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serviços ligados a ambos os fornecedores de conteúdo e operadoras, além de criar os próprios portais de conteúdos. Essas ligações são componentes importantes no novo paradigma e servem como base teórico deste trabalho.

A proposta do paradigma propõe que os fornecedores de conteúdo compartilhem a responsabilidade de desenvolver conteúdos para as operadoras, que podem estruturar o modelo tarifário (preço) de seus conteúdos e compartilhar as margens de lucro com os fornecedores de conteúdo diversos.

1.3

Questões de Pesquisa

Dado que o software assumiu um papel mais importante, surgem então muitas dúvidas, tais como:

Q1. O que de fato torna um serviço ou aplicação “interessante” para os usuários de celular?

Q2. Como empresas envolvidas no ecossistema da indústria de celular, provem conteú- dos e serviços para seus usuários e o que leva à fidelização de clientes?

Q3. Como se dá a satisfação dos usuários que usam os serviços de dados?

Q4. Quais são os serviços de dados existentes e quem é responsável por produzir (ofertar) os aplicativos?

Q5. Grande parte dos usuários utilizará seu celular para acessar a rede de dados, a Internet?

Q6. O uso do celular continuará a ser voltado principalmente para comunicação de voz?

Q7. Como os desenvolvedores de software se inserem neste contexto e quais são suas dificuldades?

Q8. As PSC permitem aos desenvolvedores criarem aplicações de forma a “cobrir"as demandas dos usuários por aplicativos?

Além das questões acima, percebe-se outro fator que também deve ser considerado. Há um interesse e crescente uso do celular para acessar a Internet, por parte dos usuários. Mas será que o custo (da infra-estrutura de redes), dos pacotes de dados cobrados pelas operadoras, favorece para essa realidade?

1.4. OBJETIVOS E CONTRIBUIÇÕES

Esses questionamentos iniciais, nos provocam e nos motivam a refletir como funciona o mercado nesta indústria e como se dá, principalmente, a oferta de conteúdos e os seus impactos no desenvolvimento de software no setor.

1.4

Objetivos e Contribuições

Diante do exposto, nota-se a importância do tema de estudo e, neste sentido, as propostas desta dissertação são: compreender as dificuldades e oportunidades do desenvolvimento de software para celular, dos desenvolvedores individuais e de terceiros, bem como, desenvolver uma ferramenta capaz de reusar aplicativos (denominado DemoTool), per- mitindo a integração do ambiente de desenvolvimento (IDE) com a PSC do fabricante Motorola.

O DemoTool é uma ferramenta projetada para reusar aplicativos demonstrativos (demos), cuidadosamente elaborados e com seus respectivos códigos fontes, cenários e funcionalidades no qual se propõe, voltada para o desenvolvimento de aplicativos da linguagem Java, que funciona integrada no ambiente de desenvolvimento Motodev Studio for Java ME, da fabricante de celular Motorola,Inc.

Neste contexto, essa pesquisa desenvolveu e avaliou a ferramenta DemoTool para reusar, de forma amigável, aplicativos demos para um projeto de programação no ambi- ente Motodev Studio for Java ME.

1.4.1

Objetivos

Com o objetivo de realizar estudo na área de Engenharia de Software, especificamente no desenvolvimento de software para celular, apresenta-se, nesta dissertação, uma proposta de ferramenta para reuso de aplicativos e integração no ambiente de desenvolvimento com a plataforma de software de celular do fabricante Motorola.

1.4.1.1 Objetivo Geral

Mostrar a utilização da ferramenta DemoTool para reusar aplicativos voltados para celular.

1.4.1.2 Objetivos Específicos

• Permitir aos desenvolvedores de terceiros assimilar rapidamente as possibilidades de criação de aplicativos para celular;

1.5. ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO

• Promover de forma mais amigável, a integração dos aplicativos demos com o ambiente de desenvolvimento da PSC da Motorola;

• Desenvolvimento de uma solução para promover a realização de testes diretamente na PSC, através da integração com o ambiente Motodev Studio for Java;

• Descrever a importância dos aplicativos no contexto da computação móvel;

• Demonstrar as problemáticas envolvidas no processo de desenvolvimento de soft- ware de celular a partir da implementação, testes e distribuição.

1.4.2

Contribuições

• Levantamento bibliográfico das áreas da Engenharia de Software e Computação Móvel, voltadas para desenvolvimento de software para celular;

• Descrição das principais características dos setores impactados no ecossistema da indústria de celular, no contexto da oferta dados: desenvolvedores e suas ferramentas; fabricantes de aparelhos e as operadoras de celular;

• Explicações de como as empresas envolvidas no ecossistema da indústria móvel provêm conteúdos e serviços para seus usuários;

• Comparações dos principais recursos entre as diferentes tecnologias das PSC existentes.

1.5

Organização da Dissertação

A presente dissertação está estruturada como descrito a seguir:

• Capítulo 2 apresenta os conceitos básicos sobre computação móvel e das platafor- mas de software de celular, bem como, suas características tecnológicas e impli- cações no desenvolvimento de software;

• Capítulo 3 mostra o ciclo de desenvolvimento de software para celular e discute as características das ferramentas de desenvolvimento consideradas no trabalho;

• Capítulo 4 apresenta a ferramenta DemoTool, seu projeto de construção de soft- ware até a fase de implantação do produto. Além disso, apresenta-se o estudo de caso para demonstrar a utilização do DemoTool, em contexto da criação de um aplicativo para celular;

1.5. ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO

• Capítulo 5 discute os resultados decorrentes da análise do estudo de caso, assim como, os resultados das investigações que guiaram a pesquisa nos setores do ecossistema da Indústria de Celular, através de uma pesquisa de campo com usuários de celular;

• Capítulo 6 apresenta as conclusões e considerações finais sobre o trabalho real- izado, destacando as contribuições, as limitações e os pontos de extensão para futuras pesquisas na área.

