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RAMOS, Rui Manuel Gens de Moura Op cit., p.180 (Parte V – As Instituições da Comunidade)

Novamente ocorre desigualdade na deliberação do Conselho, cujo poder é mais acentuado nos votos da Alemanha, França, Itália e Reino Unido, em detrimento de Portugal, Grécia, Irlanda e demais países com ponderação inferior. As deliberações são tomadas se obtiverem pelo menos sessenta e dois votos que exprimam a votação favorável de, pelo menos, dez membros.

O Parlamento Europeu pode dirigir perguntas ou recomendações ao Conselho; Procederá anualmente a um debate sobre os progressos realizados na execução da política externa e de segurança comum. (Art. 21, Título 5 – Disposições relativas à política externa e de segurança comum). 50

É instituído um Banco Europeu de Investimento, que atua nos limites das atribuições que lhe são conferidas pelo presente Tratado e pelos Estatutos que lhe vêm anexos. (Art. 9, Parte I – Os princípios) 51

O Conselho do Banco Central Europeu é composto pelos membros da Comissão Executiva do BCE e pelos presidentes dos bancos centrais nacionais. A Comissão Executiva do Banco Central é composta pelo Presidente, pelo Vice- Presidente e por quatro vogais. O Presidente, o Vice-Presidente e os vogais desta Comissão Executiva são nomeados, de entre personalidades de reconhecida competência e com experiência profissional nos domínios monetário ou bancário, de comum acordo, pelos Governos dos Estados-Membros, em nível de chefes de Estado ou de Governo, sob recomendação do Conselho e após este ter consultado o Parlamento Europeu e o Conselho do Banco Central Europeu. A duração do respectivo mandato é de oito anos, não renováveis. Só nacionais dos Estados-Membros podem ser membros da Comissão Executiva. 52

50

RAMOS, Rui Manuel Gens de Moura. Tratados da União Europeia e da Comunidade Europeia, Coimbra: Ed Coimbra, ed.2ª, 2003, p.267 (Anexos – Alargamento da União Europeia, Art. 3º - Disposições relativas à ponderação dos votos do Conselho)

51

RAMOS, Rui Manuel Gens de Moura, op. cit., p. 60

52

O Presidente do Conselho de Ministros e um membro da Comissão Europeia podem participar, sem direito de voto, nas reuniões do Conselho do Banco Centro Europeu. O presidente do Conselho pode submeter moções à deliberação do Conselho do Banco Central Europeu.

O Banco Central Europeu envia anualmente ao Parlamento Europeu, ao Conselho e á Comissão um relatório sobre a política monetária do ano anterior e do ano em curso. O presidente do BCE apresentará esse relatório ao Conselho e ao Parlamento Europeu, que, com base nesse relatório, pode proceder a um debate de caráter geral.

O Presidente do Banco Central Europeu e os outros membros da Comissão Executiva podem, a pedido do Parlamento Europeu ou por sua própria iniciativa, ser ouvidos pelas competentes comissões do Parlamento Europeu. 53

O Banco Europeu de Investimento é administrado e gerido por um Conselho de Governadores, um Conselho de Administração e um Comitê Executivo. O Conselho de governadores é composto pelos ministros designados pelos Estados-membros. O Conselho de Governadores adotará as diretivas gerais relativas à política de crédito do Banco Europeu, designadamente no que diz respeito aos objetivos a ter em consideração, à medida que progride a realização do mercado comum. 54

O Conselho de Administração do Banco Europeu de Investimento tem competência exclusiva para decidir sobre a concessão de créditos e garantias e da contratação de empréstimos; fixará as taxas de juro dos empréstimos concedidos, bem como as comissões de garantia; fiscaliza a boa administração do referido banco e sua conformidade com as diretivas gerais adotadas pelo Conselho de Governadores.

