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Feitos os apontamentos das ações internacionais durante o período estudado, passemos agora para uma análise mais profunda. Veremos, com a ajuda de entrevistas, bem como da análise dos estudos de outros autores, o que efetivamente foi implementado ao longo do período estudado. Nesse sentido, o presente capítulo e o próximo, ganham importância uma vez que muito do conteúdo de ambos se baseiam em entrevistas feitas por este pesquisador.

Como dito na Introdução desta tese, as entrevistas são importantes para podermos apreender aspectos cognitivos como valores, crenças e ideias que sempre influenciam percepções e decisões dos agentes políticos. Aspectos esses de grande importância, uma vez que a opção foi pela realização de uma pesquisa qualitativa.

As entrevistas nos permitiram complementar a tese com informações e ideias que muitas vezes não estavam em documentos ou livros pesquisados. Neste sentido nos proporcionou uma análise mais completa dos fatos abordados. Elas nos ajudaram a compreender muitas ações governamentais, bem como o espírito que permeou as tomadas de decisão.

As entrevistas analisadas nos capítulos 3 e 4 foram feitas com agentes públicos, pesquisadores, membros da academia e outros sujeitos que colaboraram, de alguma forma, para a formulação e implementação de ações externas de MT, é a ideia de Homens de Estado, já apresentada na nossa Introdução. Assim, acreditamos ter sido possível fazer o estudo levando em consideração as relações entre o pensamento e as ações políticas.

No presente capítulo a ideia é constatar até que ponto Mato Grosso empreendeu sozinho tais ações e também o grau de autonomia que tinha para implementá-las.

Destaquemos primeiro a entrevista feita com o Sr. Valter Albano51,

coordenador geral dos planos de governo do governador Dante de Oliveira. O nosso

51 O Sr. Valter Albano ocupou, entre outras, a função de secretário de fazenda do governo Dante de Oliveira

entre os anos de 1996 a 2001. Foi responsável pela coordenação geral dos Planos de Governo, abordados na capítulo anterior. Atualmente é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso. A entrevista foi concedida em: 5 nov. 2009. Todo o conteúdo usado na tese foi obtido nesta única entrevista.

primeiro questionamento foi no sentido de saber a real interferência do contexto externo na elaboração dos Planos que, apesar de ser mencionado frequentemente e

de diversas maneiras, como nas expressões: “cenário internacional”, “globalização”,

“mundo globalizado”, “economia globalizada”, não aparece em nenhum momento

como prioridade na agenda governamental52. Esse questionamento também se fez

importante para podermos, de início, verificar se os termos foram utilizados apenas como retórica pelo Plano de Governo, ou se realmente tinham uma fundamentação que pudesse posteriormente se transformar em ações.

Segundo Albano, o fato de o cenário internacional ser levado em consideração na elaboração dos Planos, mas não ser apresentado como prioridade, tem uma explicação bastante clara, qual seja: o contraste entre o estado que se tinha e o estado que se projetava.

O entrevistado explica como foi pensado e escrito o Plano de Governo, bem como a metodologia utilizada para a construção do documento. Destaca que primeiro foi feita a leitura das potencialidades de MT, momento em que se detectou uma população pequena dentro de um território amplo com grande diversidade natural. Neste cenário, lembra que perceberam “que em quaisquer dos possíveis

vetores econômicos sempre pela baixa população nós dependeríamos de um mercado externo”.

Para demonstrar a dependência de MT com relação ao exterior, Albano menciona algumas potencialidades de MT, a começar pela agricultura lembra que os potenciais compradores seriam a China, EUA e parte da Europa.

Considerando o turismo regional afirma:

Se nós estivéssemos falando de potencialidades naturais e culturais voltadas para a economia turística, nós poderíamos ter um mercado nacional forte, mas a competitividade de MT seria maior para outras populações; porque no Brasil tem estados e regiões que competem bastante com MT nesse campo. Então seria MT ofertar essas suas potencialidades para a economia turística também para outros mercados e aí sinalizamos muito a questão da Ásia; e um caso concreto foi a visita do governador Dante de Oliveira ao Japão, a Coréia do Sul e a China fazendo essa discussão no campo da economia turística e no caso da China também na economia da agricultura e da carne.

