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CAPÍTULO IV CARACTERIZAÇÃO SOCIAL, POLÍTICA E PEDAGÓGICA DA

4.1 Reflexos da Expansão do Ensino Superior na UNISUL

O Estado de Santa Catarina teve sua primeira Faculdade fundada em 1943, Faculdade de Ciências Econômicas, Farmácia e Odontologia em 1952, Filosofia e Medicina em 1956, Serviço Social em 1958 e Engenharia Industrial em 1960. Esse conjunto de Faculdades deu origem à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), na década de 60. Conforme relata Velho (2003), “após a criação da Universidade Federal de Santa Catarina, em 1961, foi constituída a Universidade do Estado de Santa Catarina, em 1965, ambas na capital. A educação superior somente foi interiorizada a partir dos anos de 1970, na maioria dos casos por iniciativas das universidades comunitárias e municipais”.

Hoje o sistema de educação superior catarinense é composto por 98 IES. Somente 17 dessas são públicas, 65 são privadas e 16 são comunitárias/confessionais/filantrópicas. Nesse cenário, o Estado possui uma taxa de escolarização líquida no ensino superior de 22,3% de alunos entre 18 a 24 anos matriculados, acima da média nacional que é 21,4% (SEMESP, 2015). De acordo com os dados do INEP (2015, p.24), “há 224.210 matrículas no ensino de graduação em Santa Catarina, das

quais 41% encontram-se nas universidades comunitárias”, a qual é a razão social da universidade pesquisada.

Esses dados fortalecem os estudos de Lauxen (2006, p. 238), ao defender a tese de que as universidades comunitárias podem ser vistas como instituições voltadas para o desenvolvimento regional “(...) como instituição integrada à comunidade, agente de transformação social, que promove o desenvolvimento cientifico, tecnológico, artístico e cultural, preocupada com o desenvolvimento social e econômico da região”. No entanto, vale ressaltar que essas instituições passam a existir para preencher uma lacuna deixada pelo Estado na oferta da Educação Superior, pois as públicas iniciaram seus trabalhaos nas capitais dos estados, deixando descoberto as cidades do interior.

Segundo Silva (2015, p. 40) “as instituições comunitárias são organizações privadas com objetivos públicos, pois se caracterizam pela união de pessoas que trabalham juntas por um mesmo fim. Criadas para não terem lucros, em nome do bem comum, quando essas instituições acumulam recursos, devem reinvestir para o alcance dos objetivos do projeto fundador”. Santos (2010) reconhece que algumas IES privadas tem objetivos cooperativos ou solidários, não lucartivos no caso das universidades privadas comprovadamente sem fins lucrativos, o contrato social educacional tem de ser diferente, tanto o que vigora no setor público, como do que vigora no setor privado lucrativo.

Além da responsabilidade de ter o título de comunitária, tem ainda que obedecer a determinados critérios para ser enquadrada como Universidade: sendo obrigatório desenvolver, para além do ensino, a pesquisa e a extensão; 1/3 dos professores com título de mestres ou doutor e 1/3 trabalhando em tempo integral; possuindo no mínimo quatro programas de pós-graduação stricto

sensu (mestrado e doutorado).

Segundo os estudos de doutoramento de Barboza (2012, p. 48), a qual também realizou sua pesquisa em Universidade comunitária brasileira, as instituições comunitárias além de terem que cumprir com exigências, também vivem dilemas e tensões geradas pelo crescimento e pela competitividade das IES privadas de natureza empresarial/comercial pós 1990. Sendo assim, as universidades comunitárias, vêm sendo desafiadas a conviver com tal competitividade, ofertam cursos por preços muito baixos, e, muitas vezes, com qualidade acadêmica questionável. A disputa é desigual, pois para se ter o status de Universidade, o volume crescente de despesas que as comunitárias arcam é maior, precisam apresentar uma porcentagem de professores integrais com titulação de mestres e/ou doutores, programas de stricto senso, investir em programas e projetos de pesquisa e extensão aliados ao ensino. Outra ameaça que influenciou a perda de matrículas nas universidades comunitárias foi a expansão e interiorização das IES federais.

