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Provimento e requisito para a função de coordenador pedagógico de EI

No quadro seguinte, analisa-se o provimento e os requisitos para a função de coordenador pedagógico de EI.

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Quadro 15 – Provimento e requisitos para a função de coordenador pedagógico de EI.

Município Provimento Requisitos

Cajamar

“Art. 12 O preenchimento das funções de Assessor Pedagógico, Assistente de Direção, Supervisor de Ensino e Assistente Pedagógico serão feitos por designação do Senhor Prefeito, recaindo as escolhas em servidores efetivos do quadro do magistério municipal, que comprovem requisitos mínimos de habilitação descritos no Anexo I desta Lei Complementar e

participação no processo de seleção.” (CAJAMAR, 2005).

“Licenciatura Plena em pedagogia ou pós-graduação na área de educação, e ter, no mínimo 07 (sete) anos de magistério, sendo

03 (três) na docência.” (CAJAMAR, 2005).

Carapicuíba

“A designação para a função de coordenador pedagógico dar- se-á após processo seletivo entre os ocupantes de cargos efetivos das classes da docência. Da unidade escolar ou das unidades escolares onde atuará o designado, processo seletivo que será: I - realizado pela comunidade escolar respectiva; II - referendados pelo conselho de Escola respectivo; III -

Homologado pelo (a) Secretário (a) Municipal de Educação.”

(CARAPICUÍBA, 2010).

“Ser docente da Rede Municipal;

Portador de licenciatura Plena em Pedagogia ou

Complementação Pedagógica;

Comprovada experiência mínima de três anos no Magistério Público Municipal de Carapicuíba;

Apresentar currículo indicando ações e projetos já desenvolvidos, experiência no magistério, participação em formação em área educacional e dissertação do projeto a ser desenvolvido de acordo com a realidade da Unidade Escolar de seu interesse;

Ser eleito pelos pares.” (CARAPICUÍBA, 2010).

Itapevi Não localizado. Não localizado.

Jandira

“Art. 17 O cargo de Diretor de Creche, Coordenador de Área e Professor Coordenador correspondem função de confiança, exercida exclusivamente por servidores ocupantes de cargo

efetivo de professor.” (JANDIRA, 2002).

“Graduação em licenciatura plena em áreas especifica da Educação;

Ter no mínimo 2 (dois) anos de docência e/ou suporte

pedagógico.” (JANDIRA, 2002).

Osasco “Art. 70 Ficam criados os seguintes cargos de provimento em comissão da Secretaria Municipal de Educação, [...] VI -

Coordenador Pedagógico.” (OSASCO, 2008).

“Nível Superior, com formação em Pedagogia ou Complementação Pedagógica;

Experiência mínima de 05 (cinco) anos na docência e não estar afastado das atividades educacionais por igual período, à época

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O provimento para a função de coordenador pedagógico como pode-se observar no quadro anterior, em quatro dos cinco municípios é por nomeação da prefeitura, com exceção de Carapicuíba, onde se menciona um processo de escolha pela comunidade escolar.

Em Cajamar o preenchimento da função de coordenador pedagógico é feito por designação do Prefeito Municipal, após o candidato participar do processo de seleção entre os ocupantes do cargo efetivo de professor. Como esclarece a supervisora:

No caso do assistente de direção acontece a indicação, mas é necessário que o candidato apresente projeto de trabalho [...]

Eu trabalho nessa rede tem 18 anos, eu vivi numa época que não podíamos opinar em nada, indicar alguém, mas nem em sonho, isso quando eu era professora. Quando vim pra cá que mudou a administração e começou a profissionalizar a rede, até isso mudou, porque não era mais no individual que o prefeito decidia alguém para beneficiá-lo [...] Essa indicação, ela existe, mas a supervisão sempre sugere as pessoas que têm perfil [...]. Então a supervisão sugere na rede quais são as pessoas que poderiam assumir as funções, aí essas pessoas são designadas, mas só no caso de assistente de direção e assessores pedagógicos.

O que se pode deduzir dessa declaração é que mudaram os critérios de indicação, mas o tipo de seleção não mudou, continua a ser adotado o processo de indicação, do qual agora essa supervisora também participa. No caso do diretor, ela informou que há concurso público, definido pelo Estatuto do Magistério, como consta do Quadro 8.

