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QUILOMBO: BUSCA E CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE NEGRA

A luta dos negros em busca de uma identidade no Brasil pode ter começado num sentimento de revolta denominado “fuga”, do qual se origina o quilombo como

sociedade alternativa e a quilombagem como processo histórico contrapondo o escravismo colonial tendo como agente social o negro escravo inconformado. Esse sentimento ainda prossegue, sendo destaque no Brasil o que vem ocorrendo no Movimento Negro Unificado(MNU) e no recente conceito quilombista defendido por Abdias do Nascimento(1), Florestan Fernantes(2), Clóvis Moura e outros autores que, além de revelarem o real significado do protesto negro como busca de uma identidade, mostram que a maioria da população negra ainda é um bolsão de excluídos - da riqueza, da cultura e do poder(3). Aliás, nunca se falou tanto nas identidades dos povos e nos símbolos dessas identidades do que nas últimas décadas, com maior ênfase nos anos que se seguiram à Guerra Fria, surgindo assim, dentre outros conceitos: “estudo da identidade”, “resgate da identidade”, “busca da identidade”, “construção da identidade”, “identidade e etnia”, etc., tornando-a uma realidade que todo mundo fala no Brasil afora, sem saber, porém, “no fundo, o que ela é”(4). O que realmente significa. Como seria buscada e construída.

Por que no Brasil, por exemplo, em cada “região” se tenta construir uma identidade? A “cuiabania” dos cuiabanos; o “gauchismo” dos gaúchos; a “baianidade dos baianos; a “mineiridade” dos mineiros; a “goianidade” dos goianos; ainda a de América do Sul, espanhola; a de América do Sul, portuguesa, onde a brasileira é um enigma disfarçando a participação do negro. Que conceitos universais entraram “nelas”? Como se definir, portanto, o verdadeiro significado

do que se denomina identidade? Que elementos comporiam uma “identidade”?

Vê-se que é complexo e polêmico responder. Mas ela existe, objetiva, subjetiva, telúrica e imanente, pois todos temos e amamos o nosso burgo em algum ecossistema terráqueo ou mocambo por aí, onde nascemos e nos transformamos em história, testemunhando os tempos e “advertindo o porvir”, começando ali, obviamente, essa outra, saudosa e emocionante, que chamam identidade que, segundo o historiador Cheikh Anta Diop(5), tem como componentes essenciais de sua personalidade coletiva, o fator histórico, o fator linguístico e o fator psicológico, enfatizando o antropólogo Kabengele Munanga como mais importante, o fator histórico,

“...na medida em que constitui o cimento cultural que une os elementos diversos de um povo, através do sentimento de continuidade histórica vivida pelo conjunto de sua coletividade”, acentuando:

“O essencial para cada povo é reencontrar o fio condutor que liga a seu passado ancestral, o mais longínquo possível. A consciência histórica, pelo sentimento de coesão que ela cria, constitui uma relação de segurança a mais certa e a mais sólida para o povo. É a razão pela qual cada povo faz um esforço para conhecer e viver sua verdadeira história e transmiti-la às gerações futuras. Também é a razão pela qual o afastamento e a destruição da

consciência histórica eram uma das técnicas utilizadas pela escravidão e colonização”(6).

Apesar da repressão e dos mecanismos de barragem do escravismo colonial, a consciência histórica dos escravos negros nunca foi eliminada. Pelo contrário... Sempre houve um persistente e contínuo esforço dos negros em conhecer, viver e transmitir sua verdadeira história. É por isso, aliás, que, sem omitir os demais fatores, acreditamos ser realmente o aspecto histórico, no sentido já definido, o que mais influenciou e, que, mais profundamente, incentivou os africanos e os seus descendentes da diáspora a buscarem já num primeiro momento do escravismo as raízes da ancestralidade africana, sua identidade mais remota e a sua dignidade em quaisquer dessas terras americanas; merecendo ressaltar, também, a relevância dos fatores lingüistico e religioso, aliados ao psicológico, ideológica e politicamente desprezados mas já reconhecidos cientificamente(7).

