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C e quintal comuns Constituem-se num padrão inicialmente constru1do pela Cia Confiança Industrial, que a partir de

.53 por uma política higienista que visa principalmente a regula­

W. C e quintal comuns Constituem-se num padrão inicialmente constru1do pela Cia Confiança Industrial, que a partir de

1895 passa a adotar como tipo mais comum as casas isoladas en­ fileiradas dando para uma rua principal ou particular, com sa­ la, quarto, cozinha, W.C. e quintal privativos. Este serão padrão construtivo mais característico das vilas operarias.

Podemos pensar que esta evoluçao dos padroes utili

1

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• 6 l •

da unidade familiar no desenvolvimento da atividade fabril. E interessante observar que em 1911, dos 1450 operãrios que tr� balham na Fãbrica Confiança, 558 são homens, 475 mulheres e 417 menores de mais de 12 anos(lS) .

Também a diferenciação nos padrões de construção

da vila operária indica o seu destino a categorias diferen­ ciadas de empregados. No desenvolvimento da atividade fabril cada vez mai� certamente se dã uma especialização do traba-

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Um padrào bem simples de construção, O mais carac ter{stico das vilas operárias das fábricas.

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Pedido de licença para concluir 5 prédios que faltaram acabar para seus oper5rios a Rua Theo doro da Silva, n9 59,feito pela Cia. América Fabril.

Villa Operária D. Zélia

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Pedido de Licença para obras - 1911 pasta n9 10 doe, 394.AGCRJ ,

. 63 .

As vilas operarias, como se apresentam neste momen to, revelam a importância que vão assumindo os operãrios quan­ titativamente<16) e qualitativamente, através da disputa esta belecida entre as empresas.

O desenvolvimento das atividades urbanas no Rio de Janeiro e o aumento do numero das grandes fábricas possibili­ tam a formação de uma classe operãrja na cidade, que inicia

. . d. - (17) suas re1v1n ,caçoes

A vila operãria se presta então a regularizar to­ das as funções exercidas no mundo fabril. A partir do forneci mento de um elemento fundamental para a sobrevivência do ope­ rário - a moradia - cria-se uma situação de extremo controle so bre os empregados.

A partir de 1911 a Cia. Amériéa Fabril sistemiza

uma polTtica social, "ate então funcionando de forma nao metõ dica". Constrõi postos mêdicos, farmácias. , escolas e cooper� . tivas em torno de suas fabricas através da Caixa Beneficiente que e criada (Elia, Von der Weid & Bastos, 1983).

A construção de escolas, creches e armazéns tam

b-em se da- nas ·v, as operarias as ou ras c1as ·1 - · d t · {l8)

O perTodo de com1cios e greves, 1913/18(l9), coin

cide com as descrições .obtidas da utilização da vila operária enquanto maior instrumento de disciplina e controle dos operf rios.

Na Fabrica Con fiança tem-se a notícia de que neste l

período o critério de distribuição das casas era tanto em fun- ção do numero de familiares que trabalhassem na· fabrica qua�

d - . - (20)

to do relacionamento o operar,o com os seus padroes

A partir de 1917 estabelece-se uma maior repressao

ao movimento operãrio. Em 1920 estã liquidado o movimento op� rãrio anarquista (Lobo, 1978).

. 64.

Com o movimento operário cresce também o numero de t r a b a 1 r e s d i s p o n i v e i s pa r a o C a p i t a l , e d i m i n u i a d i s p u t a

- . (21) pelos (#'a ri os

No período entre 1920 e 1927 hã ainda um aumento no númetrde casas pertencentes ã Cia. Confiança Industrial e ã

Cia. Aniica Fabril. De 139 imóveis, a Cia. Confiança passa

a ter, ,1927, 187 prédios. A Cia. América Fabril, dos 114 imóveis em em 1927, 150 predios<22

>.

Este acréscimo corres­

ponde c�amente a um aumento no numero de operários das fá­ bricas<•.

As oscilações a que eram obrigadas a se submeter as fábricas e tecidos, uma vez que dependiam da política econo­ mica não ·iretamente voltada para industria, induziam â pro­ cura ine5sante de uma maximização da produtividade onde fos­ se poss� 1. Um maior numero de operários controlados através da mora - resultava em ultima instância num aumento de prod� tividade , estabelecimento fabril.

Os aperfeiçoamentos técnicos necessãrios ao desen volvimen das atividades fabris exigem, por sua vez, cada vez mais a p �s�nça de técnicos mais qualificados. Durante este periodo � (ia. América Fabril constrói 12 casas na Rua Duqueza de Braga ça para funcionários -graduados brasileiros e estran­ geiros (flia, Von der Weid & Bastos, 1983). As casas eram com postas de "vasta sala seguida por corredor para onde conver­ giam 3 quartos e cozinha", alem de jardim e quintal.

