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H20 – Reconhecer a importância do patrimônio linguístico para a preservação da memória e da identidade nacional.

1 –

(ENEM, 2011)

Guardar

Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la. Em cofre não se guarda coisa alguma.

Em cofre perde-se a coisa à vista.

Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado. Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela, isto é, estar por ela ou ser por ela.

Por isso melhor se guarda o voo de um pássaro Do que um pássaro sem voos.

Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica, por isso se declara e declama um poema:

Para guardá-lo:

Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda: Guarde o que quer que guarda um poema: Por isso o lance do poema:

Por guardar-se o que se quer guardar.

MACHADO, G. Guardar. In: MORICONI, I. (Org.) Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. A memória é um importante recurso do patrimônio cultural de uma nação. Ela está presente nas lembranças do passado e no acervo cultural de um povo. Ao tratar o fazer po- ético como uma das maneiras de se guardar o que se quer, o texto

A. ressalta a importância dos estudos históricos para a construção da memória so-

cial de um povo.

B. valoriza as lembranças individuais em detrimento das narrativas populares ou

C. reforça a capacidade da literatura em promover a subjetividade e os valores hu- manos.

D. destaca a importância de reservar o texto literário àqueles que possuem maior

repertório cultural.

E. revela a superioridade da escrita poética como forma ideal de preservação da

memória cultural.

2 –

(ENEM, 2009)

Cuitelinho

Cheguei na bera do porto Onde as onda se espaia. As garça dá meia volta, Senta na bera da praia. E o cuitelinho não gosta Que o botão da rosa caia. Quando eu vim da minha terra, Despedi da parentaia.

Eu entrei em Mato Grosso, Dei em terras paraguaia. Lá tinha revolução, Enfrentei fortes bataia. A tua saudade corta Como o aço de navaia. O coração fica aflito, Bate uma e outra faia. E os oio se enche d’água Que até a vista se atrapaia.

Folclore recolhido por Paulo Vanzolini e Antônio Xandó. BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna. São Paulo: Parábola, 2004. Transmitida por gerações, a canção “Cuitelinho” manifesta aspectos culturais de um povo, nos quais se inclui sua forma de falar, além de registrar um momento histórico. Depreende-se disso que a importância em preservar a produção cultural de uma nação con- siste no fato de que produções como a canção “Cuitelinho” evidenciam a

A. recriação da realidade brasileira de forma ficcional.

C. formação da identidade nacional por meio da tradição oral.

D. incorreção da língua portuguesa que é falada por pessoas do interior do Brasil.

E. padronização de palavras que variam regionalmente, mas possuem mesmo

significado.

3 –

(ENEM, 2009) No decênio de 1870, Franklin Távora defendeu a tese de que no Brasil

havia duas literaturas independentes dentro da mesma língua: uma do Norte e outra do Sul, regiões segundo ele muito diferentes por formação histórica, composição étnica, costumes, modismos linguísticos etc. Por isso, deu aos romances regionais que publicou o título geral de Literatura do Norte. Em nossos dias, um escritor gaúcho, Viana Moog, procurou mostrar com bastante engenho que no Brasil há, em verdade, literaturas setoriais diversas, refletindo as características locais.

CANDIDO, A. A nova narrativa. A educação pela noite e

outros ensaios. São Paulo: Ática, 2003.

Com relação à valorização, no romance regionalista brasileiro, do homem e da paisa- gem de determinadas regiões nacionais, sabe-se que

A. o romance do Sul do Brasil se caracteriza pela temática essencialmente urbana,

colocando em relevo a formação do homem por meio da mescla de característi- cas locais e dos aspectos culturais trazidos de fora pela imigração europeia.

B. José de Alencar, representante, sobretudo, do romance urbano, retrata a temática

da urbanização das cidades brasileiras e das relações conflituosas entre as raças.

C. o romance do Nordeste caracteriza-se pelo acentuado realismo no uso do voca-

bulário, pelo temário local, expressando a vida do homem em face da natureza agreste, e assume frequentemente o ponto de vista dos menos favorecidos.

D. a literatura urbana brasileira, da qual um dos expoentes é Machado de Assis, põe

em relevo a formação do homem brasileiro, o sincretismo religioso, as raízes afri- canas e indígenas que caracterizam o nosso povo.

E. Erico Verissimo, Rachel de Queiroz, Simões Lopes Neto e Jorge Amado são ro-

mancistas das décadas de 30 e 40 do século XX, cuja obra retrata a problemática do homem urbano em confronto com a modernização do país promovida pelo Estado Novo.

4 –

(ENEM, 2011)

Entre ideia e tecnologia

O grande conceito por trás do Museu da Língua é apresentar o idioma como algo vivo e fundamental para o entendimento do que é ser brasileiro. Se nada nos define com clareza, a forma como falamos o português nas mais diversas situações cotidianas é talvez a melhor expressão da brasilidade.

O texto propõe uma reflexão acerca da língua portuguesa, ressaltando para o leitor a

A. inauguração do museu e o grande investimento em cultura no país.

B. importância da língua para a construção da identidade nacional.

C. afetividade tão comum ao brasileiro, retratada através da língua.

D. relação entre o idioma e as políticas públicas na área de cultura.

E. diversidade étnica e linguística existente no território nacional.

Competência de área 7 – Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes lin- guagens e suas manifestações específicas.

H21 – Reconhecer em textos de diferentes gêneros, recursos verbais e não ver-

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