53

RAMOS, Rui Manuel Gens de Moura. Tratados da União Europeia e da Comunidade Europeia, Coimbra: Ed Coimbra, ed.2ª, 2003, p. 119 (Parte III – As políticas da Comunidade, Art. 112 )

54

O Conselho de Administração é composto por vinte e cinco administradores e treze suplentes. Os administradores são nomeados por um período de cinco anos pelo Conselho de governadores, nos seguintes termos:

administradores designados pela República Federal da Alemanha 3 administradores designados pela República Francesa 3 administradores designados pela República Italiana 3 administradores designados pelo Reino Unido 3

administradores designados pela Espanha 2

administradores designados pela Bélgica 1

administradores designados pela Dinamarca 1

administradores designados pela Grécia 1

administradores designados pela Irlanda 1

administradores designados por Luxemburgo 1

administradores designados pela Holanda 1

administradores designados por Portugal 1

administradores designados pela Finlândia 1

administradores designados pela Suécia 1

administradores designados pela Comissão Europeia 1

Os suplentes são nomeados por um período de cinco anos pelo Conselho de Governadores, nos seguintes termos: 55

suplentes designados pela Alemanha 2

suplentes designados pela França 2

suplentes designados pela Itália 2

suplentes designados pelo Reino Unido 2

suplente designado, de comum acordo, pela Espanha e Portugal 1 suplente designado, de comum acordo, pelos países do BENELUX 1 suplente designado, de comum acordo, por Grécia, Irlanda e Dinamarca 1 suplente designado, de comum acordo, por Áustria, Finlândia e Suécia 1

suplente designado pela Comissão Europeia 1

55

RAMOS, Rui Manuel Gens de Moura. Tratados da União Europeia e da Comunidade Europeia, Coimbra: Ed Coimbra, ed.2ª, 2003, p.197, 198 (Anexos – Estatuto do Banco Europeu de Investimento, Art. 8, 9 e 10)

Este é outro quadro notório da supremacia dos países fortes da UE (Alemanha, França, Itália e Reino Unido), cuja representatividade é superior em relação aos demais países constituintes da UE.

Com o objetivo de promover a coordenação das políticas dos Estados- membros na medida do necessário ao funcionamento do mercado interno, é instituído um Comitê Monetário de natureza consultiva. Os Estados-membros e a Comissão nomeiam, cada um, dois membros do Comitê Monetário.

O Comitê Monetário tem as seguintes funções:

1. acompanhar a situação monetária e financeira dos Estados-membros e da Comunidade, bem como o sistema geral de pagamentos dos Estados-membros, e apresentar regularmente o correspondente relatório ao Conselho e à Comissão;

2. formular pareceres, quer a pedido do Conselho ou da Comissão quer por iniciativa própria, destinados a estas Instituições;

3. examinar, pelo menos uma vez por ano, a situação relativa aos movimentos de capitais e à liberdade de pagamentos, tal como resultam da aplicação do presente Tratado e das medidas adotadas pelo Conselho, devendo este exame englobar todas as medidas respeitantes aos movimentos de capitais e aos pagamentos;

4. informar à Comissão e ao Conselho os resultados deste exame.

O Comitê Econômico e Financeiro tem as seguintes funções:

1. formular pareceres, quer a pedido do Conselho ou da Comissão, quer por iniciativa própria, destinados a estas instituições;

2. acompanhar a situação econômica e financeira dos Estados-membros e Comunidade e apresentar regularmente o correspondente relatório ao Conselho e à Comissão, nomeadamente sobre as relações financeiras com países terceiros e instituições internacionais; 56

56

Na União Econômica e Monetária, cada Estado-membro deve adotar programas plurianuais destinados a assegurar a convergência duradoura necessária à realização da União Econômica e Monetária, em especial no que se refere à estabilidade dos preços e à solidez das finanças públicas.

O Conselho, com base em relatório da Comissão, deve avaliar os progressos alcançados em matéria de convergência econômica e monetária, em especial no que diz respeito à estabilidade dos preços e à solidez das finanças públicas, bem como os progressos alcançados com a aplicação da legislação comunitária relativa ao mercado interno.57

O Comitê do Emprego, com caráter consultivo, foi criado para promover a coordenação das políticas em matéria de emprego e de mercado de trabalho entre os Estados-membros.

