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A geometria assume um papel importante na compreensão da realidade que nos rodeia e alguns tópicos geométricos permitem estabelecer relações com outras áreas da Matemática, nomeadamente com os conceitos de número e de medida, permitindo uma melhor aprendizagem e construção dos mesmos (NCTM, 2007).

Para ensinar, por exemplo, um conceito, é necessário ter um conhecimento suficientemente aprofundado e aperfeiçoado desse conceito que permita explicitá-lo, tornando-o claro e evidente e criar situações que conduzam à sua apropriação por parte do aluno. Atualmente procura-se que as crianças e jovens aprendam através da experimentação e da manipulação, sendo a geometria um meio para a criança conhecer o espaço. A compreensão da noção de medida inicia-se com as vivências dos alunos, nas experiências do dia-a-dia, bem como em outras áreas curriculares. É também amplamente reconhecida a necessidade do uso de materiais concretos, para que os alunos possam passar por experiências informais na compreensão dos atributos mensuráveis, de modo a estabelecer relações de grandeza entre os diversos atributos, ao longo dos diferentes anos de escolaridade (NCTM,

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2007). Os conceitos de perímetro e área são noções fundamentais, na Matemática e no seu quotidiano.

Esta investigação contribuiu para um melhor conhecimento do modo como se processa a aprendizagem dos conceitos de perímetro e área, tendo por base o geoplano, como material de concretização. O estudo permitiu evidenciar as potencialidades deste material, sobretudo no que favorece o desenvolvimento de estratégias que conduzem os alunos a uma melhor apreensão destes conceitos, bem como da forma como suprir as dificuldades experienciadas. Penso que os conceitos de perímetro e área carecem, sobretudo, de tempo para que possam ser trabalhados simultaneamente e evidenciar distinções entre esses conceitos. O geoplano é um material concreto muito adequado a este tipo de abordagem que conduz e apoia o aluno num processo de auto descoberta, ao ritmo do próprio aluno. Estas potencialidades são mais intensas no geoplano computacional que permite o tratamento de maior quantidade de tarefas e mais diversas, num espaço de tempo curto, sendo um instrumento de trabalho precioso para o desenvolvimento de tarefas propedêuticas. Pessoalmente foi muito importante conhecer as dificuldades e as estratégias dos alunos na resolução das tarefas com estes geoplanos e centradas nos conceitos de área e perímetro para que, enquanto docente, possa contribuir para uma melhor aprendizagem dos meus alunos, minimizando os constrangimentos existentes no processo.

Esta investigação permitiu-me fazer um balanço pessoal da minha prática pedagógica, refletindo sobre vários aspetos das tarefas no âmbito deste estudo, como por exemplo a natureza das tarefas, o vocabulário usado no enunciado das tarefas, as dificuldades e estratégias dos alunos no seu processo de aprendizagem e outros que abrangem todo o meu desempenho profissional: o papel do professor, o papel do aluno, a interação professor – aluno..., contribuindo para uma melhoria da minha postura enquanto professora. Desde o propósito do estudo, passando pela aplicação das tarefas, tudo contribuiu para uma maior consciencialização das dificuldades dos meus alunos. Para além disto, enquanto professora, sinto que me tornei mais consciente e atenta a todo o desenrolar do processo de ensino aprendizagem, processo sempre dinâmico e evolutivo, e com maior capacidade de análise das situações emergentes no trabalho em aula com os alunos.

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Anexos

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