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5. MATERIAL E MÉTODOS

5.4. Métodos de avaliação da colmatação

5.4.3. Uso de equipamento de análise geofísica de investigação subterrânea: Georadar

5.4.3.2. Realização das prospecções

Como o substrato de preenchimento dos SACs-EHSS é de granulometria diversa, que atrapalha a movimentação do equipamento sobre sua superfície, atritando e causando desgaste no sistema de rolamento do carrinho, foi preciso colocar placas sobre a superfície dos leitos dos SACs-EHSS, proporcionando nivelamento essencial para a obtenção de perfis mais retilíneos e com menor interferência de trepidações do equipamento.

A escolha do material dessas placas também é importante, já que, dependendo de sua constituição pode haver atenuação do sinal do equipamento Georadar. Chapas metálicas, por exemplo, não são recomendáveis, tendo sido utilizados tatames de plástico e placas de madeira. A antena de 200 MHz, como está presa à uma superfície lisa, que é o trenó, dispensou o uso de placas para movimentação do equipamento em aéreas não alagadas.

Por apresentarem escoamento superficial em alguns trechos, com grandes lâminas de água no início do leito, outra preocupação por ocasião da montagem da estrutura para condução das

plástica nos pontos com alagamento com pequenas lâminas e menores depressões do leito, e em outros trechos, a solução foi a utilização de estrados de madeira, que propiciaram uma distância maior do contato com o líquido.

Além da regularização do nível do leito, com uso de placas, outra iniciativa para obtenção de bons e confiáveis perfis, foi a de promover o corte, o mais rente possível, da parte aérea da taboa. Assim, antes da realização dos ensaios, foi necessário efetuar o corte das plantas, o que foi feito no dia 30/07/14, para condução dos testes de sondagens no dia seguinte.

Por ter sido efetuado um corte muito raso nas plantas, a fim de possibilitar a colocação das placas e movimentação do equipamento, ocorreu prejuízo à rebrota de algumas plantas. Problemas semelhantes foram apontados por Morris e Knowles (2011) na utilização de métodos geofísicos para avaliação do grau de colmatação de SACs plantados.

O Filtro Grosseiro (FG) está em operação desde julho de 2014 e também neste foram geradas imagens utilizando-se o Georadar, sendo o objetivo das prospecções o de possibilitar uma avaliação comparativa de um leito limpo ou com possível progressão na obstrução dos poros do meio com o de dois SACs-EHSS, que já se encontram em estágio avançado de colmatação.

Demarcados os pontos a serem feitas as sondagens, o perfil de levantamento longitudinal foi feito com a passagem do equipamento do final do trecho da pedra de mão, na entrada dos SACs-EHSS e FG, até o início do trecho semelhante, na saída desses sistemas, totalizando 24,0 m de percurso (apenas na faixa preenchida com escória).

As prospecções transversais foram realizadas em seções pré-determinadas (1,0; 2,0; 3,0; 6,0; 11,0; 16,0; 21,0 e 24,0 m), a partir do início das unidades. Os trechos avaliados com a utilização do GPR estão apresentados nos esquemas da Figura 5.17. Os triângulos indicam a direção, da direita para esquerda, no caso dos perfis transversais (numerados), e do início para o final no perfil longitudinal. No FG, em função da necessidade de se complementar determinados trechos com brita, como pode ser observado na Figura 5.18d, pode-se obter apenas 6 perfis transversais (1,0; 2,0; 3,0; 6,0; 11,0 e 16,0 m). Entretanto, por estar em operação há pouco tempo, acredita-se que as últimas seções investigadas não diferem daquelas mais a jusante, o que não ocasionou prejuízos às análises.

Figura 5.17. Posições dos perfis longitudinais e transversais realizados por sondagens com

o GPR nos SACs-EHSS (a) e no Filtro Grosseiro (b).

Observa-se que foi estabelecido menor espaçamento entre seções transversais no início e maior no restante dos SACs-EHSS e FG, pois é no início que se esperam maiores variações no grau de colmatação desses sistemas.

Delimitado o trabalho e escolhido os equipamentos e materiais necessários, realizaram-se os ensaios para obtenção das imagens.

No dia 31 de julho de 2014, foram obtidos todos os perfis da unidade controle e Filtro Grosseiro e 7 dos 8 do SAC plantado. Alguns dos procedimentos realizados nesse dia podem ser observados no compilado de imagens da Figura 5.18, no SAC não plantado e plantado e

a)

tatames encaixados, o local de início do teste (após a pedra de mão), os equipamentos utilizados (antena de 1,6 GHz) e as condições do leito (escoamento superficial e a aparência da taboa, após o corte de sua parte aérea).

Figura 5.18. Sondagens dos perfis transversais no SAC C (a), SAC P (b) e FG (c). Em (d),

observa-se a situação do leito durante a obtenção dessas imagens no FG.

No dia 30 de outubro de 2014, realizou-se novo corte da parte aérea das plantas para a realização dos demais testes. Assim, no dia primeiro de novembro, a equipe voltou ao CePTS para a conclusão dos perfis transversais (1 da unidade plantada e todos os da Filtro Grosseiro) e os longitudinais. Na Figura 5.19, observa-se a realização das sondagens no sentido do comprimento.

Como já havia sido discutido anteriormente, no Filtro Grosseiro, que não tem pontos de escoamento superficial e foi utilizado o trenó (antena de 200 MHz), não foi necessária a disposição de tatame, lona plástica ou estrados de madeira na superfície do seu leito, para realização da prospecção de obtenção do seu perfil longitudinal. Na seção transversal do ponto 24,0 m do SAC P, como não há alagamento, a lona plástica também não foi necessária. Do final de julho ao início de novembro de 2014, houve piora no escoamento superficial dos SACs-EHSS, tendo sido necessário a utilização de estrados de madeira (mais altos) para impedir o contato do equipamento com a água.

a) b)

Figura 5.19. Perfil longitudinal no SAC C (lona plástica requerida) (a), no SAC P (estrado de

madeira) (b, c) e no FG (sem necessidade de cobrimento do leito) (d).

Antes do processamento das imagens obtidas com as prospecções, ainda é requerida mais uma etapa, realizada em campo, que é descrita a seguir.