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É importante destacar que as publicidades relacionadas às redes de fast- food destinados às crianças, induzem elas a terem hábitos alimentares prejudicais a saúde, como vimos neste trabalho, consequência de uma alimentação inadequada, pois este é um setor publicitário que vem crescendo cada vez mais.

Dessa forma, GUIMARÃES (2005, p. 158) exalta:

A mudança da dieta nas últimas décadas está provocando o avanço da obesidade, hoje já reconhecida como problema mundial de saúde pública, por si só considerada uma doença de escala pandêmica, tantos são os distúrbios e doenças para os quais concorre.

Segundo LINN (2006, p. 129) entende que o motivo “[...] das noções erradas sobre nutrição e o aumento do consumo calórico se mostram ligados à publicidade na televisão. Um comercial de 30 segundos pode influenciar as escolhas de marcas de até mesmo crianças de dois anos”, e ainda complementa:

O problema não é só que as crianças são sedentárias e não saem da frente da televisão. A sua vida é inundada pelo marketing de alimentos. Juntamente com a publicidade de brinquedos, os anúncios de alimentos representam a maior parte do marketing direcionado às crianças. Em 2002, o Burger King, o McDonald’s e a Yum Brands gastaram, juntos, quase US$ 1,4 bilhão em publicidade na televisão. A Nestlé, a Hershey e a Mars Inc.

representam outros US$ 708,2 milhões gastos. É possível que parte dessa publicidade seja direcionada aos adultos, mas muito está atingindo as crianças.

Insta posto, a publicidade está em todos os atos da vida da criança, principalmente os alimentos gordurosos, uma vez que são veiculados em grande quantidade, o qual impede os pais de terem um controle sobre o filho. Desse modo, sendo incentivadas a consumirem, pode ocasionar problemas futuros de saúde.

Por conseguinte, se tornando habitual este tipo de alimentação, leva não só o público infantil, mas o adulto também, á obesidade, como veremos no próximo tópico mais detalhado, devendo ser este tipo de publicidade restringida às crianças.

Diante do fato, HENRIQUES (2006, p. 152) afirma:

Dessa forma, a publicidade deve ser restringida ao público infantil uma vez que, a criança - indivíduo com seus direitos protegidos pela Carta Magna de 1988 e pela legislação especial (ECA) – é parte do futuro da nação, devendo ser, portanto, respeitados seus direitos fundamentais para disporem de uma infância saudável, livre de consumismos precoces.

Portanto, a publicidade de produtos alimentícios dirigidos a crianças não deve utilizar-se de estímulos imperativos, e deverá receber a interpretação mais restritiva.

4.5.1 Obesidade e transtornos alimentares

De acordo com a definição clássica, obesidade é o acúmulo excessivo de tecido adiposo no organismo e segundo COUTINHO (1998, p. 197-199), a obesidade é hoje uma doença epidêmica de âmbito mundial. A tendência do crescimento do número de obesos tem sido atribuída a diversos fatores causais resultantes de interação entre fatores genéticos e ambientais.

Nesse contexto, GONÇALVES declara (2011, p. 190):

O ritmo acelerado da vida moderna instigou a necessidade de se criar produtos prontos para o consumo, cuja ingestão pode ser feita rapidamente e, com frequência, em qualquer lugar. Este cenário impactou significativamente os hábitos alimentares, particularmente com a substituição de refeições preparadas em casa a partir de produtos in natura por alimentos ultraprocessados ou vendidos por redes de fast-food.

Atualmente, está sendo muito comum a rapidez em tudo que fazemos durante o dia, seja na hora da refeição, seja no trabalho. Um dos inimigos na hora de se alimentar é a pressa, e com isso os fast-food é a opção preferida, substituindo

comidas saudáveis, por alimentos sem valor nutricional. Se esses alimentos forem consumidos em excesso, muitas doenças consequentemente aparecerão.

O costume de degustar alimentos já não se predomina, mastigar alimentos é coisa rara nos dias de hoje, se tornou algo de pouca sensação do que realmente estamos ingerindo, além de consumir lanches calóricos.

Afirma ainda Gonçalves (2011, p. 190):

A matéria-prima típica desses alimentos, aqui denominados ultraprocessados, são ingredientes já processados e de baixo valor nutricional – como óleos, gorduras, farinhas, amido, açúcar e sal –, acrescidos de conservantes, estabilizantes, flavorizantes e corantes.

Os efeitos negativos da publicidade dirigida à criança vêm sendo amplamente configurado pela influência que ela tem sobre elas, incentivando-as ao consumismo, bem como, ao estresse familiar, e ainda aos que já são casos de saúde pública, como a obesidade infantil e a anorexia, devido aos alimentos ultraprocessados e de baixo valor nutricional.

