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2. CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA

2.10. Recursos hídricos superficiais

O município de Araripina encontra-se inserido totalmente na Bacia Hidrográfica do Rio Brígida. A bacia do Rio Brígida (Unidade de Planejamento Hídrico - UP 11) é a segunda bacia hidrográfica de Pernambuco, compreendendo uma área de 13.561 km², o que representa 13,71% do Estado; quando se relaciona a sua potencialidade no tocante a área irrigável esta pode ser representada por três classes de potencial de irrigação, tais como: muito alta, alta e de médio potencial, sendo esta considerada a bacia de maior área irrigável (498.602 ha), de todas as bacias hidrográficas de Pernambuco, por isso tem sua importância a nível regional no que diz respeito ao quesito irrigação. O rio Brígida nasce no município de Exu-PE (PERH/PE, 1998).

Seus principais tributários são os riachos: da Ventania, dos Moraes, dos Cocos, São José, Marinheiro, Bom Jardim, São Pedro, Grande, Pitombeira, Conceição, Jatobá e do Bonito. Os principais corpos de acumulação são as lagoas: do Crispim, da Onça, Redonda, do Barro, do Alvino, Fechada, Seca, do Perigo, da Manga e do Arroz, além dos açudes: Lagoa do Barro (13.161.975m3), Barriguda (1.617.979m3), Araripina (Baixio - 3.702.230m3) e Rancharia (1.042.810m3). Todos os cursos d’água no município têm regime de escoamento intermitente e o padrão de drenagem é o dendrítico (CPRM, 2005).

O município do Crato e Barbalha encontra-se inseridos na sub-bacia do Salgado, localizada ao sul do Estado do Ceará. Compreende uma área de 12.865 km2, correspondendo a 8,76% da bacia no Estado, sendo o seu principal rio o Salgado com extensão de 308 km e engloba 23 municípios da região do Cariri (ANA, 2005). Os principais afluentes do rio Salgado são: o rio Batateiras e o riacho dos Porcos no sopé da encosta da Chapada do Araripe, numa altitude de 800 m. O rio Salgado é um dos principais afluentes do Jaguaribe, pela margem direita. Ele desemboca no Jaguaribe na altura do município de Icó, abaixo do açude Orós (HISSA, 2005). Conforme informações do Comitê da sub-bacia hidrográfica do rio Salgado, nela destacam-se entre os seus principais tributários: riacho batateiras, rio granjeiro, riacho saco lobo, riacho dos macacos, riacho dos carás, riacho dos carneiros, rio Salamanca, riacho missão velha, seco e dos porcos.

No Estado do Ceará, a drenagem superficial é representada pelos altos cursos da bacia do Jaguaribe. O Rio Jaguaribe é formado no seu alto curso pelos rios Bastiões que procede do Araripe, Cariús que nasce em Santana do Cariri e Salgado que drena toda a região do Cariri cearense e desempenha a principal relação entre os sistemas aqüíferos da bacia do Araripe (BRASIL, 1996).

A sub-bacia do Salgado abrange 23 municípios: Abaiara, Aurora, Baixio, Barbalha, Barro, Brejo Santo, Caririaçu, Cedro, Crato, Granjeiro, Icó, Ipaumirim, Jardim, Jati, Juazeiro do Norte, Lavras, Mauriti, Milagres, Missão Velha, Penaforte, Porteiras, Umari e Várzea Alegre. Em função de sua abrangência esta se divide em cinco micro-bacias com aproximadamente 650 açudes, onde apenas 13 (sendo sete federais, quatro estaduais e dois municipais) reservatórios são gerenciados e monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos – COGERH. Esta bacia apresenta grande potencialidade, mais especificamente no Cariri, onde se destaca a Bacia Sedimentar do Araripe e também se situam os melhores aqüíferos e fontes naturais. O principal açude público do município do Crato é o Thomaz Osterne Alencar, com capacidade de 28.787.000 m3.

O Rio Salgado nasce na Fonte da Batateira, no sopé da Chapada do Araripe, município do Crato. Denominado inicialmente por Rio Batateiras, percorre áreas da encosta e da zona urbana do Crato e recebe as contribuições do Rio Granjeiro e do Rio Lobo. Este no município de Juazeiro do Norte recebe o nome de Rio Salgadinho e as contribuições do Rio Carás e do Riacho dos Macacos. O Rio Salgado em Missão Velha recebe a contribuição do Rio Salamanca, tendo como ponto limite da referida área a Cachoeira de Missão Velha.

O Rio da Batateira pertence à subbacia hidrográfica do Rio Salgado. Sua área de drenagem total corresponde a aproximadamente 1.864,1 Km2, com suas principais nascentes na cidade do Crato. Esse recurso hídrico também drena o município de Juazeiro do Norte, quando recebe a denominação de Salgadinho e depois Rio Salgado, principal afluente da margem direita do Rio Jaguaribe (MAGALHÃES, 2006).

O município de Marcolândia-PI encontra-se inserido na Bacia do Rio Piauí/Canindé/Poti, que localiza-se no compartimento sudeste do Estado, com área aproximada de 75.000 km2, equivalentes a 29,7% da bacia do Parnaíba.

A bacia do Canindé/Piauí tem três rios principais (ANA, 2005):

 O rio Canindé, que nasce na Serra Dois Irmãos, município de Acauã, nos domínios do embasamento cristalino, a cerca de 600 m de altitude. Destacam-se como seus principais afluentes: riachos Boqueirão e da Fortaleza e rios Itaim, Salinas e Marçal;

 O rio Piauí, que tem como formadores, ribeirão oriundo da Serra das Confusões e sangradouro de lagoa localizada na Serra do Caracol, ambos a 600 m de altitude, no domínio do embasamento cristalino;

 O rio Itaim, afluente do Canindé, que nasce a 700 m de altitude, no município de Curral Novo do Piauí, junto à fronteira com a Bahia, num prolongamento da Serra Dois Irmãos, também no domínio do embasamento cristalino. São afluentes de destaque: rios São Lourenço, Mulungu, Fundo, Fidalgo e Mucaitá.

Os rios apresentam regime intermitente, em função da formação geológica e geomorfológica da bacia. Os cursos d´água nascem no embasamento cristalino, com fraca condição de retenção da água, leva também em consideração as baixas e irregulares precipitações ocorridas na área. Ao percorrerem a bacia sedimentar os rios eventualmente podem adquirir caráter de perenidade, pois, passam a receber contribuição de água subterrânea fornecida pelos aqüíferos principais, como o Serra Grande e Cabeças. A

orientação geral dos cursos d’água se faz em direção à calha do rio Parnaíba, porém seus trajetos são controlados pela estruturação transversal das rochas por onde passam o que confere à bacia uma forma de leque (ANA, 2005).