Em Carapicuíba, a designação para a função de coordenador pedagógico se dá através de processo seletivo entre os ocupantes de cargos efetivos das classes da docência, sendo da unidade escolar ou das unidades escolares onde atuará o mesmo. Assim, o processo seletivo é realizado pela comunidade escolar e necessita ser referendado pelo Conselho de Escola, depois desses trâmites é homologado pela Secretaria Municipal de Educação.

No município de Jandira a função de coordenador corresponde à função de confiança, sendo exercida somente por servidores ocupantes de cargo concursado de professor.

Em Osasco, o cargo de coordenador pedagógico corresponde à função de indicação, a legislação municipal pesquisada não faz menção se é necessário ser da rede para assumir a função.

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A legislação referente ao município de Itapevi diz que o provimento e os requisitos para a função são determinados no Manual dos Cargos dos Servidores da Prefeitura do Município de Itapevi; no entanto, esse documento não foi localizado, como já explicado anteriormente.

No Quadro 16, analisam-se as atribuições do coordenador pedagógico que se relacionam com a gestão democrática.

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Quadro 16 – Atribuições do coordenador pedagógico que se relacionam com a gestão democrática.

Município Atribuições

Cajamar

“Assessorar a Direção da Escola no desenvolvimento das ações pedagógicas desenvolvidas na unidade escolar, dentro dos princípios participativos e democráticos;

Participar ativamente de todas as atividades de planejamento e execução dos diferentes momentos do processo de ensino- aprendizagem dentro da unidade escolar;

Garantir o trabalho coletivo do corpo docente;

Auxiliar a Direção da Escola e o corpo docente na elaboração, coordenação e execução dos projetos pedagógicos;

Subsidiar os professores no desenvolvimento de suas atividades de ensino e aprendizagem dedicando-se, em especial ás ações de acompanhamento ao trabalho docente em sala de aula;

Organizar e coordenar os HTPCs em conjunto com a equipe técnica, tendo como referencia as necessidades da equipe docente; Participar dos processos de formação continuada em conformidade com os princípios da política municipal de educação;

Assessorar a Direção na relação escola com a comunidade.” (CAJAMAR, s/d). Carapicuíba

“Estabelecer juntamente com a equipe escolar o Projeto Pedagógico, observando as diretrizes da política educacional da Secretaria Municipal de Educação e as deliberações do Conselho de Escola, encaminhando–o ao Órgão Central e assegurando a implantação do mesmo;

Promover a integração escola-comunidade, articulando ações que contribuam com a melhora da escola; Instituir ou dar continuidade à APM.” (CARAPICUÍBA, 2010).

Itapevi Não localizado

Jandira “Art. 12 – Participar na elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; Colaborar com as atividades de articulação da escola, com as famílias e a comunidade

.” (JANDIRA, 2002).

Osasco

“Coordenar o planejamento e a avaliação técnico pedagógico do ensino municipal;

Propor normas, procedimentos e formular diretrizes para o serviço escolar e orientação pedagógica;

Coordenar as atividades técnico-pedagógicas a serem implantadas e desenvolvidas nas unidades educacionais, bem como a difusão e utilização de técnicas e orientação e coordenação pedagógica junto aos profissionais da rede municipal;

Assessorar, assistir e orientar os especialistas em educação na compreensão e implantação das propostas para propostas para educação do município; coordenar o levantamento das necessidades de aperfeiçoamento e atualização dos professores municipais, bem como a elaboração, execução e avaliação de programas de formação continuada;

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No município de Cajamar as atribuições do coordenador pedagógico estabelecem-se por intermédio da assessoria junto à gestão da unidade escolar, dentro de princípios participativos e democráticos, visando coordenar e executar projetos pedagógicos. As atribuições são detalhadas, revelando uma preocupação com o aprimoramento contínuo das práticas educativas na unidade.

