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4. O Partido da Social Democracia Brasileira – PSDB como cenário historicamente constituído da pesquisa

4.4. O PSDB/ES e as eleições de

Em relação ao processo eleitoral de 2012 no estado do Espírito Santo, pode-se afirmar que foi um momento de produção de novas subjetividades e de mobilização de emoções constituindo novas formas de participação política, razão pela qual discorro sobre o desempenho do PSDB na eleição de 2012 no estado do Espírito Santo, com base em informações disponíveis no website do Tribunal Superior Eleitoral - TSE, processo que aconteceu paralelamente ao desenvolvimento desta pesquisa. Admite-se que as eleições municipais no Brasil possuem a particularidade de serem divididas em dois turnos nas capitais e nos municípios com mais de 200 mil eleitores. O segundo turno das eleições acontece vinte e um dias após o primeiro turno e é disputado pelos dois candidatos mais votados. No Espírito Santo existem apenas quatro municípios com mais de 200 mil eleitores: a capital Vitória, Serra, Cariacica e Vila Velha.

O PSDB, durante o processo eleitoral de 2012, possuía dez prefeitos, perfazendo um total de 141.139 eleitores nestes municípios. Com o resultado das eleições, a partir de janeiro de 2013 o partido passou a ter seis prefeitos no Estado,

perfazendo um total de 83.218 eleitores. Vale dizer ainda que o número de vereadores também caiu de 62 para 57. Em relação aos maiores colégios eleitorais do Estado, o partido disputou espaço lançando candidatos a prefeito ou a vice-prefeito em três destes quatro colégios eleitorais.

Dos municípios com mais de 200 mil eleitores do estado do Espírito Santo, o único município que o partido não lançou candidato a prefeito e nem a vice foi o município da Serra. Vale citar que o partido não obteve nenhum voto para Vereador (nem na legenda) neste colégio eleitoral e ainda apoiou o candidato Sérgio Vidigal do Partido Democrático Trabalhista – PDT (que obteve 37,56% dos votos) sendo derrotado ainda no primeiro turno por Audifax do Partido Socialista Brasileiro – PSB (que obteve 61,39%).

No primeiro turno de Cariacica, o partido indicou o candidato à vice na chapa de Marcelo Santos do Partido da Mobilização Democrática Brasileira – PMDB, que em agosto/2012 aparecia com 27% das intenções de voto, 9,5% à frente do segundo colocado na disputa pela prefeitura, segundo a pesquisa do Instituto Futura que foi publicada no Jornal A Gazeta do dia 05.ago.2012 e que está disponível no website G1. Ainda acreditava-se, nesta época, que a disputa seria contra a candidata do PT, Deputada Estadual Lúcia Dornelas, já que seu partido administrou a cidade no ciclo de oito anos (eleição e reeleição) que se encerrava ali. Houve uma reviravolta, e a derrota neste caso foi para o Partido Popular Socialista – PPS que obteve 45,18% dos votos contra 23,49% do candidato apoiado pelo PSDB. No segundo turno em Cariacica, o candidato Marcelo Santos, apoiado pelo PSDB, obteve apenas 14,57% dos votos contra 85,43% dos votos obtidos pelo candidato Juninho (PPS), este se tornando o campeão de votos (proporcionalmente) no segundo turno das eleições municipais brasileiras.

Já no primeiro turno de Vila Velha, o candidato a prefeito Max Filho (PSDB) aparecia com 29,2% das intenções de voto, tecnicamente empatado com o então prefeito Neucimar Fraga do Partido da República – PR, que aparecia com 31,3%, na pesquisa da Futura publicada no website Gazeta On Line de 28.jul.2012. No entanto, foi o candidato Rodney Miranda filiado ao Partido Democratas – Dem,

que estava com apenas 19,3% das intenções de voto naquele mês, quem se sagrou vitorioso no referido pleito, obtendo no primeiro turno 37,62% dos votos. O segundo turno de Vila Velha foi disputado entre Rodney Miranda (Dem) e o prefeito Neucimar Fraga (PR), que obteve 35,30% dos votos. Max Filho ficou fora do segundo turno, obtendo apenas 24,29%. Esta foi uma significativa derrota para o partido no Estado. Apesar disso, foi em Vila Velha que no segundo turno, o candidato vencedor Rodney Miranda (DEM), recebeu o apoio do PSDB, apesar da postura de neutralidade do candidato Max Filho naquele importante momento.

Na capital do Estado, em Vitória, o PSDB sofreu outra significativa derrota. O candidato a prefeito da capital, o ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas, aparecia com 46% das intenções de voto, segundo pesquisa do Ibope publicada em 19.ago.2012 no website Terra, seguido por Luciano Rezende (PPS) com 20% das intenções de voto. Houve uma reviravolta e o candidato do PPS terminou o primeiro turno com 39,14% dos votos, enquanto o candidato do PSDB obteve apenas 36,69% dos votos. Em Vitória, o candidato Luciano Rezende (PPS) derrotou Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) por 52,73% dos votos contra 47,27%.

Com base em tais informações é possível afirmar que não houve uma reversão no quadro de encolhimento do PSDB/ES com as eleições municipais 2012, quadro de encolhimento este que já foi descrito na introdução do presente trabalho, e que reafirma a importância de compreender tal problema por meio da análise das configurações subjetivas do dirigente do partido neste cenário adverso à participação. Como já foi dito, as estruturas partidárias e eleitorais não são suficientes para explicar o fenômeno da participação política em todas as suas manifestações, razão pela qual, dentro da mesma estrutura partidária é possível encontrar pessoas com diferentes sentidos para a participação política, a partir de determinadas configurações subjetivas que se relacionam com aquela estrutura e a envolvem. Tais configurações e as suas implicações para a participação política são o foco deste trabalho e serão abordados na investigação empírica descrita a seguir.

5. As configurações subjetivas da participação política do dirigente do