• Nenhum resultado encontrado

Razões determinantes para o processo de expansão da RFEPCT O início do processo.

6 RESULTADOS DA INVESTIGAÇÃO CONCEPÇÕES E DISCUSSÕES A RESPEITO DO OBJETO DA PESQUISA.

6.1.1 A visão dos reitores da Rede Federal de Educação, Profissional, Científica e Tecnológica.

6.1.1.1 Razões determinantes para o processo de expansão da RFEPCT O início do processo.

foram indagados a respeito de questões que se encaixam em três grandes blocos temáticos. Observação deve ser feita para o fato de que não foram incluídos neste agrupamento, os CEFETs nem a Universidade Tecnológica, conforme justificado anteriormente. (Apêndice B):

a) Razões determinantes no processo de expansão da RFEPCT no país; (Apêndice B, Grupo I)

b) Avaliação dos reflexos do processo de expansão da RFEPCT no país, e, (Apêndice B, Grupo II)

c) Avaliação do relacionamento das Instituições da RFEPCT com a comunidade. (Apêndice B, Grupo III)

6.1.1.1 Razões determinantes para o processo de expansão da RFEPCT. O início do processo.

Visando o atendimento do primeiro objetivo específico, traçado para esta investigação - Identificar e relacionar os elementos determinantes no processo de expansão da RFEPCT a (Apêndice B, Grupo I, questão 1) – quando perguntado aos reitores dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia sobre isto obtivemos as respostas discutidas abaixo.

Gráfico 2 – Uso de critérios técnicos na expansão da RFEPCT. A visão dos reitores da RFEPCT.

Fonte: o autor

Notou-se que independe do fator político envolvido no processo de expansão da Rede, 69% concordam total ou parcialmente a esta afirmativa de que a expansão da RFEPCT obedeceu a critérios técnicos (Gráfico 2). Indagados o Secretário da Secretaria de Educação Tecnológica, e o Presidente do Conselho dos Reitores dos Institutos Federais admitem que em alguma proporção houveram injunções de ordem política, mesmo que este procedimento cada vez mais seja substituído por critérios estritamente técnicos, baseados em indicadores aceitos nacionalmente. Um dos critérios citados para as futuras atividades de expansão é, por exemplo, a quantidade de habitantes dos municípios que receberão as novas unidades da Rede Federal de Educação, Profissional, Científica e Tecnológica.

Situação muito mais consolidada pode ser comprovada nas respostas relativas à clareza dos objetivos da expansão para a comunidade, como mostrado no gráfico 3 (Apêndice B, Grupo I, questão 2). As respostas demonstram que 79% dos reitores consideram que os objetivos para a expansão da RFEPCT são claros para a sociedade. Este grande percentual indica que o processo, além de apresentar transparência para a sociedade, é visto pelos reitores como elemento positivo no bojo da política educacional atual. Se a sociedade tem conhecimento a respeito dos objetivos da expansão da RFEPCT, naturalmente surgem expectativas quanto ao

0 10 20 30 40 50 60 70 0% 26% 5% 63% 6%

cumprimento destes objetivos. Voltamos a enfatizar que a educação voltada para a profissionalização é vista como elemento de mobilidade social, como agente de desenvolvimento pessoal e da sociedade – principalmente nas localidades que historicamente são desprovidas da oferta deste tipo de educação. Assim nota-se uma vinculação direta com a teoria do Capital Humano apresentado na fundamentação teórica desta tese. Quando se vincula a educação a profissionalização, fica nítida a relação entre a primeira e o mundo do trabalho, o que reforça de modo positivo a Teoria do Capital Humano.

Gráfico 3 – Clareza dos objetivos da expansão da RFEPCTpor parte da comunidade externa. Opinião dos reitores da RFEPCT.

