1º da Resolução CFC nº1282/10 está estipulado que: Art. 1º Os “Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC)”, citados na Resolução CFC n.º 750/93, passam a denominar-se “Princípios de Contabilidade (PC)”.

Para IUDICIBUS, MARION (2002) os princípios são como placas que nos mostram a

direção correta a seguir. Os Princípios Fundamentais, na contabilidade exercem a mesma função, são “guias” de direção que se devidamente observados nos levam a objetivos desejados.

Os princípios Fundamentais de Contabilidade são conceitos básicos que constituem o núcleo essencial que deve guiar a profissão na consecução dos objetivos da contabilidade, que, como vimos, consistem em apresentar informação estruturada para os usuários” (IUDICIBUS. MARION. 2002, p.89)

Para Basso (2005, p.307) em relação aos princípios fundamentais de contabilidade, este esclarece:

Os princípios fundamentais de contabilidade representam o núcleo central da própria contabilidade, na sua condição de ciência social, sendo a ela inerente. Os princípios constituem sempre as vigas-mestras de uma ciência, revestindo-se dos atributos de universalidade e veracidade, conservando validade em qualquer circunstancia. No caso da Contabilidade, seus princípios fundamentais valem para todos os patrimônios, independentemente das entidades a que pertençam, das finalidades para as quais sejam usados, da forma jurídica da qual estejam revestidos, ou da sua -localização, expressividade e quaisquer outros qualificativos, desde que gozem da condição de autonomia em relação aos demais patrimônios existentes.

(23)

Conforme Resolução do CFC nº 750/93, art. 2°, os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades.

O art.3º da Resolução do CFC nº 750/93 enumera os princípios fundamentais de contabilidade: I - o da ENTIDADE; II - o da CONTINUIDADE; III - o da OPORTUNIDADE; IV - o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; V - o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA; VI - o da COMPETÊNCIA e VII - o da PRUDÊNCIA.

2.1.3.1 Principio da Entidade

O artigo 4º da Resolução do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) nº 750/93 fornece o conceito do Principio da Entidade.

Art. 4° O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. Parágrafo único. O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil.

Numa Reclamatória Trabalhista, confrontam-se em litígio duas entidades contábeis, com patrimônios individualizados, a saber, o reclamante e o reclamado, ambos com direitos e obrigações, reconhecidos na sentença transitada em julgado.

2.1.3.2 Principio da Continuidade

O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em

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conta esta circunstância. (Resolução CFC nº1282/10, art. 3°, resolução esta que altera Resolução nº750/93, art. 5º).

“A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da ENTIDADE tem prazo determinado, previsto ou previsível.” (Resolução CFC n 750/93, art. 5, § 1°).

Para Clebsch (2010) a Continuidade ou não da Entidade é relevante no caso de uma Reclamatória Trabalhista, tanto a do reclamante (geralmente pessoa física, empregado) quanto do reclamado (pessoa física ou jurídica, empregador).

Caso tenha sido decretado a falência da empresa ou tenha sido deferido do processamento da recuperação judicial impede-se “o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário.” (Lei nº 11.101/05, Art. 6º).

2.1.3.3 Principio da Oportunidade

O Principio da Oportunidade é definido pela Resolução CFC nº 1282/10, no artigo 3º, resolução esta que alterou a 750/93 art. 6º:

O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas.

Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação.

Somente após a sentença transitada em julgado, com o cálculo da liquidação de sentença, efetuado pelas partes ou pelo perito-contador, é que se forma a dívida, a obrigação Trabalhista, constituindo um passivo.

(25)

2.1.3.4 Principio do Registro pelo Valor Original

A Resolução do CFC nº 750/93 no art. 7º, que foi alterada pela Resolução nº 1282/10, no artigo 3º, discorre sobre a aplicação do Principio do Registro pelo Valor Original na Contabilidade:

O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional.

§ 1º As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas:

I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e

II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores: a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis; b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade; c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade; d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e, e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.

Numa Ação reclamatória Trabalhista seja na fase de instrução do processo, seja na fase de liquidação de sentença, devem ser levantados, quer pelas próprias partes, quer pelo perito-contador, os valores originais, tanto efetivamente pagos pelo empregador ao empregado, quanto a ele devidos na época da prestação de serviço.