Segue mencionando a carência no setor econômico, no qual a tecnologia é mais avançada como a da biodiversidade, da biomedicina e da saúde, nestes

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setores EUA e Europa são desenvolvidos e poderiam usar o potencial da região para potencializar as pesquisas.

Assim, Albano afirma que após esse levantamento chegou-se a conclusão

de que MT tinha potencialidades e “todas as economias ou populações de fora que

tenham relação de interesse com esses três vetores encontrarão no estado esse potencial e no governo abertura para discutir inclusive facilidades. Esse foi o desenho que foi discutido na ocasião”.

Diante deste diagnóstico sobre as potencialidades, foram debatidas também, durante a elaboração do Plano de Governo, quais eram as principais deficiências de MT. Feita a avaliação, chegou-se à conclusão de quais deveriam ser as prioridades do estado. É nesse momento que se cria a ideia dos “quatro es” como objetivos a serem alcançadas. Assim, fica claro que MT tinha uma carência grande em vários setores que demandaram as primeiras e prioritárias ações do governo estadual. A passagem abaixo ilustra o momento vivido por MT e a reflexão sobre o porquê da ausência de ações externas para explorar as potencialidades do estado, deixando transparente o conflito entre possibilidade versus falta de infraestrutura.

Agora, se isso foi enxergado (as potencialidades), porque não apareceu nos quatro “es”(energia, educação, emprego e estradas)? Então, os quatro “es” vieram como nos puxando para a realidade, ora você tem todas essas potencialidades, mas em torno de 43 % da energia servida era a motor a diesel, mais de 80 % da outra energia vinha de fora, sobretudo de Goiás. A educação, do ponto de vista da aprendizagem, do nível de conhecimento, nós estávamos numa posição entre os 3 ou 4 piores estados do Brasil, inclusive com o nordeste dentro.

Estradas continuam sendo o principal desafio, estrada no sentido maior da palavra, via de transporte. E a discussão foi, sobretudo, a ferrovia, que aí foi um passo fundamental que o Dante deu de conseguir trazer até Alto Araguaia, e o projeto era até Campo Novo dos Parecis, só que o governo que veio, no plano nacional não conseguiu. Então a estratégia era resolver as questões infraestruturais, infraestruturais não só física e econômica, mas da infraestrutura humana. Quer dizer, nós temos aqui gente capaz de responder a possíveis investimentos internacionais em termos de conhecimento? Então vamos investir fortemente na educação, não só na linha de potencializar a pessoa humana, como colocá-la em condições de recepcionar eventuais investimentos. Decorrente de tudo isso vem o emprego. Partindo do pressuposto de quem tem território grande, quem tem muitas potencialidades econômicas em todos os 3 setores, e tem baixa população, a tendência é ter alta renda, e nesse ponto MT é bem posicionado, até hoje. Quer dizer, a melhor posição de MT fora território é renda per capita53.

De acordo com Albano, havia necessidade de se preparar o estado para receber novos investimentos, o mundo havia passado por grandes transformações, mas o estado de MT ainda era atrasado e sofria com as políticas patrimonialistas das administrações públicas anteriores. Seria necessário um grande salto em direção ao futuro, em direção ao mundo globalizado, por isso se justificava ter como prioridade o que ele chamou de quatro “es”: educação, energia, estrada e emprego.