Fonte: o autor

Quanto consultados sobre a percepção que a comunidade interna dos institutos tem a respeito dos objetivos do Programa de Expansão da RFEPCT (Apêndice B, Grupo I, questão 3), notamos que o percentual de concordância total ou parcial é de 89% (Gráfico 3). Avalia-se que por se tratar de assunto afeito a todos que integram a RFEPCT aliado ao fato de que o processo de expansão subentende que servidores são deslocados, muitos para assumir cargos de direção e coordenação, fazem com que o interesse pelo programa esteja na pauta do dia de muitos servidores. Aliado a isto nota-se que o sistema de comunicação institucional, interna aos institutos, mantém todos informados dos andamentos e desdobramentos do processo de

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0% 5% 16% 42% 37%

expansão. Deste modo pode-se inferir que os níveis de expectativas com relação ao processo de expansão são elevados.

Gráfico 4 – Clareza dos objetivos da expansão da RFEPCT / comunidade interna. Visão dos reitores da RFEPCT.

Fonte: o autor

A determinação dos locais de implantação de novos campi da RFEPCTsempre é precedida de grandes expectativas e esperanças. Todos os municípios anseiam pela chegada destas novas unidades de ensino, inclusive porque ainda falta muito para que possamos ter uma capilarização da educação tecnológica à altura de um país continental como o Brasil. A vinculação da educação profissional com o aumento de índices de empregabilidade e trabalhabilidade, aliada a possibilidade de mobilidade social, fazem com que esta determinação dos locais dos campi seja sempre alvo de especulações. Assim ao serem indagados quanto a serem claros os critérios utilizados na determinação dos locais dos novos campi da instituição (Apêndice B, Grupo I, questão 4), 63% dos reitores concordaram total ou parcialmente com a afirmativa. Este valor é muito próximo ao apontado na primeira questão desta série, quando foi indagado se a expansão obedeceu estritamente critérios técnicos na sua concepção – 68%. Apesar de não serem percentuais elevados, já que tratam de elementos fundamentais para o sucesso do processo de expansão, estes dados guardam coerência entre si. Isto pode ser visualizado no gráfico 5.

0 10 20 30 40 50 60 0% 0% 11% 58% 31%

Gráfico 5 – Clareza dos critérios utilizados na determinação dos locais para implantação dos campi RFEPCT. Opinião dos reitores da RFEPCT.

Fonte: o autor

Um dos objetivos específicos desta tese trata dos reflexos do processo de expansão da RFEPCTnos diversos municípios que recebem os campi. O acompanhamento destes reflexos é de fundamental importância na avaliação do processo de expansão. Perguntados se “Os reflexos da implantação dos Campi são acompanhados de modo criterioso e científico por parte da Gestão dos Institutos” (Apêndice B, Grupo I, questão 5), obteve-se uma maioria absoluta de reitores de 79% que concordaram totalmente ou parcialmente com esta proposição. O que chama a atenção é que 21% dos atores pesquisados não concordam nem discordam. Considerando números absolutos tivemos neste questionamento 19 respondente, 4 assinalaram que “não concordo nem discordo”(Gráfico 6). Pode parecer pouco, a primeira análise, mas estamos trabalhando com um tipo específico de educação, cujo foco é o aumento da empregabilidade, a mobilidade social e o desenvolvimento de regiões, estados e do país. Como cada estado possui um instituto – pelo menos, salvo alguns casos – poderíamos deduzir que 4 institutos não têm esta preocupação de acompanhamento de modo criterioso e científico por parte da gestão.

0 10 20 30 40 50 60 16% 5% 16% 58% 5%

Gráfico 6 – Acompanhamento criterioso e científico por parte da gestão dos institutos dos reflexos da implantação dos campi da RFEPCT. Visão dos reitores da RFEPCT.

Fonte: o autor

Todo processo de expansão pressupõe a alocação de recursos para a sua estruturação e manutenção. O orçamento dos institutos passa necessariamente pelo crivo dos gestores maiores, apesar do processo crescente de descentralização destes na RFEPCT. Quando indagados se “Os recursos alocados para a expansão da RFEPCT são suficientes para a manutenção da rede ora existentes.” (Apêndice B, Grupo I, questão 6), (Gráfico 7) encontrou- se uma situação curiosa, pois 42% dos respondentes não concordaram total ou parcialmente enquanto 58% apresentaram um posicionamento completamente contrário – concordaram totalmente ou parcialmente com a proposição feita. Estes posicionamento é paradoxal por se tratar de uma única rede de educação, gerida e financiada por uma única fonte – o Ministério da Educação. Recomenda-se que o processo de expansão, no seu aspecto quantitativo, deva ser acompanhado pela manutenção dos seus aspectos qualitativos, garantindo a qualidade da educação que se tornou uma de suas maiores marcas, reconhecida por toda a sociedade brasileira. 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0% 0% 21% 42% 37%