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2.1.3.5 Principio da Atualização Monetária

A Resolução CFC nº 750/93, Art. 8°, determina que: “os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.”

Quanto do calculo de liquidação de sentença, que procede a fase de execução de uma Ação Reclamatória Trabalhista, os valores originais devem ser atualizados por meio da aplicação do Fator de atualização e Correção de Débitos Trabalhistas (FACDT)

2.1.3.6 Principio da Competência

No artigo 3º da Resolução CFC nº 1282/10 que altera a Resolução CFC nº 750/93 art. 9º, é descrito a aplicação na Contabilidade do Principio da Competência:

O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento.

Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas.”

Quando do calculo de liquidação de sentença os valores pagos e devidos ao reclamante pelo reclamado devem ser levantados mês a mês, seguido o principio da competência.

Uma exceção se constitui no Imposto de Renda Retido na fonte (IRPF) sobre as diferenças salariais e reflexos pegos ao reclamante, na fase de execução de uma Ação Reclamatória Trabalhista, que segure o principio de caixa

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2.1.3.7 Principio da Prudência

O Princípio da Prudência é definido no artigo 10 da Resolução CFC nº 750/93, o qual foi alterado pela Resolução 1282/10 no art. 3º:

O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

§ 1° O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.

§ 2° Observado o disposto no art. 7°, o Princípio da PRUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA.

§ 3° A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase

quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável. Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais

Na área pericial contábil a obediência ao principio da prudência reflete-se na responsabilidade e pontualmente, no zelo do perito contador deve ter ao desempenhar suas tarefas, conforme esclarece a Norma Brasileira de Contabilidade Profissional (NBC PP01) aprovada pela Resolução CFC nº 1.244/09, nos itens 37 a 44.

2.2 Pericia Contábil

A Resolução CFC nº 1.243/09, NBC T01, conceitua no item 2 sobre pericia contábil:

T01.2 – A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnico-científicos destinados a levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar à justa solução do litígio ou constatação de um fato, mediante laudo pericial contábil e/ou parecer pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for pertinente.

De acordo com Alberto (2002, p.48) pericia contábil é “um instrumento técnico - cientifico de constatação, prova ou demonstração quanto à veracidade de situações, coisas ou

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fatos oriundos das relações, efeitos e haveres que fluem do patrimônio de quaisquer entidades.”

Sá (2008, p.2) assim conceitua pericia contábil:

Pericia Contábil é a verificação de fatos ligados ao patrimônio individualizado visando oferecer opinião, mediante questão proposta.Para tal realizam-se exames, vistorias, indagações, investigações, arbitramentos, em suma todo e qualquer procedimento necessário à opinião.

2.2.1 Objetivo da Pericia Contábil

Silva, citado por Zanna (2005, p. 25) assim conceitua o objetivo da pericia contábil:

O objetivo básico da pericia Contábil é esclarecer fatos e circunstâncias a respeito de informação contábil, levados ao perito amigavelmente (pericia extrajudicial ou arbitral), ou por via judicial (pericia judicial. (...) A pericia ou Peritragem Contábil é uma modalidade superior da profissão contábil. É a especialidade profissional da contabilidade que funciona com o objetivo de resolver questões contábeis ordinariamente originarias de controvérsias, duvidas e de casos específicos determinados ou previstos na lei (...). Ordinariamente, a finalidade da Peritragem Contábil é o estabelecimento de questões duvidosas ou controvertidas de matéria contábil submetida ao perito.

Para Alberto (2002, p.50) “a pericia contábil tem por objetivo geral a constatação, prova ou demonstração contábil da verdade real sobre seu objeto, transferindo-o, através de sua materialização - o laudo -, para o ordenado da instancia decisória, judicial ou extrajudicialmente.

