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3 METODOLOGIA

3.6 QUANTO À METODOLOGIA DE ANÁLISE DE DADOS

Na etapa da pesquisa quantitativa (escala de Likert), ocorrida em meados de 2014, ao final da 1ª etapa do Pacto e recolhido antes da 2ª etapa do mesmo, com a participação de 74 professores, a metodologia de análise utilizada variou de acordo com o tipo de estudo, ou seja:

Na pesquisa de opinião utilizou-se a análise estatística simples como a soma, a média aritmética simples e a média ponderada, em tabelas relativas a cada um dos oito blocos de saberes docentes.

Desse modo, os 74 professores participantes manifestavam sua opinião escolhendo um dos cinco pontos da escala de Likert para cada afirmação positiva ou negativa.

Baseando-se nos estudos de Sampieri, Collado e Lucio (2013, p. 265-267), para cada ponto atribuiu-se um valor numérico que variava no intervalo 1-5, ou seja:

 Para as afirmações positivas ou favoráveis, utilizou-se a pontuação: - “1” para “discordo fortemente”;

- “2” para “discordo”; - “3” para “sem opinião”; - “4” para “concordo”; e

- “5” para “concordo fortemente”.

 Para as afirmações negativas ou desfavoráveis, utilizou-se a pontuação invertida:

- “5” para “discordo fortemente”; - “4” para “discordo”;

- “3” para “sem opinião”; - “2” para “concordo”; e

- “1” para “concordo fortemente”.

Nesse sentido, as pontuações dessa escala de Likert eram obtidas somando- se os valores alcançados em cada frase, para os 74 professores pesquisados. Ou seja, a qualificação de cada item/frase era medida pela média ponderada na escala com a fórmula simples PT/NT (em que PT era a pontuação total na escala e NT é o número total de participantes, no caso, 74).

Assim, por exemplo, se para uma frase positiva ou favorável todos os professores manifestassem a opinião “concordo fortemente”, obter-se-ia a pontuação máxima de 370 pontos e média ponderada “5”, ou seja, a atitude/opinião seria qualificada como extremamente favorável àquele saber docente. Já, se para uma frase também positiva ou favorável todos os professores manifestassem a opinião “discordo fortemente”, obter-se-ia a pontuação mínima de 74 pontos e média ponderada “1”, ou seja, a atitude/opinião seria qualificada como extremamente desfavorável àquele saber docente (Figura 3). Já para uma frase negativa ou desfavorável, a pontuação era dada da mesma forma, porém de maneira inversa.

É importante ressaltar que ao final da tabela, ainda se fazia a média aritmética simples para aquele bloco de saber docente.

Figura 3 – Intervalo de pontuação contínua 1-5 que se qualifica uma atitude/opinião

Fonte: Autores.

Já na pesquisa correlacional, aproveitando o mesmo questionário sobre saberes docentes em formato de escala de Likert, utilizou-se a análise estatística, na qual os dados foram analisados com base no software SPSS (Statistical Package for

the Social Sciences), versão 16 (FIELD, 2012) e codificados por meio do coeficiente de correlação linear de Pearson, sendo visualizados por meio de diagramas de dispersão. Os diagramas de dispersão são, segundo Sampieri, Collado e Lucio

(2013, p. 330), “uma maneira de visualizar graficamente uma correlação”, além disso, eles relacionam as pontuações de uma amostra em duas variáveis.

O programa SPSS leu todos os questionários, reverteu as notas das questões negativas e atribuiu notas de 0 a 10 para cada módulo, com “10” sendo a nota de maior atitude positiva quanto ao saber docente e quanto menor a nota, mais negativa foi a atitude do professor.

Para interpretar a magnitude do coeficiente de correlação linear de Pearson utilizou-se o estudo de Cohen (1988):

 Valores entre 0,10 e 0,29 podem ser considerados pequenos ou fracos;  Escores entre 0,30 e 0,49 podem ser considerados como médios ou

moderados; e

 Valores entre 0,50 e 1 podem ser interpretados como grandes ou

fortes.