O caminho para a modernização não seria fácil e, para alcançá-lo, era providencial a necessidade de uma reforma do estado mato-grossense. Nesse

sentido, Albano afirma que “o estado estava desorganizado do ponto de vista do seu

aparelho”, que as empresas estatais serviam para fornecer emprego assistencialista

ou ainda para endividar o estado, sangrando o tesouro estadual, que desta forma não tinha condições para financiar políticas públicas essenciais, por exemplo, nas áreas de educação, saneamento e transporte; nem para gerar o desenvolvimento do estado. Assim a reestruturação do estado também passou a ser prioridade:

Então o outro esforço que esteve junto com os “es”, foi o de reorganizar o estado, enxugá-lo, torná-lo forte, capaz de financiar políticas públicas e ser capaz também de regular e fiscalizar. Este terminou sendo, ao lado da questão energética e da infraestrutura física o grande projeto, a reorganização do estado.

Diante da explanação acima, evidencia-se uma grande diferença entre o estado que se buscava e o que se tinha. Essa realidade afrontou o governo Dante, fazendo com que seus planos maiores, de busca por um mercado externo, fossem adiados, uma vez que o que se tinha, naquele momento, era um estado sucateado, endividado e sem infraestrutura para receber investimentos estrangeiros.

Todos esses problemas não impediram o governo de começar trabalhar imediatamente pela implementação da saída pelo Pacífico e também pela criação do gasoduto para trazer o gás da Bolívia. Vejamos agora como o governador Dante, segundo Albano, pensou essa questão:

Dante na condição de engenheiro civil e muito interessado pela área de transporte, assim por convicção profissional e não política, ele conseguiu reunir um grupo de pessoas, incluindo seu então vice-governador Marcio Lacerda, professor Serafim54 e tantos outros e verificando o custo benefício,

54 Professor do departamento de Geologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT); atual coordenador

do Conselho de Integração Internacional da Federação das Indústrias de Mato Grosso (FIEMT); assessor (em 2005) para assuntos internacionais da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia.

tudo sinalizava para se ter esse esforço de estabelecer relações comerciais forte com outras regiões do planeta, que o caminho mais curto fosse a saída pelo Pacífico, como de fato é.

Isso (a saída) tem um estudo que demonstra a viabilidade econômica em larga escala; tanto que o próprio governador atual (Blairo Maggi) quando fez também a sua discussão político eleitoral para o primeiro mandato, ele fez a mesma discussão e trilhou por aí de carro para fazer aquela demonstração política do seu interesse. No caso do período em que o Dante governou de 8 anos, o que foi mais palpável foi a vinda do gás natural para ser processado e transformado em energia aqui e isso teve um significado estratégico porque mais que dobrou a capacidade geradora do estado e a sua mudança da condição de importador de energia para exportador. Não só abasteceu, o que foi uma revolução nessa área, como se transformou em exportador.

Existe toda uma discussão internacional das pré-condições políticas históricas da Bolívia. Estou retirando isso, estou colocando do ponto de vista estritamente econômico foi fundamental essa vinda do gás; que eram duas vertentes, trazer o gás via Cuiabá e estabelecer a saída pelo Pacífico.

Sobre a possibilidade de se implementar a saída pelo Pacífico, Albano lembrou do ex-presidente Ernesto Geisel que dizia o seguinte sobre o projeto de saída pelo Pacífico:

Esse projeto é inviável porque nós temos lá na costa um país civilizado (Chile) e aqui um que pretende ser (Brasil) mas temos no meio um, isso eu estou resumindo tá, que ao meu alcance nunca será. E olha ele estava certo né? Pelo menos até agora.

Segue refletindo sobre quais poderiam ter sido os motivos que fizeram com que a rota pelo Pacífico, via MT, não fosse implementada. Um dos fatores seria a avaliação de que a opinião de Geisel, acima, era a que imperava entre os estrategistas brasileiros ligados ao governo central. Neste sentido, relata a passagem vivida entre o Presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador Dante:

Eu me lembro que o presidente Fernando Henrique dizia ao Dante: olha Dante vamos resolver, vamos lá, foi com o Dante à Bolívia, sentou com o presidente de então e chegaram a celebrar a intenção (Brasil – Bolívia, pela construção da ferrovia), não um acordo. E o presidente do Chile, Ricardo Lagos, esteve com o FHC e disse que não haveria problema nenhum para o Chile. E eu concordo, não tem mesmo, eles só teriam a ganhar; mas as intenções não se confirmaram. Aí eu penso que os estrategistas brasileiros, o Itamaraty é o forte, que, pelo menos até quando eu estive como membro de governo trabalhando eu considero ali altamente profissional, há apreciações de que há hoje uma certa partidarização, eu não posso confirmar, mas muito profissional; mas também existia o lobby fortíssimo de todo o aparato das fábricas de caminhão no mundo inteiro. É indiscutível, como é forte até hoje. O governo fraco não trouxe, o governo federal e o governo do estado não conseguiram trazer de Alto Araguaia nem um palmo a mais, durante quase 8 anos já da ferrovia dentro de MT; e não há como

discutir o quanto que a ferrovia é importante dentro de um estado como MT, nós temos produção representativa e um alto consumo de insumos. E mesmo assim não veio um palmo.

Após tecer seus comentários sobre os fatores ligados à esfera federal, principalmente, Albano lança ainda um olhar crítico sobre a posição do governo Maggi relacionada à ferrovia dentro do território estadual. Afirma que aquele governo foi fraco na medida em que não conseguiu fazer a obra andar durante os quase oito anos em que esteve no poder.

A análise que eu faço, independente da pessoa do governador, o governo não tem visão estratégica, não tendo visão estratégica, não tratou das questões centrais para o estado mato-grossense, preferiu tratar dos negócios do agronegócio, aí é uma questão setorizada, menor, uma vertente muito pessoal.

Em nosso entender, muitas podem ser as justificativas para a não efetivação desta rota, via Mato Grosso. Mas o fato é que Mato Grosso do Sul teve, ao menos durante o governo Lula, uma maior recepção por parte do governo federal para implementar a saída para o Pacífico via cidade de Corumbá, que fica em seu território. Esta rota conta com o apoio e financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) e tem o seguinte traçado: parte do porto de Santos até Corumbá/Puerto Suarez (fronteira Brasil – Bolívia), passa por Santa Cruz de La Sierra, Yacuíba/Poncitos (fronteira Bolívia – Argentina), Salta e Socompa (fronteira Argentina – Chile) e chega aos portos de Antofagasta e Mejillones55.

Há que se destacar também que, em 2006, o presidente Lula esteve com o governador do Acre, Jorge Viana, também do Partido dos Trabalhadores, para

inaugurar uma ponte que faria a ligação entre Assis Brasil (Brasil) e Iñapari (Peru).

Com investimentos na ordem de vinte e vinco milhões de reais do governo federal56,

essa rota também se apresenta como outra saída para o Pacífico aos produtos brasileiros.

Diante das duas saídas mencionadas acima, entendemos ser razoável afirmar que MT deixou a desejar no fator articulação política junto ao governo federal. Uma vez que não se poderia afirmar falta de condições para financiar a rota,

55 Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/arqs/corredor_bioceanico/Produto%203.pdf>. Acesso em 27 fev.

2012.

56 Disponível em: <http://www.transportes.gov.br/noticia/conteudo/id/16438/module/default>. Acesso em 27

nem mesmo a falta de interesses geopolíticos para que ela se efetivasse. O que vemos é um cenário onde o estado foi preterido e teve seus interesses prejudicados.

Na entrevista também fica evidente a afirmação de Albano que além das dificuldades encontradas dentro do próprio Governo Central, para implementar essa saída, via MT, para o Pacífico, outros problemas se apresentavam, como por exemplo, o lobby do setor rodoviário, uma vez que se pensava em fazer o trajeto via ferrovia.

