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PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO

QUADRO 2 DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA CRESCE 6%

A Amazônia perdeu 26.130 quilômetros quadrados de área de floresta entre agosto de 2003 e agosto de 2004. O número está bem acima do que havia sido planejado pelo governo. Em 2004, a previsão era de que a taxa de desmatamento teria um crescimento de 2%, mas o índice consolidado registrado foi de 6%, índice igual ao registrado no período de 2002-2003. "É um número bem acima do que esperávamos", reconheceu a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. "Mas acreditamos que no próximo levantamento, os dados já serão diferentes".

O levantamento apresentado nesta quarta-feira (18/05/2005) mostrou que Mato Grosso foi o responsável pela maior extensão de desmatamento: 12.586 quilômetros quadrados, o que representa um acréscimo de 20% do número apresentado no levantamento anterior. Em segundo lugar veio o Pará, com 6.724 quilômetros quadrados. Apesar de ainda apresentar uma grande extensão de área desmatada, o Pará apresentou uma boa surpresa neste levantamento: o ritmo de desmatamento foi reduzido em 2%, em relação ao levantamento anterior. Tocantins também apresentou queda expressiva: 44%. No Amazonas, a redução foi de 39% no ritmo do desmatamento. Além de Mato Grosso, Rondônia teve um aumento considerável no índice de desmatamento: 23%.

considera a sustentabilidade ambiental um princípio decisivo para a eliminação da pobreza no planeta e, no Relatório elaborado pela Força-tarefa que trata da Sustentabilidade Ambiental intitulado Meio ambiente e bem-estar humano: uma

estratégia prática, faz importantes recomendações, incluindo4:

- Reduzir o impacto ambiental adverso da agricultura buscando técnicas de cultivo sustentáveis, restaurando terras esgotadas e protegendo o habitat natural ao redor das áreas de cultivo.

- Reduzir a destruição de florestas via o incentivo ao exercício legítimo de atividades geradoras de renda que dependam da manutenção de florestas saudáveis. Isto pode ser feito em parte orientando o espírito empreendedor daqueles que cultivam produtos agrícolas – incluindo madeireiros, escultores em madeiras e povos coletores e caçadores – na direção de práticas sustentáveis, mas também lucrativas.

- Aproveitar os recursos de água limpa por meio do foco no uso mais eficiente da água na agricultura, fixando e fazendo cumprir metas de redução da poluição para lençóis freáticos e águas de superfície, estabelecendo níveis adequados para o nível e o fluxo dos rios, e controlando espécies invasoras. - Prevenir o colapso da pesca marinha por meio de sistemas de gerenciamento apoiados em pesquisa e desenvolvimento, em comum acordo com pescadores locais, e através do estabelecimento de uma rede de reservas marinhas protegidas.

- Tratar dos problemas de saúde causados pelas poluições do ar e da água por meio de iniciativas que reduzam a exposição a produtos químicos tóxicos, com foco nos níveis atmosféricos de monóxido de carbono, chumbo, dióxido de nitrogênio, substâncias particuladas, dióxido de enxofre, ozônio e metano. - Combater mudanças climáticas, adotando a meta de estabilizar as concentrações de gás que contribuem para o efeito-estufa na atmosfera em valores equivalentes a 450-550 ppm de dióxido de carbono. Uma prioridade chave deve ser o investimento em tecnologias ambientalmente sustentáveis e eficientes em relação ao custo, nos setores de energia e transportes.

Mudanças estruturais nas instituições e nas políticas que guiam os esforços de gestão ambiental devem incluir:

- Fortalecimento das instituições e da governança: Especialistas em meio- ambiente devem ser recrutados e treinados, e agências que lidam com questões ambientais devem ser adequadamente financiadas.

- Correção das falhas e distorções de mercado: Por exemplo, pode-se prover pagamentos a atividades que melhorem o ecossistema, subsídios que incentivem atividades ambientalmente nocivas podem ser eliminados, e regulações de comércio que promovam práticas legais e sustentáveis, como o reflorestamento sustentável, podem ser desenvolvidas.

- Melhorar o acesso e o uso do conhecimento científico e tecnológico: Países pobres precisam de melhores ferramentas científicas e tecnológicas que lhes permitam basear suas ações num entendimento das condições existentes. Além disso, o financiamento público, acordos de compra e outros mecanismos podem ser utilizados para promover o desenvolvimento de inovações ambientalmente benéficas.

O Relatório sobre o desempenho da América Latina e do Caribe nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, organizado

pela CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) é o mais amplo levantamento sobre o tema da sustentabilidade ambiental já feito na região, e envolveu a participação de 12 agências das Nações Unidas, incluindo o PNUD. Nesse texto, pode- se encontrar um retrato atualizado da situação na América Latina e Caribe em relação à Meta 7, exatamente um espelho da região em que o Brasil se encontra (CEPAL, 2005). Complementarmente, apresentamos nos anexos desta dissertação (pág. XL) um quadro onde se pode observar um espelho da situação da América Latina e Caribe e, por extensão, do Brasil, na resposta aos objetivos dessa Meta, extraído do texto Resumo do Projeto, que está disponível no sítio de domínio do PNUD na Internet

Como forma de concluir esta abordagem sobre sustentabilidade, buscamos ainda observar o que o PNUD comenta sobre a Meta 7 para o Brasil. Para isso consultamos a publicação: Coleção de Estudos Temáticos sobre os Objetivos do Milênio, da

Rede de Laboratórios Acadêmicos para o Acompanhamento dos Objetivos do Milênio da UnB5, que tece comentários apresentando o Brasil como um país que está longe do que se poderia chamar de sustentabilidade ambiental, com práticas de “exploração irracional, destruição e uso perdulário de recursos escassos” (pág. 289). O documento segue comentando que “a poluição dos recursos hídricos e a escassez decorrente de práticas inadequadas” no uso da água comprometem o alcance de

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objetivos dentro da Meta e que a grave situação do saneamento nas cidades e zonas rurais leva a um “círculo vicioso, em que a pobreza e a falta de infra-estrutura provocam a degradação ambiental e esta reforça aquelas” (pág. 290). O texto conclui relatando que o quadro que emerge do estudo é o de um país distante de “atingir a sustentabilidade ambiental e de cumprir as metas estabelecidas para o ODM 7” (pág. 291).

ANEXO 8