Todavia, das inúmeras estratégias e lutas dos escravos negros, ao longo de cinco séculos, nenhuma oferece características histórico-culturais mais relevantes - buscando a construção de uma identidade -, do que a fuga, a articulação e a formação de quilombos. Nessa interação social- política, nos mais ermos e remotos sertões, houve um forte sentido de identidade e comunidade entre os escravos, fundado especialmente na cor como uma das principais bases desse processo de união e construção dessa identidade, fato assim enfatizado pelo historiador Herbert S. Klein:

“O crescimento de um sentido de identidade e comunidade entre os escravos africanos na América Latina foi essencial para sua sobrevivência como sociedade e grupo. As famílias foram estabelecidas, as crianças educadas, e desenvolveram-se as crenças que deram legitimidade a suas vidas “(8).

Não se pode negar, portanto, terem sido os quilombos - destacando como principais do Brasil Central, o do Ambrósio, o de Calunga e do Pilar, em Goiás, e o do Quariterê em Mato Grosso -, os locais onde os negros, mesmo perseguidos, reuniram melhor os fatores “componentes de uma identidade”, tendo assim maior chance de preservar os seus valores e evocar o seu antepassado africano num sentido mais profundo. Lá demonstraram habilidade militar, política e o mais evidente inconformismo. Espírito associativo e de nacionalidade. Crenças de fundo holístico-ecológico-religioso e de liderança. Aliaram-se aos índios e a outros excluídos e marginalizados, englobando no quilombo outras tantas manifestações de resistência, evitando, inclusive, a alienação religiosa e a imposição de um Deus imposto pela cultura dominante(9).

No contexto dessa histórica rebelião negra, é que surge também o que se define como Pan-Africanismo na América do Sul(10), divergindo inclusive do clássico conceito dado à América Latina, trazendo no seu bojo o mais recente conceito de Quilombismo(11), já referenciado, como uma resposta teórica e criativa ao racismo, assim surgindo no

Brasil a data de “20 de novembro” como o “Dia da Consciência Negra”, já reconhecido e oficializado, com a seguinte concepção quilombola:

“Nós, negros brasileiros, orgulhosos por descendermos de Zumbi, líder da República Negra dos Palmares, que existiu no Estado de Alagoas, de 1595 a 1695, desafiando o domínio português e até holandês, nos reunimos hoje(7-07-1978), após 283 anos, para declarar a todo o povo brasileiro nossa verdadeira e efetiva data: 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra! Dia da Morte do grande líder negro nacional, Zumbi, responsável pela primeira e única tentativa brasileira de estabelecer uma sociedade democrática, ou seja, livre, e em que todos - negros, índios e brancos - realizaram um grande avanço político, econômico e social. Tentativa esta que sempre esteve em todos os quilombos”(12).

Vale dizer, ainda, que a quilombagem no Brasil tem abrangência territorial em todas as capitanias e províncias e foi contínua num período superior a três séculos, onde, num primeiro momento, nasceu a idéia de resgate da ancestralidade africana e a de restauração de suas comunidades que, em âmbito de Américas, segundo Eugene Genovês(13), fundiram-se, posteriormente, com os movimentos nacionais e internacionais onde essas revoltas exerceram efeito profundo na formação de um mundo moderno.

Assim como em toda a diáspora americana, essa luta quilombola no Brasil sofreu séria repressão e os mais estranhos mecanismos de barragem da elite

dominante que quase sempre interpretou a resistência dos escravos ao regime servil como fenômeno secundário, chegando a descartar e até dissimular os valores culturais africanos forjadores de uma identidade afro-brasileira. De início, definiu a escravidão brasileira como benevolente e magnânima, fundada em fatores tais como: a experiência histórica dos portugueses que teriam tido facilidade de interação com os mouros; experiência legislativa sul-americana, menos “despótica”; aspecto religioso católico, abrandado(14); como se o povo negro não fosse e continuasse o mais rejeitado e discriminado racial, social e economicamente, tanto na órbita católica, quanto no cristianismo protestante, onde foi “catequisado” e “evangelizado” como se fora um animal selvagem, ou a ímpia imagem vinda de uma África povoada de monstros(15), como, aliás, já admitia a história grega desde os seus primórdios(16).

