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5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS À LUZ DA FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

6.1 Recomendações

A partir das conclusões deste estudo, é possível propor diretrizes que orientem um plano de capacitação para os servidores técnico-administrativos da Unidade pesquisada pertinente às necessidades do Instituto pesquisado, visto que esta categoria de servidores é o alvo desta pesquisa e aquela que a pesquisadora representa junto a Pró-Reitoria de Gestão de pessoas.

Diretrizes para elaborar um plano de capacitação específico para a realidade dos servidores das áreas técnicas, apontam-se as seguintes:

1ª Diretriz – oferta de cursos a distância, manuais e apostilas com padronização das rotinas e com assuntos específicos para as atividades dos servidores das áreas técnicas tais como: criação de banco de dados, normas para

armazenamento de reagentes, entre outros. Pois como revelado na pesquisa, esses servidores não contam com cursos e treinamentos voltados para suas atividades na universidade embora eles demonstraram necessidade e interesse nesses tipos de treinamento. Além, disso, recomenda-se esse formato de curso, pois acredita-se que sejam suficientes para tratar de assuntos teóricos, que não demandem necessariamente prática, pois assim, a distância geográfica do campus no interior com a sede seria superada e os gastos logísticos de treinamento desses servidores, que são difíceis de serem supridos pela universidade e foram evidenciados como empecilhos para a capacitação, poderiam ser minimizados.

Propõe-se isto tendo por base que a própria universidade possui professores capacitados nessas áreas e que poderiam ser aliados na elaboração desses materiais de capacitação. Ressalta-se ainda que os manuais de padronização das rotinas serviriam como aliados no treinamento dos servidores recém-chegados nos setores, já que a capacitação dos novatos é uma das lacunas identificadas na pesquisa.

2ª Diretriz – oferta de cursos presenciais específicos e treinamentos com fornecedores: recomendam-se essas modalidades para situações em que os servidores necessitam da parte teórica e também da prática tais como: cursos de vidraria, primeiros socorros, operação de novos equipamentos, que os servidores relataram como necessários nessa pesquisa.

Para minimizar os custos, já que foi manifestado que a verba para capacitação é restrita, os treinamentos oferecidos pelos fornecedores poderiam ser contratados junto com a compra do equipamento, colocando este critério no edital de licitação e poderiam ser realizados no próprio Instituto, trazendo os fornecedores até o Campus para atingir o maior número possível de servidores do setor.

Já os cursos presenciais específicos poderiam ser realizados com servidores através do programa da PROGEPE de “Apoio às Iniciativas de Capacitação dos Servidores Técnicos-Administrativos”, que, como foi visto neste estudo, oferece um apoio à capacitação dos servidores mediante o pagamento da inscrição e até das mensalidades de cursos necessários para os servidores, restando apenas os gastos com transporte e alimentação que poderiam ser supridos com diárias do Instituto pesquisado.

3ª Diretriz – Incentivo a aprendizagem informal dos servidores mediante pesquisa na internet que de uma forma geral já são realizadas pelos servidores a

todo instante para situações diversas, conforme expressado nas falas de alguns entrevistados. Assim estaria se utilizando recursos já disponíveis no instituto.

Também os estágios de novos servidores nas diversas seções teriam um papel de introduzir os novatos na organização, além de aprender o funcionamento de todo o instituto e das relações dos setores. Desse modo poderiam criar um contato inicial com todos os servidores e se abriria a possibilidade de estabelecer interações de aprendizagem futuras.

Num segundo momento, os estágios poderão ser realizados à medida que forem necessários organizados pelas próprias chefias ou, em outros setores similares, aumentando o envolvimento das chefias na capacitação dos servidores, podendo até estimular ainda mais os servidores a se capacitarem, visto que existem indícios de que a postura da chefia possa interferir no envolvimento dos servidores com a aprendizagem para o trabalho.

4ª Diretriz – Reconhecimento, por parte das chefias, das interações informais dos servidores técnicos serem uma forma de aprendizagem criando espaços e momentos adequados para esta interação. Com o incentivo das chefias e também um acompanhamento das mesmas, no sentido de monitorar as aprendizagens realizadas dessa forma, se houve desenvolvimento do servidor, as lacunas que ele ainda precisa desenvolver também registrando essas interações para que a aprendizagem gerada não se perca, mas se torne parte da memória da organização, poderá se fazer com que os servidores reconheçam essa forma de aprendizagem como legitimadora de sua participação e contribuição na seção onde atuam. Esta aprendizagem informal ainda não tem sido valorizada, nem envolve as chefias no processo de aprendizagem dos servidores.