Segundo a legislação e os documentos pesquisados, o coordenador deve participar ativamente das atividades de planejamento e execução dos diferentes momentos do processo de ensino-aprendizagem. Também, deve participar de processos de formação continuada em conformidade com os princípios da política municipal de educação, sendo sua função organizar e coordenar os HTPCs em conjunto com a equipe técnica, tendo como referência as necessidades da equipe docente e o trabalho coletivo. Outra atribuição constitui-se em assessorar a gestão na relação escola e comunidade.

Em Carapicuíba, a função do coordenador é elaborar junto à equipe escolar o Projeto Pedagógico, ressaltando as diretrizes da política educacional do município e as resoluções do Conselho de Escola e, também, promover a integração entre escola e comunidade, articulando ações que contribuam com a melhora da instituição e organizando a APM.

Na cidade de Jandira, segundo a legislação estudada, as atribuições do coordenador pedagógico consistem na participação da elaboração da proposta pedagógica e na articulação da instituição escolar com as famílias e a comunidade.

Uma das atribuições mais importantes do coordenador pedagógico é acompanhar a elaboração e realizar o monitoramento da execução do projeto pedagógico da unidade, o que está mencionado nos documentos de três dos municípios. Essa pode ser uma instância de participação e formação da equipe, como explica a supervisora de Cajamar:

Todas as escolas de EI têm o seu PPP. Quem participa? Lá nas escolas, os professores, os funcionários, a equipe gestora, representantes de pais de alunos, representantes porque nem todos vão. Quando é elaborado o PPP é feito o diagnóstico da comunidade, nesse diagnóstico são enviadas pesquisas para casa, nesse sentido as famílias participam, porque respondem e enviam, mas nem todos respondem. Nesse sentido acabam participando. Mas em termos de discussão do PPP em si vêm os representantes que geralmente são os que participam do conselho e da APM.

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O PPP é elaborado em quatro em quatro anos. Anualmente, são modificados os anexos do PPP. [...] embora seja modificado a cada quatro anos, ele não fica estanque. É rediscutido todo início de ano [...].

É um documento que a gente faz um grande esforço para não ser burocratizado na escola, porque muitas vezes as pessoas fazem um documento desses somente para ser entregar e não fazem uso. O PPP é a identidade da escola tudo que ela faz, acredita, pensa. Os valores que ela tem estão no PPP.

[...] as Instituições de EI elaboram o PPP. [...]. A participação é dos pais, da

comunidade, dos funcionários, dos professores. (Jandira)

Diante do exposto, é possível inferir que as atribuições do coordenador pedagógico nos municípios, exceto em Itapevi, relacionam-se com a gestão democrática da educação. As descrições contidas nos documentos são mais detalhadas em Cajamar e Osasco, sendo que neste último parece haver maior ênfase no controle da secretaria sobre o trabalho pedagógico das unidades.

4.5 Participação

No próximo e último quadro, analisa-se como está definida a questão da participação da comunidade local e escolar nos municípios investigados.

Quadro 17 – Participação.

Cajamar “Art. 21 – Articulação da instituição de educação infantil com a família e a comunidade.” (CAJAMAR, 1999).

Carapicuíba

“Art. 6º – A valorização dos profissionais do magistério público municipal dar-se-á assegurando-se lhes:

Participação em reuniões, grupos de trabalho ou conselhos vinculados às unidades escolares e ao sistema de ensino público municipal.” (CARAPICUÍBA, 2010).

“Art. 42 – São deveres dos Integrantes do Quadro de Pessoal do Magistério Público Municipal, consoante a relevância social de sua profissão, além dos previstos em outras normas e a ela inerentes:

Participar:

[...] da elaboração do projeto pedagógico de sua unidade escolar;

[...] de reuniões do Conselho de Escola e outros comunitários, grupos de trabalho e mobilizações destinadas a assegurar o pleno desenvolvimento da criança, do adolescente, do jovem e do adulto a proteção integral aos seus direitos, o seu preparo para ao exercício da cidadania e a sua qualificação para o trabalho;

[...] da organização das atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.” (CARAPICUÍBA, 2010).

Itapevi

“Art. 13 – [...] participar como integrante do Conselho de Escola, dos estudos e das deliberações que afetam o processo educacional;

Participar do processo de planejamento, execução e avaliação das atividades educacionais.