Para se manter as comunitárias oferecem um programa próprio de bolsas para os estudantes de baixa renda, ligada ao Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior (PROIES17), além de ser beneficiada com os programas de bolsas do Artigo 170 e 171, finaciandos pelo Governo do Estado de Santa Catarina, PROUNI e do programa de Financiamento Estudantil-FIES, que tem ajudado a preencher as vagas ociosas e, por conseguinte, a viabilizar a sua sobrevivência financeira. Outra ação importante para auxiliar na vida financeira das universidades comunitárias é o amparo da Lei das comunitárias sancionada em 13 de novembro de 2013, a qual indica que as IES comunitárias terão acesso aos editais de órgãos governamentais que anteriormente eram direcionados apenas para as IES públicas, isto é, são credenciadas para concorrerem aos financiamentos federais. Essa ação soma-se ao FIES e ao PROUNI e contribui para diminuir o endividamento e prover instituições com fundos para reinvestir no seu próprio sustento.

Hoje, em Santa Catarina, são um total de 16 Instituições Comunitárias que integram o Sistema ACAFE: Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) (1965) Florianópolis, Joinville e Lages; Universidade Regional de Blumenau(FURB) (1964) Blumenau; Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) (1970) Itajaí; UNISUL (1964) Tubarão; Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC) (1969) Joaçaba; Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE) (1965) Joinville; Universidade do Constestado (UnC) (1970) Caçador, Canoinhas, Mafra, Concórdia e Curitibanos; Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí (UNIDAVI) (1966) Rio do Sul; Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) (1968) Criciúma; Universidade do Planalto Catarinense (UNIPLAC)(1965) Lages; Católica (1976) Jaraguá do Sul; Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ) (1971) Chapecó; Centro Universitário de Brusque (UNIFEBE) (1973) Brusque; Universidade do Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP) (Caçador); Centro Universitário Barriga Verde (UNIBAVE) (Orleans); Centro Universitário Municipal de São José (USJ) (São José). Dessas, duas são públicas e gratuitas, sendo uma municipal, USJ e outra estadual, UDESC, e 14 instituições são privadas e comunitárias. Esse conjunto de IES atende 52 cidades catarinenses e aproximadamente 80% do número de estudantes matriculados em cursos de graduação e pós-graduação no ensino superior catarinense. Segue na Figura 4 o mapa do Estado de Santa Catarina com a localização das IES da ACAFE:

17 Reestruturação e Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior (PROIES), Lei n° 12.688, de julho de 2012. Tem como objetivo assegurar condições para a continuidade das atividades de entidades mantenedoras de instituições de ensino superior integrantes do sistema de ensino federal, por meio da aprovação do plano de recuperação tributária e da concessão de moratória de dívidas tributárias federais.

Figura 4. Mapa com as Instituições de Ensino Superior da ACAFE Fonte: ACAFE (2016).

A UNISUL, sendo uma universidade comunitária, acompanhou essa expansão do ensino superior em Santa Catarina. Há 50 anos, líderes da comunidade de Tubarão se mobilizaram e criaram, por Lei municipal, a Faculdade de Ciências Econômicas, em 1964, dois anos depois, tornou-se Fundação Educacional do Sul de Santa Catarina (FESSC), em 1989, foi credenciada como Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL). Uma vez constituída como Universidade, as comunidades do interior viram na UNISUL a possibilidade de parceira no desenvolvimento de suas regiões e uma aliada no sentido de reter em seus locais de origem jovens que, assim, atenderiam à vocação dos municípios.

Nesse processo de interiorização do Ensino Superior em Santa Catarina, como verificou-se acima uma dezena de instituições replicava o mesmo modelo da UNISUL ou outros modelos, mas sempre criadas pelo Município, sob a forma de Fundação, uma em cada região do Estado. Para criar força e dar visibilidade ao trabalho que estava sendo desenvolvido no interior do Estado, essas pequenas instituições se uniram e criaram a ACAFE. O objetivo principal foi conquistar o reconhecimento legal do Estado e do Governo Federal, em relação ao trabalho sério e ético que

vinha sendo desenvolvido por essas Instituições, além de se fortalecerem com ações conjuntas, como: vestibular integrado, oferta de cursos de pós-graduação conjunto, buscar as melhorias dos campi.

Na década de 90, século XX, a UNISUL desponta e se consolida como uma das maiores Universidades de Santa Catarina, ampliando sua atuação geográfica, quadruplicando o portfólio e o número de estudantes, da Educação Básica à Pós-Graduação. Resultado de seu processo de reformulação pedagógico e sua estratégica de expansão territorial, em 1992, a Universidade inicia suas atividades no extremo-sul do Estado, criando o Campus de Araranguá.