Alguma coisa conspirou dentro do Brasil, que eu imaginei que fosse, de um lado, o lobby desse setor rodoviário, vamos chamar assim, isso o Dante falava, só que eu não tenho uma informação para dizer houve um caso lá em São Paulo, que se reuniram, não, não tenho esse dado. Agora eu me lembro que a força profissional do Itamaraty nunca se animou, por conta daquelas razões apresentadas pelo então presidente Ernesto Geisel; Itamaraty que tem no seu quadro pessoas técnicas, profissionais. E aí eu não me lembro o nome do embaixador, [...] que esteve nos EUA, o Dante se dava muito bem com ele, acho que Rubens Barbosa, e eu já vi até um pronunciamento dele até sobre o Itamaraty de hoje; mas ele dizia, Dante olha, o Itamaraty é profissional e é pragmático, o Itamaraty não enxerga na Bolívia perspectiva de médio, longo prazo numa visão estratégica que não é esse médio prazo nosso, não enxerga o aparecimento de uma liderança transformadora, e a qualquer momento uma ferrovia vai ser estraçalhada naquele país. Então, o investidor privado não entra, o Estado brasileiro e o Estado chileno não vão construir na Bolívia, acho que isso é um dado importante

Albano não deixa dúvidas de que o grande articulador das ações externas do governo Dante de Oliveira era o próprio governador, que aproveitava o seu bom trânsito em Brasília e o relacionamento com as lideranças do governo central para trazer benefícios a MT. Dante ficou conhecido no cenário nacional por ser o homem das Diretas, ao participar ativamente do movimento conhecido como Diretas Já apresentou a Proposta de emenda Constitucional n° 5 (PEC n° 5) que defendia o retorno das eleições diretas no Brasil. Era com essa história e currículo que o governador Dante se apresentava para conseguir benfeitorias para Mato Grosso.

Dentro deste quadro, em que o governador era uma figura proeminente frente às questões políticas do estado, perguntamos para Albano qual era a relação

do governo estadual com o governo central naquele momento? Vejamos abaixo a

resposta:

O escritório de representação do estado (em Brasília) foi dirigido por um período curto pelo Edson Garcia, que por um período também foi secretário de planejamento, do governo Dante aqui no estado. Uma pessoa muito bem relacionada em Brasília, mas não era nessa estatura política institucional de

visitar e fazer um convencimento de lideranças expressivas do Itamaraty ou mesmo do governo federal. Ele tinha uma relação um pouco mais estreita com o ministério da fazenda, com o ministério do planejamento e nisso ajudou muito.

Agora, além disso, como o Dante era uma figura nacional, ele era o governador, ele era o embaixador, ele era tudo ao mesmo tempo, ele fazia tudo pessoalmente, porque ele tinha uma disposição para o trabalho que até agora eu não conheci outro. E ele fazia tudo pessoalmente. Ele trabalhava dentro do Itamaraty, trabalhava nos ministérios, trabalhava com o presidente da república, falava com os governadores. Eu me lembro da luta que ele teve com o governador Covas57 e com o presidente da

república na questão da ferrovia, quer dizer a capacidade dele de convencimento é que fez com que o governador Covas entrasse com tudo, por exemplo, na ponte rodoferroviária, ali foi ele (Covas) que concluiu e o governador Quércia58 que começou. O presidente Fernando Henrique

sempre foi muito aberto a este trabalho que o Dante fazia.

Frente a tanta disposição em defender MT, por parte do governador, Albano faz um contraponto com os parlamentares mato-grossenses que atuavam em Brasília e acaba tecendo duras críticas ao que denominou ser um novo modus

operandi desses parlamentares, que deixavam de lado a obrigação de

representarem a Unidade Federativa e a população do estado para então defender os seus interesses. Essa nova forma de agir fez com que os parlamentares buscassem atender apenas os seus interesses, por meio das emendas parlamentares, o que ocasionou um grande prejuízo para o estado.

[...] naquele momento estava se consolidando no Brasil, esse novo modus operandi das autoridades políticas na condição de deputado federal e na condição de senador.

Na minha avaliação naquele momento já estava passando fortíssimo a condição dessas autoridades políticas deixarem de representarem o estado e a população e começarem a representarem a si mesmo. Aí é que fortaleceu a questão das emendas parlamentares e isso é muito importante. As emendas parlamentares fizeram com que os deputados federais e os senadores saíssem do assunto estratégico do estado e da região, seja o

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