Art. 14 – Incentivar a participação, o dialogo e a cooperação entre educandos, demais educadores e a comunidade em geral, visando à construção de uma sociedade democrática;

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Jandira

“Art. 12 – Aos profissionais da educação cabe:

Participar na elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;

Colaborar com as atividades de articulação da escola, com as famílias e a comunidade.” (JANDIRA, 2002).

Osasco

“Art. 8º O Conselho de Gestão Compartilhada funcionará como espaço de exercício da participação, da democracia e da cidadania ativa e de promoção do diálogo permanente entre os diferentes segmentos que compõem a unidade educacional, criando condições para a mobilização, articulação, estudos e organização da comunidade escolar, visando à democratização da gestão e à educação com qualidade social.” (OSASCO, 2007).

Nos cinco municípios, há previsão para essa participação nos documentos examinados. No entanto, as ênfases são diversas, como será comentado a seguir.

A respeito da participação, o CME de Cajamar apenas menciona a necessidade da articulação da instituição de educação infantil com a família e a comunidade.

No entanto, a Supervisora esclarece que:

A participação é algo difícil eles vão? Vão, mas não participam efetivamente, temos escolas que a participação é muito difícil.

Sobre a participação no âmbito da APM:

A APM não precisa se reunir apenas para discutir verbas, quer dizer se não há verbas não tem reunião? Tem que fazer reunião independente de ter verba ou não. Se não tem verbas ou recursos para discutir numa reunião de APM, leva um problema de aprendizagem da criança, leva um problema que a escola tem, porque esse espaço não é apenas para discutir recursos é um espaço para discutir o todo da escola é uma Associação de Pais e Mestres. Então criou uma cultura que a APM é apenas para discutir recursos e não é isso, ainda precisa ter um caminho longo a ser seguido. Onde está escrito que são apenas recursos?

Carapicuíba detalha no que deve consistir a participação, pois estabelece que a valorização dos profissionais supõe a participação em reuniões, grupos de trabalho ou conselhos vinculados às unidades escolares e ao sistema de ensino público municipal. Estabelece como dever dos profissionais participar: da elaboração do projeto pedagógico, de reuniões do Conselho de Escola, grupos de trabalho e mobilizações sociais e da articulação da escola com as famílias e a comunidade.

Em Itapevi, os profissionais devem integrar colegiados instituídos na instituição escolar, bem como participar do processo de planejamento, execução e avaliação das

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atividades educacionais, incentivando o diálogo e a cooperação entre a comunidade escolar local, visando à construção de uma sociedade democrática.

No município de Osasco, conforme a legislação estudada, a participação se efetiva por intermédio do Conselho de Gestão Compartilhada (CGC), que é definido como um espaço destinado ao exercício da participação, da democracia, da cidadania e da promoção do diálogo permanente entre os diferentes setores, criando condições para a mobilização, articulação, estudos e organização da comunidade escolar, visando à democratização da gestão e à educação com qualidade social.

Nos municípios estudados também acontecem os processos participativos nos conselhos de escola e nos Conselhos Municipais de Educação (CME). A esse respeito, as depoentes esclarecem:

Por coincidência sou a presidente do Conselho Municipal de Educação. Quem faz parte? Nós temos o seguimento dos diretores, de professores, de pais de alunos de funcionários, esse segmento do conselho é eleito, quem tem interesse se candidata, [...] Há uma parte que é indicado como: o segmento jurídico da Prefeitura, Câmara Municipal, escolas particulares, representantes da Diretoria Regional de Caieiras e da Diretoria Municipal de Educação. Também contamos com um consultor técnico.

[...]

O Conselho Municipal Educação está mudando o perfil dele, somos um conselho bem atuante. Nós temos essa prática de tudo que se resolve, divulgamos um boletim e enviamos para as escolas municipais e particulares, Câmara municipal, prefeitura, DRE e a própria DME, independentemente se o prefeito vai gostar ou não. (Cajamar).

Sim, há Conselho Municipal de Educação e está representada por todos os segmentos. (Itapevi).

Há o Conselho Municipal e há todos os representantes das escolas, dos pais, da secretaria e tem tanto professores do EF como da EI. (Jandira).