Gráfico 7 – Recursos alocados para a expansão da RFEPCT são suficientes para a manutenção da rede ora existente na opinião dos reitores da RFEPCT.

Fonte: o autor

Ainda atendendo ao primeiro objetivo específico, ao serem indagados se fatores sociais pesaram na determinação dos novos campi da RFEPCT (Apêndice B, Grupo I, questão 7), constatou-se que 68% concordaram total ou parcialmente com esta afirmativa. Pode-se avaliar este posicionamento como positivo, mas 32% dos respondentes não coadunam com esta mesma impressão (Gráfico 8). Se o objetivo de todo sistema educacional é a transformação do cidadão e consequentemente da sociedade, esperava-se uma unanimidade neste aspecto principalmente se resgatarmos a história da rede federal, que nos primórdios, ainda nas Escolas de Aprendizes, segundo o Artigo 6º do Decreto nº 7.566, de 23 de setembro de 1909 (segundo redação da época), afirmava:

que o augmento constante da população das cidades exige que se facilite ás

classes proletarias os meios de vencer as difficuldades sempre crescentes

da lucta pela existencia;

que para isso se torna necessario, não só habilitar os filhos dos

desfavorecidos da fortuna com o indispensavel preparo technico e intellectual, como fazel-os adquirir habitos de trabalho proficuo, que os afastará da ociosidade ignorante, escola do vicio e do crime;

que é um dos primeiros deveres do Governo da Republica formar cidadões

uteis á Nação (BRSAIL, 1909, ART. 6, grifo nosso)

0 5 10 15 20 25 30 35 16% 26% 0% 32% 26%

Em outras palavras, está no cerne da criação da RFEPCT, a preocupação com os aspectos sociais, e esta preocupação deveria perpassar os locais onde os novos campi serão instalados. Historicamente as Escolas Técnicas e posteriormente os Centros Federais de Educação Tecnológica localizavam-se prioritariamente nos grandes centros, nas capitais dos estados. Com os sucessivos processos e programas de expansão buscou à capilarização desta educação de qualidade para municípios mais afastados e porque não dizer menos favorecidos pela sorte – parafraseando Nilo Peçanha. Não se ter uma unidade de visão neste aspecto, pode fazer com que não tenhamos no processo de expansão o atendimento dos anseios de comunidade, que acreditam e apostam na educação e formação técnica e profissional como elementos redentores das suas condições social e econômica.

Gráfico 8 – Influência dos fatores sociais na determinação dos novos campi da RFEPCT– Visão dos reitores da RFEPCT.

Fonte: o autor

Situação análoga à descrita anteriormente, as respostas quanto “A economia local e regional é considerada como fator prioritário quando da implantação dos novos campi da RFEPCT” (Apêndice B, Grupo I, questão 8) mostram que 63% dos respondentes concordam total ou parcialmente – no item anterior, referente aos fatores sociais para a determinação dos novos campi o percentual foi de 68% - e 37% assumem um posicionamento que varia de discordar totalmente, parcialmente e não concordar nem discordar (Gráfico 9). Traçando-se um paralelo

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 10% 11% 11% 26% 42%

com a influência dos fatores sociais, onde o percentual de opções nestas classes de respostas foi de 32% contamos que são pequenas as diferenças entre estes dois itens que impactam fortemente na escolha dos locais de instalação dos novos campi da RFEPCT.

Gráfico 9 – Influência dos fatores econômicos na determinação dos novos campi da RFEPCT segundo seus reitores.

Fonte: o autor

6.1.1.2 Reflexos do processo de expansão da RFEPCT. Resultados alcançados na visão dos