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RELAÇÕES ENTRE OS TERMOS DE EXPLORABILIDADE DE PERÍO­ DOS DE PRODUÇÃO SUCESSIVOS

O PROCESSO DE PRODUÇÃO LENHOSA 2.1 A LEI EMPÍRICA DO CRESCIMENTO LENHOSO

3.3. RELAÇÕES ENTRE OS TERMOS DE EXPLORABILIDADE DE PERÍO­ DOS DE PRODUÇÃO SUCESSIVOS

3.3.1. Cadeias de investimentos

Do conceito de explorabilidade resulta como se admitiu, o seu parentesco íntimo com a noção de duração óptima dum investimento de tipo uniparamétrico, com t, período de produção, como parâmetro.

Consideremos o caso mais geral duma cadeia de investimentos paramétricos.

Define-se cadeia de investimentos como uma sucessão de inves­ timentos de ordem q, finita ou infinita, em que cada termo (eZo da cadeia), constituindo um investimento parcial ou básico, se encontra relacionado, no tempo, com o anterior de uma forma a definir. Cada investimento parcial, corresponde a um processo de produção inde­ pendente e pode ou não ter uma estrutura temporal das receitas e des­ pesas idênticas à dos restantes. É, particularmente, o caso de estru­ tura idêntica que nos interessa considerar.

a) Admita-se, em primeiro lugar, o caso duma cadeia com dois

elos — A e B — cujos respectivos valores de capital, à taxa de juro i, são Ka e Kb e cujos intervalos de despesas e receitas são respectiva- mente, [o, ta] e [x, x + tb]. Admitamos ainda que se trata de inves­ timentos uniparamétricos, cujos valores de capital são Ka(ta) e Kb(tb). 1) O valor actual do investimento-cadeia, em relação ao momento da referência o será dado por

Ka,*(t) = Ka(ta) + Kb{tb)<r» (3.11) 2) Um caso particular será aquele em que um elo se «distancia» (positiva ou negativamente) do anterior, duma quantidade constante s: dum modo geral, x = ta + s. Se, entretanto, for s — O, temos um caso de largo interesse prático que corresponde a estarem os elos justa­ postos; ao terminar um investimento parcial, segue-se imediatamente um outro. No caso de dois elos, temos, nestas condições, o valor actual dado por

Kaib{t) = K

(f„,

tb) = KAta)

d-

Kb(tb)

er9** (3.12)

3) Outro caso particular, será o de Ka =Kb = K. Então, o valor actual do investimento-cadeia (Kr):

Kc(t) = K(ta, th) = K(ta) + K{tb)e-Ô,“ (3.13) b) O valor actual duma cadeia infinita, supondo os valores de

capital de cada investimento parcial, em relação ao respectivo mo­ mento inicial, iguais, K(t), por extensão das deduções anteriores,

admitindo, a priori que tx = t2 = ... = t, será, portanto,

(t) = K(ti, t2,...) = K(t) [1 + e~ôt + e~2ôt + ...]

= K(t)--- (3.14)

1 - e

3.3.2. Durações de investimento óptimas de cadeias finitas e infinitas 3.3.2.I. Consideremos em primeiro lugar, o caso especial dum

investimento-cadeia de 2 elos.

As condições que, sob o ponto de vista da maximização do valor de capital da cadeia (3.13), determinam a existência de períodos ópticos para t(ta e tb) de cada um dos investimentos parciais (A e B),

serão dadas por:

K (ta) =o e K' (tb) = o

Ora, de (3.13), derivando em ordem a ta deduz-se que K[ (ta) = o é o mesmo que

Kc {ta) = K'a (ta) + Kh(tb)e ^a(- 8) = o (3.15)

e, derivando em ordem a tb, deduz-se que Kc (tb) = o, é equivalente a:

K'r (tb) =

K'b

(tb)

=

o (3.16)

logo, são condições necessárias de maximização:

K'a (ta) = - Kb(tb)erita( - 8) > o (3.17)

Na Fig. 3-2, a seguir representa-se o fragmento da curva K{t) mais provável em torno do seu máximo — Schneider [1956:63].

Para que (3.13), isto é Kc(t)=K(ta)+K(tb)e-6\ atinja, de acordo com (3.17) e (3.18), um máximo, tbopt, deve ser a abcissa do ponto máximo da curva K(t), M, portanto, correspondente ao valor actual máximo do investimento genérico, considerado isolado, caso em que seria ta = tb. Fixado assim o valor de tb que maximiza (3.13), resta conhecer o valor de taopt. Ora, a função K{tbopt)eròta, será interpretada pela segunda curva representada na fig. 3-2., decrescente no ponto de abcissa M. Da conjugação das duas curvas, para que K, (t) seja má­ ximo, porque a primeira tem um máximo no ponto de abcissa M e a segunda é nesse ponto, decrescente, conclui-se que ta"pl deve estar situado num ponto de abcissa inferior à desse ponto, sentido para onde cresce a função soma correspondente às duas curvas. Portanto,

taopt < tbopt (ou taopt = tb,,pt, se K(t) = o).