Estabeleceu-se na UNISUL um plano de ações para o período 1993/97 e um Plano Diretor até o ano 2000. Diversas medidas foram resultantes desse planejamento, sendo que a mais relevante, em termos de expansão e consolidação da universidade, foi a decisão, de fevereiro de 1996, de reformular o Estatuto e alterar a área de abrangência da UNISUL, estendendo-a para a faixa do Estado de Santa Catarina, compreendida entre a Serra Geral e o Oceano Atlântico, a partir da capital do Estado até a divisa com o Estado do Rio Grande do Sul. O Conselho Estadual de Educação havia baixado uma resolução que abria a possibilidade de as instituições criarem unidades e cursos fora de sede. Assim, os dirigentes da UNISUL tomaram a decisão de ampliar sua área de abrangência e instalar-se em Palhoça, no município da Grande Florianópolis, criaram o Campus de Palhoça, mais adiante denominado Campus da Grande Florianópolis (Ehrensperger, 2009).

Em 1998, foram criadas as Unidades de Laguna, Imbituba, Içara e Braço do Norte. Em 2002, a UNISUL já contava com mais de 20 mil estudantes e, aproximadamente, mil professores, atuando em 54 cursos de Graduação. Nesse mesmo ano, foi credenciada pelo Ministério da Educação (MEC) para ofertar, pela modalidade a distância de educação, cursos de pós-graduação lato sensu. Um ano depois, obteve o credenciamento para oferta de graduação a distância e autorização para atuar em cursos sequenciais (UNISUL, 2015c). Dados revelam o crescimento da UNISUL na década de 90, confira na Tabela1.

Tabela 1

Dados da UNISUL – Professores, Matrículas e Cursos

Ano Professores Matriculas Cursos de Graduação

1995 403 7.092 21

1998 771 13.294 27

2002 1674 20.000 54

2016 1248 30.000 75

Apesar do aumento dos cursos e das matrículas em 2016, a UNISUL reduziu o quadro de professores para se tornar competitiva frente à criação de outras IES. Perdeu em quantidade mais qualificou o corpo docente, tanto na elevação da titulação quanto no aumento da carga horária nas atividades de ensino, pesquisa e extensão.

O grande número de profissionais formados é um indicador de que a UNISUL contribui diretamente para o desenvolvimento do Estado de Santa Catarina (SC), no qual o Estado ocupa a quarta posição no ranking econômico nacional, tendo o maior Produto Interno Bruto - PIB per capita da região Sul do Brasil. Em termos sociais, ocupa a terceira posição entre os Estados brasileiros no Índice de Desenvolvimento Humano – (IDH) (2015). No que se refere àeducação, os dados do Exame Nacional do Ensino Médio (2012) revelam que cerca de 47% dos alunos que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) em 2012 obtiveram nota superior a 450 pontos e não zeraram em redação. Considerando os estados brasileiros, Santa Catarina foi o destaque com 57,1% dos alunos com nota superior a 450 pontos e redação com nota acima de zero. Essa trajetória do ensino médio reflete na taxa de matrícula no Ensino Superior que atinge 23,3% de alunos entre 18 a 24 anos, acima da média nacional, que é 21,4% (SEMESP, 2015).

Na Obra de Giustina e Muller intitulada As Instituições também têm alma: a UNISUL e sua

História (2012), aponta que prefere chamar a UNISUL como uma Universidade da Comunidade ao

invéz de uma Universidade Comunitária. Outra observação que os mesmo autores abordam é sobre a filantropia, afirma que “a UNISUL é filantrópica e não apenas pratica a filantropia, pois ser filantrópico é existir em função e estar a serviço da comunidade 100%, mesmo que nos conceitos burocráticos pratique apenas 20% da receita em filantropia como preconiza a lei”. Sendo assim, é possível dizer que a UNISUL faz portanto filantropia e é filantrópica.

Segundo Giustina e Muller (2012) há meio século essa instituição sem fins lucrativos, filantrópica e comunitária rompeu o que parecia utópico para a década de sessenta: popularizar o acesso ao ensino superior e levá-lo para o interior do Sul de Santa Catarina. A criação da UNISUL deu-se por um grupo de cidadãos, conforme descreve o autor:

(…) junto com Padres da Paróquia local, apoiado pelo Governo Municipal, os quais envolveram trezentos investidores (um movimento comunitário que abrangeu representantes de várias classes sociais: advogado, agricultor, bancário, clero, comércio, construtor, contador, correios, doméstica, farmacêutico, ferroviário, industria, labrador, médico, professor, dentista e engenheiro civil) nas ações da construção do “Ginásio Sagrado Coração de Jesus, Sociedade Anônima”, o que se tornou a semente que viria posteriormente se transformar em UNISUL. Essa construção virou patrimônio histórico-cultural e hoje funciona a sede da Reitoria da UNISUL (Giustina e Muller, 2012, p. 38).

