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Reflexão crítica sobre o trabalho desenvolvido na Prática de Ensino Supervisionada

CONTEÚDOS E ATIVIDADES DESENVOLVIDAS: Tribute Ouverture de Chip de Stefano

4. Reflexão crítica sobre o trabalho desenvolvido na Prática de Ensino Supervisionada

A elaboração do presente dossier reflete todo um percurso que foi realizado ao longo do ano letivo 2015/2016 na Academia da Música e Dança do Fundão, onde a mestranda leciona desde o ano letivo 2008/2009, e com o acompanhamento da professora Catarina Cunha.

Inicialmente, a Prática de Ensino Supervisionada foi realizada com duas turmas – V Grau de Formação Musical Supletivo e Orquestra de Sopros A – ambas pertencentes à instituição. A escolha das turmas prendeu-se com as questões de compatibilidade de horários e por se presumir que reuniria as devidas condições para a realização do dossier. Contudo e, por aconselhamento do Orientador da Prática de Ensino Supervisionada, prof. José Carlos Godinho, a meio do 2º período letivo, existiu uma alteração das turmas, passando depois a trabalhar com a turma de II Grau de Formação Musical Articulado e com o Coro de I Grau. Desta forma, o 1º período desenvolveu-se em contexto de observação de aulas, resultando assim a criação de uma série de relatórios, e o 2º e 3º períodos corresponderam a uma fase de lecionação/ intervenção letiva da minha parte.

Todo este percurso acabou por se mostrar bastante enriquecedor, pois tive a possibilidade de contactar com vários alunos novos e desconhecidos por mim, com métodos de ensino diferentes e até com novas realidades musicais. Tornou-se assim, uma nova aprendizagem para a minha carreira profissional.

Tive a oportunidade, de a longo prazo, melhorar a forma como planificava uma aula, que conteúdos e estratégias deveria aplicar, controlar o tempo de aula e até, saber contornar certas questões levantadas pelos alunos durante uma aula.

Estando a realizar a minha Prática de Ensino Supervisionada em turmas, das quais não sou professora titular, devo antes de mais, agradecer a disponibilidade dos meus colegas por me aceitarem a trabalhar com as suas turmas e por disponibilizarem do seu tempo de aula para que eu pudesse trabalhar com os alunos. Agradecer também aos alunos que me receberam de forma bastante gratificante e que colaboraram com a minha participação nas suas aulas. Demonstraram-se sempre interessados e muito participativos.

Semanalmente, realizei o relatório de observação de aulas, das quais apenas observei, e na altura em que lecionei as aulas, realizei as devidas planificações. Inicialmente foi um processo difícil de gerir, pois o nosso tempo é muito “curto” e muitas vezes não conseguimos fazer tudo o que realmente devemos. No entanto, foi tornando- se uma aprendizagem e tornou-se mais fácil de as concretizar, percebendo inclusive a sua importância para a organização e gestão de uma aula.

A elaboração das planificações e relatórios de aulas, foram evidenciando-se ao longo do ano letivo como elementos fundamentais para o dia-a-dia de um professor.

 V grau de Formação Musical Supletivo – um aluno com grande gosto musical, mas que não pretende seguir música. Contudo, destaca-se o facto de ser muito trabalhador e de apresentar capacidades para a aprendizagem. As suas facilidades centravam-se sobretudo na componente rítmica e teórica, tendo maiores dificuldades na parte auditiva e melódica. O seu único problema, estava ao nível da pontualidade e assiduidade, comprometendo assim, muitas vezes a planificação das aulas estabelecida pela professora.

 Orquestra de Sopros A – classe de conjunto muito interessante e que trabalhava um repertório de qualidade e com alguma exigência técnica para alguns alunos. Contudo, apresentavam falta de estudo individual e de responsabilidade perante o processo de aprendizagem, pois apresentavam problemas ao nível da assiduidade e da pontualidade.

 II grau de Formação Musical Articulado – alunos muito bem comportados, interessados e com capacidades musicais. Eram muito participativos nas aulas e nas atividades extracurriculares. Alunos muito assíduos e pontuais.

 Coro de I grau – alunos com um comportamento complicado e que se distraíam com muita facilidade. Contudo, muito eficazes e colaboradores na execução das obras musicais. Apresentavam boas vozes, boas capacidades de apreensão e muito boa assiduidade.

Torna-se também importante, deixar um agradecimento especial à professora Catarina Cunha por toda a sua disponibilidade em me auxiliar na elaboração do dossier, através da entrega de documentação, e de toda a orientação e supervisão que exerceu ao longo de todo o ano letivo.

Ao professor José Carlos Godinho, por todos os conselhos e orientações que me foi fornecendo ao longo do meu estágio, de forma a poder atingir os melhores objetivos.

Não posso, antes de terminar esta reflexão, deixar de agradecer também a todos os que me apoiaram e nunca me deixaram desanimar ao longo deste ano letivo que foi extremamente difícil, a minha família. Que sempre acreditaram nas minhas capacidades e, que para além disso, me recordaram que ensinar os outros é realmente o que eu gosto de fazer.

A figura do professor deve ser vista também como alguém que se encontra em constante aprendizagem ao longo do tempo, sendo por isso também importante a realização da Prática de Ensino Supervisionada de forma a consolidar, não só as bases teóricas, mas principalmente a parte prática da aplicação das diferentes metodologias num processo de ensino-aprendizagem. Sendo por isso, também importante que um professor aprenda a se adaptar a diferentes realidades, fazendo a simbiose entre o que se aprende a nível académico com a aprendizagem diária. Deste modo, no decorrer da minha prática como professora tentei ser bastante coerente a nível pedagógico, adaptando-me aos alunos em questão, de forma a conseguir transmitir aos mesmos a devida informação da melhor forma, para que existissem as menores dúvidas possíveis e a evitar o seu desenvolvimento educacional.

Relativamente às questões de socialização com os alunos, procurei criar um ambiente agradável com os mesmos, para que todos me pudessem ver como um

exemplo a seguir, mas principalmente como elemento acessível às suas questões. Assim como, um veículo de transmissão de conhecimentos agradável e não opressora e tirana. Procurei sempre também estabelecer um bom ambiente entre os elementos da turma, procurando integrar os elementos mais fracos e a entreajuda entre eles na realização das tarefas propostas.

Para concluir, sinto que este ano letivo e a realização da Prática de Ensino Supervisionada me possibilitou uma nova aprendizagem como pessoa e como profissional, mas principalmente que permitiu estimular-me a uma aprendizagem contínua.

Parte 2 - Aprendizagem Musical na Idade Adulta: perceções