São Objetivos específicos da pericia contábil: a) a informação fidedigna; b) a certificação, o exame e a analise do estado circunstancial do objeto; c) o esclarecimento e a eliminação das duvidas suscitadas sobre o objeto; d) fundamento cientifico da decisão; e) a formulação de uma opinião ou juízo técnicos; f) a mensuração, a analise, a avaliação ou o arbitramento sobre o quantum monetário do objeto; g) trazer a luz o que está oculto por inexatidão, erro, inverdade, má-fé, astucia ou fraude. (ALBERTO. 2002, p.51)

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De acordo com Fonseca citado por Zanna (2005, p. 86) “a pericia tem como objetivo fundamentar as informações demandadas, mostrando a veracidade dos fatos de forma imparcial e merecedora de fé, tornando-se meio de prova para o juiz de direito resolver as questões propostas”

2.2.2 Objeto da Pericia Contábil

Zanna (2005, p.71) assim conceitua o objeto da pericia:

A pericia Contábil tem por objeto a escrituração contábil, os documentos que lhe dão suporte e as demonstrações contábeis financeiras dela resultantes, os cálculos trabalhistas e financeiros, a apuração de haveres e seus balanços: especiais e de determinação e demais documentos, cálculos e relatórios contábeis que se relacionam com as atividades comerciais, econômicas e financeiras das pessoas jurídicas e físicas.

Ornelas citado por ZANNA(2005, p.71) esclarece:

A pericia contábil tem por objeto central os fatos ou questões contábeis relacionados com a causa (aspecto patrimonial), as quais devem ser verificadas, e, por isso, são submetidas à apreciação técnica do perito, que deve considerar, nessa apreciação, certos limites essenciais, ou “características essenciais”. Independente dos procedimentos a serem adotados, são caracteres essenciais da pericia contábil: a) limitação da matéria; b)pronunciamentos adstrito à questão ou questões propostas; c) meticuloso e eficiente exame do campo prefixado; d)escrupulosa referencia à matéria periciada; e) imparcialidade absoluta de pronunciamento.

O objeto da prova pericial é o conjunto de fatos que deram causa as divergências guerreadas nos autos ou, no caso de pericia extrajudicial, são os fatos materiais que provocaram a desavença objeto de exames e investigação. Nos casos judiciais, geralmente o objeto da pericia é a matéria discutida nos autos, é o tema que gerou a discórdia entre as partes e deve ser relevante para a instrução do processo(ZANNA. 2005, p.69)

2.2.3 Classificação das Pericias

De acordo com Sá (2008) podemos classificar as pericias em judiciais; administrativas e especiais.

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Sá (2008, p.7) da alguns exemplos de classificação de pericias:

É exemplo de perícia judicial a verificação de uma empresa para que o juiz possa homologar a concordata que ela pediu. Exemplo de uma administrativa é a verificação contábil para apurar corrupção. Exemplo de uma especial é a perícia que se faz para fusão de sociedades.

“A pericia judicial é a que visa servir de prova, esclarecendo o juiz sobre assuntos em litígio que merecem seu julgamento, objetivando fatos relativos ao patrimônio aziendal das pessoas.” (SÁ. 2008, p.57)

2.2.4 Diferenças entre pericia e auditoria

De acordo com Sá (2008, p.16) “a auditoria permite muito maior delegação, que a pericia contábil; auditoria é mais “revisão” e perícia mais “produção de prova” por verificação, exame, arbitramentos etc.”

Sá (2008, p.16) esclarece ainda a diferença entre pericia e auditoria:

A perícia serve a uma época, a um questionamento, a uma necessidade; a auditoria tende a ser a necessidade constante, atingindo um numero muito maior de interessados, sem necessidade de rigores metodológicos tão severos; basta dizer que a auditoria consagra a amostragem e a perícia a repele, com critério habitual.

Hoog (2008, p.115) assim diferencia pericia de auditoria:

A perícia é a “prova elucidativa dos fatos”, já a auditoria é mais revisão, verificação, tende a ser necessidade constante repetindo-se de tempo em tempo, com menos rigores metodológicos, pois utiliza-se da amostragem. Já a perícia repudia a amostragem como critério e tem caráter de eventualidade e só trabalha com o universo completo, onde a opinião é expressada com rigores de cem por cento de análise.

Hoog (2008, p. 116) através do quadro abaixo é apresentado as principais características de auditoria e perícia:

(31)

Quadro 1: Características de Auditoria e Perícia

PERÍCIA AUDITORIA

1 – Executada somente por pessoa física, na esfera judicial, pois depende de um profissional de nível universitário (CPC, art. 145).E tem autoridade e independência de juízo acadêmico concedida pelo juiz. Responde cível e criminalmente pelo resultado de sua opinião. Pode ser realizado por pessoa jurídica quando extrajudicial, hipótese do art. 8° da lei 6.404/76.