Nessa trajetória histórica a Universidade foi mantida pela Fundação UNISUL e regida pelo Conselho Curador, um órgão superior, composto por representantes das instituições mantenedoras da Universidade: o Governo Municipal, executivo e legislativo; e representantes da sociedade civil, cabendo ao Conselho Universitário, órgão deliberativo superior, avaliar as decisões emanadas do presente Conselho e da comunidade acadêmica.

A UNISUL rege-se, por seu Estatuto, Plano de Gestão, PDI, Projeto Pedagógico Institucional, Regimento Geral, Resoluções do Conselho Universitário, da Reitoria, das Congregações de Curso e por outros atos normativos dos órgãos que a integram.

De acordo com o PPI (UNISUL, 2015d) em conformidade com o seu Estatuto, a estrutura organizacional da UNISUL, divide-se nos seguintes órgãos deliberativos, executivos, consultivos e de apoio:

- Administração Central: deliberativo/conselho universitário e executivo/reitoria.

- Administração dos Campi: executivo/direção de campus, apoio/gerência de campus e consultivo/colegiado de campus.

- Administração dos Cursos: deliberativo /congregação de curso, executivo/coordenação de curso, consultivo/ seção da congregação de curso, apoio aos cursos/coordenação de Unidade de Articulação Acadêmica (UnA).

Figura 5. Macroestrutura da UNISUL

Desde 1964 não parou mais de crescer expandiu-se para três campi: Tubarão, Grande Florianópolis e Virtual. Possui aproximadamente 30 mil alunos matriculados, distribuídos em 75 cursos de Graduação: entre tecnólogos, licenciaturas e Bacharelados, ofertados na modalidade presencial e à distância. Conta aproximadamente com 1250 professores para atuar nos Cursos de Graudação e 350 professores distribuídos entre o ensino fundamental e a Pós-graudação, com o suporte de 900 técnico-administrativo, totalizando 2.500 colaboradores.

Sobre o processo de ingresso dos estudantes de Graduação na Universidade, em média cada Curso possuem 100 vagas autorizadas anuais, são ofertadas em diferentes processos: 1) processo via vestibular unificado realizado pela ACAFE; 2) processo seletivo que avalia o desempenho acadêmico do candidato no ensino médio por histórico escolar; 3) processos de ingresso para vagas novas em Programas Federais: PROUNI e PROIES; 4) processos seletivos para ingressantes em vagas remanescentes: reingresso e de Transferência Externa e Interna.

Além da graduação, a UNISUL oferce pós-graduação, são oferecidos cursos stricto sensu, sendo dois programas de doutorados: Ciências da Linguagem e Ciências da Saúde; e tem-se cinco mestrados nas áreas de: Educação; Administração; Ciências da Saúde; Ciência da Linguagem e Engenharia. No entanto, os números ainda são tímidos, a IES tem difculdade em ter professores com perfil e produção científica qualificada para construir novos programas. No que se refere aos cursos lato sensu, já foram ofertadas mais de 80 nas diferentes áreas, para aperfeiçoar e atualizar aqueles que já estão formados e atuando no mercado de trabalho.

A Universidade conta com aproximadamente 350 bolsas de pesquisa distribuídas entre os seguintes Programas: Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), ambos vinculados ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); Programa de Bolsas de Pesquisa do Artigo 170; Programa de Bolsas de Pesquisa do Artigo 171, financiado pelo Governo do Estado de Santa Catarina;o Programa UNISUL de Iniciação Científica (PUIC). Além dos programas, a UNISUL, também possui uma Agência de Gestão, Desenvolvimento Científico, Tecnologia e Inovação (AGETEC), que dá suporte para a captação de editais e desenvolvimento dos projetos.

Destaca-se que as pesquisas vinculadas a essas programas, quando necessárias, são submetidas ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UNISUL, o qual é responsável por todas as pesquisas científicas que envolvem seres humanos, direta ou indiretamente, desenvolvidas na UNISUL, assumindo função consultiva, deliberativa e educativa. Trata-se de um colegiado

interdisciplinar e independente, criado em 2002, para defender os interesses dos sujeitos da pesquisa em sua integridade e dignidade e para contribuir no desenvolvimento da pesquisa na Universidade de acordo com os padrões éticos e pautado na legislação vigente.

Referente ao ensino, conforme apresenta-se mais a frente, o currículo da UNISUL é constantemente revisto e qualificado conforme as necessidades que se apresentam no decorrer do contexto histórico.