“A dúvida é o princípio da sabedoria.”

Aristóteles

2

Plataformas de Software de Celular

O objetivo deste capítulo é apresentar os conceitos básicos sobre computação móvel e das plataformas de software de celular, bem como, suas características tecnológicas e impli- cações no desenvolvimento de software. Ao final, demonstramos algumas comparações entre plataformas investigadas, bem como, suas análises.

2.1

Introdução

O mercado de celulares está em franco crescimento mundial uma vez que cada vez mais estes aparelhos estão aptos a serem equipamentos para a Internet e oferecendo um con- junto de aplicativos e serviços que antes somente estavam disponíveis em computadores pessoais.

Os telefones celulares no contexto da Computação Móvel (Móbile Computing) são definidos de forma diferente por pesquisadores. Segundo Augustin (2004), há um interesse crescente da academia e indústria pela computação móvel, o que pode ser observado pelo número de trabalhos que surgiram na literatura e pelo lançamento de periódicos como Pervasive Computing, Mobile and Ubiquitous Computing (IEEE) e IEEE Transaction on Mobile Computing. Além disso, a Computação Móvel está adquirindo maior popularidade à medida que dispositivos móveis tornam-se disponíveis e oferecem facilidades de uso para seus usuários.

ParaISAM(2007);Yamim(2004), computação móvel pode ser vista, na sua forma mais geral, a computação onde todos os elementos do sistema têm a propriedade de mobilidade. O termo computação móvel não é um conceito ainda bem definido, e envolve elementos como hardware, dados, aplicações e usuários que têm a capacidade de se moverem para diferentes localizações durante o curso da computação. Portanto, segundo

2.1. INTRODUÇÃO

na computação móvel:

• (1) o hardware pode se mover (nomadic computing);

• (2) usuário pode se mover entre um conjunto fixo de estações conectadas à rede (wireless computing);

• (3) a aplicação pode se mover (mobile computation: mobile code / mobile agent); e

• (4) o usuário, portando um equipamento portátil (hardware), executando aplicações com dados e código móvel, se locomove (pervasive computing).

ParaLoureiro et al.(2003), computação móvel é vista como um paradigma computa- cional que tem como objetivo prover ao usuário acesso permanente a uma rede fixa ou móvel independente de sua posição física. É a capacidade de acessar informações em qualquer lugar e a qualquer momento.

Os celulares conhecidos hoje, surgiram a partir dos telefones fixos, e gradualmente, foram incorporando as funcionalidades e recursos da computação móvel. Isso permitiu usá-lo em movimento, sem a necessidade de fios para utilizá-lo.

O nome celular, segundoMorimoto(2009), vem da forma como as redes das oper- adoras são organizadas, através de torres de transmissão menores, chamadas de células, espalhadas pelas cidades e transmitindo sinais de frequência que são captadas pelos dispositivos.

2.1. INTRODUÇÃO

A Figura2.1ilustra um quadro evolutivo do telefone por suas principais funcionali- dades ao longo do século, conformeNeufeld(2009b).

Na época inicial, o telefone podia somente realizar e receber chamadas para outros telefones, e somente de um ponto fixo. A partir dos anos 80, já se podia utilizá-lo em movimento. Nos tempos atuais, o celular (do inglês mobile phone), incorporou várias funcionalidades, tais como conhecemos hoje. Na prática, conformeMorimoto(2009), os recursos incorporados foram gradualmente, sendo “copiados"de outros aparelhos eletrônicos, tais como: agendas eletrônicas; câmeras digitais; mp3player; navegadores de GPS; modems USB.

Na ilustração da Figura2.1, a título de curiosidade, temos a esquerda, Antonio Meucci (reconhecido como o verdadeiro inventor do telefoneSchiavo(1958)), no centro, Michael Douglas (ator norte-americado), e a direita, Steven Jobs (criador da Apple,Inc e Pixar Animations Studios).

Podemos classificar os celulares conforme os seguintes tipos:

• limitados: são aparelhos baratos, feito para pessoas que não tem poder aquisitivo mais elevado, e que desejam uma interface mais simples possível;

• feature phones: são considerados aparelhos intermediários, que suportam a insta- lação de aplicativos Java e incluem navegadores Web.

• smartphones: no geral, incluem um sistema operacional.

SegundoMorimoto(2009), traçar uma linha divisória entre os telefones “limitados” e os smartphones é um pouco complicado. As características mais comuns e popularmente aceitas são que um smartphone deve ser capaz de:

• Rodar um SO completo e permitir a instalação de aplicativos nativos (e não apenas widgets ou aplicativos em Java);

• Comunicar-se com o PC via USB e Bluetooth;

• Conectar-se à web via GPRS, EDGE ou de preferência 3G;

• Rodar um navegador com bons recursos, oferecer um cliente de e-mails, IM e outros aplicativos de comunicação;

• Tocar MP3, exibir vídeos e executar jogos.

A seguir, apresentamos as temáticas relacionadas com as plataformas de software de celular.