[...] Aqui na Secretaria tem uma representante do Conselho. No ano passado

teve a eleição e participaram diretores, funcionários, professores, sociedade civil. Tem todo o Conselho organizado. (Osasco).

Diante dessa perspectiva, a participação no âmbito do CME nas cidades pesquisadas configura-se como uma participação que assume contornos normativos.

Ao se versar sobre a participação das instituições de EI conveniadas com os municípios é interessante observar as falas de três depoentes:

Eles participam da formação continuada, no contrato pedimos para colocar isso. Ao mesmo tempo em que eles assinam um contrato dizendo que

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seguem as orientações da Secretaria de Educação, nós também abrimos espaço para a formação. Se eu quero eles trabalhem na concepção de educação que nós temos eu preciso dar orientação técnica para eles.

(Carapicuíba).

[...] estamos repensando uma forma delas participarem mais, pelo menos na

parte pedagógica para ficar na mesma diretriz. (Jandira).

Participam, [...] discutimos sobre as reorientações curriculares, educação inclusiva. Mas não junto com os nossos gestores, são separados (Osasco).

Evidencia-se que no município de Carapicuíba os integrantes das instituições conveniadas participam nos momentos de formação continuada, pois há orientações estabelecidas pela Secretaria de Educação para que as referidas instituições adotem.

Na cidade de Jandira, há a intenção para que os profissionais de instituições conveniadas com o município participem com maior ênfase para caminhar numa mesma diretriz.

A participação em cursos de formação continuada e orientações em Osasco acontecem em momentos opostos dos profissionais do quadro do magistério público municipal.

De modo geral, percebe-se que a participação, nesses documentos, é valorizada. No entanto, como se viu nos aspectos contemplados nos itens anteriores, muitas condições necessárias para que essa participação ocorra não estão garantidas em vários desses municípios.

Outro aspecto que emerge da comparação entre os municípios é que estes são muito diferentes no que diz respeito às políticas de EI. Os dados revelam diferentes graus de compromisso com a educação, diversas formas de organizar suas redes, distintas prioridades e estilos de gestão.

Finalmente, resta comentar que nem todos seguem exatamente o que determina a legislação nacional e as orientações elaboradas pelo MEC e pelo Conselho Nacional de Educação.

Considerações Finais 95

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os dados coletados por intermédio da pesquisa “A gestão da Educação Infantil em municípios da Grande São Paulo” indicam que os princípios da gestão democrática da educação pública ainda encontram obstáculos para a sua concretização.

Os pressupostos da gestão democrática da educação pública, baseada em um processo de participação, descentralização e autonomia, não parecem estar garantidos em todos os municípios pesquisados. Além disso, embora muitos documentos legais e orientadores adotados pelos municípios garantam tais pressupostos, a conotação das entrevistadas revela que nem sempre a realidade corresponde ao que se encontra nos documentos.

Um dos itens analisados que chamam a atenção é a questão das indicações políticas nos municípios, para os cargos de suporte pedagógico que incluem: direção, assistente de direção e coordenador pedagógico. Pois convergem com as analises estabelecidas por Dourado (2000, 2005) sobre a associação à prática de clientelismo político. Na qual em muitas ocasiões o dito popular: “manda quem pode obedece quem tem juízo” prevalece contrariando as decisões tomadas coletivamente pelos membros das comunidades escolar e local. Além, da questão da indicação os requisitos para assumir tais funções não reconhecem as especificidades existentes no bojo das instituições de EI presente nos documentos oficiais analisados.

A respeito dos programas de formação continuada para os gestores de EI, a pesquisa verificou que todos mencionam sua existência; no entanto, um dos municípios pesquisados, conforme relatou a depoente, sequer conta com normas ou regimentos que sirvam de subsídio para a prática pedagógica dos profissionais.

Os municípios de Cajamar, Carapicuíba e Osasco possuem um arcabouço de normas, regimentos e legislações imprescindíveis para o desenvolvimento do trabalho dos profissionais incluídos na equipe de suporte pedagógico, abarcando especificidades no sentido de um trabalho participativo e democrático e

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