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Questionário semiestruturado: conhecendo a opinião da maioria

4. O CAMINHO PERCORRIDO

4.2 Estratégia de Percurso: O Delineamento do Estudo

4.2.1 O local e os interlocutores da pesquisa: onde e com quem o caminho

4.2.2.4 Questionário semiestruturado: conhecendo a opinião da maioria

Um conhecimento mais acurado acerca das impressões dos pais dos estudantes da turma investigada e dos demais professores da escola (além da professora Nina) sobre o objeto de estudo indicou a necessidade da aplicação de questionários a esses interlocutores.

Assim como outras técnicas de pesquisa, os questionários apresentam diferentes vantagens e desvantagens, sendo que suas vantagens estão relacionadas à qualidade e à utilização dos dados de acordo com os objetivos de pesquisa (GÜNTHER, 2003, p. 1).

Portanto, ciente de que compreender o lugar que ocupa o dever de casa no processo de avaliação das aprendizagens de uma determinada sala de aula passa por uma melhor compreensão das concepções dos sujeitos que compõem o universo em que ela se encontra imersa, foram também aplicados questionários a todos os professores que estavam atuando em sala de aula na escola. Uma maior atualidade dos dados levantados referentes ao uso do dever em sala de aula, bem como a análise das estratégias adotadas pelos professores, considerando sua classe de atuação, levaram à opção de não aplicá-lo aos professores que estavam exercendo funções fora de sala de aula.

A utilização desse instrumento propiciou um conhecimento mais individualizado das percepções dos professores da escola sobre a problemática estudada, assegurando ainda o acesso a um número maior de opiniões, uma vez que muitos desses professores não costumavam se manifestar nos momentos coletivos da escola e muito pouco se pronunciavam particularmente. Embora nenhum professor tenha manifestado ser contrário ao preenchimento do questionário, dos 22 instrumentos distribuídos, somente 14 foram respondidos e devolvidos, sendo todas as respondentes do sexo feminino.

O perfil desse grupo colaborador do estudo pode ser assim definido: quanto à formação escolar dessas professoras, duas delas possuíam o título de Mestre em Educação; seis haviam concluído o curso de especialização; quatro, o nível superior; e duas haviam cursado apenas o Ensino Médio. A maioria dessas educadoras (9) já atuava como docente há mais de catorze anos. Três delas declararam exercer o magistério por um período que variava de oito a doze anos e apenas uma disse trabalhar nessa profissão há apenas um ano. Em relação ao nível de escolaridade da turma em que estavam atuando no ano letivo de 2010, o grupo de professoras que respondeu ao questionário esteve bem distribuído, sendo que duas delas atuavam em turmas da Educação Infantil, duas com o 1º ano, duas com o 2º ano, duas com o 3º ano e uma com o 4º ano de escolaridade. A exceção ficou apenas com o 5º ano de escolaridade, que teve cinco de suas professoras respondendo ao questionário.

A necessidade de acesso a um número maior e mais particularizado de posicionamentos a respeito das tarefas de casa justifica também o seu uso como instrumento para coleta de dados junto aos pais/responsáveis das crianças da turma

investigada. Dos 32 questionários distribuídos aos pais na primeira reunião do ano letivo, 25 foram preenchidos e retornados, sendo que alguns pais fizeram isso ao final da primeira reunião de pais, enquanto outros levaram-no para preencher em casa e enviaram posteriormente por intermédio das crianças.

O perfil dos pais respondentes ao questionário foi semelhante ao do grupo participante do grupo focal. Vinte e três responsáveis declararam possuir entre um e quatro filhos, sendo que as outras possuíam cinco e seis filhos. A faixa etária desses interlocutores variou entre 30 a 50 anos, sendo que dezesseis deles possuíam de 30 a 40 anos e oito de 41 a 50 anos. Apenas um responsável disse ter apenas 25 anos de idade. Quanto ao nível de escolaridade, também nesse caso houve o predomínio de pais que já haviam concluído o Ensino Médio (12), seguido de responsáveis cuja formação alcançou o nível superior, sendo oito graduados e três pós-graduados. Apenas dois pais que se dispuseram a colaborar com a pesquisa respondendo ao questionário não haviam concluído o Ensino Fundamental. Em relação à renda mensal das famílias colaboradoras da pesquisa, nove declararam receber entre R$ 750,00 a R$ 2.600,00, outras nove disseram viver mensalmente com quantias que variavam entre R$ 3.000,00 a R$ 5.000,00 e apenas três admitiram contar com mais de R$ 4.000,00 por mês. Quatro questionários não tiveram esse item preenchido. Vale notar que a maioria dos respondentes do questionário (23) se identificou como sendo do sexo feminino e apenas dois do sexo masculino, indicando mais uma vez a participação mais efetiva das mães em relação às questões relativas à escola.

A respeito da disponibilidade demonstrada pelos pais e professores respondentes ao questionário, Günter (2003, p. 6) nos lembra que ―o pesquisador não tem poder sobre o respondente e precisa convencê-lo de que vale a pena participar da pesquisa‖. Assim, em ambos os casos, foi feita uma apresentação do instrumento aos respectivos grupos, ressaltando seus objetivos e importância para o estudo, bem como o caráter sigiloso e anônimo das informações que nele seriam registradas. Não foi estipulado um prazo máximo para preenchimento e devolução do questionário, sendo apenas solicitado que ali fossem descritas as impressões próprias de cada interlocutor, sem a preocupação com conceitos difundidos e/ou conhecidos como corretos ou não.

Para os questionários destinados aos pais foram formuladas questões referentes ao seu posicionamento sobre o assunto, bem como sobre os momentos destinados em casa à realização dessas atividades. No caso dos professores, a elaboração das perguntas foi norteada pelo propósito de conhecer também seus pontos de vista acerca do objeto estudado e suas estratégias de utilização desse tipo de atividade com a sua turma.