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Distribuição salário-educação Situação Anterior à Lei n.º10.832/03

Situação Posterior à Lei n.º10.832/03

Valor Total 39.648.000,00 (100%) 39.648.000,00 (100%)

Retido pela União 3.964.800,00 (10%)

Estado 19.824.000,00 (50%) 5.970.000,00 (16.73%)

Municípios 19.824.000,00 (50%) 29.713.200,00 (83.27%)

Fonte : Mensagem 2004 - SEDUC-CE

A Secretária aponta ainda como dificuldades o precário controle de fluxos e dimensionamento de demandas de atendimento; indefinição quanto ao quadro docente para o atendimento da oferta escolar (professores temporários); ausência de normas para regime de colaboração entre o Estado e os municípios; não-

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Planilha do Acompanhamento dos Repasses Mensais realizados para o Ceará, elaborada para o Conselho Estadual de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEF, de 29 de janeiro de 2004. Charles Nunes – Civitas: Assessoria e Consultoria.

cumprimento de prazos no repasse de recursos por parte do Governo federal e da contrapartida estadual em iniciativas diversas; desatualização nos valores relativos ao custo aluno do ensino fundamental (FUNDEF); a indefinição de fontes de recursos para o ensino médio, em especial para livros didáticos e transporte escolar.

Acredita-se que as dificuldades encontradas no Ceará são as mesmas enfrentadas por outros estados, daí a relevância de enumerarem-se as observações e obstáculos daqueles gestores que, mesmo munidos de boa fé e do animus de garantir o acesso à educação, por vezes não encontram êxito se não houver plena sintonia entre a legislação, recursos financeiros, cumprimento da parte de cada um e por todos os entes da Federação e a fiscalização das ações interna e externamente.

A legislação básica que garante esteio ao FUNDEF é:

a Constituição Federal (com alterações da Emenda Constitucional nº 14, de 13/09/96)231;

• a Lei Federal nº 9.394, de 20/12/96, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional;

• a Lei Federal nº 9.424, de 24/12/96, que dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério;

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BRASIL. Constituição (1988). Artigos que tratam sobre o FUNDEF:

Art. 30, inciso VI – competência dos municípios; Art. 35, inciso II – intervenção nos municípios; Art. 205 – educação, direito de todos e dever do Estado; Art. 206 – princípios do ensino; Art. 208, inciso I – ensino fundamental obrigatório e gratuito; Art. 208, inciso III – educação especial para

deficientes; Art. 208, inciso IV – creches e pré-escolas; Art. 208, inciso VII – programas suplementares de material didático, transporte, alimentação e assistência à saúde; Art. 210 – conteúdo mínimo para o ensino fundamental; Art. 211, caput e § 4º– regime de colaboração dos sistemas de ensino; Art. 211, § 2º – ensino fundamental e educação infantil são prioridades dos municípios; Art. 211, § 3º – ensino fundamental e médio são prioridades dos estados; Art. 212, caput – aplicação mínima na manutenção e desenvolvimento do ensino; Art. 213 – financiamento de escolas comunitárias, confessionais e filantrópicas; Art. 213, § 1º – concessão de bolsas de estudos em casos excepcionais; Art. 214 – Plano Plurianual de Educação; Art. 60, caput, do ADCT – 60% da aplicação mínima (Art. 212) será destinada à manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental;

Art. 60, § 1º, do ADCT – base para criação do FUNDEF; Art. 60, § 2º, do ADCT – fontes e distribuição

do FUNDEF; Art. 60, § 3º, do ADCT – complementação da União; Art. 60, § 4º, do ADCT – 60% do fundo para pagamento dos professores.

• Os pareceres do Conselho Nacional de Educação;232

• Leis, decretos e portarias federais complementares;233 e

• Decisões do Tribunal de Contas da União.

No Estado do Ceará, campo de pesquisa especial deste trabalho, a matéria é detalhada na Constituição Estadual de 1989,234 e nas instruções normativas e resoluções do Tribunal de Contas dos Municípios.235

Os recursos vinculados destinados ao FUNDEF são provenientes das três esferas da Federação. Nos Estados e no Distrito Federal, é formado por 15% do

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BRASIL . Conselho Nacional de Educação -FUNDEF-pareceres e resoluções:

Parecer nº 01, de 26.02.97 – orientações preliminares sobre a LDB (Lei Federal nº 9.394/96);

Parecer nº 05, de 07.05.97 – proposta de regulamentação da LDB; Parecer nº 10, de 03.09.97 – propõe diretrizes para os novos planos de carreira e de remuneração do magistério; Parecer nº 12, de 08.10.97 – esclarece dúvidas sobre a LDB; Parecer nº 26, de 02.12.97 – financiamento da educação

na LDB; Resolução nº 02, de 26.06.97 – dispõe sobre os programas especiais de formação pedagógica de docentes; e Resolução nº 03, de 03.09.97 – fixa diretrizes para os novos planos de carreira e de remuneração do magistério.