Esse disfarce historiográfico, por várias décadas, passou a idéia de que as interações culturais e biológicas entre negros e brancos e estes e os indígenas, no Brasil, teriam ocorrido de modo cordial e sem qualquer discriminação ou rejeição, justificando, inclusive, o mito da “democracia racial”, amplamente difundido, no Brasil e no estrangeiro(17).É assim que se tenta esconder a luta de classes no sistema colonial escravista e os objetivos dos escravos. É assim também que se subestima os valores culturais africanos através da ideologia da mestiçagem fundada no ideal

do embranquecimento, apresentando o Brasil como a imagem exemplar de “paraíso racial” das Américas(18).

Essa estratégia “intelectual” defendida pela ideologia já mencionada, chegou a “teorizar” e definir o racismo no Brasil como se fosse somente um “preconceito de marca”, de caráter, portanto, meramente estético, tendo como contraponto o “preconceito de origem”(19), dotado de desejo intrínseco da eliminação de um povo, exemplificado na historiografia comparada somente com os Estados Unidos, África do Sul e outros raros países do mundo. Por isso, em princípio, nem existiria racismo no Brasil. Vale dizer: mesmo ao ser teorizado, seria menos violento. Nada justificaria, pois, a revolta dos escravos e a busca e construção de uma identidade fundada em valores da ancestralidade africana.

Assim, vem-se tendo como inviável a “africanização” do negro brasileiro; muito difícil a diferença entre a aplicação do princípio da oralidade como recurso da memória histórica de nossos negros, em confronto com a escrita com que a registrou o branco brasileiro; alega-se, ainda, a carência de objetivos ou dificuldade de opção cultural e envolvimento político, como princípios de identidades, a partir de critérios como a negritude, a etnicidade, etc.

Note-se que só recentemente a historiografia, através de alguns autores(20), buscou uma visão na qual o negro passou a ser visto como sujeito do processo de transformação da sociedade brasileiro, tendo

havido mesmo um certo avanço; observando-se, no entanto, que disciplinas como História da África e Línguas Africanas nunca foram incluídas na obrigatoriedade dos currículos de nossas escolas, através das quais os negros e outros brasileiros poderiam alcançar conhecimentos mais profundos e mais objetivos de nossa ancestralidade africana, passando, assim, a conhecê-la como ela é.

Note-se, também, que o “Dia 20 de novembro”, já definido como Dia Nacional da Consciência Negra, a Literatura Afro-Brasileira, a Dança, a Música e os Cultos Afro-Brasileiros, poderiam fazer parte do calendário cívico do País, fundamentando a revisão dos programas de História, não podendo, portanto, continuar à margem dela, vedando que se revele a outra face de nossa identidade.

Vê-se, assim, que o conceito de identidade, além de polêmico, é uma questão inconclusa, exigindo aprofundadas pesquisas e estudos, chegando a enfatizar Kabengele Munanga(21), que “o conceito de identidade recobre uma realidade muito mais complexa do que se pensa, envolvendo fatores históricos, psicológicos, lingüísticos, culturais, políticos, ideológicos e raciais”, criando dificuldades até a nível metodológico, a que a história ainda não respondeu, embora continue tentando resgatá-la.