1 – Pode ser executado tanto por pessoa física quanto por jurídica. Não tem autoridade; é um prestador de serviço contratado pela empresa com independência e responsabilidade cível e criminal sobre a opinião.

2 – A perícia serve a uma época, questionamento específico, por exemplo apuração de haveres na dissolução de sociedade.

2 – Tende à necessidade constante, como exemplo: auditoria de balanço, repetindo-se anualmente.

3 – A perícia se prende ao caráter científico de uma prova com o objetivo de esclarecer controvérsias. Não se repete, é específica.

3 – Auditoria se prende à continuidade de uma gestão; parecer sobre atos e atos contábeis. É contínua e repetitiva.

4 - É específica, restrita aos quesitos e pontos controvertidos, especificados pelo condutor judicial.

4 – Pode ser específica ou não; exemplo: auditoria de Recursos Humanos, ou em toda empresa.

5 – Sua análise é irrestrita e abrangente. 5 – Feita por amostragem; observa os atóis e fatos mais significativos pela sua relevância.

6 – objetivo do trabalho: emissão de laudo pericial. 6 – Objetivo do trabalho: - emissão de parecer de auditoria, relatório de auditoria para orientação preventiva ou corretiva.

7 – Usuários do serviço: - as partes e principalmente a justiça.

7 – Usuários do serviço: - sócios, investidores, administradores.

8 – As normas técnicas são:

Resolução CFC 857/99 - trata das normas profissionais do perito;

Resolução CFC 858/99 - trata da perícia contábil. Resolução CFC 938?02 – trata do Termo de Diligência. Resolução CFC 939/02 – trata do Laudo e Parecer de Leigos.

Resolução CFC 940/02 – trata da assinatura do conjunto. Resolução CFC 978/03 – trata do Laudo Pericial Contábil.

Resolução CFC 985/03 – trata do Parecer Pericial Contábil.

Resolução CFC 1.021/05 – trata do Planejamento da Perícia.

Resolução CFC 1.041 – trata do Laudo Pericial. Resolução CFC 1.050/05 – trata do Impedimento e Suspeição.

Resolução CFC 1.051/05 – trata da Responsabilidade e Zelo.

Resolução CFC 1.056/05 – trata da Competência Profissional.

Resolução CFC 1.057/05 – trata dos honorários.

8 – As normas técnicas são:

Resolução CFC 820/97 - trata das normas de Auditoria Independente;

Resolução CFC 821/97 - trata das normas de Profissionais do Auditor Independente;

Resolução CFC910/01 – que revisão externa e qualidade.

Resolução CFC 915/01 - trata das normas profissionais e sigilos;

Resolução CFC 923/02 - trata da revisão externa pelos pares.

Resolução CFC 981/03 - trata da relevância na auditoria. Resolução CFC 936/02 – trata do planejamento de auditoria.

Resolução CFC 953/03 – trata das normas e procedimentos de auditoria.

Resolução CFC 1.019/05 – trata do cadastro nacional de auditores independentes.

Resolução CFC 1.023/05 – trata da utilização de trabalho de especialista por auditor.

Resolução CFC 1.024/05 - trata dos papéis de trabalho. Resolução CFC 1.031/05 – trata de auditores.

Resolução CFC 1.034/05 que trata da independência do auditor.

Resolução CFC 1.035/05 que trata do planejamento de auditoria.

Resolução CFC 1.038/05 – que trata de estimativas contábeis.

Resolução CFC 1.040/05 – que trata dos eventos subseqüentes.

Resolução CFC 1.042/05 – que trata da utilização de trabalho de especialista por auditor.

Resolução CFC 1.069/06 – que trata do exame e qualificação técnica.

Resolução CFC 1.077/06 – trata do exame e qualificação técnica.

9 – o seu objeto é a prova de um ato ou ato. 9 – o seu objeto é a segurança dos controles internos.

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2.2.5 Prova Pericial Contábil

De acordo com Hoog (2008, p. 95) “a prova pericial é regulada pelo art. 332 do CPC, onde todos os meios legais, bem como moralmente legítimos são hábeis para confirmar os fatos alegados na inicial ou na contestação” o autor ainda faz referencia que a prova pericial é a rainha da verdade.