Dessa maneira, a análise dos valores deste coeficiente, bem como dos diagramas de dispersão, permitiu verificar se houve força de relação entre a variável “Formação continuada do Pacto” e as demais.

Ressalta-se que a análise de dados, segundo a avaliação do coeficiente de correlação linear de Pearson, respeitou os pressupostos da análise paramétrica.

Ainda, é importante destacar que, acredita-se que o tipo de resposta oferecida por este instrumento deu uma maior precisão à realidade dos fatos, sem perder o foco da pesquisa, bem como poder ir além dos resultados encontrados inicialmente.

Já na etapa qualitativa, a presente pesquisa utilizou-se da análise textual

discursiva, que se caracteriza por uma metodologia de análise de dados e

informações de viés qualitativo com o objetivo de produzir novos entendimentos sobre os fenômenos e discursos, bem como está inserida entre os extremos da análise de conteúdo tradicional e a análise de discurso (MORAES; GALIAZZI, 2007). De acordo com esses autores, o processo de abordagem dessa análise compõe-se de um ciclo de operações que se inicia com a desconstrução dos textos ou unitarização dos materiais do “corpus9”, passa pela reordenação ou

categorização das unidades de análise e termina com a comunicação de novas

teses ou produção de metatextos, ou seja:

1 – Desmontagem dos textos: também denominado de processo de

unitarização, implica examinar os textos em seus detalhes, fragmentando-

os no sentido de atingir unidades constituintes, enunciados referentes aos fenômenos estudados.

2 – Estabelecimento de relações: este processo denominado de

categorização envolve construir relações entre as unidades de base,

combinando-as e classificando-as, reunindo esses elementos unitários podem na formação de conjuntos que congregam elementos próximos, resultando daí sistemas de categorias.

3 – Captando o novo emergente: a intensa impregnação nos materiais da

análise desencadeada nos dois focos anteriores possibilita a emergência de uma compreensão renovada do todo. O investimento na comunicação dessa nova compreensão, assim como de sua crítica e validação, constituem o último elemento do ciclo de análise proposto. O metatexto resultante desse processo representa um esforço em explicitar a compreensão que se apresenta como produto de uma nova combinação dos elementos construídos ao longo dos passos anteriores. (MORAES; GALIAZZI, 2007, p. 11-12, grifo nosso).

Para que esse ciclo de operações fique elucidado e apresente uma compreensão sistematizada de todo o processo, pode-se fazer uma representação gráfica dessa metodologia (Figura 4).

9 “Corpus”: De acordo com Bardin (1977), o “corpus” é um conjunto de documentos submetidos aos procedimentos analíticos.

Figura 4 – Sistematização da metodologia de análise textual discursiva

Fonte: (TORRES et al., 2008, p. 4)

Desse modo, o “corpus” da investigação foi constituído por produções textuais escritas que abarcaram: os registros da observação, realizada pelo pesquisador e anotada em seu diário de bordo; as análises documentais de fontes primárias e secundárias; as respostas escritas do questionário e as transcrições da entrevista semiestruturada.

Com base nessa metodologia de análise, a sistematização dos resultados da parte qualitativa desta investigação em categorias, criadas pelo pesquisador, que são apontadas e descritas no próximo capítulo, emergiu, inicialmente, de muitas leituras, releituras e um olhar de forma abrangente para os cenários descortinados pelos instrumentos – observações anotadas no diário de bordo, análises documentais e questionários – em interação com os elementos do referencial teórico que balizam a pesquisa.

Posteriormente, visando a ratificar e/ou a aprofundar as categorias emergidas anteriormente, utilizou-se os dados coletados das entrevistas semiestruturadas. Nesse processo, destaca-se também, o desvelamento e a construção de novas categorias.

Esse processo de triangulação entre as fontes da investigação (Figura 5) contribui para a validade, a pertinência e a confiabilidade dos resultados.

Figura 5 – Triangulação entre as fontes da investigação

Fonte: Autores.