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SEGUNDA PARTE Estudo Empírico

Capitulo 6 – Análise e Interpretação dos Dados

1. INTRODUÇÃO 4 2 CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO

2.2 Regulamento Interno

O regulamento interno é, também, um constituinte muito importante do projeto educativo da escola. Pode-se considerar como o responsável pela concretização ou não do projeto educativo. Segundo Vilar (1993, p.47), o regulamento interno deve ser encarado principalmente como um instrumento pedagógico, ou seja, um conjunto de princípios de funcionamento que, dirigindo-se a toda a comunidade educativa, garanta o exercício democrático dos direitos e deveres no seio da própria escola, estimulando o desejo de uma interação autêntica no sentido da planificação de todos os protagonistas do ato educativo

Segundo DL 75/2008, de 22 de abril, o conceito de regulamento interno está patenteado na alínea b) do nº1 do artigo 9º: “o documento que define o regime de funcionamento do agrupamento de escolas ou da escola não agrupada, de cada um dos seus órgãos de administração e gestão, das estruturas de orientação e dos serviços administrativos, técnicos e técnico-pedagógicos, bem como os direitos e os deveres dos membros da comunidade escolar”.

O Regulamento Interno é um documento que apresenta as regras de funcionamento da instituição, os deveres e os direitos dos encarregados de educação, das crianças, dos funcionários e da entidade gestora, nele constam os princípios que deverão ser respeitados para o bom funcionamento da instituição educativa. Deste modo, um agrupamento é uma instituição que tem uma organização muito complexa e para que ela funcione em plenitude e harmonia é necessário, segundo Jorge Adelino Costa, “a existência de um regulamento que defina, de forma clara, as regras de comportamento, os vários direitos e deveres de todos os intervenientes no processo educativo” (1991, p.31). Tudo isto porque, “a escola é uma instituição dotada de uma complexidade organizacional” (Costa,1994, p.31). Assim

sendo, importa salientar que o Regulamento Interno de Escola “é um documento jurídico-administrativo-laboral, elaborado pela comunidade, que com carácter estável e normativo contém as regras ou preconceitos referentes à estrutura orgânica, pedagógica, administrativa e económica, que regulam a organização interna do centro” (Rodriguez, 1985, cit. por Costa, 1994, p.31)

O Regulamento Interno do agrupamento de escolas Azul, redigido ao longo de 68 páginas, encontra-se dividido por capítulos. Inicia-se com o Capítulo I- DISPOSIÇÕES GERAIS, que nos diz que: Serve o presente regulamento para salvaguardar a participação dos diversos elementos da comunidade educativa, em conformidade com o regime de autonomia, administração e gestão, sendo um quadro de referência ajustado à nova matriz organizacional dos estabelecimentos de educação e ensino que assegura a plena consensualização das regras e condutas da comunidade educativa do agrupamento (RI:4). No Capítulo II – ÓRGÃOS DE DIREÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO, encontramos um esquema de toda a estrutura de gestão do agrupamento. Sendo de seguida acompanhada por uma descrição pormenorizada dos diferentes órgãos que participam na administração e gestão do Agrupamento, o Conselho geral, o Diretor, o Conselho pedagógico e o Conselho administrativo (definição, composição, competências, designação dos representantes, eleições, duração de mandato, regime de funcionamento e direitos e deveres de cada um). Capítulo III – ESTRUTURAS DE COORDENAÇÃO EDUCATIVA, existe uma abordagem à composição dos Departamentos curriculares existentes no agrupamento, às competências de cada departamento e dos seus coordenadores, ao mandato dos coordenadores, ao regime de funcionamento de cada departamento. Neste capítulo encontram-se também definidos o Conselho de Grupo/Disciplina/Área disciplinar, Conselho de Curso, Conselho de Diretores de Turma/Professores Titulares das Turmas, Diretores de Turma/Professores Titulares de Turma, Conselhos de Turma (2º/3º CEB e secundário.) /Conselho docentes (Pré-escolar e 1º CEB), Serviço de Desenvolvimento do Plano de Atividades, bem como a sua composição, regime de funcionamento e competências. O Capítulo IV – SERVIÇOS TÉCNICO-PEDAGÓGICO/OUTRAS ESTRUTURAS DE COORDENAÇÃO refere a designação, composição, competências, funcionamento, direitos e deveres de alguns serviços e estruturas (Diretor de Instalações, Coordenador do Plano Tecnológico da Educação (PTE), Serviços de Apoio Educativo, Serviços de Psicologia e Orientação

(SPO), Associação de Pais, Associação de Estudantes, Biblioteca escolar/centro de recursos educativos, Serviço GATO/Audiovisual, Serviço de Reprografia, Serviço de Refeitório e Bufete, Serviço de Papelaria/PBX, S.A.S.E., Serviços Administrativos, Instalações Desportivas. No que diz respeito ao Capítulo V – PERCURSOS FORMATIVOS, encontramos os normativos legais que regem o Programa “Novas Oportunidades, dos Percursos Curriculares Alternativos e dos cursos EFA. No Capitulo VI salientam-se os Direitos e Deveres dos alunos, dos professores, assistentes operacionais, assistentes técnicos, dos pais e encarregados de educação e da autarquia. O Capítulo VII faz referência à AVALIAÇÃO DOS ALUNOS, nomeadamente às normas específicas, às grelhas de avaliação por ciclos, ao processo individual do aluno. O Capítulo VIII releva- nos o enquadramento da AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO PESSOAL DOCENTE, o interveniente e fases do processo de avaliação, e as garantias. No Capítulo IX encontramos os CRITÉRIOS GERAIS PARA DISTRIBUIÇÃO DE SERVIÇO E ELABORAÇÃO DE HORÁRIOS para cada nível de ensino, no Capítulo X o PLANO DE OCUPAÇÃO DOS TEMPOS ESCOLARES e no Capítulo XI as NORMAS ESPECIFICAS DO AGRUPAMENTO. Em anexo encontramos o calendário da avaliação de desempenho.

Depois desta análise e tendo como base os princípios defendidos por Jorge Adelino da Costa (1991, p.31), constata-se que o regulamento interno desta instituição responde a quase todos os pontos contemplados pelo autor e obedece à mesma estrutura. Os dados revelam que há um conjunto de componentes, direitos e deveres dos professores, direitos e deveres dos alunos, direitos e deveres dos funcionários não docentes e competências/atribuições dos órgãos da escola se encontram devidamente explanados, bem como os direitos e deveres dos pais e direitos e deveres de outros atores.