Maia Neto (2005, p.14) discorre sobre a necessidade e a oportunidade da prova pericial:

Todas as vezes que se inicia uma ação judicial, as partes que entram em disputa seguramente o fazem com a convicção de que têm a razão, e a finalidade do processo judicial que se instaura é justamente de dar razão a quem realmente a possui, existindo uma premissa que consagra esta prática como sendo um instrumento que o Estado põe à disposição dos litigantes, a fim de administrar justiça.

E Zanna (2005, p.46) esclarece sobre o conceito de prova:

A prova é algo material ou imaterial, por meio da qual o individuo se convence a respeito de uma verdade ou de sua ausência. A prova valida é a maneira pela qual cada um de nós atinge a certeza do que seja verdadeiro ou não verdadeiro(...), o conhecimento da verdade depende do método de investigação aplicado em cada caso. Como conseqüência temos que métodos mais adequados e mais inteligentes de investigação conduzem o perito a conclusões mais precisas, mais criveis e mais verdadeiras.(...) quanto mais clara e evidente for a prova, mais fácil será para o individuo convencer-se da certeza que ela transmite.

O Código de Processo Civil (CPC), no art. 334, dispõe que “não dependem de prova os fatos: I – notórios: II – afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária; III – admitidos no processo como incontroversos; IV – em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade”.

E o art. 335 completa:

“Art. 335. Em falta de normas jurídicas particular, o juiz aplicará as regras da experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente acontece e ainda as regras da experiência técnica, ressalvado, quando a esta, o exame pericial”.

(33)

2.2.5.1 Espécies de Provas Periciais

O CPC enumera as seguintes provas usuais: I – depoimento pessoal das partes (arts. 342 a 347); II – confissão (arts. 348 a 354); III – exibição de documento ou coisa (art. 355 a 363); IV – prova documental (art. 364 a 399); V – prova testemunhal (arts. 400 a 419); VI –prova pericial (arts. 420 a 439 e VII – inspeção judicial (arts. 440 a 443).

2.2.5.1.1 Depoimento pessoal das partes

Theodoro Jr. (2003, p.387) esclarece o conceito de depoimento pessoal:

Depoimento pessoal é o meio de prova destinado a realizar o interrogatório da parte, no curso do processo. Aplica-se tanto ao autor como ao réu, pois ambos se submetem ao ônus de comparecer em juízo e responder ao que lhe foi interrogado pelo juiz (art. 340, I). A iniciativa da diligência processual pode ser da parte contrária (art. 343) ou do próprio juiz (art. 342). A finalidade desse meio de prova é dupla: provocar a confissão da parte e esclarecer fatos discutidos na causa.

Diz o art. 342 do CPC: “O juiz pode, de ofício, em qualquer estado do processo, determinar o comparecimento pessoal das partes, a fim de interrogá-las sobre os fatos da causa”.

Alberto (2002, p.27) esclarece ainda sobre o depoimento pessoal:

O depoimento pessoal é resultante da interrogação (a inquirição) das partes litigantes pelo condutor do processo judicial (o juiz). O depoimento pessoal faz prova nos autos, à medida que, interrogada pelo juiz,a parte transmite no processo sua visão dos fatos submetidos à prestação jurisdicional

2.2.5.1.2Confissão

Segundo Alberto (2002, p.28) “a recusa ou não comparecimento para o depoimento,

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“Há confissão, quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e favorável ao adversário. A confissão é judicial ou extrajudicial” (CPC, art. 348).

Theodoro Jr. (2003, p.391) esclarece o conceito de confissão:

Como a confissão importa verdadeira renúncia de direitos (ou possíveis direitos envolvidos na relação litigiosa), só as pessoas maiores e capazes podem confessar. E, assim mesmo, apenas quando a causa versar sobre direitos disponíveis (art. 351) ou quando o ato não for daqueles cuja eficácia jurídica reclama forma solene. De tal sorte, podem-se arrolar os seguintes requisitos para eficácia da confissão: I – capacidade plena do confitente; os representantes legais de incapazes nunca podem confessar por eles; II – inexigibilidade de forma especial para validade do ato jurídico confessado (não se pode confessar um casamento sem demonstrar que ele se realizou com as solenidades legais; ou a aquisição da propriedade imobiliária sem a transcrição no Registro de Imóveis); III – disponibilidade do direito relacionado com o fato confessado.