Repare-se que, de facto, pertencendo o investimento A a uma cadeia, ele durará um certo tempo, sobre o qual exerce influência o valor de capital do investimento que se realiza a seguir; se o investi­ mento A estiver isolado, ele prolongar-se-á no tempo, enquanto os seus acréscimos em valor não atingirem zero; este prolongamento, se ele pertence a uma cadeia determina o atraso do recebimento do valor de capital do próximo investimento B; tal atraso, traduz-se por decrés­ cimo de valor actual global do investimento (A + B): o ponto de equilíbrio resulta pois, no momento em que o ganho marginal de prolongar o investimento A, iguala a perda marginal de atrasar o investimento B.

3.3.2.2. Passemos agora ao caso duma cadeia de investimentos de mais de dois elos, finita, e de uma cadeia infinita.

0 M

Em extensão das deduções anteriores, obtêm-se (9) as seguintes conclusões gerais:

a) no caso de maximização do valor de capital:

1) Numa cadeia de investimentos com q elos, cujo valor actual é K = Kx = K2 =__= Kq, idêntico para todos, por generalização da

conclusão obtida em 3.3.2.1 e incluindo o caso extremo possível de

K = o, a sucessão das durações óptimas txopt, (x = 1,2 ... q), obedece a tS# < t2opt < ... < tqopt (3.19) 2) Numa cadeia infinita de investimentos, onde o valor actual de cada elo é K = Ky = K2 = ..., as durações óptimas, tgopt (x = 1,2 ...) são todas iguais entre si e iguais a topt, limite para que tende a série

+ opí f opt i opt

*■1 ) *'2 ) • • • quando q-> <x>

De facto, se esta é uma sucessão de períodos óptimos, também o será

t2opt, Uopt, t4opt,...

donde

y. opt — + opt 4- opt — + optt-l — 1*2 } ‘•2 ''S ) • • •

e, portanto,

t^opt — t'0Pt — fopt — — j-opt (3.20) b) no caso da maximização da taxa interna, pela própria defi­

nição de taxa interna, e em consequência de (3.19) e (3.20), vem:

1) Numa cadeia infinita de investimentos nas condições de a) 1),

(°) Em complemento das observações de Schneider [1956:60] a este res­ peito são esclarecedoras as demonstrações de Murteira [1958:73] e Rodrigues

as durações óptimas, txopt, são iguais entre si e iguais à duração óptima dum elo isolado.

t.ovt = toPt = ... = tqopt (3.21)

2) Numa cadeia infinita nas condições de d) 2), as durações óptimas são também iguais entre si e iguais à duração óptima dum elo isolado.

tiopt _ fropt = '" = tq°Pt = ... = t°p* (3.22)

3.3.2.3. As conclusões apresentadas no número anterior reves­ tem-se de especial importância na concepção do investimento flores­ tal. Estabelecendo com elas as relações existentes entre as durações de investimento óptimas dos vários tipos de investimento, isolado, cadeia finita e cadeia infinita, para as duas hipóteses de critérios de maximização, do valor de capital e da taxa interna e considerando o paralelismo entre estudo da duração óptima do investimento e da definição da explorabilidade, podem-se, agora, enunciar alguns prin­ cípios gerais que estão na base de toda a teoria da explorabilidade financeira.

Tendo em consideração que o investimento iniciado com a insta­ lação duma árvore ou dum povoamento, desde que o empresário visa fins lucrativos, pode ser considerado como um investimento normal, o problema da decisão do momento de corte é o do estudo dum inves­ timento uniparamétrico —3.2.2.— isolado ou em cadeia, finita ou infinita, conforme o horizonte admitido pelo empresário, sob o ângulo da maximização dum indicador de economicidade.

1) Se considerarmos a hipótese duma cadeia infinita, isto é, o empreendimento florestal repetido à perpetuidade em moldes equiva­ lentes, conclui-se de (3.20) e (3.22) que os termos de explorabilidade, isto é as idades de explorabilidade óptimas são iguais para todas as

revoluções, qualquer que seja o critério de maximização adoptado, valor actual ou taxa interna (I).

2) No caso duma cadeia finita como modelo do empreendimento florestal, de acordo com (3.22) e (3.24) os termos de explorabilidade

serão iguais para todas as revoluções e iguais ao duma revolução isolada, na hipótese de maximização da taxa interna; poderão ser desiguais e sucessivamente maiores, em relação à primeira revolução, na hipótese de maximização do valor de capital (II).