• Nenhum resultado encontrado

Reflexão das diferenças entre as planificações e avaliações do Pré-escolar e 1º Ciclo

No documento Educação pré-escolar (páginas 85-89)

minha ação

5.4. Planificação e Avaliação nas PES

5.4.3. Reflexão das diferenças entre as planificações e avaliações do Pré-escolar e 1º Ciclo

Planificar e avaliar fazem parte integrante de qualquer situação pedagógica. Planifica-se de acordo com determinados objetivos, em consonância com um contexto, age-se em conformidade com o plano, avalia-se o processo e a possibilidade de reformular a ação.

86 Planeamento é diferente de uma simples técnica. Planeamento é um processo de resoluções fundamentais. “Planeamento corresponde a um processo decisional

fundamentando que implica uma concepção estratégica global da ação pedagógica, a qual é depois operacionalizada de forma mais precisa e detalhada (Roldão, 2009).

A conceção estratégica global, implica decisões ao nível, das prioridades, da articulação, da sequência, da organização evolutiva e do fazer aprender todos e cada um dos alunos. Esta conceção não pode ficar só por um plano de intenções, porque possibilita ou não a aprendizagem dos alunos.

Em ambos os grupos onde intervim planificava o dia/semana com as crianças/alunos, para assim me aperceber dos seus interesses, necessidades e aprendizagens já efetuadas.

Ao nível do Pré-escolar a planificação ia totalmente ao encontro das necessidades, dificuldades e interesses das crianças, pois não havendo um currículo com conteúdos a cumprir esta planificação tornava-se mais simples. No 1º Ciclo, a planificação tinha que ser orientada conforme os conteúdos programáticos, devido a haver um currículo a cumprir, mas mesmo assim chegávamos sempre em grande grupo a um consenso sobre tarefas a desenvolver nos diversos conteúdos. Primeiramente dava- lhes a conhecer os conteúdos, para que a aprendizagem não se tornasse estanque, e depois em conjunto dialogávamos sobre possíveis atividades. Este procedimento era de extrema importância para mim, pois só assim poderia conhecer bem cada aluno, para de seguida planificar consoante estes. Neste trabalho de equipa, dava muito ênfase ao diálogo. Tal como cita Resendes et al (2002:26), os diálogos “vão mais além de simples

discussões, criando modalidades de interacção que provocam o aparecimento de formas alternativas de encarar tarefas e de resolver problemas”. Deste modo, era

obrigada a refletir sobre o meu trabalho, a analisar os fatores que originavam determinadas respostas e a descobrir outras possibilidades de resposta.

Assim sendo, em ambos os estágios supervisionados, dava oportunidades de as crianças planificarem o seu trabalho de acordo com as suas necessidades, havendo ao nível do 1º Ciclo a necessidade dos alunos conhecerem o currículo para poderem planificar o trabalho, avaliar conhecimentos e identificar dificuldades. Também eu tive que estudar e conhecer muito bem o currículo, para ter sempre presente uma visão de conjunto e da inter-relação dos elementos constituintes do programa, de modo que cada situação de ensino-aprendizagem constituísse uma peça de um todo.

87 No decorrer dos estágios para que pudesse mais facilmente ir ao encontro das necessidades e interesses das crianças/alunos apoiei-me em dois instrumentos, sendo eles as MA (ao nível do Pré-escolar) e os Cadernos de Formação (em ambas as PES). Estes instrumentos ajudaram-me a eleger os melhores objetivos para alcançar o que pretendia a nível de cada criança/aluno e também serviam para avaliar as competências das crianças do grupo.

O Caderno de Formação foi um instrumento bastante importante em ambas as PES. Através dele pude colocar as minhas frustrações, pensamentos, avanços e recuos, alegrias, motivações e medos ao longo dos estágios. Estas reflexões ajudaram-me muito no processo profissionalizante, ajudaram-me a pensar sobre a minha ação, a melhorar a minha prática e a enriquecê-la. Estas foram também uma mais valia nas minhas práticas, porque continham comentários da educadora cooperante e de ambas as supervisoras, dependendo do estágio. Através dos comentários amadureci nesta minha “caminhada”.

Também a avaliação era realizada diariamente e semanalmente com as crianças de ambas as instituições. Como pretendi e estimulei sempre um trabalho cooperativo, a avaliação era realizada em grande grupo. No final das atividades, o grupo/turma reunia- se para a comunicação das aprendizagens mostrando e falando dos trabalhos.

Ao nível da avaliação, haviam também diferenças relativamente aos grupos onde intervim. A diferença mais notória foi a da avaliação sumativa, ao nível do 1º Ciclo, onde foi dada por parte do agrupamento muito ênfase/peso aos testes do final do período letivo, sendo iguais para todos os grupos-ano do agrupamento. Tal como refere Fernandes (2005:89), “os testes são claramente os instrumentos mais valorizados e

utilizados pelos professores participantes, que tendem a avaliar exclusivamente conhecimentos correspondentes aos conteúdos de natureza académica constantes nos programas”. Posso concluir que não é dada importância à diferenciação pedagógica,

pois encaram-se todos os alunos como iguais, visto os testes serem iguais para todos. No capítulo II, aponto as avaliações como constrangimento da minha prática, exatamente por este facto.

Nas minhas PES dei mais ênfase a avaliação formativa, pois esta é inspirada no “paradigma construtivista”. Assim sendo, a avaliação das aprendizagens dos alunos desenvolvia-se em contexto, integrada no processo de ensino, com uma participação ativa dos alunos. Privilegiava a interação entre os alunos e entre estes comigo. Tal como cita Fernandes (2005:95),

88 “A avaliação deve ser feita in loco, junto dos alunos, para compreender os processos que estes utilizam na resolução das tarefas que lhes são propostas ou que escolheram resolver. Há uma ênfase nos processos de descrição, de análise e de interpretação da informação recolhida, processos qualitativos por natureza, mas não se desprezam os métodos quantitativos que permitam a agregação de dados”.

89

Capítulo VI – O trabalho cooperativo: do Pré-escolar ao 1º Ciclo

No documento Educação pré-escolar (páginas 85-89)