5. Capítulo V – Parte pedagógica Planificação e desenvolvimento de uma aula
5.2 Reflexão da prática pedagógica
A presente fundamentação surge da necessidade para a concretização da teoria anterior- mente exposta, a saber, o contributo das novas tecnologias no ensino das ciências naturais. Então, decidiu-se apresentar uma proposta de planificação para dois blocos de noventa minutos do subtema “Proteção e Conservação da Natureza” do 8º ano de escolaridade. A professora começa a aula com uma introdução ao tema e sugere um debate sobre a seguinte questão: “O que entendem por proteção e conservação da natureza?” Esta questão tem uma relevância social e está inserida num contexto problemático da atualidade. Os alunos serão encorajados, de forma disciplinada, a verbalizar os seus pensamentos, opi- niões e manifestarem o seu espírito critico. Esta estratégia está centrada no exercício da argumentação, em que há uma justificação dos pontos de vista de cada um, em que se utili- za o contra-argumento de forma a promover a mudança nas representações dos participan- tes.
A visualização e discussão do filme sobre o ciclo da água pareceu-nos uma boa estratégia de aprendizagem. Visto que permite aos alunos consolidarem os seus conhecimentos. Também é eficaz para compreenderem o conjunto de ideias que estão associadas aos con- teúdos lecionados e à educação das ciências com a ajuda das TIC. Isto porque as imagens permitem que os alunos compreendam melhor os conteúdos e desenvolvam capacidades, resultando daí aprendizagens significativas e úteis na resolução de problemas sociais do quotidiano. Se explicarmos esses assuntos de uma forma oral, poderá ocorrer uma memori- zação de conceitos envolvidos, não ocorrendo a construção de conhecimentos. Sempre que possível devemos direcionar questões a todos os alunos, dando feedback, para que todos possam expressar os seus conhecimentos e que também possam confrontar os seus pensa- mentos com os dos colegas.
Depois, organiza-se a turma em grupos de quatro elementos para a realização de um traba- lho de pesquisa, para isso, os alunos deverão utilizar o PC, a internet e o manual adotado. Será distribuído uma folha a cada grupo, onde estão algumas questões, à partir das quais irão elaborar um pequeno texto sobre o referido assunto, para posteriormente o apresenta- rem à turma.Com este trabalho de grupo pretende-se que os alunos aprendam a trabalhar coletivamente, a escutar os seus pares, a posicionar-se, a escolher, a avaliar, a tomarem decisões, a respeitarem decisões diferentes, a argumentar, a dividirem tarefas, a terem oportunidade de construírem coletivamente o conhecimento, a desenvolver a sua autono-
mia. Tudo isto, são competências essenciais para a vida adulta. É preciso que o professor tenha cuidado para que a atividade não perca o sentido pedagógico, por isso, deve circular pela sala e observar todos os grupos, verificar se todos os elementos estão a trabalhar, deve sentar-se junto de cada grupo, com o intuito de ouvir as explicações que dão uns aos outros, intervir, direcioná-los e apoiá-los sempre que for preciso.
Os alunos deverão colocar os trabalhos de pesquisa no blog da turma. Este meio promissor leva o aluno ao conhecimento através da tecnologia contemporânea, visto que permite uma troca de conhecimentos entre o professor e o aluno e entre os alunos. Permite que os alunos tirem dúvidas e que o professor possa esclarecer essas dúvidas, divulgar os seus trabalhos e descobertas. Este método estimula os alunos a interessarem-se pela pesquisa, promove uma maior motivação e interesse. A sua adoção poderá promover uma maior motivação, (re) construção da aprendizagem e da própria prática pedagógica.
A exploração do PowerPoint “O ciclo da água”, utiliza-se como estratégia de aprendiza- gem e consolidação de conhecimentos. A sua exploração torna-se dinâmica e motivadora para os alunos. Durante a apresentação o professor deve interagir com os alunos, certificar- se que estes compreenderam os conteúdos abordados.
Os alunos procederão a uma visita de estudo virtual a uma ETAR. Dadas as limitações existentes nas escolas, no que diz respeito às visitas de estudo, quer por falta de verbas, quer por falta de tempo, a possibilidade de fazer uma visita virtual, com o apoio da inter- net, é uma mais valia importante.
A atribuição de trabalhos de casa aos alunos, ao longo do processo ensino/aprendizagem do tema a lecionar, procedendo ao seu registo numa grelha própria ao longo das aulas é uma estratégia que serve para a consolidação de conhecimentos e tem também uma ação formativa, uma vez que, na realização do trabalho de casa, os alunos podem aferir quais são as suas dificuldades. O professor, fica com “instrumentos” para decidir sobre os melhores métodos, estratégias e recursos que deveria aplicar para prosseguir a lecionação dos temas, de acordo com as dificuldades e necessidades dos alunos. A utilização do cor- reio eletrónico para o envio dos trabalhos de casa, permite que o aluno possa esclarecer dúvidas sobre as questões do trabalho de casa trocando mensagens por correio eletrónico com o professor e permite uma resposta mais rápida. O trabalho de casa e a resolução de exercícios foram ainda utilizados como estratégia de avaliação formativa.
No que concerne às estratégias de avaliação, estas serão do tipo: diagnóstico, formativo e sumativo.
A avaliação diagnóstica será efetuada através da colocação de algumas questões sobre a aula anterior e também referente ao tema da aula. A avaliação formativa deverá ser usada para obter informação sobre as aprendizagens e as dificuldades dos alunos, através da reso- lução das atividades do manual adotado, pelas respostas dos alunos às questões colocadas, pelo trabalho de pesquisa realizado em grupo pelos alunos. Esta avaliação deverá ser cum- prida em todas as aulas e aplicada no maior período de tempo possível. Este tipo de avalia- ção abrange vários domínios: cognitivo, procedimental e atitudinal. O domínio cognitivo estará presente no trabalho de casa, na resolução de exercícios e no trabalho de pesquisa. No domínio procedimental a avaliação é feita através da realização das atividades da aula. A nível atitudinal, faz-se a análise do comportamento dos alunos. Por fim, a avaliação sumativa, em que os alunos realizarão uma ficha de avaliação escrita individual. Este tipo de avaliação procede a um balanço de aprendizagens e competências adquiridas no final de cada unidade. Revela se as aprendizagens foram consolidadas, ou não e permite introduzir correções no processo de ensino.
Com a utilização das TIC apresentadas, pretende-se que os alunos construam o seu próprio conhecimento com o reforço da motivação e da interação entre os colegas e o professor.