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Ranking de internacionalização das multinacionais Brasileiras

No documento LISTA DE FIGURAS (páginas 81-86)

CAPÍTULO 4 – Razões econômicas das inversões corporativas

1. Ranking de internacionalização das multinacionais Brasileiras

Tendo em vista o que foi exposto até aqui, seria pertinente testar a teoria em relação às empresas multinacionais brasileiras no tocante à probabilidade destas inverterem ou não.

Para tanto, utilizaremos o estudo desenvolvido pela Fundação Dom Cabral que elabora o

Ranking FDC das Multinacionais Brasileiras149. O objetivo desse estudo organizado pela

Fundação Dom Cabral é monitorar o processo de internacionalização das empresas brasileiras e ordená-las de acordo com o grau de internacionalização.

A metodologia utilizada pelo estudo levou em conta "empresas de capital e controle majoritariamente brasileiro que desenvolvam atividades internacionais de manufatura, montagem e prestação de serviços ou que possuam centros de pesquisa e desenvolvimento, agências bancárias, franquias, escritórios comerciais, depósitos e centrais de distribuição no exterior. Empresas em estágios iniciais de internacionalização, que apenas exportam ou atuam no exterior somente por meio de representantes comerciais, não são foco específico desta pesquisa".

O índice de internacionalização utilizado pelo Estudo da Fundação Dom Cabral

baseou-se na metodologia da UNCTAD (United Nations Conference on Trade and Development),

como pode ser visto a seguir na Figura 3150:

Figura 3 – Índice de internacionalização. Equação A amostra da pesquisa utilizada foi composta por 48 empresas multinacionais Brasileiras atuando por meio de unidades próprias. As 48 empresas analisadas pela FDC são empresas que potencialmente poderiam decidir inverter, deixando, assim, de serem sediadas no Brasil para passarem a ser subsidiárias. Insta salientar que nenhum dos índices considerados isoladamente

149 DRUMMOND JUNIOR, Aldemir; BARAKAT, Lívia Lopes; CRETOIU, Sherban Leonardo; ASSIS, Elisa Régis Dinelli de; COSTA, Flávia Pedrosa; LIMA, Helen Cardenuto; MENEZES, Vanessa Freitas. Ranking FDC das Multinacionais Brasileiras 2015: a capacidade de adaptação cultural das empresas brasileiras no mundo. Fundação Dom Cabral. Núcleo de Estratégia e Negócios Internacionais. Nova Lima (MG). 2015.

seriam, por si só, determinantes para motivar a decisão de uma empresa Brasileira de inverter. No entanto, se os índices abaixo forem considerados em conjunto, a probabilidade aumenta, consideravelmente. Os resultados apurados pelo estudo da Fundação Dom Cabral em 2015,

compõem a tabela a seguir, conforme demonstrada na Figura 4151:

Figura 4 – Ranking de internacionalização das multinacionais Brasileiras

Desta forma, a figura acima demonstra as empresas com maior grau de internacionalização, levando-se em conta o total dos fatores constantes do índice de internacionalização, ou seja, o coeficiente de ativos no exterior sobre os ativos totais, o coeficiente das receitas auferidas no exterior sobre as receitas totais, e o coeficiente dos funcionários no exterior sobre o número de funcionários totais. As multinacionais analisadas são de diversos segmentos, indústrias (variadas), instituições financeiras, e prestadoras de serviços.

Por sua vez, a tabela abaixo demonstra as empresas com maior número de internacionalização levando-se em conta o número de países em que possuem subsidiárias

conforme demonstrado na Figura 5152, abaixo:

Figura 5 – Ranking de empresas pelo número de subsidiárias no exterior Conforme visto acima, a Construtora Andrade Gutierrez em 2015 contava com subsidiárias espalhadas em 37 países distintos. Enquanto que a Magnesita contava com subsidiárias em 21 países. Por sua vez a JBS, no nono lugar, conta com subsidiárias em 20 países. Não necessariamente este índice, se considerado isoladamente, seria a principal motivação de uma companhia inverter, mas, no conjunto, este é um fator importante posto que a companhia invertida contará com uma sólida presença no exterior, tanto em termos de presença direta, investimentos diretos no exterior, quanto em termos de fixação nos mercados em questão.

A tabela abaixo demonstra o ranking de empresas brasileiras pelo índice de receitas, ou seja, as empresas que possuem o maio coeficiente de rendas auferidas no exterior pelas receitas totais, conforme figura 6153 a seguir:

Figura 6 – Ranking das empresas pelo índice de receitas Assim, em relação à Fitesa, 72,8% de suas receitas totais são oriundas do exterior, o que demonstra um alto índice de internacionalização. Em seguida, em relação à Construtora Norberto Odebrecht, 72,6% de suas receitas totais são oriundas do exterior. Seguida da JBS, em que 65,7% de suas receitas totais são oriundas do exterior. Das 10 empresas constantes deste ranking, oito delas possuem receitas auferidas no exterior perfazendo mais de 50% de suas receitas totais.

Por sua vez, a tabela abaixo demonstra o ranking das empresas pelo índice de ativos no

exterior, como pode ser visto a seguir na Figura 7154:

Figura 7 – Ranking das empresas pelo índice de ativos Este índice revela que no caso da Minerva Foods, 80,7% dos seus ativos são localizados no exterior, seguida da Stefanini a qual 72,5% dos seus ativos são localizados no exterior,

153Ibidem, p. 38.

seguida pela Fitesa com um índice de 70,3% de internacionalização considerando os ativos no exterior.

Interessante notar que o índice de receitas no exterior e o índice de ativos no exterior não necessariamente se correspondem, ou seja, a geração de receitas no exterior pode não estar diretamente proporcional à quantidade de ativos no exterior.

No âmbito da pesquisa da FDC, as empresas entrevistadas demonstraram o seu grau de satisfação com o mercado doméstico em comparação com o mercado internacional em três áreas de interesse, quais sejam, vendas, "market share", e em relação à competidores, conforme

pode ser vislumbrado na Figura 8155 a seguir:

Figura 8 – Expectativa de expansão nos mercados doméstico e internacional A figura acima demonstra a expectativa de vendas, fatia de mercado e crescimento em relação à competidores no âmbito do mercado internacional em comparação com o mercado internacional. Assim, a expectativa quanto às vendas no mercado internacional é 0,8 acima da expectativa de vendas no mercado doméstico, levando-se em conta um índice de 1 a 5, em que 1 demonstra baixa expectativa de desempenho e 5 demonstra uma elevada expectativa de desempenho.

Em relação à fatia de mercado (market share), essa diferença cai para 0,1 no âmbito da

expectativa do mercado doméstico em relação ao mercado internacional. No tocante à expectativa em relação à competidores, a expectativa no mercado doméstico é de 0,1 maior que a expectativa no mercado internacional.

No documento LISTA DE FIGURAS (páginas 81-86)