Para dar suporte ao processo de ensino e aprendizagem, a UNISUL disponibiliza dois Programas que auxiliam na gestão pedagógica: 1) Programa de Formação Continuada (criado em 1998) e, 2) Programa de Assistência Pedagógica (criado em 2003). O primeiro programa, tem como objetivo oferecer formação continuada aos Colaboradores da UNISUL, onde destaca-se os docentes, espaço de profissionalização docente para atuar no ensino superior. O segundo programa é o da Assistência Pedagógica, são profissionais qualificados na área da educação que assessoram os processos de ensino e aprendizagem nos Cursos de Graduação, visando à efetiva implementação dos projetos pedagógicos dos Cursos, e também são responsáveis por planejar, propor e acompanhar todo o processo de Formação Continuada Docente, dos quais detalharei neste capítulo mais a frente.

Os dois Programas, acima mencionados, atuam em conjunto com o Programa de Promoção

de Acessibilidade (UNISUL, 2000) e o Programa de Monitoria (UNISUL, 1996), também

desenvolvidos pela UNISUL. O primeiro atende às pessoas com deficiência, mobilidade reduzida, necessidades especiais temporárias e transtornos, através de um conjunto de suas ações. Tem por objetivo, garantir o acesso ao conhecimento ofertando as condições igualitárias necessárias para que o ensino, a pesquisa e extensão aconteçam além de assegurar o acesso físico aos espaços, serviços e recursos de aprendizagem, o que o caracteriza como instrumento importante para que a educação inclusiva efetive-se assim como o exercício da responsabilidade social (UNISUL, 2015c). O segundo programa, de Monitoria, também oferece suporte ao ensino. O monitor tem como finalidade dar suporte a esclarecimento de dúvidas dos estudantes de graduação sobre determinado conjunto de conteúdos e também auxiliar o professor no planejamento das atividades do processo de ensino e aprendizagem.

Para avaliar as ações de ensino, pesquisa e extensão e gestão dos cursos, a UNISUL faz parte de um processo de avaliação tanto interno quanto externo, ambos estão articulados com as legislações, Decretos, Portarias, Notas Técnicas, procedimentos, instrumentos e indicadores regulamentados pelo SINAES.

No que se refere às avaliações externas, destaca-se o SINAES através da Lei N.º 10.861 de 14/04/2004, que se propõe avaliar o ensino superior através de procedimentos que visam

supervisionar e regular o ensino com a finalidade de: a) melhorar a qualidade de ensino; b) orientar a expansão da oferta; c) aumentar a eficácia acadêmica social e institucional; d) aprofundar o compromisso da responsabilidade social da IES.

Os cursos são avaliados por comissões de especialistas que visitam a IES, para que possam obter o Reconhecimento e/ou a Renovação de Reconhecimento de Cursos. Importante situar que até 2015 os cursos da UNISUL foram autorizados e avaliados pela Secretaria de Educação do Estado de Santa Catarina, o qual credenciou e reconheceu os cursos para seu funcionamento.

Comforme já mencionado, em 2016 com o processo de migração da UNISUL para o Sistema Federal de Ensino, a universidade passa por um novo processo de avaliação de atos autorizativos dos cursos, ou seja, receberá novamente a visita de especialistas do Ministério da Educação para autorizar, reconhecer e/ou renovar o reconhecimento dos cursos para serem avaliados sobre as seguintes dimensões: organização didático-pedagógica; corpo docente e tutorial; e infraestrutura. A UNISUL receberá as comissões externas a partir de 2017 e terá que atender as recomendações orientadas, para atuar nos aspectos a serem aprimorados.

Os estudantes também são avaliados, por meio do ENADE, que avalia a aprendizagem dos estudantes concluintes da graduação por meio da aferição da apropriação dos conteúdos, habilidades e competências previstas nas Diretrizes Nacionais dos Cursos. A escala de conceito vai de 1 a 5, e os cursos que obtiverem nota abaixo de 3, precisam firmar um compromisso com o Ministério da Educação para se qualificar, caso não venham a cumprir com o firmado sofrerão punição de não abrir novas turmas e até mesmo cassação de autorização do funcionamento do curso.

A gestão do ENADE na UNISUL é desenvolvida de forma bastante criteriosa e abrange um trabalho meticuloso de vários níveis de gestão e das áreas implicadas com o exame, que se reflete em atividades, entre elas estão:

1) as inovações metodológicas que impactam nas atividades formativas e práticas pedagógicas impulsionadas pelas avaliações do Enade; 2) os resultados gerados que oferecem subsídios para a