2.2.5.1.3 Exibição de documento ou coisa

Alberto (2002, p.30) esclarece sobre a exibição de documentos:

É importante observar, principalmente para o profissional da pericia, que a exibição será elemento de prova por si ou por sua ausência, ou seja (a) se exibida a coisa ou documento trará aos autos um elemento probante, ou (b) se não exibida, fará com que o juiz admita como verdadeiros os fatos que por meio daqueles, a parte pretendia provar.

Diz o art. 355 do CPC: “O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa, que se ache em seu poder”.

Dispõe o art. 359 do CPC: “Ao decidir o pedido do juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio do documento ou coisa, a parte pretendia provar: I- se o requerido não efetuar a exibição, nem fizer qualquer declaração no prazo do art.357; II- se a recusa for havida por ilegítima.

O art. 360 do CPC completa: “Quando o documento ou a coisa estiver em poder de terceiro, o juiz mandará citá-lo para responder no prazo de 10 (dez) dias”.

(35)

2.2.5.1.4 Prova Documental

Para Alberto (2002), a prova documental é a mais utilizada em um processo de reclamatória trabalhista, ela possui força probante. Os documentos com força probante poderam ser públicos ou particulares.

Os documentos públicos, segundo as fontes enunciadas pelo art. 364, podem ser: a) judiciais, quando elaboradas por escrivão, com base em atos processuais ou peças dos autos; b) notariais, quando provenientes de tabeliães ou oficiais de Registros Públicos, e extraídos de seus livros e assentamentos; c) administrativos, quando oriundos de outras repartições públicas (THEODORO JR.. 2003, p.403).

Os documentos particulares, isto é, aqueles em que não ocorre interferência de oficial público em sua elaboração, podem assumir as feições de declaração: 1) escrita assinada pelo declarante; 2) escrita por outrem e assinada pelo declarante; 3) escrita pela parte, mas não assinada (papéis domésticos e anotações posteriores em documentos assinados); 4) mera escrita nem assinada pela parte (livros comerciais)”. (THEODORO JR.. 2003, p.404).

2.2.5.1.5 Prova Testemunhal

Theodoro Jr. (2003, p. 418) conceitua prova testemunhal:

Prova testemunhal é a que se obtém através do relato prestado, em juízo, por pessoas que conhecem o fato litigioso. Testemunhas, pois, são as pessoas que vêm a juízo depor sobre o fato controvertido. Não podem ter interesse na causa e devem satisfazer a requisitos legais de capacidade para o ato que vão praticar.

Alberto (2002, p.32) comenta sobre a prova testemunhal:

Esta prova, no próprio Código de Processo Civil, é sempre admissível, exceto quando: a) a lei disponha de modo diverso; ou (b) os fatos já estejam provados por documentos ou confissão da parte; ou (c) os fatos somente possam ser provados por documento ou exame pericial.

(36)

As testemunhas podem ser presenciais, de referência e referidas. “As presenciais são as que, pessoalmente, assistiram ao fato litigioso; as de referência, as que souberam dele através de terceiras pessoas; e referidas, aquelas cuja existência foi apurada por meio do depoimento de outra testemunha”. (THEODORO JR.. 2003, p.418)

As testemunhas podem ser classificadas ainda em judiciárias e instrumentárias. “Aquelas são as que relatam em juízo o seu conhecimento a respeito do litígio e estas as que presenciaram a assinatura do instrumento do ato jurídico e, juntamente comas partes, o firmaram”. (THEODORO JR.. 2003:418).

2.2.5.1.6 Prova Pericial

A prova pericial está presente no CPC nos artigos 420 a 439 e sobre o perito contador dispõe os artigos 145 a 147 do CPC.

Diz o artigo 420 do CPC: “A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação”.

A respeito da Prova Pericial, a Norma Brasileira de Contabilidade Técnica n° 01 (NBC TP 01 – Da Perícia Contábil), reformulada pela Resolução CFC n° 1.243, nos itens 18 a 26 assim se manifesta:

NBC TP01: Os procedimentos de perícia contábil visam fundamentar as conclusões que serão levadas ao laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil, e abrangem, total ou parcialmente, segundo a natureza e a complexidade da matéria, exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensuração, avaliação e certificação.