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BRASIL. Lei nº 9.131, de 24.11.95 – dispõe sobre o novo Conselho Nacional de Educação, que substituiu o antigo Conselho Federal de Educação; Lei nº 9.475, de 22.07.97 – altera o Art.33 da Lei nº 9.394/96 (LDB), que trata do ensino religioso nas escolas públicas; Decreto nº 2.264, de 27.06.97 – delimita atribuições e prazos para órgãos federais, estaduais e municipais, mormente quanto à forma de distribuição dos recursos do FUNDEF e à complementação da União; e Portaria nº 859, de

25.07.97 – define o que se considera Escola Pública do Ensino Fundamental, para efeito de cálculo

do coeficiente de distribuição dos recursos do FUNDEF. 234

CEARÁ. Constituição Estadual (1989) dispõe sobre o FUNDEF nos artigos a seguir apontados:

Art. 215 – princípios e diretrizes básicas da educação; Art. 215, inciso VI – valorização dos

profissionais do ensino; Art. 218 – garantias já previstas no Art. 208 da CF; Art. 220 – eleições para as funções de direção nas instituições de ensino; Art. 226 – elaboração do estatuto e do plano de carreira do Magistério Público, com participação democrática; Art. 226, § 1º – plano de carreira para o pessoal técnico-administrativo; Art. 226, § 2º – definição de Professor; Art. 227 – prioridade dos municípios para o ensino fundamental e educação infantil; Art. 227, § 1º – o estado deverá decretar intervenção nos municípios que não aplicarem o mínimo exigido na manutenção e desenvolvimento do ensino; Art. 230 – do Conselho de Educação do Ceará; e Art. 232 – garantias da municipalização do ensino de 1º grau.

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Instruções Normativas do Tribunal de Contas dos Municípios do Ceará:

I.N. nº 02/97.Art. 6º, incisos VII e IX, de 22.05.97 – referem-se aos demonstrativos anuais da

aplicação na manutenção e desenvolvimento do ensino e do FUNDEF (Modelos nºs 03 e 04), relativos às Contas de Governo do Executivo Municipal; I.N. nº 04/97, Art 1º, incisos I.IX e I.XVIII, de

22.05.97 – referem-se ao relatório de despesas aplicadas em manutenção e desenvolvimento do

ensino e ao demonstrativo do FUNDEF (Modelos nºs 05 e 14), que devem ser remetidos mensalmente ao TCM, quando os recursos e sua aplicação não estão descentralizados; I.N. nº 04/97,

Art. 1º, inciso III, de 22.05.97 – relativo aos documentos e relatórios que devem ser mensalmente

enviados ao TCM, quando os recursos da manutenção e desenvolvimento do ensino e do FUNDEF forem descentralizados; e I.N. nº 07/97, de 22.05.97 – normatização de procedimentos relativos à aplicação dos recursos destinados à manutenção e desenvolvimento do ensino e ao FUNDEF, no âmbito dos municípios, para o exercício do controle interno e externo.

FPE (Fundo de Participação dos Estados), 15% do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), 15% do Imposto sobre Produtos Industrializados, proporcional às exportações (QP-IPI/Exp.); e 15% da Lei Complementar nº 87/96 (Lei Kandir); nos municípios, é composto por: 15% do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), 15% do ICMS; 15% da QP-IPI/Exportação municipal; e 15% da Lei Complementar nº 87/96 (Lei Kandir); já a União deverá complementar os recursos do Fundo, quando este não atingir o valor mínimo por aluno/ano, definido nacionalmente.

A distribuição dos recursos do Fundo, entre o estado e os municípios, é feita de acordo com a proporção do número de alunos matriculados anualmente, nas escolas cadastradas das respectivas redes de ensino fundamental. As transferências desses recursos são mensais e proporcionais aos depósitos dos impostos que lhes deram origem, e repassadas diretamente às contas mantidas no Banco do Brasil, vinculadas ao Fundo. Ressalte-se que, por força do § 4º, Art. 69, da Lei nº 9.394/96, não somente os recursos relativos ao Fundo mas também aqueles que complementam os 25% reservados à aplicação na manutenção e desenvolvimento do ensino − 10% do ICMS, FPE, FPM, IPI/Exportação e Lei Kandir − e 25% dos demais impostos, próprios e transferidos, deverão ser repassados para uma conta bancária específica e subordinada ao órgão responsável pela Educação, nos seguintes prazos: