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Parte 3: Metodologia do trabalho de campo

3.1. Recolha de Campo

A cidade de Lisboa foi escolhida como o ponto central do trabalho de campo por haver uma relação direta entre o aprofundamento teórico do projeto e a cidade. Através do caso de Alfama54, como de outras situações por mim experienciadas antes do início da investigação, criei um rumo ao nível bibliográfico baseado nos diversos eventos que vinha assistindo nesta cidade.

O meu interesse da pesquisa passou pelo mapeamento dos significados sociais do ruído no meio urbano, neste caso na cidade de Lisboa. Desde o início entendi que seria necessário descobrir casos de estudo diferenciados, para que fosse possível evidenciar as diversas problemáticas surgidas na fase de análise do estado da arte. A melhor maneira para documentar este mapeamento não podia acontecer apenas com um caso explorado ao limite. Neste sentido, tornou-se necessário efetuar uma pesquisa multissituada, ou seja, em múltiplos locais de observação, devido à amplitude que o projeto iria implicar, como também pela complexidade em delimitar a noção de ruído num contexto social e cultural. De acordo com Marcus (1995), este tipo de pesquisa, “autoconsciente do seu embutimento no sistema-mundo, e associada com o pós-modernismo, sai dos lugares tradicionais de pesquisa etnográfica para examinar a circulação de significados culturais, objetos e identidades no tempo- espaço difuso” (Marcus, 1995:79).

Numa primeira fase, a pesquisa foi delineada através da possível recolha de dados provenientes das entidades reguladoras de ruído mais importantes, nomeadamente a Polícia de Segurança Pública e a Câmara Municipal de Lisboa. Estes

dados, na sua maioria estatísticos, iriam fornecer as análises destas entidades tanto sobre o espaço acústico da cidade de Lisboa como outras informações referentes ao ruído de vizinhança, tornando-se a base essencial para a definição dos lugares de pesquisa.

Inicialmente a procura dos casos de estudo demonstrou-se complexa por duas razões. A primeira prendia-se com o lado burocrático das próprias entidades reguladoras, que se mostraram pouco recetivas para colaborar com pesquisas como esta. A outra estava relacionada com o facto de que o fenómeno do ruído de vizinhança, apesar de ser comum, é um assunto pouco discutido pela sociedade civil, dificultando o acesso direto a certos casos de conflitualidade ao nível doméstico. Mesmo assim, achei que poderia ter uma boa oportunidade ao começar a investigação através das entidades responsáveis pela fiscalização do ruído em Lisboa.

Confiante na colaboração da Polícia de Segurança Pública (PSP), através de uma entrevista formal como primeiro ponto de contacto, defini um questionário enviado à Direção Nacional, Departamento de Formação, como também ao Departamento de Relações Públicas da Polícia de Segurança Pública. As perguntas foram genéricas e a entrevista, sendo ela aceite, seria do tipo semiestruturada, ou seja, o questionário partia de um plano geral, previamente composto, mas flexível com os “desvios” pertinentes para esta pesquisa. Numa forma básica o questionário foi o seguinte:

“Qual o número de queixas relacionadas com o ruído entre vizinhos recebidas pela PSP anualmente; que zona de Lisboa recebe mais queixas de ruído; qual o procedimento da PSP nestas situações de conflito; qual a relação do agente de autoridade com a vítima e o agressor; qual o perfil comum da vítima e do agressor; de que forma são aplicadas as coimas; como é constituída a base de dados das queixas”55.

Outro objetivo seria a criação de um protocolo com a PSP, no qual eu estaria disposto a fazer turnos nas esquadras que recebessem o maior volume de queixas referentes ao ruído de vizinhança, para que desta maneira eu tivesse a facilidade de presenciar o fenómeno e também de entrevistar os intervenientes desta tríade: a vítima, o agressor e o mediador (neste caso o polícia). Depois de três meses de diálogo (burocrático), esta entidade não mostrou qualquer tipo de interesse na

pesquisa, demarcando-se de quaisquer responsabilidades nesta matéria, tal como a resposta da Chefe Dulce traduz:

“Relativamente ao presente email, encarrega-me o Sr. Subintendente Luís Moreira, do Departamento de Formação da Polícia de Segurança Pública, de informar V.Ex.ª que, atendendo a que a matéria é de intervenção residual por parte da PSP, não é possível satisfazer o seu pedido. No entanto, poderá dirigir o seu pedido para os serviços camarários, dado à priori reunirem um maior volume de informação nessa matéria.” 56

Esta resposta foi um duro golpe para esta fase da pesquisa. Mas com o tempo comecei a dirigir a investigação para outras entidades e agentes sociais que de alguma forma se relacionavam com o fenómeno do ruído de vizinhança.

A minha pesquisa progrediu noutra direção, da qual o ponto de partida foi a leitura de jornais, maioritariamente online, por serem uma fonte disponível na internet, obtendo desta forma outras referências para a investigação. Jornais como o Público, Expresso ou o Diário de Notícias possuem inúmeras notícias relacionadas com a poluição sonora, ruído provocado por estabelecimentos noturnos, casos explorados pelas associações ambientais ou mesmo casos de agressão entre vizinhos nos quais o ruído foi a causa das desavenças. Tive acesso a variados casos de ruído de vizinhança ocorridos entre 2001 e 2012, em que descobri algumas pessoas relevantes para o trabalho de campo tal como o Sr. Luís Paisana da Associação de Moradores do Bairro Alto, o Dr. Romão Lavadinho da Associação de Inquilinos Lisbonense e o Dr. João Chumbinho dos Julgados de Paz.

Apesar de ter desistido da colaboração da PSP, tentei o apoio de uma outra entidade reguladora do ruído, neste caso a Câmara Municipal de Lisboa. Após enviar um requerimento para a Direção Municipal de Ambiente Urbano, a resposta não tardou e foi agendada uma reunião com um dos representantes deste departamento municipal, o Eng.º António Cruz57. A partir daqui surgiram outros contatos, sobretudo

de pessoas que telefonavam para a CML para fins de fiscalização do ruído proveniente de estabelecimentos noturnos, nomeadamente na zona do Bairro Alto. No caso da Associação de Moradores do Bairro Alto (AMBA), por ser um órgão criado pelos moradores das freguesias pertencentes a este bairro, facilmente se tornou viável

56 Resposta da PSP recebida via e-mail, setembro 2012. 57 Ver “Regulamento Geral do Ruído”.

conhecer sujeitos que sofriam com o barulho proveniente dos restaurantes, bares e outros tipos de estabelecimentos noturnos. A partir da entrevista feita ao Sr. Luís Paisana, entrei em contato com duas pessoas importantes para o meu trabalho, nomeadamente a Dona Ivone e o Chefe Costa58. Também comecei a divulgar o meu projeto de pesquisa em conversas com amigos e conhecidos, e naturalmente os seus casos pessoais começaram a surgir e a ser discutidos. Tanto amigos próximos como colegas de trabalho descreveram-me as suas próprias situações, distintas entre si: João e o vizinho que imita a sua música, Vasco e os galos do pátio da frente, Tejo Bar e as palmas “esfregadas “, entre outros.

Foi escolhido o método de abordagem qualitativa como o mais adequado aos objetivos visados, porque desta maneira conseguiria privilegiar o aprofundamento na pesquisa de campo e no contato direto com as pessoas envolvidas. Nas palavras de Alves-Mazzoti (2004), as pesquisas que utilizam metodologias qualitativas são “pesquisas cujo relevo é dado na compreensão das intenções e do significado dos atos humanos”, seguindo uma tradição interpretativa. Partindo do princípio de que os sujeitos agem de acordo com valores, crenças e perceções, esta pesquisa, de base qualitativa, demonstra que o sentido das ações humanas não se dá a conhecer de modo imediato, sendo necessária uma abordagem mais aprofundada ou seja, que “compreenda as inter-relações em jogo no contexto em análise” (Alves-Mazzoti, 2004:131).

Após um contacto prévio com os sujeitos, de forma a que pudesse agendar as entrevistas, foi importante refletir sobre a produção do roteiro dos questionários como também do tipo de registo audiovisual a ser feito dos espaços em análise. Devido à complexidade dos objetos de estudo (neste caso a “voz de fora” proveniente da habitação e do seu espaço envolvente, como também a de “dentro” do próprio sujeito), as entrevistas teriam que permitir desvios de rota, dependendo da imprevisibilidade de algum evento sonoro que ocorresse durante a sua realização ou do possível relato de acontecimentos passados que estivessem guardados na memória do sujeito. Nesse sentido, as entrevistas foram na sua maioria semiestruturadas, regidas por um roteiro que praticamente não seguiu a ordem preestabelecida, protegendo assim os “desvios” que fossem pertinentes para a interação com o entrevistado.

Para realizar as captações sonoras usei um gravador digital da ZOOM®, sendo

o modelo H2 o mais adequado, tanto por ter uma boa qualidade de captação como pelo tipo de gravação em estéreo, através de um ângulo de 120 graus, que se tornou essencial para os registos mais “paisagísticos” durante o trabalho de campo. Ao longo da pesquisa foi também necessário o recurso à fotografia, para que houvesse uma contextualização visual dos áudios capturados, tornando-se um dos aspetos mais importantes para o projeto final59. A câmara utilizada foi a Canon® 400D, com uma

resolução de 10 mega pixéis, suficiente tanto para as recolhas diurnas como noturnas. A captura de imagens, por ser fotográfica, revelou-se benéfica na recolha de campo devido à preferência dada à escuta enquanto principal instrumento de observação e análise dos eventos. Neste sentido, a minha disponibilidade percetiva foi dominada pela audição, remetendo a visão para um plano mais imaginário: ao querer recolher com o gravador de som a “imagem em movimento”, acabei por ter ao nível fotográfico a necessidade de encontrar o “som na imagem” ou seja, vislumbrar os territórios invisíveis que o som cria no espaço visual. Desta forma tentei capturar os campos subjetivos que resultam da relação entre som e espaço, ao experimentar conduzir o meu olhar através do campo acústico em que eu estava inserido. Por outras palavras, a intenção da recolha fotográfica não passou por um interesse objetivo ao nível da composição visual dos espaços em análise, ou seja, pela tentativa de fazer um registo neutro e ilustrativo da imagem destes espaços, mas foi o resultado da conjugação entre a minha localização no espaço físico, disponibilidade percetiva no momento da captura e do contexto sociocultural do lugar em análise60.

Mais do que delimitar o trabalho de campo de acordo com a visão de certos pesquisadores que me influenciaram neste tema, o lado subjetivo deste estudo exigiu um constante exercício da sensibilidade de escuta durante a análise de certos eventos (por via dos “passeios sonoros”), pelo facto de o som ser um fluxo instável ao nível do espaço e do tempo em certos ambientes sociais e culturais. Sendo assim, a minha pesquisa no terreno tornou-se uma experiência pessoal, devido à desconstrução de certos significados que eu enquanto sujeito criei ao longo da minha vivência em certos meios urbanos, sociais e culturais, como também pelo facto de eu ser produtor musical e de ter criado um treino auditivo específico, influenciado pelo meu ambiente de trabalho.

59 Ver capítulo “Instalação”.

3.2. Problemáticas

Ao observar a diversidade de casos encontrados referentes ao ruído de vizinhança, vividos tanto por pessoas do meu convívio social quanto por sujeitos que conheci ao longo do projeto, fiquei confiante em relação ao processo de recolha de campo. Porém, a familiaridade com estes sujeitos e com alguns espaços que eu próprio já conhecia antes mesmo da definição do meu projeto, poderia causar uma influência tanto no meu olhar como na própria escuta dos eventos. Sendo assim, foi importante entender de que maneira seria possível encontrar um caminho imparcial na recolha de campo, distanciando-me do “amigo”, como também do exercício ao nível da sensibilidade da escuta para conseguir gerir o distanciamento para com os espaços acústicos que eu previamente conhecia. Sendo assim, foi necessário, antes da recolha audiovisual, fazer diversos “passeios sonoros” nos locais em análise, de forma a conseguir “descomprometer” os meus sentidos (Westerkamp,1974) no momento da captura.

Outro ponto sensível na recolha de campo seria a relação com os “agressores” ou seja, os produtores de ruído. Em termos acústicos, a noção de culpa perante um ato invasivo para com o espaço alheio é dificilmente definida, sendo simplesmente descrita em decibéis pelo Regulamento Geral de Ruído. Em todo o caso, para haver uma ampla discussão deste tema seria necessário ouvir todas as vozes implicadas, independentemente da instabilidade de diálogo com pessoas que por vezes se demonstram intransigentes em “baixar o som”. Podemos afirmar que este facto, de não respeitarem os limites da propriedade alheia, poderá ser um indício de falta de abertura para o diálogo, nomeadamente quando à partida, aos olhos da lei, já existe a colocação deste tipo de sujeito enquanto infrator. Esta hipótese de impossibilidade de diálogo ou de uma recolha mais detalhada de informação por parte do agressor não se mostra à partida impeditiva, pelo facto de que o lado da “vítima” (com quem facilmente terei contacto devido à sua necessidade de partilha) parece suficientemente esclarecedor para o projeto, no sentido de já permitir a análise da influência do som no sujeito e das implicações socioculturais que influenciam a sua definição de ruído de vizinhança.

Ao nível da captação no terreno tive por vezes a dificuldade em conciliar o registo áudio com o fotográfico, pelo facto de possuir instrumentos distintos para

Músico profissional e amante da fotografia, a assistência do João pareceu-me interessante devido a esta inversão dos papéis: sendo uma pessoa habituada a escutar e produzir som, ele teria que captar visualmente essa produção, o que o obrigaria a compor a imagem com essa “matéria invisível” que provém da relação entre o som e o espaço físico. A proposta era que, nesta composição das imagens, João atendesse mais às formas como o som moldava o espaço do que se preocupasse com o enquadramento visual do entrevistado ou da fonte emissora de ruído. Inicialmente a proposta foi desafiadora, apesar da relutância do João “fotógrafo” que desejava enquadrar a imagem de forma ilustrativa e objetivar a composição visual. Propor a um produtor de imagens para capturar cenários visualmente pobres mas com riqueza ao nível acústico demonstrou-se pouco motivador, mas pareceu-me estimulante este exercício ao nível da sensibilidade percetiva do fotógrafo. Por vezes, João “entrou” nos registos de áudio com o “clic” da máquina, em momentos da entrevista acusticamente relevantes. Com pouca sensibilidade auditiva no momento da captura, acabei por condicionar a sua execução, ao propor que as fotografias fossem produzidas antes ou depois da entrevista, de forma a evitar a sua contaminação61.

Ao nível da escuta, senti que foi influenciada pela minha localização no espaço e pelo meu olhar perante um dado evento sonoro. Mesmo buscando sempre analisar objetivamente o espaço físico e emocional do sujeito, eu estive sempre envolvido pelos sons que escutava, tornando-se complexo deslocar-me da sua influência devido às configurações acústicas, sociais e culturais de um dado lugar, desestabilizando desta maneira a minha capacidade percetiva. Ao contrário dos outros órgãos dos sentidos, os ouvidos são expostos e vulneráveis. Os olhos podem ser fechados se quisermos enquanto os ouvidos estão sempre abertos. Os olhos podem focalizar e apontar à nossa vontade, enquanto os ouvidos captam todos os sons do horizonte acústico, em todas as direções (Schaffer, 1977).

Sendo assim fui obrigado a levantar a seguinte questão ao longo deste processo: como é que um investigador consegue exercer “distâncias” de observação no terreno, quando o som tem um efeito que influencia os nossos sentidos e consequentemente a forma como utilizamos os instrumentos de análise? Mais do que tudo, penso que é assumindo à partida que um evento sonoro tem um caráter subjetivo inerente e que os resultados dessa observação provêm de uma escuta

61Dependendo também da densidade sonora no momento do registo, houve casos, como no

instrumentalizada pelo observador, sendo então uma análise parcial dessa mesma realidade. Será no aprofundamento de novos métodos de recolha de campo, através de uma abordagem multidisciplinar, que poderemos retirar conclusões mais amplas mas que em simultâneo não menosprezem a análise interpretativa do observador.

É no constante diálogo entre a teoria e a prática que podemos evoluir no nosso trabalho de campo, mas é também na atenção das riquezas das nossas ferramentas internas, como é o caso da nossa perceção auditiva, que poderemos dar um maior contributo para o esclarecimento de fenómenos tão complexos como vislumbramos nas situações de ruído de vizinhança.

PARTE 4

Casos

4.1. Bordão

Hugo é finalista do mestrado de arquitetura e músico amador. Reside neste momento na freguesia da Pontinha onde passou a viver sozinho a partir de 2003, após a sua mãe ter mudado para outro apartamento no mesmo bairro. A sua casa possui três divisões, onde criou um atelier e o seu estúdio de música. Hugo passa muito tempo em casa, entre os seus trabalhos de arquitetura e produções musicais, recebendo quase todos os dias a visita de amigos ou colegas da faculdade. O apartamento situa-se na cave do prédio. A parede da sua sala é contígua a uma rua muito movimentada no período diurno. A vizinhança, tal como a freguesia, é constituída por uma população na sua maioria idosa, havendo uma grande concentração de comunidades imigrantes, provenientes dos PALOP e do leste da Europa. Na parede da sala Hugo tem acesso às dinâmicas acústicas do seu espaço envolvente, criando o seu próprio mapa imaginário, tanto da sua vizinhança, como da rua contígua ao seu prédio, tal como o próprio refere:

“O meu prédio está colado a umas escadas, ou seja uma janela é quase ao nível do chão e a outra janela está quase a dois metros de altura (...), isto aqui é uma cave, eu oiço tudo o que se passa aqui, ainda por cima isto é uma rua movimentada da Pontinha: tem um centro de saúde, duas oficinas, dois ou três cafés, uma padaria e um campo de futebol. Durante o dia é barulhento, oiço muitos carros a apitarem porque isto é uma rua pequena e estão sempre a parar carros em segunda fila. Oiço as pessoas mais idosas a falarem na rua de manhã. Como estou a dormir, às vezes acordo ao falarem muito perto da janela, mas como uma pessoa está aqui sozinha, por um lado acabo por sentir-me seguro porque sei que estou rodeado de

pessoas. À noite oiço muitas vezes pessoas a subir a correr, às quatro da manhã. Nunca aconteceu nada, mas por vezes assusto-me.”62

Hugo tem a possibilidade de escutar as dinâmicas da rua devido à localização do seu apartamento, mas também através da sua disponibilidade percetiva para com os sons que o rodeiam. Dois fatores particulares contribuem para a hiperconsciência da sua forma de escutar: o primeiro prende-se com o facto de que ele próprio sente a vulnerabilidade da sua exposição, devido ao fácil acesso exterior às janelas da sua sala, o outro está relacionado com o seu sono, tanto por ser leve como por acontecer em horários desconcertados com os da sua vizinhança:

“Eu começo a fazer barulho quando as pessoas se deitam, páro de fazer quando eles se levantam e eles começam a fazer quando eu me deito. Por exemplo, há uns banquinhos fora do meu prédio, mais ou menos junto à minha janela, e há uma escola secundária aqui perto e quando é a hora do almoço os miúdos sentam-se ali e fazem barulho. Mas como é uma

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