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6.4 Reflexão final da prática pedagógica de direção coral

Ao longo do ano, a minha experiência com a classe de conjunto foi muito interessante e compensadora, já que foi a primeira vez que orientei algumas aulas de um grupo, onde a execução musical era apenas cantar. Neste grupo, os temas trabalhados não eram propostos por mim, mas sim pelo professor titular do grupo coral.

Inicialmente a grande dificuldade que senti, foi a de criar empatia com os alunos, sendo um pouco mais velhos, viam-me como um intruso. Também não ajudou a questão de ser uma aula em que a linguagem usual é a cantada, acabou por ser mais difícil criar alguma ligação, principalmente dos alunos em relação a mim. Deste modo, tentei criar essa ligação e tentei uma aproximação com os alunos no momento do aquecimento.

Apesar de os exercícios que dinamizava não serem nada de mais e alguns deles não serem novos, era nesse momento que eu os tentava cativar, já que neste momento da aula, era possível comunicar com os alunos tentando explicar por palavras o que se pretendia retirar da voz, com a execução de um ou outro exercício. Nestas explicações, em muitos momentos, exemplificava o que pretendia que fizessem e, em muitas situações, nos exemplos que apresentava, utilizava sempre o exagero para demonstrar a razão para executarem o exercício ou cantarem de uma ou de outra forma. Julgo que, foi depois dos períodos do aquecimento no início das aulas, que os alunos começaram a ter uma postura diferente e aceitarem com mais agrado a minha presença.

Outro aspeto que fez com que em certos momentos a dificuldade do trabalho desenvolvido e a empatia que foi necessário criar, teve a ver com, para além de uma

deferentes de pensar, de estar e de reagir a diferentes situações. Para além do referido anteriormente, existem também divergências com o instrumento musical escolhido por cada aluno. Todos estes fatores, apesar de dificultarem o trabalho, acabaram por desenvolverem em mim uma grande força e vontade para gerir da melhor forma todas as situações que pudessem surgir ao longo dos vários ensaios, tentando criar um grupo coeso e mais uniforme possível.

Uma das coisas que mais me ajudou a criar uma relação de trabalho agradável com os alunos foi a escolha dos temas musicais pelo professor José Manuel Nunes. No Natal os temas trabalhados foram temas conhecidos pela maioria dos alunos, o que fez com que a aprendizagem e vontade de os cantar e apresentar em público fosse mais apetecível.

Relativamente a um dos temas preparados para o final do ano, onde a criatividade e a execução coral implicava que alguns dos naipes ao cantar imitassem o som de diferentes animais, acabou por ser uma forma agradável de trabalhar.

Para mim o trabalho desenvolvido com estes alunos, numa atividade de grupo coral, foi bastante enriquecedor, na medida em que me mostrou uma forma de trabalhar em grupo que até ao momento nunca tinha desenvolvido. Nas aulas de Educação Musical, ao longo da minha atividade profissional, o canto faz parte da dinâmica da aula, mas com grupos a cantar e a cantar a várias vozes, isso não tinha ainda trabalhado, tendo sido, como tal, uma aprendizagem e um trabalho muito enriquecedor.

Parte 2 – Projeto de Estudo

A UTILIZAÇÃO DO GÉNERO POP/ROCK

Introdução

Para Stefani (1985), a formação estética do individuo é um fator importantíssimo da formação e criação da personalidade da criança, jovem e do adulto, ou seja, do individuo no seu todo. A formação do homem, só está completa se se tiver em conta e bem presente a formação estética, já que esta formação é muito importante para o progresso total do individuo. Uma educação que não inclua e adote também os valores estéticos como uma componente essencial, não educa o homem na sua totalidade. Esta educação não limita, mas sim amplia as oportunidades e vontades de aprender e evoluir.

Desde sempre o homem teve necessidade de arte. Foi testemunha bem como, elemento participativo que sempre se relacionou com a beleza, criando-a, fruindo-a e pensando-a. A beleza é criada com a construção de algo que se poderá chamar de arte, mas é na parte da estética que a arte é pensada. No sentido da estética, refletimos sobre a arte e como tal se tem ou não algo de beleza, algo que nos agrada e nos convence no sentido de ser “lindo”.

Desta forma, e ainda segundo Stefani (1985), é primordial que a educação estética, dividida em várias partes, onde uma delas esteja virada para a preparação do individuo para a fruição, uma outra virada para a criação e uma última, não menos importante, direcionada para a reflexão.

Para que o homem atinja a plenitude da sua formação, nenhuma área pode ser menosprezada ou esquecida. Assim, é importante que se dê valor e o mesmo ênfase a todas e cada uma das áreas de formação, ou seja a parte ética; científica; tecnológica; social; religiosa; estética e artística.

Devemos de algum modo, salientar a importância da Educação Musical, no âmbito pedagógico-didático, num meio importante da interdisciplinaridade, onde várias áreas interagem, como, as Línguas, a Matemática, a Física, a instrumentalização, que acabam por de algum modo complementar o desenvolvimento integral do individuo.

A Música, é uma área que possui um espaço importante, como parte integrante de formação da pessoa humana, dentro da cultura de todos os povos. Essa importância ao longo dos tempos não tem sido em quantidade, mas tem vindo a melhorar algo, no que diz respeito à qualidade.

Deparo-me muitas vezes que, as aprendizagens são muitas vezes dadas com uma fraca representação e referencia musical, uma vez que, em muitos momentos os conteúdos a lecionar e o tempo para o fazer, não deixam muita margem de manobra, para que os alunos possam vivenciar, experienciar ou até mesmo, apenas ouvir temas onde os conceitos, conteúdos abordados estejam referenciados e possam ser percetíveis e compreendidos.

vertentes serão abordadas, como teorias Pedagógicas da Psicologia do desenvolvimento humano, aspetos também relacionados com a motivação dos alunos. Será também feita uma abordagem do perfil e as metodologias do professor, bem como a importância da família e a escola nas aprendizagens dos alunos. Irão ser abordadas algumas metodologias de diferentes Pedagogos Musicais, e a sua possível relação com este trabalho. Será feita uma abordagem da aquisição de conhecimentos tendo em conta a metodologia de Edwin Gordon, como uma forma de aquisição de conhecimentos musicais, mas mais numa vertente auditiva. Será feita uma breve referenciação histórica da música Pop/Rock e a prática instrumental Orff, como uma mais-valia no desenvolvimento das aprendizagens. Por fim e ainda nesta segunda parte, irei apresentar a metodologia utilizada, assim como as diferentes técnicas de recolha de dados, seguindo-se a análise dos dados, a conclusão e as referências bibliográficas.