A partir de 1920, os operãrios que nao residissem nas vilas operãrias dificilmente conseguiriam uma habitação nas

vizinhanças<24) _ A solução para este problema seria recorrer

a distantes bairros ou aos morros. Urna progressiva diminuição de alternativas de moradia para os operãrios nas vilas

rias e no próprio bairro ocorre nos anos que se seguem. cada de 30, no entanto, não são mais construidas casas

1 as operarias as a ricas - · d f-b . <25

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opera­ Na dê nas vi

. 65. serv:iços aos empregados sempre tenha representado um instrumen to de disciplina e controle, e como tal um elemento na reprod�

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ção do capital produtivo, um aspecto a ser considerado e a atuação do empresãrio industrial como empreendedor imobiliã­ rio. A facilidade de obtenção de terrenos e a demanda certa para locação das habitações permitem que se incorpore, se bem que em um segundo plano, este sentido econômico ãs vilas oper� rias.

Em período de maiores dificuldades para as ativi­ dêca dades da indústria de tecidos nos anos que se seguem, na

da de 50, assistiremos ã venda de algumas casas das vilas rãrias para pessoas sem envolvimento com as fâbricas.

ocorre nas 3 grandes fãbricas de tecidos da area estudada. ope­

Isto Finalmente cabe ainda destacar as conseqüências que a presença dessas tres grandes fãbricas traz para o local.

Observamos que a sua implantação se constitui cer

tamente num estimulo aos empreendedores a investir nesta ãrea,

s�ja pela melhoria das condições de infra-estrutura trazidas, calçamento, prolongamento de ruas, canalização dos rios, ilu­ minação, seja pela nova potencialidade que a area agora apr� senta para ser ocupada<26>

.

A presença das fãbricas marca ou re força a ãrea co

mo local para construção de moradias de um padrão mais

para classes trabalhadoras. baixo,

As unidades fabris constituem verdadeiros setores

isolados que criam uma autonomia na dinãmica de seu desenvol

vimento.

Notas:

1 . A expansão da atividade industrial de tecidos se acelera com

o aumento do credito e da população urbana, a abolição da escravatura e com a in flação que di ficultava a entrada do

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. 6 6 .

produto estrangeiro, alem do que desde 188 1 essa indústria tornou-se mais independente no que se refere

ã

matéria-prl ma obtida no país. (Lobo, 1978)

2. Documentos da Junta Comercial, livro 23, reg, 4809, Arquivo Nacional.

3. Documentos da S.A. Fábrica de Tecidos Botafogo, arquivo da Junta Comercial do Rio de Janeiro.

4. Atas de instalação das Fâbricas Confiança Industrial, Cru­ zeiro e Botafogo, documentos da Junta Comercial, Arquivo Na cional e arquivo da Junta Comercial do Rio de Janeiro.

5. Documentos de Logradouros Públicos - cÕdice 33�1-9, AGCRJ.

6. E interessante observar que em 1890 o Comendador Salgado

Zenha, proprietãrio de châcara e sõcio da Cia. Confiança Industrial, possu,a 30 quartos na Av. São Salvador de Mat­ tozinhos, local onde se implanta a fâbrica. Estes quartos bem podem ter abrigado os operãrios da fâbrica. Repete-se a situação do antigo proprietãrio de terras, possuidor do monopõlio da terra, construindo �abitaçoes coletivas em

localização absolutamente indispensãvel para aqueles que

trabalhassem numa atividade específica. Imposto Predial,

ACGRJ.

7. Imposto Predial. AGC RJ.

8. Em seu trabalho, Sérgio Solis (1980) avalia que em 1872, p�

los dados do Censo, sao (acrescidos dos 20% da população.

o percentual de população sem profis-

criados e jornaleiros) poderia chegar a 9. Carta do Gerente de Circulação e Supervisao ao Superinten­

dente da Produção, datada de 15/01/1902. Documento citado por Edmilson Rodrigues (1983) em seu trabalho.

• 6 7 .

10. Ate bem pouco tempo havia discussões entre os atuais mora dores da antiga vila operãria e os representantes da empr� sa proprietãria dos bens da antiga Fãbrica Confiança, ace� ca da propriedade dos terrenos em que estão construidas as casas dos operãrios. Os moradores tentavam comprovar que es­

tes terrenos pertenciam

ã

União.

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