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6. ANALISE E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

6.1 As práticas de acolhimento domiciliar x alcance dos objetivos do Programa Melhor

6.3.6 Redes de atenção x fluxo de pacientes

O objetivo aqui é discutir a atuação das redes de atenção e saúde e o aperfeiçoamento do fluxo de pacientes. Com relação ao que concerne à melhora do fluxo de pacientes, o entrevistado garante que a estruturação das redes é um agente que causa essa dinamicidade do fluxo de usuários por serviços públicos de saúde, pois a rede possibilita criar um protocolo de responsabilidades e a partir deste, direcionar os pacientes conforme a demanda de atendimento.

Sim, como a rede cria uma espécie de protocolo de responsabilidades além de evitarmos internações desnecessárias, podemos direcionar os pacientes conforme as suas peculiaridades de atendimento e locomoção.

No entanto, como já falei a atenção básica não dispõe de condições favoráveis de ofertar e absorver a sua demanda. B

Sim, afinal as redes direcionam o fluxo de atendimento. A

Percebe-se que o direcionamento dos pacientes está de acordo com o seu perfil epidemiológico. No entanto, o entrevistado é enfático ao afirmar que existem pacientes que deveriam ser atendidos pela rede municipal, mas estão na rede estadual.

Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde Pública no que concerne ao tempo de internação, a média de permanência em dias do paciente no 1° semestre de 2013 para os três hospitais da capital (Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, Hospital Dr. Giselda Trigueiro e Hospital Dr. José Pedro Bezerra) foi de aproximadamente 62 (sessenta e dois) dias, sendo que de forma individual é constatado 56 (cinquenta e seis dias) para o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, 61 (sessenta e um dias) para o Hospital Dr. Giselda Trigueiro e 69 (sessenta e nove dias) para o Hospital Dr. José Pedro Bezerra (SESAP, 2013).

No que tange à taxa de desospitalização, ou seja, liberação de leitos de internação para outros pacientes, os dados encontrados no período de janeiro a junho de 2013 mostram que o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel obteve a otimização dos leitos. Neste período, a Unidade de Gerenciamento de Leitos em parceria com o SAD inseriram no Atendimento Domiciliar 349 (trezentos e quarenta e nove pacientes), os quais estavam internados no Hospital. Os demais hospitais não encaminharam para a SESAP a produção referente a taxa de desospitalização (SESAP, 2013).

Apesar dos avanços, conforme exposto nos dados acima, a situação da saúde demanda cuidados e atenção dos gestores, pois tem sido comum nos mais diversos meios de comunicação, notícias sobre a dificuldade de acesso a serviços de alta complexidade e de vagas de internação, até mesmo quando estes estão amparados pela justiça, ou seja, ocorre o descumprimento da nos dois lados de atuação.

No entanto, como já exposto pelo próprio entrevistado os resultados não são os mais satisfatórios pelo fato da estrutura de alguns parceiros não a ser a mais favorável para o atendimento das demandas. Um ponto importante nos argumentos do entrevistado diz respeito à possibilidade das redes de atenção em saúde mostrar in loco a

gravidade dos problemas enfrentados e os caminhos necessários para resolução dos mesmos.

As redes possibilita verificarmos como está sendo desenvolvido no processo de trabalho e quais os avanços e dificuldades estão sendo encontradas no nosso dia-a-dia de trabalho.

... Temos dificuldades relacionadas à capacidade financeira, atender a demanda crescente de serviços de saúde e de leitos de UTI, quantitativo insuficiente de equipamentos e os que temos já estão defasados tecnologicamente, e de profissionais no âmbito estadual e para atender a rede pública nos municípios. B

Nota-se que a gestão baseada nas redes de atenção em saúde, é mais do que pactuação, é um elementos de tomada de decisão, pois ao ter conhecimento das demandas e dificuldades os gestores possuem condições palpáveis de analisar e escolher as melhores alternativas para os problemas enfrentados.

Conclui-se com a análise dessa categoria que a estruturação das redes de atenção em saúde ocorre através de mecanismos de pactuação, entre órgãos, esferas e entidades públicas e privadas, capazes de melhorar e ampliar o processo de oferta de serviços públicos.

Fica evidente nas falas do entrevistado que o foco da estruturação das redes de atenção está voltado a possibilitar uma forma alternativa de combater os problemas de estrutura física e profissional, e assim poder dar prosseguimento ao tratamento dos usuários de forma ininterrupta via contratualização e/ou termos de compromisso.

No entanto, a rede é muito mais que direcionamento e referenciamento das demandas. Na verdade, a rede é o retrato da assistência, ou seja, as redes de atenção refletem o mapa situacional do que é a política de saúde e como ela está sendo operada, pois com tal desenho é possível avaliar as estruturas físicas, de equipamentos e de profissionais em determinado território, o nível de interação entre os parceiros, o perfil da assistência, ou seja, atributos capazes de auxiliar no processo de tomada de decisão.

6.4 – Unidade de gerenciamento de vagas x redução dos custos de internação

A insuficiência de vagas e leitos é um dos grandes problemas que os gestores que atuam no Sistema Único de Saúde necessitam atender. Para superar esse problema a gestão dos leitos e vagas se torna imprescindível e inevitável, pois ao gerenciar a

demanda é possível otimizar a rotatividade e disponibilidade de vagas e leitos de internação.

No entanto, administrar esse déficit não é algo tão simples de ser realizado. Não basta apenas conhecer o quantitativo de leitos instalados e a demanda por tais procedimentos. Gerenciar os leitos envolve conhecer o perfil epidemiológico dos pacientes e a partir deste ponto atribuir responsabilidades físicas e humanas para que o hospital o atenda de forma satisfatória e integra.

Vê-se que o grande desafio dos gestores está em preservar a capacidade de atendimento, ou seja, tornar o acesso mais dinâmico e melhorar o processo de alta. No entanto, essa é uma tarefa que demanda gestão e cuidados, pois enquanto o foco está em melhorar o acesso, do outro lado, tem-se um cenário de elevada demanda por tais serviços. Nessa conjuntura, o Hospital Walfredo Gurgel desenvolveu estratégias visando gerenciar os seus leitos e a atuação dos seus profissionais.

Assim, surgiu a Unidade de Gerenciamento de Vagas - UGV, que possui o objetivo de melhorar a utilização das vagas e ocupação dos leitos de forma resolutiva. Além desses indicadores o gerenciamento possibilita reduzir o tempo de espera, melhorar a utilização do layout (corredores), redução dos custos inerentes a internações desnecessárias, proporcionando assim o aperfeiçoamento dos fluxos de admissão, ocupação e alta hospitalar, com segurança e qualidade.

Esta categoria será analisada a partir da percepção dos respondentes sobre os custos de internação, a influência da UGV no processo de melhora do fluxo de pacientes e para a gestão hospitalar conforme exposto na Figura abaixo.

Figura 04: Unidade de gerenciamento de vagas x redução dos custos de internação Fonte: Dados da pesquisa, 2013.