4. Avaliação de processo do PCIP
4.1. Dimensões
4.2.7. Reavaliação da Criança
No que diz respeito à Reavaliação da Criança e aos seus responsáveis, da análise das entrevistas verificamos que na percepção dos entrevistados esta responsabilidade é do gestor de caso, sendo que a maioria refere que é sempre realizada com a participação de todos os intervenientes.
―Esta reavaliação normalmente é feita pelo gestor de caso, podendo o gestor de caso solicitar o apoio de outros técnicos da mesma equipa, para ajudar nesta reavaliação… depende da evolução, do desenvolvimento e da própria intervenção…‖ (Excerto entrevista 1)
―Pelos técnicos que estão a intervir. Pelo técnico que está a intervir com o apoio de outro técnico que solicite.‖ (Excerto entrevista 2)
―são aqueles que estão a participar no processo de intervenção que terão os momentos de avaliação.‖ (Excerto entrevista 3)
―Então, é pelo gestor de caso‖ (Excerto entrevista 4)
―Por todos os elementos do grupo envolvido, não é? É evidente que continuo a dizer que existe um gestor de caso, que será o que tutela ou que terá o papel mais activo e que definirá mais situações, enfim, mas estarão todos envolvidos, eu chamar-lhe-ia todos participantes, não é?‖
(Excerto entrevista 5)
Em relação à frequência de realização, as opiniões divergem, desde frequência anual, semestral ou a uma avaliação contínua no processo de intervenção.
―Um ano… Antes dum ano, nunca… Normalmente, não, não, não… e pronto… É mesmo um ano.‖
(Excerto entrevista 1)
―Não é trimestralmente, talvez de seis em seis meses, a meio do ano e depois no final do ano… (…) Mais ou menos… Eu acho que é semestralmente.‖ (Excerto entrevista 2)
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―Agora que esta avaliação tem que ser um processo contínuo de avaliação/intervenção e intervenção/avaliação, tem que ser.‖ (Excerto entrevista 3)
―é sempre que necessário. Poderá ser feita de uma forma formal ou informal sempre que se note, que a pessoa se aperceba que os objectivos foram atingidos‖ (Excerto entrevista 4)
―Eu penso que sempre que se torne necessário, mas por norma existe, funciona-se ainda por anos lectivos, é isto que está implementado, ainda funcionamos por anos lectivos, poderá ser que se mude, mas para já são os anos lectivos que estão, que imperam as distâncias. Não quer dizer e não significa que não se tenha que fazer, que não se sinta a necessidade de fazer uma avaliação intercalar, porque se previu outra situação, porque se sentiu uma necessidade, portanto é sempre, há sempre a hipótese de se reavaliar a qualquer momento. Formalmente, informalmente eu acho que existem duas avaliações, uma formal e outra informal e a informal eu acho que é quase contínua, porque o diálogo vai sempre existindo e portanto, parece que não mas de uma forma inata a avaliação vai sendo feita. (…) Na própria intervenção, exactamente.‖ (Excerto entrevista 5)
Quanto ao local de realização, apenas três dos entrevistados se manifestaram, sendo a unânime a afirmação de que é no contexto onde a criança se encontra.
―Mais uma vez no local onde a criança está.‖ (Excerto entrevista 1)
―Em contexto.‖ (Excerto entrevista 2)
―É uma questão, pronto, poderá ser feita, lá está, ou no equipamento onde a criança frequenta, ou no domicílio se for domicílio, portanto no local onde esteja a criança.‖ (Excerto entrevista 4)
Relativamente ao modelo desta reavaliação apenas um dos entrevistados refere que há modelos utilizados. Já relativamente aos instrumentos, apenas um dos entrevistados não emitiu conhecimento do facto e dos outros um referiu a utilização de um relatório técnico-pedagógico e outro referiu que o instrumento utilizado é o PIIP.
―existe pelo 3 de 20089 existe, existe o relatório de avaliação final, chamado relatório circunstanciado, mas no fundo é um relatório técnico-pedagógico feito pelos vários técnicos que intervêm e é esse que é utilizado para fazer… A reavaliação.‖ (Excerto entrevista 1)
―Sim, nesta fase há, há instrumentos. (…) Nesta fase eu acho que sim, há. Nesta fase existe, sim. Até porque é utilizado normalmente um instrumento formal e que essa passagem é feita para os pais, à família e para as educadoras e para quem está a intervir com a criança.‖ (Excerto entrevista 2)
―É o PIIP, é o programa individual, portanto o programa.‖ (Excerto entrevista 4)
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―Há modelos e instrumentos utilizados.‖ (Excerto entrevista 5)
Inquiridos sobre o envolvimento da família, todos expressam a opinião que ela é envolvida.
―Claro que sim … esta avaliação deve ser feita com a família…‖ (Excerto entrevista 1)
―A família está presente e depois dão o feed-back, portanto a família está sempre presente.‖
(Excerto entrevista 2)
―Não tenho ideia como é que o PCIP funciona, mas que deverá envolver a família em todo o processo de avaliação e devolver, terá que ter.‖ (Excerto entrevista 3)
―Está envolvida, sem dúvida.‖ (Excerto entrevista 4)
―Família também.‖ (Excerto entrevista 5)
Da análise dos questionários, verificamos que para a maioria das famílias questionadas, 63,04% as suas informações e opiniões são sempre tidas em conta nas avaliações da criança e para 23,91% só às vezes. Já para a totalidade dos técnicos estas são sempre tidas em conta.
Gráfico 42: Informações família avaliações Gráfico 43: Informações família avaliações
– Famílias – Técnicos
Fonte: Inquérito às famílias Fonte: Inquérito aos técnicos
No que diz respeito à devolução da informação desta reavaliação, podemos verificar a percepção dos entrevistados na análise das entrevistas que existe um documento escrito e a realização de uma reunião. O entrevistado 3 já se tinha referido a esta categoria quando respondeu à questão sobre o envolvimento da família, dizendo que a informação tinha que ser devolvida.
―tem que assinar também (A.R.S. – E a devolução da informação, aqui já há um registo escrito, este relatório, quando diz que a família tem que assinar…) Exactamente, claro que sim, claro que sim.‖ (Excerto entrevista 1)
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―Para já em reunião, faz-se uma reunião e depois dessa reunião há-de sair um documento escrito, não é, que a família depois também fica com a cópia e tem acesso, fica sempre com esse documento.‖ (Excerto entrevista 4)
―Também por diálogo e por articulação conjunta de todos os elementos. (…) A família tem sempre em posse o seu documento, como todos os elementos têm o documento em posse.‖ (Excerto entrevista 5)