O exame é a análise de livros, registros das transações e documentos.

A vistoria é a diligência que objetiva a verificação e a constatação de situação, coisa ou fato, de forma circunstancial.

A indagação é a busca de informações mediante entrevista com conhecedores do objeto ou de fato relacionado à perícia.

A investigação é a pesquisa que busca trazer ao laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil o que está oculto por quaisquer circunstâncias.

O arbitramento é a determinação de valores ou a solução de controvérsia por critério técnico-científico.

A mensuração é o ato de qualificação e quantificação física de coisas, bens, direitos e obrigações.

A avaliação é o ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos, obrigações, despesas e receitas.

(37)

A certificação é o ato de atestar a informação trazida ao laudo pericial contábil pelo perito-contador, conferindo-lhe caráter de autenticidade pela fé pública atribuída a este profissional.

2.2.6 Quesitos

De acordo com ZANNA (2005), a necessidade da prova pericial decorre de dúvidas a respeito da verdade que as partes desejam evidenciar ao magistrado. Essas duvidas e divergências apresentadas sob a forma de quesitos (perguntas) tem o objetivo de esclarecer e dar respostas a questões relacionadas com as controvérsias suscitadas nos autos no processo. Ao responder os quesitos, o perito cumpre a missão para a qual foi nomeado. Espera-se que suas respostas sejam taxativamente esclarecedoras.

Zanna (2005, p.131) esclarece o que são quesitos:

Quesitos são perguntas formuladas nos autos com a intenção de, pelas respostas a elas oferecidas pelo expert, as duvidas, as divergências e as contas possam a ser esclarecidas, se possível, de forma cabal ou taxativa.

Para Medeiros Junior citado por ZANNA (2005) na redação das respostas aos quesitos o perito necessita tomar cautelas especiais, devendo elas ser:

Claras: evitar palavras de duplo sentido ou linguagem intricada e obscura que venham a prejudicar a compreensão da matéria envolvida;

Objetivas: atender exclusivamente aquilo que foi perguntado;

Pertinentes: ater-se a matéria envolvida na causa;

Concisas: evitar a narração extensa de fatores que podem ser resumidas em poucas palavras, sem perder seu conteúdo.

(38)

Hoog (2008, p. 139) comenta sobre a oportunidade, o momento adequado da apresentação dos quesitos:

O normal é que os quesitos sejam apresentados e deferidos antes da proposta de honorários, para que o sr. Perito possa mensurar o número de horas a serem gastas. Mas, é possível que os quesitos sejam, apresentados a qualquer tempo. Portanto, interessante solicitar ao Exmo. Juiz que sejam apresentados antes da proposta dos honorários. Durante a diligência, as partes podem apresentar quesitos suplementares (CPC, 425), porém somente antes da apresentação do laudo, não podendo os mesmos ampliarem o objetivo da perícia.

O CPC art. 426 determina que compete o juiz: I- indeferir quesitos impertinentes, II- Formular os que entender necessários aos esclarecimento da causa.

2.2.7 Laudo Pericial

Hoog (2008, p.167) discorre sobre o conceito de laudo pericial:

O laudo é a peça probatante escrita objetiva, clara, precisa e concisa na qual o perito contador expõe, de forma circunstanciada, as observações e estudos que fizeram e registraram as conclusões fundamentadas da pericia. (...). A redação do laudo deve ser abrangente e de forma a prestigiar e valorizar o vernáculo nacional, alem de expor os pormenores ligados a demanda. Deve esclarecer com base na ciência contábil, eventualmente na política contábil, a essência dos fatos colocados a apreciação do perito.

Para Sá (2008, p.38) “laudo pericial contábil é uma peça tecnológica que contém opiniões do perito contador, como pronunciamento, sobre questões que lhe são formuladas e que requerem seu pronunciamento.”

Theodoro Jr. (2003, p.521) assim o conceitua laudo pericial:

É o relato das impressões captadas pelo técnico, em torno do fato litigioso, por meio de conhecimentos especiais de que o examinou. Vale pelas informações que contenha, não pela autoridade de quem a subscreveu, razão pela qual deve o perito indicar as razões em que se fundou para chegar às conclusões enunciadas em seu laudo.

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