A Literatura, porém, vem tentando respondê-la e defini-la há mais tempo, mais do que coadjuvando a História, mesmo que o admirável Machado de Assis - que era mulato - tenha omitido o Negro na maior parte do admirável

conteúdo de sua obra, evitando assim a candente questão da escravidão; ao contrário de Castro Alves que evocou e saudou Palmares; do destemido Afonso Henriques de Lima Barreto que, como um Alejo Carpentier de Américas, por exemplo, só escreveu expressando gesto de amor e claro desprendimento à verdade histórica, buscando construir a outra face da identidade brasileira(22).

Note-se, por fim, que personalidades do nível de Octavio Paz, por exemplo, através do livro - Sor Juana Inês de la Cruz O Las Trampas de la Fe (1992), além de ressaltar a importância em se estudar as relações entre Literatura e História, revela a originalidade e algumas características muito específicas do “homem” latino-americano, forjadoras de sua identidade. O texto a seguir, analisado pela historiadora Olga Cabrera(23), é sintomático. Mostra, com certo realce, o que se tenta definir, justificando, portanto, que os esforços empreendidos pelo povo negro devem continuar objetivando recuperar sua história, sua cultura e sua dignidade humana:

“La expresión de una literatura latinoamerican- de lo real maravillo - ha revelado la originalidad. Gracias ao tradicionalismo del pueblo - argumenta Octavio Paz - no somos simples caricaturas de las naciones avanzadas. Entre algunas de las expresiones que revelan una identidad latinoamericana podemos considerar: La transculturação, en que los mitos occidentales más antiguos exteriores al hombre de Occidente y que siven sólo para

explicar sus orígenes, son recreados en nuestras tierras, formando parte de la vida del hombre latinoamericano. Se vive en el mito, el mito está interiorizado. Como ejemplos podemos oferecer: el mito de los Reyes magos na Folia de los Reyes em el Centro-Oeste Brasileiro (los folhões reviven las ruta de los Reyes Magos en el pago de una promesa, para merecer la ayada del Dios que nace en cada Folia), el de las Amazonas y la puerta de los prodigios en Venezuela, Santa Bárbara y Changó en Cuba (sólo que aqui el devoto es hijo del Dios: Ochún. Changó, etc.); la relación con una naturaleza transcendente que desarrolla una maior espiritualidad en el autóctone, frente a la inmanencia del hombre occidental em que obtiene el fin mediante la experiencia; : Es mujer de la tierra. De la Mañana a la tarde y de la tarde a la noche se hacía más auténtica, más verdadera, más cabalmente diujada en un paisaje que fijaba sus constantes a medida que nos acercamos ao río. Entre sua carne y la tierra que pisaba se estabelecian relaciones inscritas en las pieles ensombrecidas por la luz, en la semejanza... una fatura común de obra salida de un mesmo torno. En nuestras pesquisas de campo em Goiás (Centro-Oeste brasileiro) hemos encontrado esas relaciones en que el hombre es solamente un elemento, y no orecisamente el más importante, de la naturaleza a la cual se considera ligado: así nombra y personaliza a la tierra, a los animales”, etc.

1 - Nascimento, Abdias do. O Quilombismo: documentos de uma militância pan-africanista, Petrópolis-RJ, 1.980.

2 - Fernandes, Florestan. Significado do Protesto Negro, São Paulo, Cortez Editora, 1.989.

3 - Moura, Clóvis. Dialética Radical do Brasil Negro, São Paulo, Editora Anita Ltda., 1.994.

4 - Munanga, Kabengele. Construção da Identidade Negra: diversidade de contextos e problemas ideológicos, in Cadernos PUC, n. 33, São Paulo, Editora da PUC, org. Josildeth G. Consorte e Márcia R. da Costa, 1.988, p. 143.

5 - ANTA DIOP, Cheikh. l identité culturelle; In: Le Mutant dAfrique. n. 1, Avril, 1982, p. 26- 30.

6 - Munanga, Kapengele. Op. cit. P. 144.