Tal comitê tem por funções: acompanhar a evolução da situação do emprego e das políticas de emprego nos Estados-membros; Os Estados-membros e a Comissão nomeiam, cada um, dois membros do Comitê. 58

O Conselho, após consulta ao Parlamento Europeu, cria um Comitê de Proteção Social, com caráter consultivo, para promover a cooperação em matéria de proteção social entre os Estados-membros e com a Comissão.

Compete ao Comitê: acompanhar a situação social e a evolução das políticas de proteção social nos Estados-membros; Promover o intercâmbio de informações, experiências e boas práticas entre os Estados-membros e com a Comissão; Preparar relatórios, formular pareceres ou desenvolver atividades nos domínios de sua competência, quer a pedido do Conselho ou da Comissão, quer por iniciativa própria. Cada Estado-membro e a comissão nomeiam dois membros do Comitê. 59

57

RAMOS, Rui Manuel Gens de Moura, op. cit., p. 123, 124 (Parte III – As políticas da Comunidade, Art. 116 )

58

RAMOS, Rui Manuel Gens de Moura, op. cit., p. 136, 137 (Parte III – As políticas da Comunidade, Art. 130)

59

De três em três anos, a Comissão apresentará ao parlamento Europeu, ao Conselho de Ministros, ao Comitê Econômico e Social e ao Comitê das Regiões um relatório sobre os progressos registrados na realização da coesão econômica e social e sobre as formas como os vários meios previstos no presente artigo contribuíram para esses progressos; este relatório será acompanhado, se for o caso disso, de propostas adequadas. Ao se verificar a necessidade de ações específicas não inseridas no âmbito dos fundos ( Fundo Europeu de Orientação e de Garantia Agrícola; Fundo Social Europeu; Fundo Europeu de Desenvolvimento Social), essas ações podem ser aprovadas pelo Conselho, após consulta ao Comitê Econômico e Social e do Comitê das Regiões. 60

O Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional tem por objetivo contribuir para a correção dos principais desequilíbrios regionais na comunidade através de uma participação no desenvolvimento e no ajustamento estrutural das regiões menos desenvolvidas e na reconversão

das regiões industriais em declínio. 61

O Conselho de Ministros, deliberando por unanimidade, sob proposta da Comissão, e após parecer favorável do Parlamento Europeu e consulta do Comitê Econômico e Social e do Comitê das Regiões, define as missões, os objetivos prioritários e a organização dos fundos com finalidade estrutural, o que poderá implicar o agrupamento desses fundos. O Conselho, deliberando de acordo com o mesmo procedimento, definirá igualmente as regras gerais que lhes serão aplicáveis, bem como as disposições necessárias para garantir a sua eficácia e a coordenação dos fundos entre si e com os demais instrumentos financeiros existentes.

60

RAMOS, Rui Manuel Gens de Moura, op. cit., p. 158, 159 (Parte III – As políticas da Comunidade, Art. 159)

61

Um fundo de Coesão, criado pelo Conselho, segundo o mesmo procedimento, contribuirá financeiramente para a realização de projetos nos domínios do ambiente e das redes transeuropeias em matéria de infra-

estrutura de transporte. 62

Os representantes ao Parlamento Europeu, dos povos dos Estados reunidos na Comunidade, são eleitos por sufrágio universal direto para assumir 5 anos de gestão. O Parlamento Europeu estabelecerá o estatuto e as condições gerais de exercício das funções dos seus membros, após parecer da comissão e mediante aprovação do Conselho, deliberando por maioria qualificada. Quaisquer regras ou condições respeitantes ao regime fiscal dos membros ou ex-membros exigem a unanimidade do Conselho. O nº de representantes de cada Estado- membro é fixado da seguinte forma a partir da legislatura de 2004 – 2009: 63

Bélgica 22 Dinamarca 13 Alemanha 99 Grécia 22 Espanha 50 França 72 Irlanda 12 Itália 72 Luxemburgo 06 Países Baixos 25 Áustria 17 Portugal 22 Finlândia 13 Suécia 18 Reino Unido 72

Ocorre aqui uma desigualdade na representatividade.

62 RAMOS, Rui Manuel Gens de Moura, op. cit. p.159, 160 (Parte III – As políticas da Comunidade, Art. 161)