Atualmente há cerca de um bilhão de pessoas obesas no mundo e, como a um problema já instalado é sempre de mais difícil solução, torna-se fundamental a prevenção da doença. (BARBOSA, 2004, p. 136)

A prática que estimule o público infantil ao consumismo de alimentos gordurosos, através de suas promoções, como visto anteriormente é considerada publicidade abusiva.

Diante disso, a uma grande importância que a obesidade seja tratada logo no inicio da vida, visto que mais adiante pode desencadear várias outras doenças, como diabetes, doenças cardiovasculares, além do descontentamento da imagem. Contudo, são necessárias mudanças de atitudes e de hábitos alimentares saudáveis para reverter esse papel, possibilitando dessa forma melhor qualidade de vida.

Jamais esquecendo do papel importante da família em relação a uma boa alimentação do menor, visto que os pais são reflexos dos que os filhos comem. Portanto não adianta exigir que as crianças tenham uma alimentação balanceada se os adultos não cuidam da sua. Dessa forma é dever dos pais de fiscalizar seus filhos desde novos a terem o costume de ingerir alimentos saudáveis.

A formação de hábitos alimentares saudáveis é um processo que se inicia desde o nascimento, com as práticas alimentares introduzidas nos primeiros anos de vida pelos pais, primeiros responsáveis pela formação dos mesmos. (AMARAL, 2008, p. 01)

No entendimento de RAMOS (2000, p. 231), a escola é o segundo local, primeiro a família, para estabelecer programas sobre a obesidade, de como prevenir, e incentiva-las a uma alimentação adequada, bem como a praticar exercícios físicos.

Nesse sentido, BARBOSA (2004, p. 140) salienta:

As crianças em idade escolar precisam de uma dieta saudável, pois esta favorece níveis ideais de saúde, de crescimento e de desenvolvimento intelectual, que atuam diretamente na melhora do nível educacional, reduzindo assim, os transtornos de aprendizagem causados por deficiências nutricionais e/ou distúrbios alimentares.

Posto isto, a criança desde a infância já tem suas preferências, desse modo cabe à família, e à escola incentivarem a reconhecer suas necessidades, para que desde cedo tenha uma boa alimentação e conscientização sobre aquilo que está comendo.

Há algum tempo, nas escolas públicas, há o que se diz de tradicional Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que nada mais é do que a melhoria na condição nutricional dos educandos. (FNDE, 2012)

Segundo o FNDE (2012), o “Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), popularmente conhecido como merenda escolar, é gerenciado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e visa à transferência, em caráter suplementar, de recursos financeiros aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios destinados a suprir, parcialmente, as necessidades nutricionais dos alunos.” (FNDE, 2012).

A escola tem um papel fundamental no desenvolvimento da criança, em vista disso ela tem o objetivo de contribuir e conscientizar os educandos para ter uma alimentação saudável.

Uma boa alimentação é primordial em todas as fases da vida, porém cada fase necessita de uma importância maior. No momento que somos crianças, é nessa fase que nos movimentamos mais, brincando, pulando, entre outras atividades, portanto necessitam de alimentos que ajudam no crescimento dos ossos, músculos.

No entanto uma alimentação adequada é essencial, uma vez que as crianças gastam muita energia como também necessitam delas para as suas atividades. Insta salientar, que é nessa época que criamos hábitos alimentares, aprendemos a gostar de certos alimentos. Contudo nada melhor que a escola e a família para incentivar as crianças a terem uma alimentação balanceada.

“Na década de 50, foi elaborado um abrangente Plano Nacional de Alimentação e Nutrição, denominado Conjuntura Alimentar e o Problema da Nutrição no Brasil. É nele que, pela primeira vez, se estrutura um programa de merenda escolar em âmbito nacional, sob a responsabilidade pública”. (FNDE, 2012)

Destarte, a Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009, decretou a universalidade da merenda escolar a todas as escolas públicas de educação básica, “[...] inclusive aos alunos participantes do Programa Mais Educação, e de jovens e adultos, e a garantia de que, no mínimo, 30% dos repasses do FNDE sejam investidos na aquisição de produtos da agricultura familiar. Outra mudança importante foi à inclusão do atendimento, em 2013, para os alunos que frequentam o Atendimento Educacional Especializado – AEE, para os da Educação de Jovens e adultos semipresencial e para aqueles matriculados em escolas de tempo integral”. (FNDE, 2012)

Os alimentos que compõe as redes de fast-food dão sensação de saciamento, porém não contém nutrientes necessários ao um bom desenvolvimento, tanto para as crianças, como para os adultos. Portanto a escola tem um grande papel de incentivo no que concerne a uma alimentação saudável, bem como para combater a obesidade.

Contudo, o PNAE foi instaurado no ano de 1955, e veio para atender as necessidades nutricionais dos alimentos nas escolas, através de recursos financeiros, colaborando para o desenvolvimento e o rendimento escolar dos estudantes, bem como aderir a hábitos saudáveis para a vida.

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