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Identificação do Entrevistado Nome: Luiz Francisco Schmidt

Cargos que exerceu: Vice-Prefeito 1993-1996 – Prefeito 1997-2000 Cidade: Erechim

Formação: Bacharel em Ciências Contábeis e em Ciências Jurídicas e Sociais

Questões

1 - Umas das Críticas em relação às organizações e à gestão pública é a profusão de diagnósticos a maioria das vezes, elaborado de forma bastante complexa e detalhada, mas que param aí.

Em alguns casos, até se avança para além dos diagnósticos, elaborando o plano, com diretrizes, objetivos estratégicos e até mesmo um conjunto de projetos estruturantes para enfrentar os problemas existentes e apontados pelos diagnósticos.

No entanto, pouquíssimas vezes se avança para a etapa de implementação do plano. Ou seja, o diagnóstico sem plano, ou o plano, quando existe, ficam guardados e esquecidos em alguma gaveta dos gestores e dos lideres locais ou regionais. Significa que temos muitas dificuldades em implementar as ações, executar os projetos, acompanhar e avaliar sua implementação.

Diante dessa constatação, quais os elementos ou categorias fundamentais que deveriam compor um DSEM (diagnóstico socioeconômico municipal), para que de fato se constitua numa ferramenta estratégica para o processo de tomada de decisão, de constituição do plano e de efetiva implementação das ações definidas nesse plano?

Resposta:

Acredito que um dos grandes erros dos administradores públicos é a elaboração

de diagnósticos, projetos e planos de implantação segundo a sua ótica da realidade, nem sempre a mesma daqueles que, teoricamente seriam os beneficiados ou objeto do planejamento. Diagnósticos, projetos e planos dissociados da vontade social quando executados não atingem seus objetivos e conseqüentemente se transformam na maioria das vezes em “elefantes brancos”, sub ou parcialmente utilizados; outras tantas carregam erros de diagnóstico fazendo com que as metas não sejam atendidas, principalmente por falta de conhecimento dos encarregados da execução, ou falta de informações aos que serão atendidos, exemplificativamente nas áreas da saúde, educação e preparação profissional, ocorrendo também frustração por falta de utilização de equipamentos e locais de lazer e cultura ofertados, porque estes não eram o desejo coletivo. Acredito fundamentais os pontos a seguir (sem observar ordem de relevância, porque penso terem todos, as mesmas importância):

01.01) Quem planeja: quem faz (exige o envolvimento total dos planejadores e encarregado da execução, tem que existir compromisso com o projeto, sendo o ideal que, quem planeja é quem executa);

01.02) Quanto custa: origem dos recursos e garantia de que estarão disponíveis até a conclusão do projeto (jamais atingirão suas finalidades projetos faraônicos destinados apenas a marcar a imagem de um governo);

01.03) Prazo de realização: projetos de duração permanente exigem a certeza de que serão, por sua necessidade, mantidos em governos posteriores e os projetos possíveis de ser realizados em tempo determinado exigem do administrador a certeza de que serão executados no tempo planejado, senão perdem sua razão de ser. Muitas vezes os administradores pensam estar semeando uma idéia, por visão apenas do resultado político da mesma, e sem a garantia de data prevista para conclusão, resultando tão somente em desperdício de recursos públicos.

01.04) Qual o benefício social que a comunidade terá a partir da implementação desse projeto é pergunta que não pode deixar de ser feita: devidamente avaliado o benefício social, é a garantia do sucesso do projeto a ser implantado e quando insuficientemente avaliado causará apenas frustração coletiva.

01.05) Gestão eficaz: o administrador público tem que ter a consciência de que deve fazer gestão pública e não gestão política. A eficiência de uma administração é julgada tecnicamente, pela população, porque esta identifica claramente os projetos que tem como objetivo único o benefício político do grupo gestor e quais os projetos realmente destinados ao desenvolvimento econômico e social da comunidade.

02 - Normalmente produzem-se diagnósticos por eixos temáticos ou dimensões

econômicas, institucional, social e cultural, infra-estrutural e de gestão pública, além da ambiental. Na sua visão, estas dimensões dão conta da totalidade e complexidade da realidade municipal? E quais seriam os principais elementos que deveriam ser considerados em cada uma destas dimensões?

Resposta:

02.01) Sim, examinadas em conjunto e não apenas isoladamente as dimensões mencionadas podem traduzir a realidade municipal. Penso que o peso a ser dado a cada uma dessas dimensões muda de projeto para projeto, mas ainda assim, devem ser observadas sempre, em sua totalidade.

02.02) Sempre deve ser levado em consideração o grupo étnico (elemento humano) e identificar quais são as suas reais aspirações porque muitas vezes, os projetos e planos considerados perfeitamente realizáveis acabam por fracassar porque aqueles que seriam beneficiados por estes projetos e planos não acreditam nos mesmos.

02.03)As audiências públicas realizadas dentro de uma microrregião urbana ou distrital devem indicar, para atingir seus objetivos, os caminhos a serem percorridos na elaboração e implantação dos projetos e elas nos fornecerão os elementos mais necessários e importantes a ser considerados em cada projeto especificamente. Existem sim parâmetros e elementos comuns, mas considero erro gravíssimo, utilizar os mesmos elementos indistintamente em todos os projetos, mesmo observando ponderação dos pesos a ser atribuídos a cada um destes.

QUESTIONÁRIO PARA REALIZAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

UNIJUÍ- universidade do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

DACEC- Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da

Comunicação

Curso: Administração

Disciplina: Trabalho de Conclusão de Curso

Título: PROPOSIÇÃO DE UM MODELO DE DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO

MUNICIPAL

Aluno: Jose Osvaldo Leite Camargo Orientador: Sérgio Luís Allebrandt

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