7 - Mendonça, Renato. A Influência Africana no Português do Brasil. Cia. Editora Nacional, SP, 1935; Castro, Yeda Pessoa de. A Presença Negro-Africana no Brasil, mito e realidade. Salvador, CEAO, 1981; Bastide, Roger. As Religiões Africanas no Brasil, São Paulo, Editora Pioneira, 1971. Ver no particular, a religião servindo como articuladora de uma ideologia cultural de resistência, todo o capítulo III do primeiro volume desse trabalho, intitulado: O protesto do escravo e a Religião, das pp. 113 a 140 e Moura, Clóvis, Dialética Radical, cit. pp. 177 a 181.

8 - S. kLEIN, HERBERT. A Escravidão Africana: América Latina e Caribe. Brasiliense, SP, 1987, p. 108.

9 - Silva, Martiniano J. da. Racismo à Brasileira, São Paulo, 3ª. edição, Anita Garibaldi, 1995, p. 169.

10 - Nascimento, Luíza Larkim. Pan- Africanismo na América do Sul: emergência de uma rebelião negra, Petrópolis, Vozes, 1.981.

11 - Nascimento, Abdias do. Op. cit. 12 - O Movimento Negro Unificado(MNU) surgiu no Brasil na década de 1970. Mais precisamente, o 20 de Novembro, instituído em 7 de julho de 1978 em Salvador, pelo Movimento Negro Unificado, é o Dia Nacional da Consciência Negra, o Dia da Comunidade Afro-Brasileira. Dedicado a Zumbi, o 20 de Novembro procura ser uma contraposição ao 13 de Maio, data oficial da Abolição.

13 - Genovese, Eugene. Da Rebelião à Revolução. São Paulo, Global Editora, Trad. Carlos Eugênio M. Moura, 1983.

14 Freyre, Gilberto. Casa Grande & Senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal, 28ª edição, Editora Record, 1992.

15 -Silva, Martiniano J. da. Racismo à Brasileira: raízes históricas, 3ª edição, Anita Garibaldi, SP, 1995, p. 191.

16 ________________________. Op. cit., p. 27. Apud. História, de Heródotos, Ed. UNB, Brasília, 1988, tradução e notas de Mário da Gama Kury.

17 - O mito da “democracia racial” foi amplamente divulgado tendo como base teórica o livro “Casa Grande & Senzala”, de Gilberto Freyre, seguido por vários autores.

18 - Silva, Martinano J. da. Op. cit. p. 160.

19 - Nogueira, Oracy. Tanto Preto Quanto Branco: estudos de relações raciais, T.A. Queiroz, Editor, SP, 1.985, p. 67 e segs.

20 - Dentre outros, Manoel Bomfim, Abdias do Nascimento, Clóvis Moura, Jacob Gorender, Emília Viotti da Costa, José Alípio Goulart, Gilberto Freyre, Edison Carneiro, Arthur Ramos, João José Reis, Vicente Salles, Lana Lage da Gama Lima, Neusa Maria M. de Gusmão, Luiz Luna e Elisa Larkin Nascimento.

21 - Munanga, Kapengele. Op. citada, p.146.

22 - Machado de Assis, a nosso ver, omitiu o negro e fugiu do tema, notando-se que o negro como personagem central é praticamente desconhecido na nossa novelística. E ao aparecer, é sempre visto como boçal e de forma negativa. Um exemplo neste sentido, é o conto Pai contra mãe, do próprio Machado de Assis. Estranho: ao sê-lo, como em

Amado e até em O Bom Crioulo de Adolfo Caminha, é transformado em anti-herói. Vide: Silva, Martiniano, op. cit. p. 98. Moura, op. cit. p. 204.

23 - Cabrera, Olga. América Latina: Historia y Litertura En La Búsqueda o/y En La Construcción De La Identidad: Los Pasos Perdidos De Alejo Carpentier. In América Platina e Historiografia: História Agrária, Imigração e Etnia, História Política e Mentalidades, de Heloísa Jachims Reichel Leda Gutfreind, Programa de Pós-Gradução em História UNISINOS, Rs, 1996. p. 145.