Diretrizes para elaborar um plano de capacitação que atenda os servidores técnico-administrativos das áreas administrativas:

As ações de capacitação podem seguir a mesma estrutura dos da área técnica, diferenciando-se apenas porque o conteúdo desta aprendizagem pode ser o mesmo para os diferentes setores administrativos visto que possuem atividades comuns, ou seja, os servidores técnicos-administrativos de setores diferentes podem realizar suas capacitações juntos já que realizam atividades semelhantes, diferentemente dos setores técnicos que possuem necessidades específicas.

1ª Diretriz – Oferta de Cursos de capacitação à distância, manuais e apostilas com padronização das rotinas e com assuntos voltados para as atividades dos servidores administrativos tais como: elaboração e arquivamento de documentos, legislação aplicada aos setores, cursos de ferramentas de informática, gestão de contratos, licitações. Todos esses cursos poderiam ser feitos a distância pelos mesmos motivos considerados para os servidores das áreas técnicas, como: falta de recursos financeiros e distância da sede, além de indisponibilidade de vagas para todos, conforme evidenciado na pesquisa. Contudo, existe um facilitador para estes cursos que é a oferta dos mesmos na internet, sem a necessidade de elaboração pela universidade. Além disso, os manuais de padronização das rotinas serviriam para treinamento dos servidores recém-chegados nos setores, já que a capacitação dos novatos é uma das falhas na capacitação identificada na pesquisa.

2ª Diretriz – Oferta de Cursos presenciais específicos, estes cursos seriam realizados para treinamentos específicos de ferramentas práticas do trabalho como: sistema de passagens e diárias, sistema de gestão patrimonial, processo de compras no serviço público federal, entre outros que necessitam também da parte prática para facilitar a execução da tarefa pelos servidores em seus locais de trabalho. Considera-se de extrema importância que esses cursos tenham relação com as atividades desenvolvidas para que tenham aplicação, do contrário, poderão não despertar o interesse, nem resultar em aproveitamento dos servidores e se tornar um investimento ineficaz, conforme foi evidenciado que a maioria dos entrevistados não foi capaz de identificar a aplicação dos cursos formais que já realizaram. Além disso, é importante considerar que o conhecimento de servidores veteranos e com mais experiência vivida na universidade poderia ser aproveitado, podendo atuar como instrutores nesse processo reduzindo os gastos com o financiamento de cursos fora da universidade.

3ª Diretriz – Incentivo a aprender na dimensão informal, mediante pesquisas na internet e estágio: podem acontecer até em setores externos à universidade, mas que tenham o conhecimento de determinado assunto necessário a organização, realizando um benchmarking.

Por exemplo, a gestão de documentos de outro órgão público federal, entre outras. Esta diretriz supriria a demanda dos servidores por essas interações com setores que desenvolvem atividades iguais as suas, além de propiciar uma interação para aprendizagem mais rica estimulando a criatividade dos servidores, visto que foi

revelado que as interações que se tem realizado internamente estariam limitando sua capacidade criativa. Estes estágios, também seriam parte da capacitação inicial dos novatos, que hoje carecem de uma capacitação adequada, segundo identificado na pesquisa. Esses servidores deveriam ter uma exposição inicial por todos os setores do Instituto tanto para conhecer o funcionamento e as rotinas, quanto para estabelecer um contato inicial com todos os servidores lotados na Unidade, a fim de oportunizar interações posteriores para aprendizagens que se fizerem necessárias.

4ª Diretriz – Reconhecimento das interações entre os servidores desse grupo como uma forma efetiva de aprendizagem, considerando que essas interações podem acontecer entre servidores de setores diferentes dependendo do assunto a ser tratado, pois existe semelhança nos processos e atividades, dando legitimidade a esse processo de aprendizagem informal para tirar dúvidas e resolver problemas já que a pesquisa indiciou ser uma das formas mais utilizadas, porém não valorizada pelos servidores.

Além disso, como recomendado para o grupo de técnicos é importante a participação das chefias nesse processo, como forma de incentivo à aprendizagem, visto que até o momento desta pesquisa as chefias se mostravam alheias ao processo de aprendizagem adotados pelos servidores técnicos-administrativos.

Acredita-se que a realização da capacitação dos técnicos-administrativos do Instituto pesquisado considerando estas recomendações poderá propiciar um acolhimento adequado aos novatos, aumento do reconhecimento da experiência dos servidores veteranos, além de melhorar a percepção dos mesmos em relação às ações de capacitação que vêm sendo realizadas e até mesmo em relação à valorização de seu trabalho e aproximação com as chefias nos setores onde ainda há distanciamento.

Adicionalmente, propõe-se a capacitação dos gestores desses servidores para entenderem seu papel na aprendizagem dos servidores e na atuação destes visando estimular a aprendizagem e desenvolvimento das competências funcionais em seus setores.

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