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H17 – Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e per manentes no patrimônio literário nacional.

1 –

(ENEM, 2009) Gênero dramático é aquele em que o artista usa como intermediária

entre si e o público a representação. A palavra vem do grego drao (fazer) e quer dizer ação. A peça teatral é, pois, uma composição literária destinada à apresentação por atores em um palco, atuando e dialogando entre si. O texto dramático é complementado pela atuação dos atores no espetáculo teatral e possui uma estrutura específica, caracterizada: 1) pela presença de personagens que devem estar ligados com lógica uns aos outros e à ação; 2) pela ação dramática (trama, enredo), que é o conjunto de atos dramáticos, maneiras de ser e

de agir das personagens encadeadas à unidade do efeito e segundo uma ordem composta de exposição, conflito, complicação, clímax e desfecho; 3) pela situação ou ambiente, que é o conjunto de circunstâncias físicas, sociais, espirituais em que se situa a ação; 4) pelo tema, ou seja, a ideia que o autor (dramaturgo) deseja expor, ou sua interpretação real por meio da representação.

COUTINHO, A. Notas de teoria literária. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1973 (adaptado). Considerando o texto e analisando os elementos que constituem um espetáculo te- atral, conclui-se que

A. a criação do espetáculo teatral apresenta-se como um fenômeno de ordem indi-

vidual, pois não é possível sua concepção de forma coletiva.

B. o cenário onde se desenrola a ação cênica é concebido e construído pelo cenó-

grafo de modo autônomo e independente do tema da peça e do trabalho inter- pretativo dos atores.

C. o texto cênico pode originar-se dos mais variados gêneros textuais, como con-

tos, lendas, romances, poesias, crônicas, notícias, imagens e fragmentos textuais, entre outros.

D. o corpo do ator na cena tem pouca importância na comunicação teatral, visto

que o mais importante é a expressão verbal, base da comunicação cênica em toda a trajetória do teatro até os dias atuais.

E. a iluminação e o som de um espetáculo cênico independem do processo de pro-

dução/recepção do espetáculo teatral, já que se trata de linguagens artísticas diferentes, agregadas posteriormente à cena teatral.

2 –

(ENEM, 2012)

Ai, palavras, ai, palavras que estranha potência a vossa!

Todo o sentido da vida principia a vossa porta: o mel do amor cristaliza seu perfume em vossa rosa; sois o sonho e sois a audácia,

calúnia, fúria, derrota... A liberdade das almas, ai! Com letras se elabora...

E dos venenos humanos sois a mais fina retorta: frágil, frágil, como o vidro

e mais que o aço poderosa! Reis, impérios, povos, tempos,

pelo vosso impulso rodam...

MEIRELES, C. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985 [fragmento]. O fragmento destacado foi transcrito do Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles. Centralizada no episódio histórico da Inconfidência Mineira, a obra, no entanto, elabora uma reflexão mais ampla sobre a seguinte relação entre o homem e a linguagem

A. A força e a resistência humanas superam os danos provocados pelo poder corro-

sivo das palavras.

B. As relações humanas, em suas múltiplas esferas, têm seu equilíbrio vinculado ao

significado das palavras.

C. O significado dos nomes não expressa de forma justa e completa a grandeza da

luta do homem pela vida.

D. Renovando o significado das palavras, o tempo permite às gerações perpetuar

seus valores e suas crenças.

E. Como produto da criatividade humana, a linguagem tem seu alcance limitado

pelas intenções e gestos.

3 –

(ENEM, 2009) Nestes últimos anos, a situação mudou bastante e o Brasil, normalizado,

já não nos parece tão mítico, no bem e no mal. Houve um mútuo reconhecimento entre os dois países de expressão portuguesa de um lado e do outro do Atlântico: o Brasil descobriu Portugal e Portugal, em um retorno das caravelas, voltou a descobrir o Brasil e a ser, por seu lado, colonizado por expressões linguísticas, as telenovelas, os romances, a poesia, a comida e as formas de tratamento brasileiros. O mesmo, embora em nível superficial, dele excluído o plano da língua, aconteceu com a Europa, que, depois da diáspora dos anos 70, depois da inserção na cultura da bossa-nova e da música popular brasileira, da problemática ecológica centrada na Amazônia, ou da problemática social emergente do fenômeno dos meninos de rua, e até do álibi ocultista dos romances de Paulo Coelho, continua todos os dias a desco- brir, no bem e no mal, o novo Brasil. Se, no fim do século XIX, Sílvio Romero definia a lite- ratura brasileira como manifestação de um país mestiço, será fácil para nós defini-la como expressão de um país polifônico: em que já não é determinante o eixo Rio-São Paulo, mas que, em cada região, desenvolve originalmente a sua unitária e particular tradição cultural. É esse, para nós, no início do século XXI, o novo estilo brasileiro.

STEGAGNO-PICCHIO, L. História da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2004 [adaptado]. No texto, a autora mostra como o Brasil, ao longo de sua história, foi, aos poucos, construindo uma identidade cultural e literária relativamente autônoma frente à identidade europeia, em geral, e à portuguesa em particular. Sua análise pressupõe, de modo especial, o papel do patrimônio literário e linguístico, que favoreceu o surgimento daquilo que ela

chama de “estilo brasileiro”. Diante desse pressuposto e levando em consideração o texto e as diferentes etapas de consolidação da cultura brasileira, constata-se que

A. o Brasil redescobriu a cultura portuguesa no século XIX, o que o fez assimilar no-

vos gêneros artísticos e culturais, assim como usos originais do idioma, conforme ilustra o caso do escritor Machado de Assis.

B. a Europa reconheceu a importância da língua portuguesa no mundo, a partir da

projeção que poetas brasileiros ganharam naqueles países, a partir do século XX.

C. ocorre, no início do século XXI, promovido pela solidificação da cultura nacio-

nal, maior reconhecimento do Brasil por ele mesmo, tanto nos aspectos positivos quanto nos negativos.

D. o Brasil continua sendo, como no século XIX, uma nação culturalmente mestiça,

embora a expressão dominante seja aquela produzida no eixo Rio-São Paulo, em especial aquela ligada às telenovelas.

E. o novo estilo cultural brasileiro se caracteriza por uma união bastante significati-

va entre as diversas matrizes culturais advindas das várias regiões do país, como se pode comprovar na obra de Paulo Coelho.

4 –

(ENEM, 2012)

Verbo ser

QUE VAI SER quando crescer? Vivem perguntando em redor. Que é ser? É ter um cor- po, um jeito, um nome? Tenho os três. E sou? Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito? Ou a gente só principia a ser quando cresce? É terrível, ser? Dói? É bom? É triste? Ser: pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas? Repito: ser, ser, ser. Er. R.

Que vou ser quando crescer? Sou obrigado a? Posso escolher? Não dá para entender. Não vou ser. Não quero ser. Vou crescer assim mesmo. Sem ser. Esquecer.

ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992. A inquietação existencial do autor com a autoimagem corporal e a sua corporeidade se desdobra em questões existenciais que têm origem

A. no conflito do padrão corporal imposto contra as convicções de ser autêntico e

singular.

B. na aceitação das imposições da sociedade seguindo a influência de outros.

C. na confiança no futuro, ofuscada pelas tradições e culturas familiares.

D. no anseio de divulgar hábitos enraizados, negligenciados por seus antepassados.

Competência de área 6 – Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes lin- guagens como meios de organização cognitiva da realidade pela constituição de

significados, expressão, comunicação e informação.

H18 – Identificar os elementos que concorrem para a progressão temática e

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